28.2.14

Analisando a música: Diane Young (Vampire Weekend)

O Vampire Weekend ganhou, esse ano, um grammy de melhor album de música alternativa por seu terceiro album Modern Vampires of the City. Fui ver (escutar) qual era dessa banda hipster de NY com nome cafona (e eu gosto de vampiros). Pesquisei para saber de onde vem esse nome tão blergh e parece que o Ezra Koenig assistiu Garotos Perdidos numas férias de verão da universidade e decidiu fazer um projeto de filme de curta metragem. Segundo o Wikipedia esse projeto de filme só durou 2 dias, mas pelo jeito o nome ficou para sempre.

Gosto de bandas indies, já tinha ouvido falar dessa mas não escutado as músicas. O album é bom, a banda é boa, as músicas são mais lentas do que animadas, do tipo para escutar passeando de bicicleta (até tem uma música chamada Obvious Bicycle). Ok, tem a animadinha Finger Back.

Acontece que uma música se destacou porque é completamente diferente das outras, um rockabilly bacana, moderno, dançante e com um nome que me deixou curiosa: Diane Young.

Quem é Diane Young? O que ela faz? O que ela come? Como ela se comporta? Hoje a noite no Globo Reporter.

Vamos descobrir.

You torched a Saab like a pile of leaves
I'd gone to find some better wheels
4, 5 meters running round the bend
When the government agents surround you again
If Diane Young won't change your mind
Baby, baby, baby, baby right on time

Essa música tem um narrador que está falando com alguém que me parece inconsequente, afinal coloca fogo no carro como se fosse folhas e ainda é perseguida pelo governo. Uma conversa entre extremos: um muito careta e outra imprudente, impulsiva, sem medo de arriscar.
Quando escutei essa música a primeira vez achei que ele falava "dying young", tipo "se você não se importa de morrer cedo, vai em frente." E concluí que Diane Young é um homófono de dying young. Aí fui pesquisar e existe, em Manhattan, um salão de beleza para cuidar da pele chamado Diane Young. Então também pode ser que ele esteja dizendo "se a Diane Young não convenceu que pode te manter jovem, manda ver."
Aproveitaram que existe alguém chamada Diane Young que tem uma marca de produtos para a pele (que promete manter a jovialidade) e usaram como esse trocadilho no título da música. Acho que foi boa idéia, Dying Young seria muito sombrio para uma música tão animada.

Out of control, but you're playing a role
Do you think you can go to the 18th hole
Or will you flip-flop the day of the championship
Try to go it alone on your own for a bit
If Diane Young won't change your mind
Baby, baby, baby, baby right on time

Ele afirma que ela está fora de controle e apenas fingindo, e aí pergunta (fazendo referências esportivas de golfe) "você acha que aguenta até o fim ou vai queimar a largada no campeonato? Vai tentar seguir sozinha por um tempo?" Então, se morrer jovem não te faz mudar de idéia, vai nessa! Audácia não tem limites. (ou tem?)

Baby, baby, baby, baby right on
Baby, baby, baby, baby right on
Radiate your light on
Radiate your lifetime
Baby, baby, baby, baby right on
Time, time, time time
Baby, baby, baby, baby right on time
Let them go
If Diane Young won't change your mind
Baby, baby, baby, baby right on time

Essa parte é rockabilly puro. Elvis ficaria orgulhoso.

Irish and proud baby, naturally
But you got the luck of a Kennedy
So grab the wheel and keep holding it tight
'Til you're tottering off into that good night
If Diane Young won't change your mind
Baby, baby, baby, baby, right on time

Então ficamos sabendo que a menina é irlandesa, mas tem a sorte de um Kennedy, ou seja, é azarada. Gente, os Kennedys são almadiçoados, só pode. E olha que a Irlanda é o país do trevo de quatro folhas e de leprechaus. Experimenta um creminho ou serum ou esfoliante da Diane Young, quem sabe você desiste de pisar fundo no acelerador e sumir no escuro.

Baby, baby, baby, baby right on
Baby, baby, baby, baby right on
Radiate your light on
Radiate your lifetime
Baby, baby, baby, baby right on
Time, time, time time
Baby, baby, baby, baby right on time

Vamos estalar os dedos agachando e cantar baby, baby, baby...

Nobody knows what the future holds
And it's bad enough just getting old
Live my life in self defense
You know I love the past 'cause I hate suspense

Parte filosófica (e medrosa) da música. "Ninguém sabe o que tem no futuro (óbvio), e ficar velho é uma droga (concordo)." e emenda confessando que vive seguramente e ama o passado porque ali não tem surpresa. Gente nostálgica, precavida demais, prudenteZzzzzzz

If Diane Young won't change your mind
Baby, baby, baby, baby, right on time

Se Diane Young, essa senhora que criou e dá o nome a creminhos que prometem rejuvenescer a pele, não tem o poder de convencer a não ser tão inconsequente, vai fundo, enfrenta o sol do meio dia sem SPF. A hora é essa. Só morrendo jovem para não envelhecer.

Acho essa música ótima para correr. O video é uma última ceia muito louca.

26.2.14

Na Ilha

Sou noveleira. Fato. Sempre acompanho pelo menos uma das novelas, até as ruins. Acontece que Em família eu não estou conseguindo, não me apeguei a ninguém, os diálogos são péssimos, os atores afetados, nenhum personagem é carismático, não tem vilão digno, etc.

Já fiz aqui no blog (com ajuda de amigos) um esboço de trama baseado em outra novela do Manuel Carlos (Páginas da Vida) que tem o título de A Escolha, então agora vou fazer outro que se chamará Em Família: Na Ilha.

Aguardo contribuições.

Para manter a tradição a personagem principal se chamará Heloisa, ou melhor, Heloise já que a ação passa numa ilha na Escandinávia (para ter a dificuldade do clima, morar em ilha tropical é fácil).

Heloise é uma mulher do mundo, cosmopolita, executiva de uma multinacional, morou em várias cidades, Londres, NYC, Madrid, São Paulo, etc. Quando estava numa temporada em Copenhague, conheceu o Lars e se apaixonou. Ali ela decidiu que "chega dessa vida de globetrotter e vou seguir com meu amor.". Ela tinha dinheiro suficiente guardado e resolveu experimentar um novo modo de vida.

O Lars é um enfermeiro que cuida de idosos e pessoas com deficiência física. Ele estava fazendo um curso na capital, mas era de uma ilha no norte da Dinamarca. Para chegar até a ilha: 2 horas de trem mais uma hora de balsa até uma ilha maior e mais meia hora num barquinho até a ilha onde morava a família dele. Como é uma ilha pequena, o número de habitantes é quase fixo: apenas 113, e muitos são parentes. A maior parte dos moradores é de pessoas acima dos 45 anos, crianças só nos feriados com visitas dos netos e jovens voltando da universidade. A escola da ilha fechou. O Lars era o único jovem que ainda morava na ilha (e mesmo assim já estava nos 30 e muitos).

Não tem casas para alugar nem comprar, tem que esperar alguém morrer. Assim que chegou na ilha Heloise morou com a sogra, mas a gente sabe que isso não dá muito certo, então ela comprou um veleiro que ficava ancorado e ali era o seu lar.

O veleiro era útil para quando eles queriam ir até a capital, mas era apertado para o dia a dia, e Heloise as vezes se sentia confinada. Queria mesmo era morar numa casa com janelas e não escotilhas.

Anyway, o Lars trabalhava no esquema de rotação: 15 dias com o paciente (em outra ilha) e 15 dias em casa. No início era tudo novidade para Heloise, mas depois de 2 meses ela já estava se coçando para agitar alguma coisa na ilha. Quando o inverno chegou os dias se arrastavam numa paisagem branca. Os moradores eram muito resistentes a qualquer mudança (ou melhoria) e não gostavam muito da Heloise, apenas poucos simpatizavam com ela. A sogra não ia muito com a cara da Heloise porque ela e o Lars decidiram não ter filhos e a sogra queria ser vovó.

Um dia um dos moradores, primo da sogra, aparece morto. Kaput dentro de casa. O corpo foi para a geladeira até que o filho lindão do defunto, que mora na Noruega, resolvesse quando ia fazer o enterro. Nesse meio tempo a Heloise já fez sua proposta para a compra da casa, ela não via a hora de dormir numa cama que não balançava e a casa tinha um terreno enorme, bonito, cheio de arvores e nem dava para ver o vizinho mais próximo. Andres, o filho do morto, vendeu a casa, afinal ele já tinha feito sua base em Oslo.

Heloise já estava encaixotando seus pertences quando chegou a notícia na ilha que Andres tinha pedido para fazerem uma autópsia antes do enterro. Segundo ele, seu pai era muito forte e dificilmente teria um enfarte. Na demora para o exame sair, Heloise e Lars se mudaram para seu novo lar.

Três meses depois (até na Dinamarca o processo é lento) saiu o resultado da autópsia. Envenenamento.

A ilha não tinha nem delegacia, só um homem que servia de policial local, os escandinavos são muito civilizados (até que...). Os moradores não demoraram a apontar seus dedinhos para Heloise, afinal ela era a novata no pedaço e tinha motivo.

E agora? Quem são os moradores da ilha? Quem matou o dono da casa? Heloise vai ter que voltar para o barco? Ela é inocente? Lars é muito apegado a mãe? Andres pode ser um novo interesse amoroso para Heloise? Ou amor antigo do Lars? Quem vai investigar esse crime? Será que outras pessoas morreram envenenadas e passou como causas naturais? Serial killer? Como fica reunião do book club que estava lendo O Homem Que não Amava as Mulheres?

Quem quiser dar pitaco e melhorar essa história é só deixar aí nos comentários. Ou manda um email.

22.2.14

Enquanto isso em Sochi...

Adoro as Olimpíadas, de verão e inverno. Confesso que conheço pouco dos esportes de inverno, por motivo de: moro no nordeste do Brasil e, vamos combinar, o máximo de esporte de inverno que vejo por aqui é arremesso de cubos de gelo.


Mesmo assim acompanho quase tudo pela TV. Adoro as roupas tecnológicas coloridas (e coladas), bochechas rosadas e de ver a neve branquinha enquanto suo de calor. Como disse antes: gosto de todos os esportes. Da velocidade do esqui, das manobras do snowboard, das coreografias da patinação, da testosterona do hockey e até da precisão do curling.



As Olimpíadas de Sochi começaram rodeadas de polêmica, mas até que correu tudo bem.



Descobri que os holandeses são mestres na patinação de velocidade e que os noruegueses dominam qualquer coisa que seja esqui crosscountry ou biatlo.



Achei a patinação artística um pouco tediosa esse ano. Músicas chatas, coreografias sem grandes novidades, tanto no feminino quanto no masculino, foram todos muito seguros. A coisa mais emocionante na patinação masculina foi o cabelo rebelde do canadense Kevin Reynolds. Para não dizer que não teve nada, a medalha de ouro no feminino foi para a russa Adelina Sotnikova (a primeira da Russia nessa categoria) que ganhou da coreana, campeã em Vancouver, Yuna Kim, e teve cheiro de treta. Eu vi as apresentações e a russa foi mais simpática com o público, mas derrapou algumas vezes. A coreana foi impecável, mas a fez escola de interpretação com o Cigano Igor. Saudades da época que a rivalidade era tipo: Nancy Kerrigan x Tonya Harding ou Katarina Witt (na época da Alemanha oriental) x Ocidente.



O hockey masculino teve USA x Russia na primeira fase (USA ganhou), e USA x Canadá na semifinal (o pessoal da folha vermelha ganhou): dois clássicos desse esporte. O Canadá vai jogar a final com o time mais bonito - a Suécia (pena que jogam todos tão cobertos).



O Brasil levou 13 atletas e a Jamaica manteve a tradição no bobsleigh.

Esse ano teve até duas esquiadoras fazendo exatamente o mesmo tempo no esqui alpino e ambas levando a medalha de ouro.

Acaba amanhã. Neve e gelo outra vez só em 2018, em PyeongChang na Coréia do Sul.

21.2.14

+Filmes

Esses eram os últimos que faltavam para chegar no Oscar com todos os principais indicados assistidos. Pronta para o bolão! (HER continua sendo o meu preferido)

Philomena

Esse filme é baseado na história real da Philomena, uma senhora irlandesa que foi mãe adolescente e mandada pelo pai para um convento para ter o filho. O filme começa com ela lembrando do filho no dia em que completaria 50 anos e conta para a filha (até então era segredo).

Philomena tem a ajuda de um jornalista que está passando por uma fase ruim. Os dois ficam BFFs e começam a investigar o que aconteceu com o pequeno Anthony. Claro que as freiras não ajudam em nada, queimaram os papéis e acobertam a freira idosa que era responsável pelas mães adolescentes e seus filhos.

Mas com uma ajudinha de amigos importantes da editora do jornalista (que conseguiu vender a história para um livro) eles conseguem descobrir que o filho da Philomena foi vendido para adotado por um casal americano e vão até os EUA ver se o encontram.

A Philomena é ótima! Ela tem senso de humor, ternura, e não perde a linha em nenhum momento. Palmas para Dame Judy Dench.

Esse filme tem a personagem mais má (do tipo que não tem lado bom ali não) de todos os filmes indicados ao Oscar esse ano, e olha que estou incluindo os donos de escravos de 12 Anos de Escravidão. A Freira Hildegard faz o personagem do Michael Fassbender parecer um coroinha.

A Tia Helô ia ficar dividida vendo esse filme, ela era super católica e queria ter sido freira. 57 "Ai, Jesus!" para Philomena.


Nebraska

A velhice não é fácil, por mais que tentem vender a idéia de melhor idade. Woody já está meio esquecido, não dirige, não trabalha e passa o dia enchendo o saco da mulher (que é tão idosa quanto ele). Um dia ele recebe uma carta dessa tipo Reader's Digest que diz que ele ganhou um milhão de doletas caso seu número seja o sorteado (e nunca é). Woody acredita no cambalacho e quer de todo jeito ir até o escritório em outra cidade pegar sua grana.

O filho do Woody decide levar o pai até lá, nem que seja só para passar um tempinho com ele e no meio do caminho fazem um pit stop na cidade onde Woody cresceu. Woody conta para todos que ganhou um milhão e as cobranças de dinheiro devido (tudo mentira) começam a pipocar, ao mesmo tempo que David fica sabendo um pouco mais sobre sua família. (a cena no cemitério é a melhor!)

É um filme lento, em preto e branco, que se passa no meio oeste americano, ou seja, no meio do nada, mas é bom. A June Squibb, que faz Kate, a esposa do Woody, é a melhor personagem do filme e a indicação ao Oscar é mais do que justa.

Fiquei pensando que se a Philomena se juntasse a Kate aquela freira não ia ter vez.

A Tia Helô diria 215 "Ai, Jesus!" para as mazelas da velhice.


Inside Llewyn Davis

O Llewyn Davis é um músico contemporâneo do Bob Dylan que faz shows em bares meio underground em NYC e dorme nos sofas dos amigos (e depende deles). Ele é um loser que perde o timing de tudo: não fecha a porta rapidamente e o gato do amigo foge, abre mão de direitos autorais de uma música que vai fazer muito sucesso só porque precisa de dinheiro rápido, deixa documentos importantes com a irmã que joga tudo fora, bebe e fala mal de outra cantora só para apanhar do marido dela, e por aí vai.

Sim, ele tem talento mas não tem sorte.

O filme é divertido, NYC mudou pouco em, sei lá, 40 anos. O metrô já era imundo e os pré-hipsters rondavam a cidade. Tem músicas ótimas, participação do Justin Timberlake e do Adam de Girls.

A Tia Helô ia ficar horrorizada com o vai e vem do Llewyn Davis por aí. 416 "Ai, Jesus!" para Llewyn e o gato laranja.

16.2.14

Road Trip

Em 2010 quando fomos até o Cabo de Santo Agostinho em Pernambuco as estradas ainda estavam em reforma (quando já era para estarem prontas). Esse ano boa parte já está pronta e quase todas as estradas que pegamos estavam em ótimo estado.

De Fortaleza até Natal a estrada continua igual, só Mossoró que está passando por uma reforma na perimetral ficou um pouco confusa.

pico do cabugi entre mossoró e natal

De Natal para Recife está tudo duplicado, mas ainda tem aquela parte da BR101 que passa dentro de uma cidade antes de chegar em Recife. Com o fluxo de caminhões ali já deveriam ter dado uma solução a esse problema, mas parece que aqui no Brasil as cidades crescem em volta das rodovias principais.

mar em olinda

De Olinda / Recife para Petrolina a estrada está duplicada até um pouco depois de Caruaru, mas depois, mesmo com via simples, as estradas estão boas. Perto de Petrolina tem as vinículas e enoturismo (as de Amores Roubados). Petrolina é uma cidade grande, a beira do Rio São Francisco com Juazeiro, na Bahia, ali do outro lado da ponte.

por do sol laranja no rio são francisco em petrolina
a bahia é ali do outro lado
sereia?

De Petrolina até São Raimundo Nontato, no Piauí, pegamos estradas menores e só uma tinha pequenos buracos em alguns trechos. Os estados do nordeste são bem diferentes entre si, na paisagem e nas pessoas. O Piauí é tão limpo que chama a atenção, especialmente para quem vem do Ceará. As casas mais pobres, no meio do sertão, estão sempre cuidadas, terrenos sem lixo, pouca poluição visual.

pipocas: melhor nome de cidade
jumentinho baby
cemitério no piauí
the pink fusca

De São Raimundo Nonato até Juazeiro do Norte também estava tudo bem, até chegar na fronteira entre Pernambuco e Ceará. O asfalto descendo a chapada do Araripe para o Crato é ondulado, e é uma estrada perigosa. No meio do caminho paramos em Exú para almoçar e ver o museu do Gonzagão.

"para dançar com meu benzinho
numa sala de reboco"
em Exú-PE
orelhão do baião
asa branca na praça de exú
colocando a conversa em dia

Juazeiro do Norte tem a periferia bem desenvolvida, casas grandes, hotéis e restaurantes. O centro da cidade é como o daqui de Fortaleza, zoneado.
Saindo de Juazeiro do Norte pela CE 060 a estrada é péssima até Caririaçu, depois melhora, mas passa por muitas cidades e aumenta o tempo de viagem.
Gostei de passar pela barragem do Açude de Orós e ver a pedra da galinha em Quixadá.

o foguete de juazeiro
padre cícero nas nuvens
barragem do açude de oros
emas
açude do cedro em quixadá

15.2.14

Serra da Capivara


O Brasil tem, sem dúvida, muitos lugares lindos e interessantes para ver e conhecer, mas de vez em quando tem que ter muita vontade e disposição para ir até esses lugares (e ser um pouco highlander). As vezes é a infraestrutura que não ajuda, as vezes são os preços cobrados, as vezes é a organização. Muitas vezes é tudo isso junto.


O Parque Nacional da Serra da Capivara é um desses lugares lindos e interessantes, cheio de história, paisagens belíssimas, sitíos arqueológicos, pinturas ruprestes e animais. O parque é muito bem organizado, tem controle nas entradas, só pode visitar com um guia (que tem que ser contratado pelo menos no dia anterior), mas a cidade mais próxima deixa a desejar, tem pouca estrutura para o turismo. E não é fácil chegar.

No nosso caso fomos de carro. Aproveitando que tinha que renovar o visto dos EUA em Recife, fomos de Fortaleza a Olinda, de lá para Petrolina e depois para São Raimundo Nonato, no Piauí, a (maior) cidade mais perto do Parque (até aí foram quase 2 mil quilômetros de estrada).

As outras opções são: de avião até Teresina e mais 5 horas de carro, ou avião até Petrolina e mais 3 horas de carro.

E precisa ter um carro para percorrer o parque.



Chegando lá, visitar o Parque Nacional da Serra da Capivara é uma agradável surpresa e vale a pena.

entrada do parque para o circuito da
pedra furada
sinalização de transito do parque


A arqueóloga Niede Guidon tomou conhecimento dos sítios arqueológicos da Serra da Capivara em 1963 e a partir de 1973 concentrou seus trabalhos na área e começou a criação do parque visando a preservação da área e do patrimônio cultural pré-histórico.

algumas trilhas são marcadas
passarelas para ver as pinturas

O Parque começou a ser demarcado em 1990 e inaugurou em 1993. Muitas família moravam dentro do parque, cultivavam lavouras e foram transferidas para os limites externos. Inclusive algumas áreas tiveram que ser replantadas.


A vegetação é toda caatinga. Na época de seca é toda branca com galhos secos, nos pegamos o início das chuvas e estava tudo verde. As formações geológicas são incríveis.


O Parque está organizado em trilhas que levam até os sítios arqueológicos e as milhares de pinturas ruprestes que estão nas paredes (algumas com mais de 10 mil anos e super nítidas).


O circuito mais popular é o da Pedra Furada.


Em São Raimundo Nonato ainda tem o Museu do Homem Americano, que está muito bem organizado. O único problema é chegar até lá, não tem uma placa indicando.

interativo

Com tudo que o Parque Nacional da Serra da Capivara e a região tem a oferecer deveriam receber muito mais visitantes (nacionais e estrangeiros) que, se tivesse mais estrutura ao redor do parque, poderiam permanecer mais tempo. (e não é a construção de um aeroporto internacional em São Raimundo Nonato que vai resolver o problema. #ficadica)