17.6.22

Tudo Em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo

Em inglês o título é Everything Everywhere All At Once e a tradução para o português é fiel mas eu teria colocado Tudo Ao Mesmo Tempo Agora igual o disco dos Titãs. Just saying.


Filme dirigido pelos Daniels: Daniel Kwan e Daniel Scheinert. O outro filme deles que vi foi Swiss Army Man (Um Cadáver para Sobreviver) onde o Harry Potter faz um defunto que ajuda um homem a voltar para casa (é bizarro e gostei).

Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo é um filme difícil de explicar sem dar spoilers, vou tentar. (Até acho que vê-lo sem saber de nada é melhor ainda.)

Evelyn (Michelle Yeoh- maravilhosa) é uma imigrante chinesa morando nos EUA, nos seus 50 e tantos anos, dona de uma lavanderia em ponto de falência, casada (mas com um divórcio iminente) com o Waymond (Ke Huy Quan), e com uma filha, Joy (Stephanie Hsu), com a qual ela não se comunica direito e nem quer entender muito.

Evelyn mora num apartamento pequeno em cima da lavanderia que está cheio de coisas acumuladas (de papéis fiscais a roupas dos clientes), uma bagunça. 

Evelyn e Waymond tem uma hora marcada na receita federal para falar sobre os impostos que eles estão devendo. Ela levaria Joy para ajudar na tradução mas elas brigaram e Evelyn não consegue entender bem o que a funcionária Deirdre (Jamie Lee Curtis) está querendo dizer e Waymond não ajuda muito. Bem, o Waymond dessa realidade porque o Waymond do universo alfa sabe exatamente o que fazer.

Aí, gente, aperta o cinto que vem multiverso (também conhecido como universos paralelos ou realidades alternativas).

De todas as produções cinematográficas que abordam o multiverso esse filme e o Homem Aranha no Aranhaverso (2018) são as melhores.

Nesse filme o multiverso funciona como uma metáfora do "E se....". E se Evelyn não tivesse casado com o Waymond? E se não tivesse imigrado para os EUA? E se Evelyn tivesse ficado na China e aprendido artes marciais e virado uma atriz? Ou uma cantora? E se no processo da evolução humana nós acabassemos com dedos de salsicha? E se ela virasse a direita ao invés da esquerda? As possibilidades são quase infinitas. Como explica o marido da Evelyn no filme (mas é o marido alfa): cada decisão cria um novo caminho, e todas a levaram aquele momento.

Através de uma tecnologia, inventada por ela mesma em outra realidade, a Evelyn consegue ver (e ser) suas outras versões. Ela precisa enfrentar Jobu Topaki, que está causando um caos no multiverso, e recuperar o equilíbrio. E de todas as Evelyns possíveis ela é a que pode absorver todos os outros talentos já que ela não tem nenhum.

O filme aborda tanta coisa que nem vou conseguir colocar aqui, só vendo para entender.

O multiverso funciona bem nesse filme porque não tenta ser grandioso, foca só naqueles personagens e é uma alegoria.

Os pulos entre universos são muito bem feitos e encaixados. A "tecnologia" criada pela Evelyn para os pulos nos dá as cenas mais engraçadas.

O figurino da Jobu Topaki é sensacional e nem preciso dizer que as cenas de luta são ótimas (nunca pensei que uma pochete poderia ser uma arma).

Os universos favoritos foram: o das pedras e o que foi todo inspirado em Amor a Flor da Pele do Wong Kar Wai, ficou lindo. O universo das salsichas também muito bom.

A Tia Helô não entendia nada de multiverso ficaria tonta com todo vai e vem. 428 "Ai, Jesus!" para todos os métodos usados para pular entre as realidades.


Nenhum comentário:

Postar um comentário