26.7.23

Barbenheimer



O evento cinematográfico do meio do ano. Marcaram para estreiar no mesmo dia o filme da Barbie e o filme do Oppenheimer. Aí o marketing criou essa "disputa" e todo mundo entrou na onda. Mas a estrela mesmo é a Barbie e essa "disputa" na verdade favoreceu o filme do Christopher Nolan porque duvido que uma boa parte das pessoas que estava se vestindo de rosa boneca soubesse quem foi o físico americano.

Primeiro vi Oppenheimer. Fui na estréia e o shopping estava apenas lotado de pessoas usando cor de rosa. Começa que o filme da Barbie tinha três vezes mais sessões do que o filme do Oppenheimer. Até porque o Christopher Nolan fez seu filme para a tela do IMAX e na cidade só tem uma sala com essa tecnologia. Mas além das pessoas, o comércio também aderiu ao cor de rosa a maioria das vitrines estavam em rosa.

Nos filmes da Marvel, DC, Star Wars e Harry Potter é comum ver o pessoal fantasiado na estréia mas não é uma maioria. No caso da Barbie acho que em todas as sessões por um bom tempo vai ter gente indo de rosa. É um fenômeno.

Mas vamos aos filmes.

Oppenheimer conta a história do físico americano responsável pelo Projeto Manhattan que foi a criação das bombas atômicas que foram jogadas no Japão para acabar com a segunda guerra. O filme fica num vai e vem no tempo entre uma comissão que investiga o Oppenheimer pós-guerra, uma audiência de um senador que colocou o físico numa situação a ser investigado e como o Oppenheimer chegou no projeto e a criação da bomba.

Os efeitos sonoros e visuais de filme são incríveis. A cena do teste da bomba é sensacional, vale o ingresso do IMAX. A trilha sonora do Ludwig Göransson é maravilhosa, dessa vez ele deixou os tambores de lado e focou nos instrumentos de corda que deixa as cenas tensas mais tensas ainda.

O Cillian Murphy tem sua cara na tela em 80% do filme e ele é excelente. A voz dele é de um tom grave que chega a ser calmante no som do IMAX ficou maravilhosa. O Matt Damon é o coronel responsável por fiscalizar a obra do Oppenheimer e ele faz muito bem o americano cheio de confiança (e desconfiança). Tem muito ator bom fazendo ponta nesse filme. 

A Emily Blunt faz a esposa do Oppenheimer e não achei a personagem dela bem desenvolvida, ficou meio jogada no filme e ela é importante, a Florence Pugh faz a amante que teve um pouco mais de desenvolvimento.

O filme mostra como Oppenheimer foi da teoria a prática e as dúvidas, dilemas morais e explicações sobre a criação de uma arma com um poder de destruição inestimável numa época de guerra onde os USA estava numa corrida contra, inicialmente, os alemães e depois os russos. 

É um filme muito bom, bem feito, mas são três horas de filme e achei cansativo em algumas partes. 


O filme da Barbie fui ver na semana seguinte a estréia e ainda tinha muita gente de rosa no cinema. Barbie foi dirigido pela Greta Gerwig, que é boa diretora mas a acho superestimada. Ladybird é chatérrimo, reviro os olhos para a Frances Ha, mas gostei muito de Adoráveis Mulheres e dei crédito para ela.

Barbie é divertido. A Greta Grewig conseguiu criar uma história boa para uma personagem que é uma boneca. Margot Robbie é perfeita como a Barbie Estereótipo e ela está feliz na Barbieland com suas amigas Barbies e amigos Ken. Até o dia que ela pensa na morte e seus pés ficam chatos. Mas por que a Barbie pensa na morte? Porque quem está brincando com ela no mundo real tem esses pensamentos e a Barbie precisa ir até lá para saber o que está acontecendo e recuperar sua vida feliz em Barbieland.

Ryan Gosling está muito engraçado como o Ken e faz uma dupla rivalizando com o Ken do Simu Liu que é bem divertida. O Michael Cera, que estava meio sumido, faz o Allan que é o boneco amigo do Ken e ele é o melhor boneco da Barbieland.

Gostei muito da direção de arte da Barbieland, os figurinos, e tudo que acontece por lá. É colorido e é lúdico. 

O dilema existencial da Barbie (e do Ken) é bem colocado e é um filme girl power.

Só não gostei muito da trilha sonora, esperava mais, mas a música do Ken é genial (e o número musical idem).

Valeu o ingresso do cinema e o justifica o fenômeno.


Acho que a Tia Helô não teria "Ai, Jesus!" suficientes para o Oppenheimer e a atrocidade que foi a bomba atômica. Já para a Barbie acho que ela diria 16 "Ai, Jesus!" no tour da Barbie pelo Mundo Real.

2 comentários:

  1. Acho que Barbie poderia ter sido muito mais interessante e emocionante se explorasse melhor a relação da mãe e filha do filme! Tem cenas delas que são breves, mas que ainda sim dá pra ver que tem muita história ali que poderia ser aprofundada. Claro que não existe nenhum mal Barbie ter sido feito para ser divertido, mas o filme traz muitas coisas e deixa elas soltas por aí. Ainda sim é um bom filme e é mesmo engraçado! Não vi Oppenheimer ainda, 3 horas é prometer ao menos 30 minutos de tédio!

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    1. oppenheimer não fica tedioso até porque o som e efeitos sonoros mantéma a atenção, mas achei cansativo nas partes mais politicas do filme. 😊

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