29.4.18

Analisando a música: Dreams (Fleetwood Mac)

Essa semana escutei essa música em alguns lugares (inclusive na minha playlist) e resolvi finalmente fazer um analisando a música de uma das músicas de um dos melhores discos ever.

Poderia ter escolhido qualquer uma das 11 músicas do Rumours, obra prima do Fleetwood Mac, lançado em 1977. Confesso que fiquei entre The Chain (que tocou em vários filmes ano passado), Go Your Own Way, Don't Stop e Dreams. Mesmo depois de 40 anos, essas músicas continuam atuais, se tocar para uma pessoa mais nova, que não conhece, não vai saber dizer de que época é.

Escolhi Dreams porque é a mais conhecida e resume bem o tema principal do disco que é: fim de relacionamento.

E sabemos que um coração partido rende ótimas músicas e albuns inteiros como Rumours e o 21 da Adele.

Os integrantes da banda Fleetwood Mac na época desse disco eram: Stevie Nicks (vocal), Lindsay Buckingham (guitarra e vocal), Christine McVie (vocal e teclados), Mick Fleetwood (bateria) e John McVie (baixo).

John e Christine eram casados e Stevie Nicks e Lindsay Buckingham namoravam.

Com o sucesso do disco anterior, Fleetwood Mac de 1975, a bruxa ficou solta e esses relacionamentos se acabaram, mas felizmente o relacionamento musical continuou e gravaram Rumours. Aliás o título do disco vem de todo mundo especulando o que estava acontecendo com a banda.

Por isso a temática fim de relacionamento, que acho que foi mais espontânea do que intencional.

Dreams foi composta pela Stevie Nicks para o Lindsey Buckingham onde ela ressalta que ele queria sua liberdade mas que na solidão tem que viver com a idéia do que ele tinha e do que ele perdeu (já me adiantando na análise).

E como diz o cara desse video que analisa a parte melódica da música: "É uma reviravolta do destino que essa música fez tanto sucesso que ele passou os próximos 40 anos cantando nos shows." PAH!

No mesmo disco tem a ótima Go Your Own Way que ele compôs para ela, mas isso é outra história.

Vamos saber o que Stevie tem a dizer sobre esse babado. A voz dela é ótima.

Now here you go again, you say
You want your freedom
Well, who am I to keep you down
It's only right that you should
Play the way you feel it
But listen carefully to the sound
Of your loneliness
Like a heartbeat drives you mad
In the stillness of remembering what you had
And what you lost, and what you had, and what you lost

Temos uma DR musical e poética. Como apontei antes, ela diz que ele quer sua liberdade e "Quem sou eu para te segurar?'. Ela continua dizendo que é certo que ele faça o que sente (e aqui tem um jogo de palavras com play que pode ser: tocar um instrumento, brincar ou jogar) MAS "Presta muita atenção ao som da sua solidão.".

Gente, "escute com atenção o som da sua solidão" é bom demais! E o som da solidão é como? É como um batimento cardíaco que te deixa louco. Nesse momento da música, quando ela fala "heartbeat" tem uma batida mais forte da bateria (daquele tambor que fica no pé). E nessa quietude, escutando o som da solidão, é o momento dele lembrar o que perdeu e o que tinha (e repetir essas lembranças num loop).

Isso, amigos, é um tapa na cara poético.

Thunder only happens when it's raining
Players only love you when they're playing
Say women they will come and they will go
when the rain washes you clean, you'll know, you'll know

"Trovão só acontece quando chove", não é verdade, tem trovão sem chuva, mas essa metáfora é boa para indicar que se já está ruim, pode piorar.
Jogadores só te amam quando estão jogando OU Músicos só te amam quando estão tocando.
"Olha, querido, mulheres vão e vem, mas quando a chuva te lavar você vai saber." É ela avisando que depois que tudo passar ele vai ver a besteira que fez.

Now here I go again, I see the crystal visions
I keep my visions to myself
It's only me
Who wants to wrap around your dreams and
Have you any dreams you'd like to sell
Dreams of loneliness
Like a heartbeat drives you mad
In the stillness of remembering what you had
And what you lost, and what you had, and what you lost

E ela tem umas visões (um dos rumores é que eles usaram muitas drogas) mas as guarda para si.
"Sou só eu que quero me envolver nos seus sonhos." acho que ela está dizendo que quer dividir os sonhos com ele e gosta dele além da fama. MAS na frase seguinte ela pergunta se ele tem algum sonho para vender. To sell dreams em inglês significa enganar, prometer sem querer cumprir.
Esses sonhos de solidão que o deixam lembrando o que ele tinha e o que ele perdeu, no loop.

Thunder only happens when it's raining
Players only love you when they're playing
Say women they will come and they will go
when the rain washes you clean, you'll know, you'll know

E aí temos esse refrão maravilhoso com trovoadas (bateria sensacional nessa parte), enganação e a certeza de que quando a chuva parar todos vão ver as coisas com mais clareza.


Aperta o play e vamos escutar esses trovões.

27.4.18

Vingadores: a Guerra Infinita



Depois de 10 anos e 26381718 filmes da Marvel finalmente temos um filme com (quase) todos os heróis reunidos.

Mas antes uma contabilidade real dos filmes:

3 filmes do Homem de Ferro (e tem post de 2008 do primeiro filme), 3 filmes do Capitão América (contei Guerra Civil como sendo dele, ele tem os melhores filmes), 3 filmes do maravilhoso o Thor, um filme do Doctor Strange, um filme sensacional do Pantera Negra (Wakanda Forever!), 2 dos Vingadores unidos, um filme fofo do SpiderTeen, 2 filmes para divertidos Guardiões da Galáxia, um filme para o Homem Formiga, e um filme do Hulk (que sempre esqueço de contar).

Foram 18 filmes para chegar nesse. Apenas. Nesse e mais um porque certamente tem uma segunda parte. E valeu a pena.

Não vou contar o filme todo mas não vou conseguir fazer um post sem entregar nada. Então, daqui para frente tem SPOILER. Avisei.

Começando com o vilão. Nem lembro a primeira vez que Thanos apareceu, mas foi numa cena pós-créditos. E foi ele que mandou o Loki vir causar na Terra na primeira reunião de condomínio dos Vingadores. Confesso que achava que não ia gostar desse vilão, ainda mais ele sendo todo de CGI.

Mas...para minha supresa, Thanos é um excelente vilão. Ninguém está seguro perto dele.

Todas suas facetas são mostradas no filme. Sua motivação é boa (não é legal, mas faz sentido). Ele quer juntar as 6 infinity stones (pedras mágicas que dominam: tempo, alma, poder, espaço, mente e realidade) numa manopla que o tornará o ser mais poderoso do universo. E para que ele quer todo esse poder? Para estalar os dedos e metade dos seres existentes no universo sumirem (morrerem?). E por que ele quer fazer isso? Ele acha que está tudo muito cheio, pessoas (povos) estão consumindo todos seus recursos naturais e, para ele, nada mais justo do que eliminar metade (sem distinção) dando espaço para a outra metade se desenvolver. Depois que ele conseguir fazer isso ele só quer descansar, nada de dominação universal. Thanos é poderoso e inteligente. (Palmas para o Josh Brolin que mesmo com todo CGI fez um ótimo trabalho)

Vou logo dizer que esse é praticamente um filme do Thor, a jornada do herói é dele. Thanos é ser intergaláctico e para enfrentá-lo só o pessoal da Terra não ia dar conta (nem com um Hulk), por isso é dada ao Thor, o Deus do Trovão, a missão (junto com alguns dos Guardiões da Galáxia) de ir atrás de uma arma que possa destruir Thanos.

Thor perdeu pai, mãe, amigo, e o planeta dele foi destruído. Thor é basicamente a Princesa Leia da Marvel.

Enquanto Thanos vai atrás das pedras em outros planetas, ele manda suas amigues virem a Terra pegar a pedra do tempo (que fica com o Doctor Strange) e a pedra da mente que está na cabeça do Visão.

Um deles consegue levar o Doctor Strange, Homem de Ferro e SpiderTeen para o espaço depois de uma batalha nas ruas de NYC. O SpiderTeen está ótimo nesse filme.

Os outros suam um bocado para tentar pegar a pedra do Visão mas a Bruxa Escarlate é poderosa. Mesmo assim quase que os ETs levam a pedra se não fosse pelo Capitão América and Friends (Viúva Negra e Falcão) aparecerem de surpresa.

Então temos vários pequenos grupos:

- Thor, Rocket e Teen Groot vão atrás da arma.
- Resto dos Guardiões vai atrás de outra pedra (e do Thanos)
- Homem de Ferro, Doctor Strange e SpiderTeen tem que se livrar o amigo bizarro do Thanos (e depois se juntam a Peter Quill e cia)
- Capitão América and Friends junto com Bruce Banner vão até a maravilhosa Wakanda tentar, com a ajuda do Pantera Negra e sua irmã, separar o Visão da pedra para que possam destruí-la antes do Thanos conseguir completar sua manopla.

As batalhas/lutas são todas boas. As piadinhas são divertidas, como sempre.

Melhores Entradas:

- Guardiões da Galáxia indo ao som de Mr. Rubberband Man responder o chamado da nave do Thor, porque eles sempre tem a MELHOR trilha sonora para tudo.
- Entrada triunfal no filme do Capitão América de barba. Toda vez que ele aparecia (e Chris Evans de barba preenche lindamente aquela tela enorme do IMAX) não tinha ar condicionado que desse jeito no calor.
- Uniforme novo do SpiderTeen.
- Thor, quase todas as vezes.

Melhores Interações:

- Tony Stark e Doctor Strange. Um filme dos dois para já!
- Guardiões da Galáxia e Thor.
- Capitão América e Bucky, sempre.
- Viúva Negra, Feiticeira Escarlate e Okoye no momento mais girl power do filme.
- Thor e Capitão América, os olhos agradecem.

Esse filme contém a santa trindade dos Chris. E só isso já vale o ingresso.

hemsworth, evans e pratt.

Gostei muito desse filme, achei divertido com um final digno do emoji do grito e aguardo a segunda parte, afinal Thanos já avisou que vai voltar.

A Tia Helo não iria entender todas as funções da manopla do Thanos. 726 "Ai, Jesus!" para todas as vezes que dão um close no Capitão América bom moço.



15.4.18

Book Report: Scar Tissue - Anthony Kiedis

Tive algumas fases Red Hot Chili Peppers.

A primeira foi em 1991 quando lançaram o clássico Blood Sugar Sex Magik e foi quando conheci a banda, o cabelo comprido e costas tatuadas do Anthony Kiedis. Escutei muito esse disco junto com minha fase grunge (Eddie Vedder era a minha voz favorita, Kurt Cobain para melancolia e Anthony Kiedis era o crush). Quando eles lançaram One Hot Minute em 1995 a fase continuava ali mas com menos intensidade.

A segunda fase começou com Californication (1999) teve um pico com By The Way (2002) e apagou com Stadium Arcadium (2006). Meu Anthony Kiedis favorito até então era o de By The Way (escutei muito esse disco).

Vieram ao Brasil algumas vezes mas nunca consegui vê-los ao vivo até esse ano.

Confesso que tinha deixado eles um pouco de lado no meu iPod, só poucas músicas nas playlists, aí escutei duas ou três músicas do album mais recente The Getaway de 2016. Gostei mas não dei muita bola até eles virem para o Rock In Rio e eu ver o show pela TV. Não sei se foi o bigodão do Anthony Kiedis, e ver que ele continua inteiraço, ou a energia da banda tocando ao vivo, mas voltei a fase RHCP. (Acho que esse Anthony Kiedis de bigode e cabelo curto é o meu novo favorito)

Me atualizei com o disco novo e o anterior (I'm with You de 2011), coloquei mais musicas deles nas playlists, fui escutar músicas de antes do Blood Sugar Sex Magik, analisei Californication, fiz uma lista dos 10 videos deles que mais gosto, fui no show deles no Lollapalooza mês passado e para terminar essa terceira fase (mas não muito) decidi ler a autobiografia do Anthony Kiedis que foi lançada em 2005 e nunca tinha lido.



No livro o Anthony Kiedis (AK para facilitar) conta sua vida desde que nasceu até 2004 que foi quando publicaram esse livro. É daqueles livros que dá para escutar a voz dele contando tudo que está acontecendo, ele é muito eloquente, e parei de ler algumas vezes para escutar as músicas.

AK faz uma auto análise muito interessante da sua pessoa nesse livro. Ele é arrogante, mimado, controlador, egoísta, se acha no direito de muitas coisas, imaturo emocionalmente, engana e mente (viciados em drogas fazem isso) e reconhece e assume todas essas facetas. Inclusive diz que muitas coisas que fez nunca pensou nas consequências para as outras pessoas porque a consequência para ele é que sempre conseguia o que queria.

(Mas também é um querido e carinhoso.)

O título do livro vem da música de mesmo nome do album Californication e na introdução ele escreve: "...the story of a kid who was born in Grand Rapids, Michigan, migrated to Hollywood and found more than he could handle at the end of the rainbow. This is my story, scar tissue and all."

As cicatrizes estão todas nas páginas.

Algumas partes desse livro mereceram olhos revirados e outras achei um pouco fantasiosas, mas a maior parte é muito boa. A seguir as partes que gostei muito.

-> O livro é basicamente sobre as drogas e a vida dele de viciado. A primeira página já é com ele relatando uma saidinha com seu traficante mexicano Mario para depois começar a contar a história dos pais.

Poucos relatos sobre drogas e a vida com vício são tão sinceros e detalhados como nesse livro. AK começou novo no mundo das drogas, seu pai era traficante e ele usou e abusou de tudo que tinha disponível por aí, especialmente cocaína e heroína. E, olha, não foram poucas drogas e ele fazia de tudo para consegui-las. AK conseguiu se manter sóbrio por 5 anos depois da primeira rehab séria que fez, mas teve inúmeras recaídas e outras tantas tentativas de se reabilitar (até conseguir em 2000 e acredito que continua sóbrio até hoje)

Só vou dizer que AK é um cara de muita sorte na vida (para tudo, desde carreira até vida de drogado). Um exemplo: ele teve um acidente de carro no meio do nada no Michigan e a única pessoa que escutou o acidente era um paramédico que morava perto e estava com a ambulancia na garagem. Nesse acidente ele quebrou alguns ossos do rosto.

Escutar Under The Bridge e Snow (e algumas outras músicas) depois de ler esse livro é uma outra experiência.

-> Esse livro contém toda história da banda Red Hot Chili Peppers até 2004. No meio da sua história com as drogas AK conta como a banda se formou, como começaram a compor as músicas, como faziam os primeiros shows, como foi o primeiro contrato para um disco, as várias formações da banda, os grandes shows, os amigos de outras bandas, etc. O processo deles de fazer músicas é muito interessante, inclusive a mistura de sons. Eles tem um som ótimo que é bem característico.

O RHCP apesar da imagem de maluquinhos é uma banda muito profissional. Foram de delinquentes (roubavam casas e tudo) para estrelas do rock n' roll. A música é o mais importante para essa banda, então quando estão juntos, seja fazendo discos ou shows, é quando estão no seu melhor. E eles são uma banda que gosta de fazer shows. Não é a toa que estão aí há 35 anos e continuam tocando com muita energia.

Quando gravaram Blood Sugar Sex Magik e fizeram o tour AK estava totalmente sóbrio. Aliás, quando fazia shows raramente estava drogado, ele deixava essa atividade para os intervalos e férias.

Depois de ler esse livro: Flea é um fofo, Chad é melhor pessoa, Frusciante é outro cheio de problemas mas é um talento nato, Dave Navarro sóbrio é bacana, e Hillel morreu cedo demais.

-> O relacionamento dele com o pai é curioso. AK foi morar com o pai na California aos 12 anos. O pai era um traficante que inclusive usava o AK em algumas de suas operações, e vivia aquela vida de Hollywood anos 1970. O pai só deixou de traficar drogas quando foi preso e decidiu se dedicar a ser ator. AK vivia num caos e ainda assim conseguia frequentar a escola e ter boas notas (mas também se drogava no meio tempo). Lendo o livro a gente vê que esse pai não tinha o menor cuidado com essa criança, mas AK adorava seu pai e seu relato é quase romântico no sentido que seu pai era seu herói. (E isso explica muito da personalidade dele)

-> Foi nesse livro que descobri que Eddie Vedder fazia parte de uma banda cover do Red Hot Chili Peppers e imitava Anthony Kiedis. (Taí uma coisa que eu gostaria de ter visto)

-> Eu já sabia que AK e Kurt Cobain eram amigos, mas nesse livro tem uma pequena declaração de amor para Kurt. (e fez uma música para Kurt Cobain chamada Tearjerker além de citá-lo em Californication)

-> Alguns relatos da vida amorosa dele são interessantes, outros nem tanto e estão ali só para fazer número (e dar uma certa vergonha alheia), mas os que importam são os que também fazem parte da trajetória dele no vício.

-> A história de como eles se apresentaram só com meias cobrindo as partes íntimas, que virou quase uma marca registrada da banda, é hilária. "We already had been playing shirtless and we realized the power and beauty of nudity onstage".

-> Momento inusitado. AK viajava bastante (com e sem a banda) e fez um trekking hard core na selva no Borneo e voltou de lá com dengue.

-> Um momento fofo foi quando a banda se fantasiou de Spice Girls para o aniversário de 10 anos da filha do Flea. AK era Posh Spice, Flea era Baby Spice, Frusciante a Sporty Spice e o baterista Scary Spice. Quando as meninas viram que eram homens vestidos de mulheres soltaram um EWWWW coletivo mas curtiram o show.

-> A Nina Hagen aparece um bocado nesse livro. Ela disse para eles bem no início que a banda seria grande, depois ela disse que mesmo que o mundo tivesse esquecido dela ela sempre seria bem vinda no Brasil como se fosse um dos Beatles (e tem 2 páginas do AK elogiando nosso país e os fãs brasileiros), e uma conversa com ela inspirou o grande hit Give It Away.

-> Ele fala de poucas músicas, mas depois de ler o livro é só escutar as músicas que muitas se explicam, inclusive algumas mais recentes como Dark Necessities.

Gostei muito de ler esse livro e ainda fiquei curiosa para saber o resto da história, de 2004 até hoje. De lá para cá John Frusciante saiu outra vez da banda e o Josh Klinghoffer assumiu a guitarra, a industria da música é outra, Anthony Kiedis teve um filho em 2007 e isso provavelmente mudou algumas coisas, ou não. Quando vejo as entrevistas recentes do AK o acho muito equilibrado e simpático (insira emoji com coração nos olhos).

Antes de ler essa autobiografia do Anthony Kiedis li um livro de entrevistas do jornalista Neil Strauss chamado Everybody Loves You When You're Dead, e em português ficou Fama E Loucura (tradução tenebrosa). Nesse livro o Neil Strauss entrevista o Flea sobre eles ainda fazerem tantos shows, mas antes dá uma definição da banda para os dias de hoje:

"When a band of hard-touring, hard-partying delinquents grows up, gets sober, starts families and finds spirituality, as in the case of the Red Hot Chili Peppers and its bassist Flea, something unexpected starts to happen: The rock and roll dream turns into a job - with very long hours."

Mas, apesar das longas horas, eles fazem esse trabalho com o maior prazer e a gente agradece.

Um beijo Anthony Kiedis. Até a próxima fase. 

10.4.18

+ Filmes

Um Lugar Silencioso

Um filme tenso do começo ao fim. Num futuro próximo teve um acontecimento (que não é mostrado) em que criaturas invadiram a terra. Essas criaturas caçam baseadas em sons então os humanos e bichos não podem fazer um barulhinho se querem sobreviver. E as criaturas são precisas nos ataques, espirrou morreu. Não dá nem tempo de fugir.

O filme começa em 90 dias do acontecimento e já podemos ver a situação do lugar em que mora essa família e como eles estão se adaptando a situação.

O silêncio é um ótimo elemento de tensão. Claro que tem uma leve trilha sonora, mas o fato de que qualquer barulho (eles até usam linguagem dos sinais para se comunicar) pode ser fatal deixa até a gente no cinema com medo de abrir uma bala ou mastigar a pipoca.

Achei esse filme ótimo, e no cinema ainda é melhor porque a tensão é geral.

A Tia Helô não conseguiria ficar tanto tempo quieta, 618 "Ai, Jesus!" para tanto dedinho na frente da boca fazendo shhhhhh.


Jogador Número Um

Um filme do Steven Spielberg para adolescentes cheio de referências a jogos, filmes e outras coisas da década de 1980 (e algumas dos anos 1990).

Num futuro distópico as pessoas são viciadas em um mundo virtual chamado Oasis. No mundo real as coisas são caóticas, o garoto (Wade/Parzival) mora numa espécie de favela formada por trailers colocados um em cima dos outros, mas basta colocar aqueles óculos de realidade virtual que tudo bem.

O criador do jogo faleceu mas deixou uma gincana para os jogadores que consiste em encontrar 3 chaves escondidas no jogo. Quem encontrar as 3 chaves herdará o jogo (e todo dinheiro e poder que vem junto).

Acontece que como tem uns 5 anos que essa disputa está rolando e tem empresas interessadas em manter seu status, na gincana tem jogadores profissionais com verdadeiros staffs de nerds e geeks para ajudá-los.

Wade/Parzival (Parzival é o nome do avatar dele) e seus amigos também estão nessa gincana e Wade é do tipo de fã do criador do jogo que sabe de tudo. Em uma das corridas ele conhece a Art3mis (avatar da Samantha) e ela se junta ao grupo dele.

Com a inspiração da Art3mis, o Parzival consegue achar a primeira chave e vira celebridade. Daí pra frente são eles buscando as outras duas chaves num mundo com mais referências do que uma pessoa pode notar vendo esse filme só uma vez.

A cena da corrida de carros pela cidade com o King Kong e o T-Rex é sensacional. Parece mesmo que estamos dentro de um jogo.

Só fiquei na dúvida para quem é esse filme, porque os adolescentes de hoje provavelmente não conhecem muitas das referências do filme (as músicas então...) e quem viveu a época (eu) e reconhece tudo não acha a trama teen muito interessante.

Mas é um filme bacana, bem feito. Gostei da trilha sonora.

A Tia Helô iria achar tudo absurdo, 715 "Ai, Jesus!" para aqueles óculos ridículos de realidade virtual.