6.1.19

+ Filmes

Vamos começar 2019 com três filmes ótimos.

Green Book

Praticamente um Conduzindo Miss Daisy com um itálo-americano meio mafioso na direção e um pianista afro-americano doutor em música fino e chique no banco de trás.

Don Shirley (o oscarizado Mahershala Ali) é o pianista que vai tocar num tour de dois meses pelo sul dos Estados Unidos na época da segregação racial. Para transitar com mais tranquilidade por certos lugares ele contrata Tony (o excelente Viggo Mortensen) que está de férias forçadas por causa da reforma na boate que ele trabalha.

O tal Green Book é uma espécie de guia de turismo para os negros americanos circularem nas estradas com segurança. É nele que tem os hotéis onde Don Shirley pode se hospedar.

Os dois homens são muito diferentes mas como todo bom road movie as diferenças vão se alinhando e um aprende com o outro.

É o feel good movie da temporada. E é baseado em uma história real.

A Tia Helô iria gostar do Don Shirley, rapaz educado. Já o Tony... 217 "Ai, Jesus!" para tanta comida que esse homem enfiava na boca.


The Favourite (A Favorita)

O diretor grego Yorgos Lanthimos faz uns filmes muito doidos. O meu preferido é O Lagosta e também gostei muito do Killing of a Sacred Deer.

Esse não seria diferente. No reino da Rainha Anne da Inglaterra a situação está conturbada. O país está em guerra com a França e no palácio os membros do parlamento querem uma posição da rainha. Acontece que ela está passando por maus momentos de saúde (problemas na perna, intolerância a lactose) e quem manda na porra toda é a Lady Sarah.

Lady Sarah, a Duquesa de Malborough, é amiga de longa data da Rainha e ela toma conta dos interesses do reino (e dela mesma). A Rainha faz tudo que ela manda.

Um dia chega Abigail no palácio. Ela foi vendida pelo pai para pagar uma dívida e depois de passar por maus momentos chega no palácio pedindo emprego. Lady Sarah a coloca como empregada mas depois ela recebe um upgrade para acompanhante. Acontece que a ambição da Abigail é sem limites.

Abigail e Lady Sarah passam a disputar a atenção (e outras coisas da Rainha Anne). É veneno que não acaba mais (literalmente em alguns momentos).

Sim, é baseado em fatos reais e nas cartas escritas pelas mulheres. Rainha Anne e Lady Sarah se correspondiam um bocado.

Um filme que abusa da iluminação natural e as vezes parece que foi filmado numa GoPro para o canal de esportes Off. Tem uns efeitos fisheye interessantes (mas também tem uns cortes brutos). A trilha sonora é usada quase como personagem e as vezes incomoda intencionalmente (como sons repetidos a exaustão). Coisas de Yorgos que deixam a história mais interessante.

Tem humor e tem drama. As três atrizes estão sensacionais, e Olivia Coleman merece o destaque que tem recebido. Gostei de ver Nicholas Hoult mostrando que é bom e deveria estar em mais filmes.

Depois de ver esse filme fui pesquisar sobre a Rainha Anne para saber quem era ela na fila do palácio. O reinado dela teve guerra com a França mas também teve a união com a Escócia, teve algumas construções famosas de Londres como a St. Paul's Cathedral e o Newton estava bolando suas teorias.

A Tia Helô iria achar tudo muito bizarro. 418 "Ai, Jesus!" para os 17 coelhos da Rainha Anne.


Cold War (Guerra Fria)

Filme do polonês Pawel Pawlilowski que conta história de um casal de artistas durante os anos da guerra fria na Polônia.

Wiktor está montando um show que vai mostrar a cultura folclórica polonesa. Zula é candidata a uma vaga de cantora e é contratada. Os dois se apaixonam e combinam de fugir durante uma apresentação na Berlim pré-muro.

Zula não aparece e Wiktor vai para fora da cortina de ferro sem ela. Os anos passam e eles se encontram na antiga Iugoslávia. Depois ela se casa e vai morar em Paris onde os dois tem um caso. Mas ela não é feliz e decide voltar para a Polônia. Acontece que se Wiktor voltar para a Polônia ele é considerado traidor.

Esse filme tem uma cena espetacular que Zula dança Rock Around the Clock.

É um filme que parece que foi feito mesmo na década de 1950. É preto e branco e o frame é quadrado. E tem músicas em polonês.

A Guerra Fria é o momento histórico em que estão e também representa algo que os separa constantemente (fisicamente e emocionalmente).

Gostei desse filme mesmo tendo revirado os olhos algumas vezes porque as vezes as pessoas preferem dificultar uma situação com solução mais simples.

A Tia Helô iria gostar desse filme mesmo sem entender uma palavra das músicas polonesas. 179 "Ai, Jesus!" para Romeu e Julieta da Polônia.

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