12.6.24

Hiroshima

Hiroshima tem uma história pesada por causa da bomba atômica jogada pelos americanos que explodiu as 8:15 no dia 6 de agosto de 1945. Uma parte grande da cidade foi totalmente destruída e dezenas de milhares de pessoas morreram (na hora da explosão e depois).

Hiroshima é ao mesmo tempo perder esperança e voltar a ter esperança na humanidade. É incrível como a cidade foi reconstruída depois de uma destruição como a da bomba atômica. A radição atingiu solo, ar e água, e por muitos anos pessoas ficaram doentes. A reconstrução começou logo depois do fim da guerra, em 1955 o prédio do Memorial da Paz já estava erguido e a área onde é o Parque da Paz já estava definida.

O Memorial da Paz é um museu dedicado as vítimas da bomba, a reconstrução da cidade, e a fazer com que nada disse aconteça outra vez. A visita não é fácil e dificilmente uma pessoa não sai sensibilizada com o que viu.


O Parque da Paz é um lugar arborizado, silencioso, calmo, de contemplação com pontos de homenagens as vítimas da bomba (e pós-bomba). Lá fica o monumento a Sadako, uma menina que tinah 2 anos quando a bomba explodiu e ficou doente anos depois. Ela acreditava que se fizesse mil origamis da garça ela teria um desejo realizado. E no museu diz que ela fez em menos de um mês. Sadako faleceu aos 12 anos. Em volta do monumento tem milhares de origamis feitos por crianças e adolescentes.

homenagem a sadako 

É lindo e muito frequentado pela população. Cheguei em Hiroshima num domingo e tinha alguns eventos no parque.

O Domo está lá de pé, único prédio sobrevivente (mesmo que só ruínas) no hipocentro da explosão da bomba. Uma lembrança de fato do horror da bomba.

Dito isso, Hiroshima é uma cidade leve, relaxada, cool e calma. É arborizada e tem rios passando pela cidade (Rio Tenma, Rio Motoyasu e Rio Kyobashi). Ninguém está com pressa. Até os turistas são mais calmos. É uma cidade cheia de gente mas sem aglomerações, nada está cheio, não vi multidões.

Tem a rua tradicional de compras com todas as lojas mas com espaço para ver tudo com calma. Tem a loja de departamentos Parco e tem as lojas de luxo. Não falta nada em Hiroshima. Tem até uma padaria dinamarquesa-japonesa.

Fiquei num bairro, Hondori, perto da rua de compras e perto do Parque da Paz e andar pelas ruas ali era sempre agradável, com restaurantes, bares e lojas.

Subi na Orizuru Tower, um prédio ao lado do domo que tem um observatório no último andar. A vista lá de cima é bonita, dá para ver que Hiroshima é rodeada de montanhas. Orizuru é a palavra em japonês para o paper crane - a garça de origami tradicional. No penúltimo andar do prédio tem uma área onde fiz um origami e coloquei num depósito na lateral do prédio onde, segundo a moça que estava lá, tem quase 1 milhão de origamis. Esse prédio tem um escorregador para descer os 6 andares restantes e é divertido.

vista do alto da torre
os origamis ficam nessa fachada lateral

Fui no Castelo de Hiroshima, que foi totalmente destruído na explosão e a torre reconstruída em 1958. Dentro da torre é um museu que conta a história da cidade, do castelo e da reconstrução, e tem uma vista bacana do último andar.

Dentro dos muros do castelo tem duas árvores que sobreviveram a explosão da bomba.

árvore sobrevivente da explosão

O prato típico de Hiroshima é o okonomiyaki, uma panqueca que leva tudo: ovo, macarrão, repolho, carne, cebolinha e sei lá mais o que e é uma delícia. Tem restaurantes por toda cidade que servem esse prato, mas tem um prédio com 4 andares só de lugares que servem okonomiyaki chamado Okonomimura. O lugar que serve okonomiyaki tem uma chapa enorme onde o prato é feito na hora, sua frente e você come cortando com uma espatula direto da chapa. É quase um evento.

o prédio tem 4 andares de lugares
assim que servem 
okonomiyaki

Hiroshima é cidade de bondes. Adoro bondes e usei bastante na cidade.

Uma noite fui num bar de CDs que me indicaram. Teoricamente era para ser um bar de vinil mas tinha mais CD do que vinil. O lugar tinha uma vibe anos 1990, tinha até um arcade de Pacman para jogar, o DJ e a barwoman eram muito simpáticos e atenciosos (e falavam inglês muito bem). Chegou um senhorzinho com uma caixa de blueberries fresquinhas da sua horta e ofereceu para todos, estavam deliciosas. Teria ficado muito mais tempo nesse bar se não fosse o fato de que podia fumar lá dentro. Sim, no Japão ainda existe lugares (bares e restaurantes) onde é permitido fumar. (para quem não se importar com a fumaça o nome do bar é MAC)

Eu adorei Hiroshima. É uma cidade que merece ser explorada com calma. 


MIYAJIMA

Miyajima é uma ilha que fica na costa de Hiroshima. Para chegar lá peguei um bonde em Hotchibori (perto do hotel) que me deixou na porta da estação da balsa, uma hora e dez minutos no total (e usei o Suica - IC card para tudo). Também pode chegar lá de trem + balsa ou num barco que sai do lado do Domo e chega na ilha em 45minutos.

A ida na balsa tem uma vista belíssima.

Na ilha tem alguns santuários e templos, o mais conhecido é o Itsukushima Shrine que fica beira mar e tem o enorme tori vermelho que parece flutuar na água (quando a maré está cheia).

o shrine com a maré seca

Quando cheguei o tori ainda estava "flutuando" mas a maré logo baixou. O santuário deve ser mais bonito com a maré cheia mas, quando estive lá, nos horários de cheia o santuário já estaria fechado.

a água é fria

Fui no Daishoin Temple que tem vários budas com touquinhas vermelhas e cada um é diferente do outro.

Saí do templo e decidi fazer a trilha até o topo do Mount Misen. Não sei se foi uma boa decisão porque subi mais de 3km de escadas com quase nenhum trecho plano para descansar e no meio do mato sem vista de nada (só algumas cachoeiras). Cheguei no observatório e a vista é realmente espetacular, um 360 graus da baía com as ilhas em volta.

3km e milhares de degraus
um templo no meio do caminho

Obviamente não iria descer os 3km de volta e andei (subindo e descendo) mais 1km até o bondinho. Se fosse outra vez subiria e desceria no bondinho e só andava até o observatório.

o observatorio

Miyajima tem uma rua de comércio com muitos restaurantes de ostra, lojinhas de souvenirs, uma loja muito boa de coisas dos estudios Ghibli, e várias lojas do momiji manju, um bolinho recheado que é o doce tradicional da ilha (e uma delícia).

totoro!

Gostaria de ter ficado na ilha até o por do sol mas fiquei tão cansada da trilha que só pensava em tomar um banho quente, comer um okonomiyaki e dormir. Gostei muito de Miyajima.

em Miyajima também tem muitos cervos


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