23.11.19

+ Filmes

Dois filmes que refletem bem aquela expressão "medição de beringela".

O Irlandês

Filme do Martin Scorsese com Robert DeNiro, Al Pacino, Joe Pesci e todos os outros atroes que já participaram em filmes de máfia.


E sim, é um filme de mafiosos. Baseado num livro chamado I heard you paint houses (não li).

Bobby DeNiro faz um irlandês, Frank Sheeran, adotado pela mafia italo-americana para fazer "serviços". Frank é um cara que lutou na guerra, depois foi dirigir caminhões, passou a fazer trambiques e assim foi parar nas asas do Russell Bufalino (Joe Pesci). Frank é um cara calado, introspectivo e fiel.

Russell Bufolino é calmo mas todo mundo tem medo dele porque ele faz as coisas acontecerem. Joe Pesci saiu da aposentadoria para fazer esse papel e está incrível. É um personagem muito diferente dos outros tipos mafiosos histéricos dele.

O Al Pacino faz o Jimmy Hoffa, sindicalista americano que foi brincar com a máfia e desapareceu.

É um filme sobre mafiosos envelhecendo.

São mais de 3 horas de filme, mas passa rápido e em nenhum momento é cansativo. É muito bem feito, os efeitos para deixar os atores mais jovens funcionam muito bem. A única coisa que me incomodou foram as lentes azuis nos olhos do DeNiro, ficou bizarro.

É um clube do bolinha. A única personagem feminina que faz algo nesse filme é a filha do Frank que serve como uma crítica silenciosa ao estilo de vida dele e de quem ele escolheu ser fiel.

É um filme de silêncios e isso achei muito interessante mas aqueles diálogos sem objetividade dos mafiosos me cansam.

Gostei do filme, dificilmente um filme do Martin Scorsese vai ser ruim, ele é um mestre, ainda mais sobre máfia e com um elenco desses. Mas não entra no meu top 5 filmes do Martin Scorsese. Pronto, falei.

A Tia Helô gostaria de ver Robert DeNiro mais novo outra vez. 621 "Ai, Jesus" para os gritos do Al Pacino.


Ford vs Ferrari

Homens e suas máquinas. Nos anos 1960 (e antes) a Ferrari era campeã absoluta das pistas de Le Mans, uma corrida que os carros ficam dando voltas na pista por 24 horas.



Aí, a Ford, que durante a guerra se fez com produtos bélicos, precisava dar um up na sua produção. O Lee Iacocca (que fez sucesso com sua autobiografia anos depois) teve a idéia de produzir um carro de corrida para competir com a Ferrari para alavancar a imagem da empresa para os jovens. Afinal, os jovens não queriam os mesmos carros que seus pais.

Entra em cena o ex-piloto Carroll Shelby, que se tornou um designer de carros esportivos. Ele chamou o Ken Miles, que era um piloto e mecânico de carros experiente, para ajudar nessa empreitada. Acontece que Ken Miles era um britânico que fazia as coisas do jeito dele e aí batia de frente com o estilo da Ford.

Na verdade esse filme deveria se chamar Ford x Ken Miles porque o Ferrari aparece muito pouco e só para a gente se divertir com os italianos. Seria bom um filme com o lado dos italianos.

As cenas de corrida são bem feitas, Christian Bale está incrível como Ken Miles e Matt Damon tem os melhores óculos escuros do cinema nesse ano.

É um filme divertido, a cena do Henry Ford II no carro com o Shelby é ótima.

Para ver no IMAX.

A Tia Helô iria gostar do filho fofo do Ken Miles. 421 "Ai, Jesus!" para cada derrapada na curva.

11.11.19

+ Filmes

Doctor Sleep

Esse filme é uma espécie de sequencia ao O Iluminado. Não li o livro do Iluminado nem o do Doctor Sleep, mas vi o filme do Stanley Kubrick.

Parece que o Stephen King detestou o que o Kubrick fez com a história do livro dele mas não tem como negar que o filme se tornou um clássico do gênero e com cenas icônicas.



Em Doctor Sleep o Danny Torrance aprende a guardar seus fantasmas e segue a vida. Danny adulto é alcoolatra, viciado e autodestrutivo. Um dia depois de uma noite vida louca, Danny decide tentar começar outra vez e vai para uma cidade pequena. Lá ele consegue um emprego e usa seus poderes para ajudar as pessoas no sono eterno, se é que vocês me entendem.

Mas existe um grupo de hippies que estão torturando e roubando a fumacinha de vida de crianças para poder viver mais tempo.

E no meio de tudo isso ainda tem a Abra, uma garotinha com o mesmo poder do Danny só que turbinado.

O filme é muito bom, não é visualmente incrível como O Iluminado mas é bem feito. O design de som é excelente e dá todo o clima do filme. Ewan McGregor é ótimo como homem torturado.

A Tia Helô gostaria do Danny mas ficaria preocupada com aquelas caixinhas no labirinto. 513 "Ai, Jesus!" para o tapete do hotel.


Downton Abbey

A série acabou mas porque não um filme para que possamos matar as saudades da propriedade inglesa mais querida da tv e seus habitantes?

No filme a família Crawley vai receber a visita do Rei George V e da Rainha Mary e para isso eles tem que estar prontos. A visita consiste em uma parada pela vila, um jantar na mansão e o pernoite da realeza.

Os empregados da casa ficam empolgados (nem todos) mas logo descobrem que não vão fazer nada, nem comida, nem servir, nem arrumar a casa, já que a realeza viaja com toda sua entourage, inclusive o chef de cozinha.

Então enquanto os empregados da casa dão um jeito de participar dos eventos, a vó Crawley está ocupada tramando contra uma prima, o Tom é abordado por uma figura estranha, e o Barrow finalmente acha um amigo.

Quem nunca assistiu a série consegue acompanhar o filme mas não tem a mesma graça porque o envolvimento com os personagens não é o mesmo.

A Tia Helô iria gostar de ver que a Lady Mary está feliz com seu marido. 12 "Ai, Jesus!" para quem consegue manter aquela casa enorme limpa.


A seguir três filmes que estão na Netflix

The Laundromat

Um filme do Steven Soderberg sobre o escândalo das Panama Papers. É um filme que lembra o estilo didático do The Big Short e explica como funciona as fraudes dos seguros e a lavagem de dinheiro.



Tem um elenco bom, tem Antonio Banderas, tem Gary Oldman e tem Meryl Streep. Eu tiraria alguns pedaços que achei desnecessário mas o filme funciona.

A Tia Helô teria dormido com 5 minutos. Um "Ai, Jesus!" para o acidente que mata o marido da Meryl Streep no filme.


The King

Esse filme conta a história do Rei Henrique V, como ele foi de fanfarrão a rei que ganhou batalhas na guerra dos 100 anos. Uma das batalhas foi a de Agincourt na França. Li um livro sobre essa batalha e como os ingleses que estavam em número bem menor venceram o exército francês usando táticas novas e uma variedade de arcos e flechas.



O Timothee Chalamet é um bom ator, o Joel Edgerton também está ótimo. Gosto muito do Robert Pattinson (o Vampirinho) mas o sotaque francês dele foi um erro.

A cena da batalha é bem feita, mas GoT fez melhor. Fora isso achei o filme chatinho, inclusive dormi algumas vezes.

Me incomodou demais que o Chalamet começava falar francês com algum dos personagens franceses eles diziam "vamos falar em inglês".

Tia Helô iria gostar do menino Chalamet, 256 "Ai, Jesus" para aquele corte de cabelo cuia.


Dolemite Is My Name

Eddie Murphy andava sumido, pelo menos eu nunca mais tinha visto nada dele. Me recuso a ver aqueles filmes que ele faz todos os personagens.



Nesse filme ele que conta a história do Rudy Ray Moore, um ator/comediante que tinha esse alterego lutador de kung fu Dolemite. O Rudy Ray Moore gravava seus shows em discos e ficou conhecido na comunidade afro americana, com isso ele decidiu fazer um filme.

E foi na raça, ele pagou tudo, se individou mas conseguiu colocar Dolemite nas telas dos cinemas. Um fenômeno da blaxploitation dos anos 1970.

O filme é muito engraçado, Eddie Murphy está ótimo (e nada exagerado), Wesley Snipes é uma surpresa e o Titus Burgess (de Unbreakable Kimmy Schmidt) é diversão garantida.

A Tia Helô iria ficar horrorizada com o tanto de palavrão que fala Eddie Murphy. 628 "Ai, Jesus!" para Dolemite no carro.