18.7.15

Enquanto isso em Toronto...

O Pan Americano começou semana passada em Toronto. É uma competição que faz um aquecimento para as olimpíadas, pelo menos para o pessoal aqui das Américas.

A abertura foi boa, nada de especial, como não sou fã do Cirque du Soleil só curti mesmo a parte do nativo canadense dançando. Então vamos ao que aconteceu nessa primeira semana.

Começou com os saltos ornamentais que é sempre bonito, até quando erram. As brasileiras ganharam uma medalha de prata no salto sincronizado.

Depois foi a ginástica artística. O Brasil veio com o time A, inclusive com o Artur Zanetti e a eterna Daniele Hypolito, mas quem fez sucesso mesmo foi a Flávia que levou medalha de bronze no individual geral e com o grupo. Gostei de ver que o time masculino que era quase inexistente há alguns anos melhorou muito. Claro que o Zanetti ficou com o ouro das argolas, ele lacra esse aparelho.



O Judô como sempre distribui medalhas. A canoagem fez a parte dela e também teve um bocado de medalhas.

A tv não mostrou o Marcel Sturmer ganhando a medalha de ouro na patinação artística, mas eu gostaria de ter visto.

O time importado de polo aquático ficou com o bronze.

Meu amigo Julio Almeida ganhou ouro no tiro. Well done!

A natação foi uma festa de medalhas e gostei muito de ver que tem uma nova geração vindo aí, inclusive com mais mulheres e com chances reais nas Olimpíadas. Finalmente.

etiene medeiros

(um parenteses para os árbitros da natação: que confusão.)

O Pan Americano não é um termômetro para a Olimpíada já que os times e competidores mais fortes geralmente não participam porque os mundiais que valem vaga no Rio 2016 estão todos acontecendo simultaneamente (os EUA mandam para Toronto a equipe C da natação e da ginástica, o Brasil mandou do time B do vôlei de quadra, e no vôlei de praia não foi a dupla mais forte, etc), mas vale a pena acompanhar.

Ainda tem uma semana: tem atletismo e a vela deve trazer um bocado de medalhas.

17.7.15

+ Filmes

Homem-Formiga

Então temos mais um filme da Marvel para adicionar as peças de quebra-cabeças que vão formar algum tipo de filme com a reunião de todos os super heróis no futuro.

Quem é o Homem-Formiga?? Confesso que eu também não sabia do que se tratava e pelo nome não pode ser um herói tão importante assim né? Mas parece que me enganei.

É um filme comédia sobre roubo que tem um herói, muitas referências aos Vingadores e outros heróis da Marvel (inclusive a querida Agent Carter). O Michael Douglas faz o Dr. Hank Pym um cientista que inventou uma espécie de uniforme com uma substância que faz com que seu usuário diminua de tamanho. Acontece que, como sempre, querem usar essas descobertas para o mal (leia-se uso militar) e o Dr. Pym decidiu esconder seu traje e sua fórmula secreta.

O Paul Rudd (todos querem ser amigos dele) faz o Scott Lang, um ladrão com mestrado em engenharia elétrica que acabou de sair da prisão e não consegue um emprego. Uma oportunidade é oferecida ao Scott por seu amigo, o hilário Luis (Michael Peña no melhor papel evah), para roubarem um cofre da casa de um coroa....que vem a ser o Dr. Pym.

E o que o Scott encontra no cofre? Ta-dá! O traje mágico.

Daí apra frente o Scott se une ao Dr. Pym e a filha dele (a Kate de Lost) para impedir que um outro cientista loka consiga reproduzir a fórmula que encolhe gente.

O filme é muito divertido! O Paul Rudd acertou com o espertalhão cheio de carisma que é o Scott Lang e até o vilão é bom.

E claro que tem 2 cenas pós-créditos. Sim, tem que esperar todas as letrinhas passarem e vale a pena.

A Tia Helô ia ficar horrorizada com esse negócio de falar com formigas. 293 "Ai, Jesus!" para o Homem Formiga.


What We Do In The Shadows

Esse filme é um documentário falso (mockumentary) sobre um grupo de vampiros que dividem uma casa em Wellington, Nova Zelândia.

É do mesmo pessoal de Flight of The Conchords, inclusive o Jemaine Clement faz um dos vampiros (o ótimo Vladislav), ou seja, risadas garantidas.

Os quatro vampiros: Vladislav, Viago, Deacon e Petyr vivem juntos e tem que dividir as tarefas de casa (menos o Petyr que tem 8000 anos e não se dá ao trabalho de nada) que decidem em reuniões na mesa da cozinha. Eles saem na noite neo zelandesa tentando ser convidados a entrar nos night clubs (são vampiros né).

(Deve ser difícil para vampiros viverem na noite da Nova Zelândia, tudo lá fecha cedo, tem lugar que fecha na hora que os vampiros devem acordar.)

O Deacon tem uma seguidora que limpa a casa (mal) e arranja pessoas para eles matarem. Nesse meio tempo aparece o Nick que consegue fugir mas o Petyr o transforma em vampiro, então temos um vampiro novo na área.

Nick traz seu amigo Stu, um fofo que todos adoram e concordam em não matá-lo e mantê-lo humano.

E aí eles continuam mostrando suas vidas para os documentaristas até chegar o dia da grande festa dos vampiros, bruxas e zumbis.

É um nonsense ótimo! Dei muita risada.

Nem preciso dizer que a Tia Helo iria assistir esse filme com um crucifixo na mão e alho na boca. 729 "Ai, Jesus!" para os vampiros.


4.7.15

Analisando a música: Tompkins Square Park (Mumford & Sons)

Semana passada o iPod mandou uma música no meio da caminhada e curti demais. Como meu iPod está com um pequeno defeito (só liga na tomada e depois que a tela escurece a música continua tocando mas não vejo nada) não sabia de quem era. Tentei um na na na, la la la, no Soundhound mas não deu certo.

(Como já disse aqui uma vez eu coloco músicas no iPod para escutar depois e acabo esquecendo até o modo shuffle me lembrar que existem)

Hoje tocou outra vez quando estava pulando corda e consegui lembrar um pedaço da letra. Ufa! Fui pesquisar e era Tompkins Square Park do Mumford & Sons.

Como assim não reconheci uma música do Mumford & Sons? Eles tem um som tão característico (um folk indie) e o vocalista tem uma voz bem reconhecível. Inclusive já analisei uma música deles aqui no bog: Roll Away Your Stone.

Em 2012 eles lançaram o segundo album, Babel, e foi um sucesso, ganhou grammy e tudo. O album é muito bom mesmo.

Aí acho que eles decidiram experimentar e saíram da zona de conforto, abandonaram os banjos, o contra-baixo acústico, pegaram guitarras e foram numa direção mais indie urbana e lançaram em maio desse ano o Wilder Mind. Acho ótimo quando bandas experimentam outros sons, pode dar certo ou não mas é sempre interessante.

As músicas de trabalho do album são Believe e Wolf (o album é muito bom), mas Tompkins Square Park é a minha preferida.

Nunca ia adivinhar que uma música com uma batida metrônomica e riff de guitarra seria deles. Exatamente por isso Tompkins Square Park é ótima para uma corridinha, pular corda e andar balançando a cabeça.

E o que diz a letra? Vamos analisar.

Tompkins Square Park fica no East Village em NYC. É um parque local do bairro. Não fui lá da última vez que estive em NYC, mas na próxima irei. A banda gravou esse album no Brooklyn e acho que vendaram os olhos, apontaram para um mapa da cidade, o dedinho caiu no Tompkins Square Park e colocaram na letra. Antes da renovação do bairro parece que esse lugar era dos beatnicks, alguns homeless, e foi palco de revoltas, mas agora é onde os hipsters levam seus cachorros para passear.

Parece que essa foi uma das últimas músicas a ser incluída no album mas é a de abertura.

Oh Babe, meet me in Tompkins Square Park
I wanna hold you in the dark
One last time
Just one last time

Acho que temos uma letra sobre fim de relacionamento, um assunto que rende ótimas músicas. Todos adoram uma boa dor de cotovelo.
Então ele começa chamando a Babe (que pode ser carinhoso ou genérico, você escolhe) para um encontro no parque e diz que quer abraçá-la no escuro (oi? medinho.) Uma última vez. Amigo, tem que ser no escuro? Depois que o parque fecha?
Mas vou usar minha veia romântica e dizer que é um encontro arriscado, cheio de emoção. Talvez o parque seja um lugar com algum significado para eles. Ou como disse o Arctic Monkeys "as noites foram feitas para falar coisas que não consegue dizer no dia seguinte".

And oh, babe, can you tell what's on my tongue?
Can you guess that I'll be gone?
With the twilight
With the twilight

Aí ele pergunta: "você sabe o que vou dizer?" e emenda com um "você adivinha que vou embora?" Ou seja, ele vai dar um fora nela, mas não antes do crepúsculo. Vamos ver se entendi: esse relacionamento está capenga mas ele quer tirar uma casquinha antes do fim?

But no flame burns forever, oh no
You and I both know this all too well
And most don't even last the night
No they don't, they say they don't

"Nenhuma chama arde para sempre, nós sabemos disso, e algumas não duram mais do que uma noite." Acho que ambos estão acostumados a relacionamentos modernos, de one night stands, e dispostos a deixar essa chama apagar. Os outros dizem que não acreditam (ou não conhecem) um amor/paixão que dure mais do que uma noite.

Oh, babe, I've never been so lost
I wanna hear you lie
One last time
Just one last time

Ele diz que nunca esteve tão perdido. Será que se apaixonou e não está sabendo lidar com isso? Quem nunca? "Quero escutar você mentir uma última vez", que mentira é essa? Talvez ela tenha dito a ele que o ama, ele não acredita, mas quer escutar mais uma vez. Ou quer que ela diga que vai ficar com ele uma última vez. (Como diz o Hozier, "vou te adorar como um cachorro no santuário das suas mentiras")

But, oh babe, I really wish you would not cry
I only ever told you one lie
When it could have been a thousand
It might as well have been a thousand

Mas ele também mentiu, e pelo jeito não foi pouca coisa já que mil mentiras poderiam substituir. Dr. House já dizia: "Everybody lies."

But no flame burns forever, oh no
You and I both know this all too well
And most don't even last the night
No they don't, they say they don't

E a chama apagando...

And we can talk it round again girl
Round and round, round and round again
Or we could leave it all tonight
Leave it all just leave it all

Ele sugere que podem ficar num eterno loop nessa DR ou deixar para lá e aproveitar a noite. Ou deixar para lá para sempre. Acho que ele não quer acabar esse namoro/fica/amizade colorida/whatever.

I never tried to trick you babe
I just tried to work it out
But I was swallowed up by doubt
If only things were black and white
'Cause I just want to hold you tight
Without holding back my mind
Without holding back my mind

Ele diz que nunca quis enganá-la, que tentou tudo para que a relação funcionasse mas que foi consumido pela dúvida. Uma geração de pessoas inseguras. "Gostaria que as coisas fossem preto e branco." Assim seria mais fácil mesmo, mas a área cinza é grande. Relacionamentos são complicados. Ele só quer abraçá-la forte sem ter que que pensar muito (sem ter que segurar o que sente). No escuro do parque.

But no flame burns forever, oh no
You and I both know this all too well
And most don't even last the night
No they don't, they say they don't

Ai, gente, não deixa a chama apagar, já que começou o fogo coloca uma lenha aí para manter a chama acesa.


Acho essa banda muito simpática.





3.7.15

+ Filmes

Filmes onde o tema é: humanos criam coisas para sua destruição.

Jurassic World

O filme dos dinossauros não tem muito mistério: é pura diversão. É muito parecido com o primeiro filme, tem todos os cliches e isso é ótimo, afinal vamos par ao cinema para ver os dinos sendo dinos.

Vinte anos depois dos acontecimentos do primeiro filme a galera do Jurassic Park finalmente conseguiu criar a sua Disney com Dinossauros e abriu as portas para público e se tornou um destino popular.

Acontece que as pessoas querem dinossauros diferentes e o T-Rex já não é emoção suficiente, então o laboratório cria um ultimate dinossauro que tem um pouco de todos os outros.

Nesse meio tempo temos o Chris Pratt (lindo) que é uma espécie de treinador de dinos especializado em velociraptors (aqueles que aterrorizaram no primeiro filme) e é contra essa coisa de criar novos dinos. Na hora do pega pra capar é ele que chamam.

Então temos: Chris Pratt, duas crianças se metendo em confusões, a tia deles tentando manter o parque aberto (e a roupa limpa) e salvar as crianças (enquanto corre o tempo todo de salto alto) e os dinossauros arrasando tudo (nos dois sentidos).

Eu gostei, até tomei susto. A Tia Helo ia achar que os dinos deveriam ter ficado lá de onde vieram. 532 "Ai Jesus!" para o Indominus Rex.


O Exterminador do Futuro: Genesis

Já esse filme não me convenceu muito, mas foi divertido. É um pouco confuso entender a linha do tempo depois de tanto vai e volta em todos esses filmes do Exterminador. O Arnold Schwarzenegger está lá fazendo o papel dele mas dessa vez ele veio embutido com umas piadinhas muito sem graça (e um sorriso natural para lá de bizarro).

Não vou nem tentar fazer um recap dos outros filmes porque só ia me deixar mais confusa, então vamos ao que acontece nesse filme.

O John Connor do futuro consegue entrar na Skynet na hora que estão mandando o Exterminador para 1984 para matar sua mãe, Sarah Connor, e aí ele consegue mandar o Kyle Reese em seguida (é como se estivessem explicando o que aconteceu no primeiro filme). Acontece que o Kyle Reese chega em 1984 com um bocado de lembranças novas e já é perseguido pelo T1000 (o Exterminador de metal líquido que só aparece no segundo filme). Wait, what?

Aí o Exterminador T800 (Schwarza) está lá tentando arrancar a roupa dos punks (igual no primeiro filme) e surge um outro T800 grisalho para acabar com ele com a ajuda da Sarah Connor novinha. Wait, what? (2)

Então descobrimos que alguém mandou esse T800 para 1973 quando a Sarah era criança e foi perseguida por outro T1000 que matou os pais dela. Sarah foi criada pelo T800. Dorme com essa James Cameron.

Bem, o Kyle Reese por sua vez está tão perdido quanto a gente, mas ele segue os dois por muitas confusões, tiros, explosões, muitas cenas tiradas do primeiro filme do Superman, e um novo tipo de Exterminador (sim, porque a Skynet nunca vai ser destruída tolinhos).

O Kyle Reese desse filme não tinha aquela urgência e desespero do cara do primeiro filme (vai ver foi o ator que não entendeu o briefing) e tentava ser engraçado. Não, apenas não. O T800 coroa é menos robótico do que deveria ser, mas vai ver esses anos todos com humanos ele aprendeu a ter um gingado. Velho, mas não obsoleto.

Não vejam o trailer porque tem um spoiler que tira um pouco da surpresa do filme.

A Tia Helo iria ficar tonta com tantas mudanças de datas, 629 "Ai, Jesus!" para o Schwarza e todas as suas versões de Exterminador. I'll be back. Really?


Ex Machina

Esse é um filme mais intimista sobre inteligência artificial, mas que não deixa de ser um pouco assustador.

O Caleb  (Domhnall Gleeson) é escolhido pelo Nathan (Oscar Isaac - ótimo), um mega-multi-uber bilionário e dono de uma empresa high tech, para um experimento. O ruivinho então entra num helicoptero e vai parar num lugar muito remoto onde fica a casa do Nathan.

O Nathan é um daqueles caras que fica isolado, bebe sozinho e no dia seguinte fica tomando suco verde e malhando para desintoxicar. Ele coloca o Caleb num quarto sem janelas e diz que ele está ali para testar sua mais nova invenção na área de inteligencia artificial.

Caleb conhece Ava (Alicia Vikander), a robô que sabe que é robô mas também quer experiências humanas. Eles papeam e filosofam através de um vidro e é tudo filmado pelo Nathan.

Por favor parem de criar robôs. (E virus que os macacos são resistentes)

É um filme lento, mas eu gostei. A Tia Helo ia curtir os vestidinhos da Ava, mas diria uns 329 "Ai, Jesus!" para o Nathan.