22.2.22

Licorice Pizza

Paul Thomas Anderson está de volta com um filme novo e indicado a 3 Oscars (Filme, Diretor e Roteiro Orginal). Gosto muito dos filmes dele, de Punch Drunk Love a Trama Fantasma passando por Magnólia, Boogie Nights e Sangue Negro. Os temas são variados e as trilhas sonoras sempre muito boas (resultado da parceria com Johnny Greenwood do Radiohead).

Posso considerar Licorice Pizza o filme teen do PTA, mas teen com pedigree.

É a história de Gary e Alana. Gary é um ator juvenil (de 15 anos) que sabe que precisa investir em outras coisas porque a carreira de ator pode não ser duradoura. Alana tem 25 anos, ainda mora com os pais, trabalha com um fotógrafo que faz fotos em colégios e não sabe bem o que quer da vida.

O ano é 1973, nos arredores de Los Angeles, Gary e Alana se conhecem no dia da foto na escola. Gary tem um crush instantâneo na Alana, ela resiste mas acha o garoto (cheio de confiança) fofo. Eles ficam amigos e depois sócios em um negócio de colchões de água (coisas dos anos 1970).

É uma amizade cheia de nuances porque tem a diferença de idade mas eles tem muita afinidade. Gary é maduro para idade, mas tem 15 anos e Alana se pergunta (e para a amiga) algumas vezes o que está fazendo andando com Gary e seus amigos.

Os outros homens no filme que passam pela vida da Alana ou querem mandar nela (o pai) ou querem a sua juventude (o personagem do Sean Penn) ou se aproveitar (o personagem do Bradley Cooper) ou usá-la para outro propósito (o político). Gary é o único que olha para ela como igual e a ajuda.

Alana e Gary passam o filme correndo (literalmente) um em direção ao outro e, as vezes, juntos. A pressa da juventude.

Não importa se eles tem futuro. 

A trilha sonora desse filme é muito boa, de David Bowie a Paul McCartney e The Doors (escutei a trilha do filme enquanto escrevia esse post). A reconstituição de época também é ótima: no design de produção, nos figurinos e nos comportamentos.

A Tia Helo diria para Gary deixar as calças brancas de lado. 356 "Ai, Jesus!" para o dono do restaurante japonês.

O filme é tão bom quanto o trailer promete. 


Cooper Hoffman corre muito bem, entrou na minha lista de melhores corredores do cinema, junto com Tom Cruise e Daniel Craig.

Poderia ter comparado esse filme com Eduardo e Mônica, mas são épocas, países, cidades e pessoas com personalidades diferentes. E são dois ótimos filmes.

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