30.10.20

Analisando a música: Endlessly (Muse)

O Ewan McGregor e seu amigo Charley Boorman, em 2019, fizeram uma viagem que foi de Ushuaia até Los Angeles em motos elétricas que virou uma série chamada Long Way Up na Apple Tv+. 

Existe a Long Way Round de 2004 que deram a volta de Londres a NYC e Long Way Down de 2007 que foram da Escócia para Cidade do Cabo.

Todas as 3 séries são ótimas, as aventuras dos motoqueiros tem perrengues diferentes e vale a pena ver os avanços tecnológicos de filmagens entre 2007 e 2019. E as motos também que foram de pesadas BMWs as leves e elétricas (e muito silenciosas) Harley Davidson.

Assistam as séries. Fica a dica. 

No episódio que Ewan McGregor e Charley passam por La Paz eles vão numa loja de violões e Ewan McGregor compra um violão pequeno. Depois, no quarto do hotel, ele senta, toca e canta Endlessly da Muse. 

Muse é uma banda britânica de rock alternativo formada em 1994. Endlessly está no terceiro album da banda, que deve ser o mais conhecido e é o que mais gosto: Absolution de 2003. Mesmo disco que tem Hysteria (uma das melhores linhas de baixo ever) e Stockholm Syndrome, duas músicas que habitam na minha playlist de corrida.

Antes de aparecer na série, não lembrava a última vez que tinha escutado Endlessly e foi uma boa surpresa.

Mas sobre o que é Endlessly? Só reparei na letra quando Ewan McGregor cantou. Parece uma música romântica mas será mesmo?

É uma música com uma letra curtinha mas cheia de significado. Tem um ritmo mais lento que o resto das músicas do disco e tem uma batida eletrônica leve com um sintetizador (mas tem bateria também). A voz do Matthew Bellamy (com altos e baixos) vem cheia de sentimento.


There's a part in me you'll never know
The only thing I'll never show

Ele começa dizendo que tem uma dele que a outra pessoa nunca conhecerá, e que é a única coisa que ele nunca vai mostrar. O que será que ele está escondendo? Será um sentimento que ele sabe que não é correspondido e prefere deixar oculto?

O próprio Matthew Bellamy disse que " é uma música sobre amor, acho que tem esperança ali mesmo que esteja tratando de assuntos sombrios". 

Hopelessly I'll love you endlessly
Hopelessly I'll give you everything
But I won't give you up
I won't let you down
And I won't leave you falling
If the moment ever comes

Esse é o refrão cheio de sentimento onde ele declara todo o amor dele: "deseperadamente te amarei para sempre, te darei tudo, não vou desistir, não vou te decepcionar e não vou te deixar cair, se o momento algum dia chegar". Que momento é esse? 

São muitas promessas. E, vamos combinar, que um pouco de obsessão também. Talvez a esperança que o Matthew Bellamy falou esteja nesse momento que talvez um dia chegue, porque é muito desespero para ter alguma expectativa.

Matthew Bellamy deve gostar muito da palavra Endlessly porque aparece também na letra de Hysteria algumas vezes.

Em um dos comentários do forum dizia que essa música faz um rickrolling subconsciente com "I won't give you up, I won't let you down". Eu ri. (Rickrolling é o pai dos memes)

It's plain to see it's trying to speak
Cherished dreams forever asleep

Nessas duas frases ele resume todo o sentimento de que a emoção está tentando falar mas que são apenas sonhos queridos que estarão sempre adormecidos. Os desejos dele em ser correspondido não serão nada além de sonho.

Hopelessly I'll love you endlessly
Hopelessly I'll give you everything
But I won't give you up
I won't let you down
And I won't leave you falling
But the moment ever comes

Ele repete o refrão mais 2 vezes e na última ele termina com "But the moment never comes". É desolador quando ele conclui que esse momento que ele esperava que talvez um dia viesse, não vem. Que ele vai continuar amando sem esperança e que ele não pode fazer nada, vai continuar escondendo essa parte dele que a outra pessoa não conhece

E termina com uma batida da bateria. De uma vez.



Para quem quiser ver o Ewan Mcgregor na voz e violão tem um video no youtube. Acho que todos os episódios dessa série poderiam ter o Ewan McGregor cantando.


3.10.20

+ Series e Filmes

The Devil All The Time - um filme sobre a fé e o que as pessoas fazem em nome de suas crenças. São histórias entrelaçadas cheias de desgraça. Um homem que vê coisas horriveis na guerra volta para casa, se apaixona, tem uma família mas sua esposa fica doente e morre, apesar das muitas promessas e sacrifícios que ele faz. Seu filho fica orfão vai morar com a avó que cria outra menina orfã que mais tarde vira vítima de um pastor pedófilo. E assim segue a vida no bible belt (região sul dos EUA). Vampirinho Robert Pattinson está ótimo e o Spiderteen também. Netflix.

The Social Dilemma - um documentário que mostra como o algoritmo funciona para manter sua atenção e só mandar informações que vão te agradar, ou que você concorda. As entrevistas com ex-funcionários das redes sociais mais conhecidas são boas. A dramatização da família é cafona mas necessária para quem não sabe de nada entender melhor. É para ver junto com o filme polonês Rede de Ódio. Netflix.

Enola Holmes - um filme fofo sobre a irmã do Sherlock Holmes (criada pela autora Nancy Springer). Enola, bem mais nova que seus irmãos, foi criada pela mãe feminista e ativista que a ensinou esportes, leituras, lutas e outras coisas úteis para a vida. Um dia mamãe Holmes some deixando Enola (16 anos) sozinha. Mycroft quer que ela vá para uma escola de moças aprender a ser esposa e Sherlock não se mete muito, mas Enola foge, se mete em algumas confusões, faz amizade com um lorde teen e vai para Londres procurar a mãe. É um filme divertido, leve e aguardo continuações. Netflix.


Long Way Up - Terceira série do Ewan McGregor e seu amigo Charley Boorman viajando de moto. A primeira foi The Long Way Round em 2003 que foram de Londres a NYC dando a volta para o leste no hemisfério norte. Em 2007 resolveram fazer The Long Way Down que foi do norte da Escócia até a Cidade do Cabo passando por boa parte da Africa. Essa duas também estão na Apple TV. Agora, 12 anos depois, resolveram fazer The Long Way Up indo de Ushuaia até Los Angeles. O twist dessa nova série é que eles estão em motos elétricas e os carros de apoio também são elétricos. As paisagens são lindas, Ewan McGregor tem um carisma impressionante, os perrengues que eles passam por falta de uma tomada são emocionantes e é uma delícia de assistir. Achei interessante ver os avanços tecnológicos nas cameras, imagens, e GPS nos últimos 12 anos. Na Apple TV+.

Lovecraft Country - Uma série muito interessante onde cada capítulo tem um gênero diferente conduzindo a história de Atticus procurando saber mais sobre seus ancestrais. Envolve mágica, monstros, ficção científica, fantasmas, etc. E as vezes os monstros de verdade são os humanos. (A referência ao H.P. Lovecraft fica nos monstros e no primeiro episódio que passa na área onde ele escrevia as histórias dele). Na HBO.

The Boys 2 - A segunda temporada dessa série de super heróis que estão evolvidos com uma empresa, salvam por dinheiro e propaganda e podem ser péssimas pessoas, está boa. Amazon Prime.

The Vow - Uma série documentário sobre um culto que começou como esquema pirâmide de coach e terminou com mulheres escravas sexuais. Tem muito dinheiro envolvido, pessoas conhecidas e um volêi da madrugada muito suspeito. Na HBO.

I May Destroy You - Não falei antes dessa série porque quase desisti no terceiro episódio, mas depois tem episódios interessantes. É sobre Arabella uma escritora que fez sucesso com um artigo online e agora tem que escrever seu primeiro livro. Ela é uma moça egoísta, que só liga para likes, mal dá atenção aos amigos, não liga para muita coisa como pagar contas e entregar trabalhos no prazo. Ela é estuprada depois de ter a bebida alterada e daí se desenrola a história. Na HBO.

We are who we are - uma família se muda para Itália onde a mãe vai comandar uma base do exército americano. O filho parece que saiu de Euphoria direto para Veneza, e a esposa da mãe é a brasileira Alice Braga. A relação mãe e filho é muito esquisita. MUITO. O menino fica amigo da filha dos vizinhos que é uma menina que se veste de menino de vez em quando. É uma série sobre ser que você é. Na HBO.

Young Wallander - Descobri que o Kurt Wallander é uma espécie de Sherlock Holmes da Suécia e essa série é como se fosse a origem dele nos dias atuais. O crime tem uma pitada de racismo e anti imigrantes. O Kurt Wallander é um fofo, ele tem um faro para a investigação e consegue chegar nos culpados, mas sofre um bocado. É uma série lenta, mas são poucos episódios. Os atores suecos todos falam inglês. Netflix.