26.6.22

+ Filmes e Séries (e uma novela coreana)

Filmes

RRR - Revolta, Rebelião, Revolução - Não tenho palavras para descrever esse filme, mas vou tentar. É um filme indiano (Bollywood roots) que passa nos anos 1920/30 quando os indianos estavam inquietos com os colonizadores ingleses. Raju é um oficial do exercito e na primeira cena dele já mostra que ele é capaz de qualquer coisa. Bheem vem de uma vila pequena e está atrás de recuperar sua irmã que foi sequestrada pelos ingleses. Raju e Bheem se conhecem ao ajudar um menino em perigo. Acontece que os ingleses deram a Raju a missão de encontrar e prender Bheem antes dele tentar resgatar a irmã, mas como um não sabe quem é o outro uma linda amizade começa. Raju e Bheem são personagens baseados em dois homens importantes para independência da India que existiram mas nunca se encontraram na vida real. As cenas de ação são espetaculares, as danças coreografadas são cheias de energia, tem música, tem animais de CGI e tem uma dublagem mal feita. É tudo exagerado, mas é um exagero honesto e no fim eu só queria aplaudir. O filme tem 3 horas mas você nem vê o tempo passar. (NETFLIX)

bromance

Hustle - Adam Sandler, que é amigo de todo mundo, resolveu reunir um caras do basquete americano para fazer um filme. É sobre Bo, um rapaz espanhol que trabalha na construção e joga basquete nas quadras de rua para ganhar um extra. Adam Sandler é um caça-talentos e vê em Bo o novo sucesso para o seu time. A história é simples, Adam Sandler acaba treinando o rapaz para que os times americanos vejam como ele é bom. O filme tem uma sequencia longa de treino e é por isso que vemos os filmes de esportes. (NETFLIX)

Spiderhead - um filme com pegada ficção científica do Joseph Kosinski (de Top Gun Maverick) com o Melhor Chris (o Hemsworth) e Miles Teller. Tinha muita coisa para dar certo mas deu errado. Nem o apuro estético que o Kosinski tem funcionou nesse filme. O Melhor Chris faz um cientista que experimenta drogas que alteram comportamentos (e sentimentos) em presidiários que aceitaram se submeter a essas experiências. O Miles Teller é um desses presidiários. O lugar onde acontecem as experiencias é um bunker no meio de ilha no que parece a costa leste da Australia, mas Melhor Chris fala com sotaque americano. Não vou reclamar de olhar para a cara do Melhor Chris (nem do Miles Teller) por 90 minutos, mas poderia ser melhor, poderia ter um shirtless. (NETFLIX)

Cha Cha Real Smooth - filme sobre Andrew, um rapaz que acabou de se formar na universidade mas ainda está sem rumo. Ele voltou a morar com a mãe, o padrasto (que ele não gosta muito) e o irmão mais novo. Um dia ele acompanha o irmão a um bar mitzvah e lá ele conhece Domino e sua filha Lola. Lola é autista mas Andrew se da bem com ela. Domino decide contratar Andrew para ser o babysitter da Lola de vez em quando. Domino e Andrew também se dão bem, mas ela tem um noivo. Andrew passa a ser animador de bar mitzvahs enquanto procura um rumo na vida. Daqueles filmes que não acontece muita coisa mas acontece. (APPLE TV+)

The Hating Game - li o livro ano passado e achei uma bosta então o vi o filme querendo saber se iriam conseguir melhorar a história. O filme é muito melhor do que o livro MAS mantiveram a pior parte (e mais cafona/creepy) do livro no filme. Lucy e Josh trabalham juntos e se odeiam só que não e tem que disputar o mesmo cargo. É isso. A Lucy do filme é mais bacana e o Josh um pouco menos creepy. (AMAZON PRIME VIDEO)

Downton Abbey A New Era - A vó da Mary recebeu de herança de um ex-amante uma vila no sul da França e ela quer dar para a bisnetinha filha do Tom (que se casou com a moça do filme passado). A Mary fica em Downton Abbey porque a vó não pode viajar e estão usando a casa como locação para um filme e rola o maior clima com o diretor. O resto da família vai até o sul da França ver a vila e enfrentar a viúva e filho do falecido que não concordam com o que foi deixado no testamento.


Séries

Hacks - A segunda temporada não foi tão boa quanto a primeira. Deb sai para se apresentar pelos USA testando novas piadas e acabamos conhecendo a Deb melhor. (HBO Max)

Obi Wan Kenobi - Ewan McGregor volta para o papel que ele fez nos filmes dos anos 2000 (Ameaça Fantasma, Ataque dos Clone e A Vingança dos Sith). Se passaram 10 anos desde que ele entregou Leia para o Senador Organa e Luke para seus tios. Obi Wan mora em Tatooine, se mantém discreto, não usa a Força e fica de olho no Luke. Existem uns inquisidores (são Jedis que foram para o outro lado da Força) que perseguem os Jedis e pessoas que tem afinidade com a Força. Acontece que Leia (criança precoce e muito fofa) é sequestrada pelo Flea (do RHCP) e o Senador pede a Obi Wan Kenobi que a resgate. Cada episódio dessa série parece um dos filmes que tem o Obi Wan, o episódio 4 é o primeiro filme (de 1977) todinho só que com a Leia criança. Sim, tem o Darth Vader e é o Darth Vader cheio de energia, mau pacas, como tem que ser. Tinha potencial para ser uma série muito boa mas ficou no mais ou menos.  Só no último episódio é que veio a carga emocional. Se tivesse deixado o babado dos inquisidores para outra série e feito da história do Obi Wan Kenobi um filme teria sido melhor. (Ewan McGregor, tiamo) (DISNEY +)

hello there

The Essex Serpent - Claire Danes é um viúva (na Inglaterra do século 19) que gosta de fósseis e decide sair de Londres e ir até Essex onde apareceram vários depois de um terremoto. Ela chega na cidadezinha com o filho e a acompanhante/amiga. Lá ela conhece o pastor da cidade que é o Tom Hiddleston. Ele é um pastor jovem, moderno, gosta de ler e é casado com filhos. Uma garota sumiu na região e todos acham que foi uma serpente aquática. Tem vários temas e acho que a série tentou abraçar todos, alguns sem sucesso, mas é bem feita. (APPLE TV+)

Candy - Série baseada numa história real. Em 1980,  Candy é uma dona de casa super eficiente, ela faz mil coisas ao mesmo tempo. Um dia ela tem que buscar o maiô da amiguinha da filha dela na casa da Betty que é uma dona de casa não tão eficiente. Candy sai de lá com o maiô mas também com sangue nas mãos, e aí a série vai desenvolver os acontecimentos.

The Boys - Não pouparam violência nessa terceira temporada. Homelander mais assustador do que nunca, tem herói novo na parada e os Boys meio perdidos com uma novidade entre eles. (AMAZON PRIME VIDEO)

Surviving Summer - Série teen sobre surfistas na Australia. A Summer é uma adolescente rebelde que mora em NYC mas depois de aprontar mais uma sua mãe a manda para uma cidadezinha na costa sul da Australia para ficar com uma amiga e sua familia. Chegando lá a Summer conhece Ari, filho da amiga da mãe, que é um surfista que quer voltar a competir depois de um acidente. Ela também faz amizade com as meninas surfistas. É teen, é bobinha, mas tem boas cenas de surf (acho que os atores são surfistas mesmo) e tem um personagem brasileiro que é meio que o antagonista do grupo. (NETFLIX)


Novela Coreana

Our Blues - Essa novela coreana é diferente. Da minha lista de clichês só risquei 4 clichês, não deu para fazer o bingo. É sobre um grupo de pessoas que vivem na ilha de Jeju no sul da Coréia do Sul. Cada episódio é focado em dois personagens e as vezes são dois episódios seguidos, mas sempre dá uma geral no que está acontecendo com os outros. Tem história de dívida com interesse romântico, história de amor no início, adolescentes apaixonados (e grávidos), amigos que viraram inimigos, pessoas com depressão, gente que foi morar na ilha fugindo de algo, tem as haenyeos que são as mulheres mergulhadoras de Jeju e mais algumas outras histórias. (NETFLIX)

17.6.22

Tudo Em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo

Em inglês o título é Everything Everywhere All At Once e a tradução para o português é fiel mas eu teria colocado Tudo Ao Mesmo Tempo Agora igual o disco dos Titãs. Just saying.


Filme dirigido pelos Daniels: Daniel Kwan e Daniel Scheinert. O outro filme deles que vi foi Swiss Army Man (Um Cadáver para Sobreviver) onde o Harry Potter faz um defunto que ajuda um homem a voltar para casa (é bizarro e gostei).

Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo é um filme difícil de explicar sem dar spoilers, vou tentar. (Até acho que vê-lo sem saber de nada é melhor ainda.)

Evelyn (Michelle Yeoh- maravilhosa) é uma imigrante chinesa morando nos EUA, nos seus 50 e tantos anos, dona de uma lavanderia em ponto de falência, casada (mas com um divórcio iminente) com o Waymond (Ke Huy Quan), e com uma filha, Joy (Stephanie Hsu), com a qual ela não se comunica direito e nem quer entender muito.

Evelyn mora num apartamento pequeno em cima da lavanderia que está cheio de coisas acumuladas (de papéis fiscais a roupas dos clientes), uma bagunça. 

Evelyn e Waymond tem uma hora marcada na receita federal para falar sobre os impostos que eles estão devendo. Ela levaria Joy para ajudar na tradução mas elas brigaram e Evelyn não consegue entender bem o que a funcionária Deirdre (Jamie Lee Curtis) está querendo dizer e Waymond não ajuda muito. Bem, o Waymond dessa realidade porque o Waymond do universo alfa sabe exatamente o que fazer.

Aí, gente, aperta o cinto que vem multiverso (também conhecido como universos paralelos ou realidades alternativas).

De todas as produções cinematográficas que abordam o multiverso esse filme e o Homem Aranha no Aranhaverso (2018) são as melhores.

Nesse filme o multiverso funciona como uma metáfora do "E se....". E se Evelyn não tivesse casado com o Waymond? E se não tivesse imigrado para os EUA? E se Evelyn tivesse ficado na China e aprendido artes marciais e virado uma atriz? Ou uma cantora? E se no processo da evolução humana nós acabassemos com dedos de salsicha? E se ela virasse a direita ao invés da esquerda? As possibilidades são quase infinitas. Como explica o marido da Evelyn no filme (mas é o marido alfa): cada decisão cria um novo caminho, e todas a levaram aquele momento.

Através de uma tecnologia, inventada por ela mesma em outra realidade, a Evelyn consegue ver (e ser) suas outras versões. Ela precisa enfrentar Jobu Topaki, que está causando um caos no multiverso, e recuperar o equilíbrio. E de todas as Evelyns possíveis ela é a que pode absorver todos os outros talentos já que ela não tem nenhum.

O filme aborda tanta coisa que nem vou conseguir colocar aqui, só vendo para entender.

O multiverso funciona bem nesse filme porque não tenta ser grandioso, foca só naqueles personagens e é uma alegoria.

Os pulos entre universos são muito bem feitos e encaixados. A "tecnologia" criada pela Evelyn para os pulos nos dá as cenas mais engraçadas.

O figurino da Jobu Topaki é sensacional e nem preciso dizer que as cenas de luta são ótimas (nunca pensei que uma pochete poderia ser uma arma).

Os universos favoritos foram: o das pedras e o que foi todo inspirado em Amor a Flor da Pele do Wong Kar Wai, ficou lindo. O universo das salsichas também muito bom.

A Tia Helô não entendia nada de multiverso ficaria tonta com todo vai e vem. 428 "Ai, Jesus!" para todos os métodos usados para pular entre as realidades.