13.5.20

Normal People: Serie x Livro

Ano passado a Amazon ficou insistindo que eu lesse Normal People (Pessoas Normais) da Sally Rooney e, como já acatei essas sugestões outras vezes, comprei o livro.

Li, me deixou interessada e a leitura fluiu, mas não gostei do final.

A história é sobre Marianne e Connell. Os dois jovens irlandeses, no seu último ano da escola, começam um relacionamento escondido porque Marianne é a solitária da escola e Connell é o popular. Ela é rica e a mãe dele é faxineira na casa dela. O livro acompanha o relacionamento dos dois do fim da escola e os anos da universidade.

O livro de 2018 fez tanto sucesso que logo fizeram a série e foi lançada agora no fim de abril. Assisti.

Adorei a série, inclusive o final.

Sei que não se deve comparar as obras, afinal são meios diferentes, mas a adaptação foi tão perto do material original que é quase inevitável.

A série é uma coisa linda de ver. Direção, fotografia e trilha sonora (poucas vezes Make You Feel My Love e Love Will Tear Us Apart fizeram tanto sentido). Os diálogos são todos do livro mas a série evidencia silêncios importantes e olhares significativos.

A química dos atores que fazem Marianne e Connell é incrível: Daisy Edgar-Jones e Paul Mescal. Você sente a intimidade intensa entre os dois e tem a sensação de estar vendo uma história real. Até as cenas de sexo são realistas e íntimas.

Enquanto lia o livro a identificação com os personagens ficava numa memória distante.

Enquanto assistia a série a identificação com alguma parte (ou todo) do relacionamento de Marianne e Connell foi mais imediata. Identificação que vai desde os desentendimentos (a dificuldade da comunicação) a não saber o que fazer com sentimentos tão intensos.

Paul Mescal transmitiu uma angustia e ansiedade do Connell que não tinha percebido tanto no livro. A Marianne da Daisy Edgar-Jones é frágil e forte ao mesmo tempo. Marianne e Connell da série são mais reais.



Sabe quando você quer ver tudo mas também quer ver devagar para não acabar logo?

A jornada dos dois na tela foi muito melhor (e mais intensa) do que no papel, apesar de saber mais detalhes pelo livro.

Mas por que me senti mais envolvida com a série do que com o livro? Os acontecimentos são exatamente iguais, inclusive são os mesmos diálogos.

Talvez eu seja uma pessoa com mais apelo pelo visual, gosto de imagens.

Mas fiquei tão cismada que fui reler o fim do livro para saber qual foi a diferença.

O livro fica muito nos pensamentos dos personagens. Várias coisas que Marianne fala para o Connell no final da série no livro são apenas os pensamentos dela.

Os roteiristas da série (incluindo a própria escritora) fizeram mudanças sutis na estrutura narrativa de alguns momentos na série, especialmente do episódio final, e permitiu uma evolução dos personagens que, para mim, não aconteceu no livro.

Essa série foi um conjunto de acertos.

É como se o livro fosse a só a letra e a série é a musica completa.






4.5.20

+ Filmes

Eu e o Luiz estamos fazendo lives todo sábado dessa quarentena contando o que estamos assistindo (filme e séries) e esqueci de colocar aqui no blog (que é também para me lembrar depois).

Então aqui estão alguns dos filmes que vi nessas semanas.

Má Educação

Filme da HBO com Hugh Jackman e Alison Janney. Ele faz Frank Tassone um supervisor de escolas de NY. Frank é dedicado, foi professor, lembra dos alunos, mas não só dos alunos mas também do que os alunos gostavam e o que queriam. Ele acompanha os alunos atuais do high school e conseguiu levar a escola ao quarto lugar nacional. E nos EUA onde a escola é boa o mercado imobiliário é aquecido. Acontece que Frank é vaidoso, gosta de um luxo que o salário dele (apesar de bom) não sustenta, então... isso mesmo, Frank vai roubando das escolas.
Hugh Jackman está maravilhoso nesse papel e acho que como o Oscar vai considerar filme do streaming até a quarentena acabar, acho que ele tem chance de uma indicação.

A Tia Helo iria gostar muito do Frank, professor dedicado. 121 "Ai, Jesus!" para as vaidades dele.

Fiquei com a música do Moby que toca no final na cabeça por alguns dias, até cantei no chuveiro. Inclusive olho para o poster desse filme e a música vem na cabeça.


Extraction

Filme de ação com o Melhor Chris (o Hemsworth). Ele é um mercenário quen vai resgatar um garoto indiano filho de um traficante que foi sequestrado por outro traficante de Bangladesh. Tem muito tiro, pancadaria e perseguição de carro. Todas as cenas de ação são muito bem feitas e o Melhor Chris segura bem o filme. É isso, um filme de ação bem anos 90.

Na Netflix.

A Tia Helô irir achar tudo muito barulhento mas Melhor Chris sempre merece alguns "Ai, Jesus!".


Beastie Boys Story

Documentário dirigido pelo Spike Jonze sobre a banda que nos fim dos anos 80 e inicio do 90 aprontou muito. O formato do documentário é bem diferente, só dois membros da banda, Adam Horowitz e Mike D (o Adam Yauch morreu em 2012) contando a história da banda num palco para uma platéia. Tem um telão com imagens que para a gente aparecem em tela cheia enquanto eles falam.

Não sou fã da banda mas gosto de várias músicas e achei muito interessante o processo criativo deles e como lidaram com a industria fonográfica e de shows.

A Tia Helô não ia entender nada, afinal os rapazes são meio rappers meio punk rockers e ela gostava mesmo do Elton e do Freddy. 513 "Ai, Jesus!" só para o video de Sabotage.

Na Apple Tv

The Gentlemen

Filme do Guy Ritchie em que ele volta aos tempos de Snatch e Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes. Nesse filme o Matthew McCounaughey é um produtor/traficante de maconha que usa o terrreno de mansões britânicas onde os herdeiros não tem dinheiro para manter. Ele paga os herdeiros e todo mundo fica feliz.

Acontece que Hugh Grant (ótimoo) descobre o segredinho do Matthew e resolve chantagear atraves do braço direito dele. E ainda tem o crazy rich asian bonitão tentando roubar o negócio do Matthew McConaughey.

Achei divertido.

A Tia Helô iria achar Matthew um gentleman. 213 "Ai, Jesus!" para Hugh Grant creepy.


O Poço

Filme espanhol sobre uma espécie de prisão (mas nem tanto porque tem gente lá que foi voluntariamente) vertical que tem mais de 200 andares. Em cada andar ficam duas pessoas e no meio passa uma plataforma com comida de cima para baixo. Acontece que nos andares mais altos tem mais comida, mas vai acabando conforme a plataforma vai descendo.

As pessoas ficam um mes em cada andar e depois de um mês trocam mas não sabem onde vão parar. Um mês estão no 8 comendo bem e no outro no 150 onde só chegam os pratos. É uma metafora nada sutil para a sociedade. Tem quem queria organizar para que a comida dê para todos, mas aí que passou fome no mês anterior e agora está no 2 andar não quer deixar comida. E por aí vai.

Não ver com fome, nem depois de comer.

A Tia Helô iria ficar passada com aquele tanto de comida. 731 "Ai, Jesus!" para o flan.


O Homem Invisível

Vi no cinema antes da quarentena mas não tinha escrito sobre e aqui está.

O filme começa com a Cecilia fugindo de casa no maior cuidado. Daí já sabemos que ela está numa relação abusiva. Ela se esconde na casa de um amigo até que recebe a notícia que o marido morreu e deixou uma grana para ela.

Só que.... logo começa acontecer umas coisas bem bizarras e Cecilia sabe que ele não morreu, apenas conseguiu ficar invisível.

É um filme tenso, muito bem feito, e a solução para a invisibilidade é bem real.

Elizabeth Moss é a estrela desse filme porque 80% do filme é a sua reação a ela. Espero que seja lembrada na temporada das premiações.

A Tia Helô ficaria horrorizada. 614 "Ai, Jesus!" para cada vez que aparece uma faca nesse filme.