30.8.22

Nope

O Jordan Peele gosta de uma história com elemento de terror, suspense, talvez sobrenatural. Ele é fã do Além da Imaginação. E aproveita uma história divertida (que te deixa na ponta da cadeira) para também colocar outros elementos nos seus filmes.

O seu filme de estréia, Corra! (2017), ganhou Oscar de roteiro original e, pra mim, foi um dos melhores daquele ano. O segundo filme, Nós (2019), teve uma atuação incrível da Lupita Nyong'o e deixou muita gente sem saber o que tinha acontecido.

Nope é o terceiro filme do Jordan Peele. Não vou colocar o título em português porque é um baita spoiler. Nesse filme Jordan Peele meio que fala da indústria do entretenimento por um ângulo diferente e também tem outras camadas para aprofundar, mas só a história principal já é boa. É sobre OJ (sim, esse é o nome dele, mas não é Simpson), o ótimo Daniel Kaluuyua, um rapaz que trabalha com seu pai num rancho que treina cavalos para filmes. Acontece que os westerns não estão sendo mais filmados, cavalos não são mais exigidos e provavelmente substituídos por cavalos digitais que são mais fáceis de controlar.

Um dia o pai do OJ está montado no cavalo e cai no chão depois que alguns objetos caem do céu. O pai morre, passa uns meses e OJ tem dificuldades em manter o rancho. Ele até consegue uma filmagem mas não dá certo. OJ tem uma irmã, a Emerald (a divertida Keke Palmer), que é tão extrovertida quanto ele é introvertido. OJ está vendendo os cavalos para o dono do parque temático (de cowboys) vizinho do seu rancho.

O dono do parque é o Jupe (o Steven Yeun 😍) que foi ator mirim numa sitcom que teve uma tragédia no set de filmagem. OJ não sabe o que o Jupe faz com os cavalos mas os vende com a possibilidade de comprá-los de volta.

Aí os acontecimentos estranhos começam, os cavalos saem correndo, OJ vê coisas enigmáticas, Emerald quer gravar tudo para ter provas (e mostrar na Oprah) e a gente tenta entender o que está acontecendo.

E é isso. Se eu contar mais estraga.

O filme é num ritmo de western mas o som (e vale a pena ver no cinema e numa tela IMAX de preferencia) me deixou tensa o tempo todo. Edição e design de som estão de parabéns. A fotografia é excelente.

A tia Helô diria 617 "Ai, Jesus!" para os bonecos de posto.

28.8.22

+Filmes e Séries

Filmes 

O Trem Bala - O trailer desse filme já me deixou com vontade de ver o filme: tinha Brad Pitt e Staying Alive em versão japonesa. A história passa no Japão, dentro do trem bala que vai de Tóquio a Kyoto. Nesse trem tem alguns assassinos mercenários. Brad Pitt é o Joaninha, um desses mercenários mas ele está ali só para pegar uma maleta. Joaninha se acha um azarado mas na verdade ele tem muita sorte. Limão e Tangerina são outros dois mercenários que estão ali com a maleta e escoltando o filho de um cara da mafia japonesa. O fio central é um pai que entra no trem para encontrar a pessoa que jogou seu filho do alto de um prédio (a criança está em coma no hospital). Muita coisa acontece nesse trem, muita mesmo. Achei divertido, dei risadas, a trilha sonora é muito boa e valeu o ingresso do cinema. 


Purple Heart - um romance clichê sobre uma garota que é cantora e está tentando o ramo da música com sua banda mas ela tem diabetes e acabou de perder o seguro que pagava a insulina. Ela tem a brilhante idéia de se casar com seu amigo que é militar porque assim ela terá o benefício do seguro saúde. O amigo dela diz não mas o colega do amigo diz sim. O rapaz tem dívidas e casando ele recebe um extra que, enquanto ele está fora, a esposa pode receber. Os dois são opostos, "se odeiam", mas casam. Acontece que casar assim é considerado fraude. É um filme honesto, o casal central tem química e todo mundo sabe onde a história vai parar. NETFLIX

Good Luck To You Leo Grande - Emma Thompson faz uma mulher na casa dos 60 anos que ficou viúva e decidiu contratar um garoto de programa para ter mais experiência sexual. O rapaz é Leo Grande, bonito, simpático, e sabe lidar com pessoas. O filme é basicamente os dois dentro de um quarto falando sobre a vida, o universo e tudo mais.

Crimes of the Future - David Cronenberg is back. E ele trouxe uma história bizarra (que nem sei se vou conseguir explicar) que passa num futuro onde algumas pessoas desenvolvem orgãos extras dentro do corpo. O Viggo Mortensen é uma dessas pessoas e junto com sua parceira faz apresentações onde ela (que é médica cirurgiã) extrai o orgão sobressalente em apresentações públicas. Tem uma trama de um menino que come plástico e outras coisas bizarras (pessoas que tatuam os órgãos internos). É muito doido, tive pesadelos com o homem com o corpo cheio de orelhas, tem que ter estômago, mas a Kristen Stewart está ótima. MUBI

Look Both Ways - Uma garota faz um teste caseiro de gravidez e daí pra frente temos duas realidades: a que ela está grávida e a que ela não está, e vemos o desenrolar dessas duas vidas. Bobinho mas assistível. NETFLIX


Séries

Bom Dia Veronica (2a temporada) - Nessa segunda temporada a Verônica, que está escondida depois dos acontecimentos da primeira temporada, segue investigando o grupo que infiltra pessoas em cargos importantes. Dessa vez ela descobre que o lider de um igreja está envolvido. O galã global feito vilão da vez é o Reynaldo Gianechinni e essa segunda temporada também é muito boa. NETFLIX

The Sandman - série baseada no livro do Neil Gaiman (não li) sobre Morfeu, o rei dos sonhos. Um dia Morfeu é capturado, em 1920, por um fanático que queria capturar a morte (irmã do sonho) para trazer seu filho de volta. É uma família e em inglês todos tem a letra D: Dream, Death, Destiny, Desire, Despair, Delirium. Morfeu fica preso por 100 anos e, quando consegue voltar, o seu reino está destruído e sonhos e pesadelos fugiram. Ele começa um quest para recuperar seus pertences (areia, uma pedra e a máscara) e depois trazer os fugitivos de volta. Acontece que tem um pesadelo chamado Coríntio que no mundo dos vivos é um serial killer. Até o episódio 6 essa série é uma coisa e depois é outra (a primeira parte é melhor). O episódio 6 é o melhor (e mais filosófico), o 5 também é muito bom. E tem um episódio extra, o 11, que tem duas partes. NETFLIX

Surface - Uma mulher cai da balsa e perde a memória. Ela está tentando descobrir o que aconteceu e como era a vida dela antes. Ela descobre que tinha um amante, que as coisas com o marido não estavam bem e que o marido está envolvido em alguma falcatrua. APPLE TV+

Five Days at Memorial - O que aconteceu num hospital de New Orleans nos dias depois que o Katrina passou e os diques arrebentaram inundando toda a cidade. É muito tensa e está bem feita. APPLE TV+

Bad Sisters - Cinco irmãs unidas mas uma delas tem um marido que é péssimo. A série começa com o enterro desse marido e dá entender que as outras irmãs estão envolvidas na morte dele. E ainda tem os caras do seguro que não querem pagar a quantia e estão investigando as irmãs. APPLE TV+

Only Murders In The Building (2a temporada) - o trio que desvendou um assassinato no condomínio e ainda criou um podcast está de volta para descobrir quem matou a síndica, que foi esfaqueada no último episódio da primeira temporada. STAR+

What We Do In The Shadows (4a temporada) - Os vampiros estão de volta, dessa vez Nadja é dona de uma casa noturna para vampiros, Nandor está as voltas com um gênio e com uma futura esposa, Lazlo sendo Lazlo e cuidando do novo Colin Robinson e Guilermo, coitado, ainda não foi transformado em vampiro. O episódio da reforma da casa é ótimo. STAR +

Paper Girls - série teen baseada numa HQ sobre um grupo de meninas que entrega jornais e no dia seguinte do Halloween (no anos 1980) tem um acontecimento e elas vão parar no futuro. Tem viagem no tempo, tem meninas se conhecendo e encontrando suas versões futuras. Tirando o lance da viagem no tempo que pode ficar confuso, o resto achei bom. Amazon Prime Video.

Never Have I Ever (3a temporada) - Devi terminou a segunda temporada namorando o Paxton mas como ela é muito insegura com o que os outros pensam ela dá um jeito de arrumar confusão. John McEnroe continua narrando as aventuras da Devi e talvez ela tenha amadurecido um pouquinho nessa temporada. NETFLIX


20.8.22

Patins

Quando tinha uns 8 anos não tirava os patins dos pés, na hora de sair de casa era o que eu calçava. Patinei muito até uns 13 anos. No início dos anos 1980 era uma febre, tinha matinê de patinação no Canecão (que era uma casa de shows, mas uma vez por semana era dos patins). Eu sabia fazer várias manobras e piruetas. 

Não lembro quando parei da patinar de rodas (no gelo ainda patinei em algumas viagens), mas faz muito tempo. Sempre patinei com o que, agora, chamam de quad - o patins com 2 rodas na frente e 2 atrás. Tentei o in line (com as rodas em fileira) mas não curti.

Esse ano estava andando na Beira Mar e vi uma patinadora, com um quad, na quadra aqui perto de casa. Fui conversar e ela me disse que tinha um outro par de patins, no meu número, e que se eu quisesse experimentar ela me emprestava.

No primeiro dia já consegui deslizar tranquilamente na quadra. Felizmente o corpo lembra. Não conseguia fazer manobras, ainda teria que me acostumar, mas fui bem e nem caí.

Comecei a ver videos no youtube com dicas de como patinar e como fazer algumas manobras. Não tinha idéia que durante a pandemia a febre da patinação tinha voltado. Aqui em Fortaleza agora tem grupos de pessoas que patinam juntas.

Na segunda vez, com mais segurança, consegui cruzar as pernas e até andar de costas. Aí fui melhorando (as vezes caindo) e agora me aventuro em vários lugares da cidade.

Além da quadra da Beira Mar, fui na nova feirinha, no novo skate park, e na praça da Estação de Trem no centro. 

No skate park foi desafio descer as rampas (consegui nas menores) e tentar não me estabacar no mini bowl. 

E é um ótimo exercício, é divertido e melhora o equilíbrio.


UPDATE: Em outubro comprei um par de patins para chamar de meu. Gostei do conceito da Slades, que é uma marca francesa, onde os patins também são tênis. Ou seja, é um tênis com encaixes para a base com as rodas. 

É mais prático mas também é mais difícil manter o equilíbrio porque o salto da bota ajuda muito. Tem que fazer uma nova adaptação para patinar.

Depois de alguns meses de uso posso dizer que a parte da base com as rodas é excelente. Inclusive as rodas que vieram nele são boas para patinar na ciclovia. A mecânica para tirar e colocar é simples e eficiente. A parte tênis achei ok. O tênis com as rodas como patins é bom, tem até um apoio bom para o tornozelo, mas para andar não achei tão confortável (para o meu pé), então acabo não usando tanto a opção de colocar e tirar a base.


a chave para tirar e colocar a base