31.12.16

Vem 2017!

Todo ano tem seus momentos bons e ruins, mas 2016 foi um ano difícil para o Mundo. Muitas coisas aconteceram, claro que algumas boas mas a sensação é que as não tão boas foram em maior número. Houve discórdia, violência, e daqui para frente muita coisa vai ser diferente.

Foi um ano em que muitas celebridades queridas faleceram. No início do ano foi logo o genial David Bowie, no meio foi o Prince e agora no finalzinho foi o George Michael. Esses três rendem ótimas teses sobre imagem e música.

E também lá foi Carrie Fisher, a Princesa Leia, a melhor princesa de todos os tempos ever, para uma galáxia far far away.

Pessoalmente foi um ano bom. Teve Olimpiadas no Rio de Janeiro e eu aproveitei muito.

Depois de 2 anos só indo para o Rio, fiz viagens ótimas para lugares diferentes: NYC e Philadelphia, Praias Nordestinas e Alemanha.

Foi o ano que o Snapchat me pegou e agora é minha rede social favorita (mais ainda tchiamo Twitter!). Beijo no ombro para o Instagram Stories.

Finalmente fizeram uma ciclovia na Beira Mar de Fortaleza e agora posso pedalar tranquilamente para todo lado.

Então que venha 2017, não sei se estamos prontos mas como vem de qualquer jeito vamos aproveitar.

Feliz Ano Novo!


29.12.16

Momento TOC Livros (10)

Esse ano li pouco. Muito pouco. Só 12 livros, não é nem metade da meta que estabeleci ano passado (25 livros). Para o ano que vem não tenho meta e vamos ver quantos livros lerei.

Vou culpar a Netflix e as Olimpíadas pela pouca leitura em 2016 e não se fala mais nisso.

Mais da metade dos livros li em inglês, os títulos e capas me chamam mais a atenção, mas quase todos tem tradução para o português. Então para o ano que vem tentarei ler mais autores nacionais.

Li pouco mas metade desses livros tem mais de 500 páginas. Just saying.

Vamos aos livros de 2016.

- Attemping Normal - Marc Maron. Esse é um livro de histórias de vida do Marc Maron, que é um comediante americano. Ele abraça o lado loser da sua personalidade, faz uma autoanálise eficiente e é engraçado.

- Love Letters To The Dead - Ava Dellaira. É um livro teen. A Laurel recebe como dever de casa escrever uma carta para uma pessoa morta e ela começa pelo Kurt Cobain (foi isso que me pegou na sinopse). Acontece que é bem menos interessante do que parece. Ela escreve cartas para outras pessoas mortas mas só para contar sua própria vida (bobinha) e trauma depois que a irmã morreu num acidente.

- Calcinhas no Espaço - Carlos Cardoso. O Cardoso é uma celebridade do twitter e nesse livro ele conta histórias verídicas de pessoas que são pouco conhecidas, empresas que fizeram diferença mas poucas pessoas sabem, ou até fatos que foram mais comentados no Equador so que nos USA onde aconteceram. Inclusive o capítulo que conta a história que dá título ao livro é muito interessante. Assuntos polêmicos contados com humor. Tem um conto fictício. É de graça.

- A Little Life - Hanya Yanaghara. Esse foi o livro mais deprimente que li, ever. É muito bem escrito e falei dele nesse post.

- A Amiga Genial, História do Novo Sobrenome e História de Quem Foge e de Quem Fica - Elena Ferrante. Li três dos quatro livros dessa história sobre Lenu e Lila, BFFs que moram em Nápoles. O quarto livro só sai em português ano que vem. Confesso que tenho pouca paciência para os dramas italianos e muitas vezes acho a personagem principal, e narradora da história, Lenu, chatérrima (a Lila também não fica muito atrás), mas tem passagens muito bem escritas e a história se desenvolve bem. A primeira metade do primeiro livro beira o insuportável de tão chata (é sobre a infância delas nos anos 50), quase desisti, mas a segunda metade (elas já adolescentes) manteve meu interesse. O segundo livro é o melhor, muito bem escrito, tem duas passagens que valem a leitura. O terceiro livro é ok, mas não me deixou tão curiosa assim para ler o quarto. Inclusive, se alguém já leu e quiser me contar o que acontece, agradeço.

- Fates and Furies - Lauren Groff. Esse livro é sobre o casamento de Lotto e Mathilde. A primeira metade é toda contada na visão dele e a segunda metade do ponto de vista dela (e é beeeem mais interessante). É quase como Gone Girl mas sem psicopatas e a leitura da primeira metade é menos fluída. Se conseguir chegar na segunda metade vale a pena.

- Here I Am - Jonathan Safran Foer. Gosto muito do Jonathan Safran Foer, sempre leio os livros dele e comprei esse assim que saiu. O livro é sobre uma família judia que mora em Washington DC. Pai, mãe, três filhos, avós, cachorro e a dinâmica da família. É bem escrito, uma narrativa boa, e interessante até 2/3 do livro, aí no final a coisa meio que desanda, mas antes disso é muito bom.

- My Name is Lucy Barton - Elizabeth Strout. A Lucy Barton opera o apêndice e em decorrência da cirurgia ela tem algumas complicações que a mantém no hospital por mais tempo. Sua mãe, que ela não fala há anos, vem ficar com ela aí temos toda a história da Lucy contada, afinal ela é uma escritora. É um livro bom de ler.

- The Perpetual Astonishment of Jonathon Fairfax - Christopher Shevlin. Esse livro é uma comédia-thriller sobre uns documentos que são roubados de um político influente. Tem assassinato, perseguição, detetives particulares e um vendedor da Harrods. Tem até romance. Achei esse livro divertido e nada melhor do que humor inglês, especialmente depois de ter lido o drama excessivo das italianas de Nápoles.

- Moonglow - Michael Chabon - Nesse livro Michael Chabon conta a história de seu avô, e de sua família por tabela. Em 1990 ele foi até a casa de sua mãe na California visitar o avô que já estava doente e com a lingua solta louco para contar todos os babados da família. Claro que é uma versão romanceada e provavelmente muita coisa é inventada mas isso não interessa, é uma ótima leitura. O avô do Michael Chabon até que teve uma vida interessante mas os melhores capítulos são os que envolvem a avó.



Momento TOC Livros de anos anteriores:  
(1)(2), (3)(4), (5)(6), (7), (8) e (9)

16.12.16

Rogue One

(Um post sem spoilers)

Contei minha saga com o universo Star Wars nesse post sobre O Despertar da Força.

Rogue One é a história de como os rebeldes conseguiram os planos da Estrela da Morte que o Luke Skywalker destrói em Star Wars -A New Hope, que é o primeiro filme de todos, lá de 1977, mas que na ordem de todos os filmes seguindo a história cronologicamente é o filme 4.

Eu diria que Rogue One é o filme 3,9, porque na timeline da galáxia far far away Rogue One está bem pertinho (mas muito perto mesmo) de A New Hope. Eu diria que Rogue One trouxe mais sentido para A New Hope.

a ordem cronológica da história

Tudo nesse filme é bom.

Em Rogue One conhecemos Jyn e seu pai, Galen, no dia que o Krennic (diretor do Império, whatever that means, mas ele é patente alta) chega para levar o engenheiro para construir uma arma para o Império.

Jyn criança consegue se esconder, é encontrada por um dos rebeldes originais e cresce na clandestinidade. Quando a vemos outra vez, muitos anos depois, ela está presa.

Ela é liberada pela galera da rebelião porque eles sabem que um piloto do Império se rebelou e tem umas informações importantes sobre a tal arma.

Jyn se junta ao Cassian (um espião rebelde) e ao sensacional andróide K-2SO.

*Pausa para dizer que eu gostaria muito de ver um filme estrelado só pelos andróides: BB-8, R2D2, C3PO e K-2SO.*

Eles (e nós) ficam sabendo que a tal arma é a Estrela da Morte e existem uns planos escondidos num outro planeta que contém informação de como destruí-la.

E aí é um espetáculo de naves, lasers, Stormtroopers, rebeldes, um ninja quase jedi e muita emoção até esses planos chegarem onde tem que chegar.

Muitos momentos OMG!

Conseguiram fazer um filme com efeitos especiais modernos mas que casa muito bem com os filmes mais antigos.

Esse filme acabou de entrar na minha lista como o segundo melhor filme de Star Wars. O primeiro ainda é O Império Contra-Ataca (o segundo filme, de 1980, mas na ordem cronológica da história é o 5).

Só sei que se lançarem um filme Star Wars por ano e for que nem esse está bom demais!

A Tia Helô ia ficar com pena dos Stormtroopers (assim como eu, porque depois de ver O Despertar da Força a gente fica mais sensibilizada com a vida dos Stormtroopers). 514 "Ai, Jesus!" para os rebeldes de Rogue One.

12.12.16

Analisando a música: Masters of War (Bob Dylan)

Bob Dylan ganhou o Prêmio Nobel de Literatura esse ano. Premiação mais do que justa para esse poeta moderno.

Teve gente que reclamou porque ele não é escritor. Como não? Poesia não é literatura? E música não é poesia cantada? Ok, nem toda música tem letras poéticas mas as do Bob Dylan sim. Aliás o Bob Dylan mais declama suas músicas do que propriamente canta.

Bob Dylan surgiu na cena musical na década de 1960, e ele começou bem jovem. No meio do furor do rock n' roll (Beatles e tal) com músicas dançantes de refrões pegajosos (mas que a maioria era sobre amor ou dor de cotovelo), Bob Dylan quis escrever músicas sobre temas mais sérios e foi para o folk.

(Só queria dizer que dor de cotovelo é uma coisa muito séria para muitas pessoas. Né, Adele?)

O folk é um gênero mais voz e violão, músicas com letras melancólicas, realistas, sentimentos profundos, in your face.

Um ótimo filme sobre essa época e música folk é Inside Llewyn Davis onde o Oscar Isaac (eu coração Oscar Isaac) vive uma versão loser do Bob Dylan.

O filme I'm Not There, onde Bob Dylan é interpretado por diversos atores (incluindo a Cate Blanchett) é muito bom também.

Então o Bob Dylan começou fazendo muitas músicas de protesto como Blowin' In The Wind e The Times They Are a-Changing. Ele é um compositor prolífico e muitos outros artistas gravaram suas músicas.

Gosto várias músicas mas não posso me considerar conhecedora da discografia do Bob Dylan. Na verdade só gosto das músicas dele cantadas por outros artistas. Não gosto da voz do Bob Dylan. Pronto. Falei. Poeta genial, voz horrível.

Like a Rolling Stone na versão Rolling Stones, All Along The Watchwater pelo Jimi Hendrix, Lay Lady Lay pelo Duran Duran, Mr. Tambourine Man pelo The Byrds, Knockin' on Heaven's Door pelo Guns and Roses, I Shall Be Released pela Nina Simone (The Band tem uma versão ótima também), Make You Feel My Love pela Adele (e pelo Billy Joel), Forever Young pelo Pearl Jam, Kansas City pelo Marcus Mumford, Stuck Inside Mobile pela Cat Power, Girl Form the North Country pelo Eddie Vedder (QUALQUER música cantada pelo Eddie Vedder, mas isso é outro post) - a versão dessa música do Dylan com o Johnny Cash também é ótima.

Até a versão do Caetano Veloso de Jokerman acho melhor. E não curto a voz do Caetano.

Duas músicas que gosto, mesmo com Bob Dylan cantando: Most of The Time e Things Have Changed, música que ele compôs para o filme Wonder Boys e ganhou um Oscar.

Masters of War é de 1963 e é da fase músicas de protesto do Bob Dylan. Gosto dessa música especialmente porque o Pearl Jam faz uma excelente versão. Eddie Vedder sabe dar o tom de revolta que a música merece e por isso (e porque eu sou fã do Eddie Vedder) vou analisar essa.

Essa música é uma adaptação de uma música folk tradicional chamada Nottamun Town. Bob Dylan usou a melodia e fez uma letra atualizada.

Come, you masters of war
You that built all the guns
You that built the death planes
You that built the big bombs
You that hide behind walls
You that hide behind desks
I just want you to know
I can see through your masks

Bob Dylan disse que essa é uma música pacifista, que ele fez depois do discurso do Eisenhower ao sair da Casa Branca falando de um complexo militar-industrial. Bem, sabemos que essa coisa militar-industrial é um comércio de bilhões de dinheiros, mas é tudo para a defesa do mundo. Aham, Claudia, senta lá. (Sim, desenterrei esse meme).

Então, vejo essa música como uma carta super sincera do Bob Dylan para o pessoal que adora fazer guerra mas não vai de fato ao front pegar numa arma e atirar. Se bem que hoje fazem guerra com drones.

Mas o Bob Dylan já começa dizendo que consegue ver através de todas as máscaras desse pessoal que constrói armas, bombas e se esconde atrás de paredes em escritórios.

You that never done nothing
But build to destroy
You play with my world
Like it's your little toy
You put a gun in my hands
And you hide from my eyes
And you turn and run farther
When the fast bullets fly

"Vocês não fizeram nada além de construir para destruir. Vocês brincam com o meu mundo como se fosse seu brinquedinho, colocam uma arma nas minhas mãos, se escondem e são os primeiros a correr para longe quando os tiros passam voando."

Like Judas of old
You lie and deceive
A world war can be won
You want me to believe
But I see through your eyes
And I see through your brain
Like I see through the water
That runs down my drain

"Seus traidores, mentirosos, querem que eu acredite que uma guerra pode ser vencida. MAS eu vejo através dos seus olhos e seus cérebros assim como vejo através da água descendo pelo ralo".

Bob Dylan mandando ver na galera dos jogos de guerra! Bob, cuidado que eles tem armas (muitas).

You fasten the triggers
For the others to fire
Then you set back and watch
When the death count gets higher
You hide in your mansion
As young people's blood
Flows out of their bodies
And is buried in the mud

Mas o Bob Dylan sabe que são covardes. Eles apertam os gatilhos para os outros atirarem. Ficam vendo só de longe, em suas mansões, enquanto o sangue dos jovens escoa de seus corpos para a lama.

You've thrown the worst fear
That can ever be hurled
Fear to bring children
Into the world
For threatening my baby
Unborn and unnamed
You ain't worth the blood
That runs in your veins

E Bob joga na cara deles que conseguiram infligir nas pessoas o medo de não querer colocar filhos no mundo por ser um lugar perigoso. Olha, Bob, sinceramente, acho que as pessoas tem filhos de qualquer jeito, porque se realmente se preocupassem com a situação do mundo a população mundial diminuiria.
Na música o Bob já está pensando em ter filhos porque diz que estão ameaçando seu bebê que nem nasceu ainda. (Só para constar: Bob Dylan tem 6 filhos.)

How much do I know?
To talk out of turn
You might say that I'm young
You might say I'm unlearned
But there's one thing I know
Though I'm younger than you
Even Jesus would never
Forgive what you do

Aí Bob Dylan (que na época que escreveu essa música tinha uns 21 anos) diz que é novo, e que pode até ser inculto, mas ele tem certeza que Jesus nunca vai perdoar esses mestres da guerra. PAH! Nem Jesus nem ninguém.

Let me ask you one question
Is you money that good?
Will it buy you forgiveness?
Do you think that it could?
I think you will find
When your death takes its toll
All the money you made
Will never buy back your soul

"Vem cá, deixa eu te fazer uma perguntinha: O seu dinheiro é tão bom assim?? Vai te comprar perdão? Você acha que sim? Eu acho que quando a morte bater na sua porta todo esse din din não vai comprar sua alma de volta." É mestres de guerra, o diabo paga bem pela alma, mas cobra muito mais caro para vender de volta (se é que ele vende de volta).

And I hope that you die
And your death will come soon
I will follow your casket
In the pale afternoon
And I'll watch while you're lowered
Down to your deathbed
And I'll stand over your grave
'Till I'm sure that you're dead

E aí para terminar o Bob Dylan diz logo que quer que todos os mestres de guerra morram, e logo. Que ele vai seguir o caixão, vai vê-lo ser colocado a sete palmos e ainda vai ficar em cima até ter certeza que estão mortos. Eitaaaaaaa! PAH! BUFO!

E é assim que se xinga, ameaça, provoca, joga na cara e ainda diz que quer ver alguém morto de forma poética. Acho que isso vale sim um Nobel de Literatura. (Ainda mais levando em conta que o Alfred Nobel que criou os prêmios é o mesmo que inventou a dinamite.)
Palmas para Bob Dylan.


O Pearl Jam tem algumas versões dessa música, essa é quando eles se apresentaram no programa do David Letterman. Eddie Vedder não canta a letra inteira e troca muitos I por We, troca a ordem de duas estrofes e fica ótimo.

Ninguém dá ênfase a frase "Is you money that good?"como o Eddie Vedder.



Para quem quiser, uma versão do Pearl Jam com a letra inteira, cheia de sentimento é essa ao vivo no Benaroya Hall em 2003. O video é péssimo mas o som está ótimo.



Ed Sheeran tem uma versão muito boa dessa música:




Bob Dylan cantando (mas ele não canta a letra inteira).



9.12.16

Novas séries

Westworld - Uma série sobre um parque de diversões que simula o velho oeste americano e tem robôs como anfitriões. Chamá-los de robôs é reduzi-los a simplicidade, para serem humanos falta só consciência. Oh, wait, é isso que acontece. Os anfitriões que repetem loops de suas narrativas começam a lembrar de coisas que aconteceram em outras narrativas e aí muito papo filosófico, músicas excelentes que encaixam nos personagens, cenas que deixam o telespectador confuso, muita gente pelada (afinal é HBO) e quando chega no fim só resta voltar e ver tudo outra vez. (E tem tempo para ver tudo várias vezes, afinal a segunda temporada é só em 2018)
É série para ficar filosofando com os amigos.
A trilha sonora de Westworld está disponível no Spotify e é muito boa. Exti Music (For a Film) do Radiohead ficou linda instrumental.

The Crown - a história da Rainha Elizabeth II desde seu casamento com o Príncipe Philip e os 10 primeiros anos de sua coroação. É uma série muito bem feita, valeu cada centavo que a Netflix investiu. E se não quiser ver tudo, veja o episódio da coroação, é sensacional.

This is Us - pega a caixa de lencinhos porque todo episódio dessa série é uma penca de lágrimas. É uma série sobre família, pais e filhos, irmãos, casais. Não posso contar muito porque logo no primeiro episódio tem um twist interessante. E o Milo Ventimiglia está bem demais nessa série.

Gilmore Girls - ok, essa é antiga mas a Netflix lançou 4 novos episódios contando um ano na vida de mãe, filha e avó depois que as vimos pela última vez. Eu fiz uma maratona das 7 temporadas (claro que muitos episódios em fast forward) só para chegar com tudo fresco na memória para esse revival.
Achei os 4 episódios bons: o Inverno é interessante, a Primavera trouxe os conflitos, o Verão é um pouco paradão e o Outono é o melhor. Foi bom rever os personagens, as aparições especiais, as maluquices da cidadezinha, as falas rápidas e várias referências pop. As quatro palavras do final nem me surpreenderam tanto assim mas deixou muita gente com vários sentimentos (raiva e curiosidade).

6.12.16

Analisando a música: Aqua Profunda (Courtney Barnett)

Semana passada voltei a fazer natação. Há anos não treinava os 4 estilos numa piscina e nadar é sempre um ótimo exercício.

Aí hoje estava indo para a piscina e tocou essa música da Courtney Barnett no shuffle.

Até novembro desse ano eu não sabia quem era essa cantora de Melbourne. Comprei um ingresso para um show dela junto com um show do Edward Sharpe and the Magnetic Zeros no Circo Voador sem conhecer nenhuma das duas bandas.

Até baixei o único album dela para escutar durante a corrida, mas choveu tanto no Rio que não corri. Então cheguei no Circo Voador sem conhecer uma música dela. (E, sim, eu costumo ver shows de bandas que não conheço e acho divertido)

Gostei muito do show dela, um rock básico, cru, de garagem. No palco só ela, um outro guitarrista e um baterista. E tocaram direto por pouco mais de uma hora com umas projeções maravilhosas de desenhos (que depois descobri que a própria Courtney desenha).

Voltando a natação. Só hoje reparei na letra dessa música e dei uma risada. Aqua Profunda é do primeiro (e único até agora) album da Courtney Barnett que tem o excelente título: Sometimes I Sit And Think, And Sometimes I Just Sit.

Como boa australiana, a Courtney escreveu uma música que envolve água. Vamos ver o que acontece nas águas profundas.

I saw you in the lane next to me
You were doing freestyle
Then you switched it around to a little bit of backstroke
I couldn't see you underneath
Your swimming cap, but it appeared that you had
Dark colored hair, maybe it was blonde for all I know

Essa é uma música sobre uma paquera na piscina. Quem nunca?
Ela começa contando que viu o paquerinha na raia ao lado e ele estava nadando crawl (também conhecido como: nado livre) e virou para nadar costas. É um atleta.
Ela não podia ver o que tinha embaixo da toca, se ele era moreno ou loiro. Ou ruivinho.
Acho que não foi bem a cor do cabelo o que atiçou a curiosidade, just saying.

I had goggles on
They were getting foggy
I much prefer swimming to jogging
I tried my very best to impress you
Held my breath longer than I normally do

Ela diz que estava de óculos de natação e que estavam ficando embaçados. Te entendo Courtney, é um saco óculos embaçado.
Ela diz que prefere nadar a correr. Aí já não sei se concordo. Nadar é ótimo, mas vamos combinar que depois de umas 30 voltas na piscina só olhando os azulejos fica um pouco chato. A corrida pode cansar mais no início, mas correr com vista é uma delícia.
Voltando as estratégias de paquera na piscina, ela tentou segurar o fôlego por mais tempo só para impressionar.
Adianto que essa tática não é boa. Quem é que repara se a pessoa está segurando fôlego embaixo d'água na raia do lado??

I was getting dizzy, my hair was wet and frizzy
Felt my muscles burn, I took a tumble
Turn for the worse, it's a curse
My lack of athleticism
Sunk like a stone
Like a first owners home loan
When I came to, you and your towel were gone

Claro que ela começou a ficar tonta, sentiu os músculos queimando, aí acho que tentou sair da piscina, caiu e afundou que nem uma pedra. Total falta de talento esportivo e ainda diz que é maldição. Não Courtney, é só falta de treino mesmo.

Aí alguém deve ter tirado ela da piscina e quando acordou viu que o paquera e a toalha dele tinham ido embora. Fuén, fuén, fuén..... FAIL.

Courtney, troca de piscina.



Esse video não é oficial (acho que nem tem), mas ficou muito bom!




26.11.16

AquaRio


O aquário do Rio inaugurou esse mês e fui lá conhecer.

Confesso que não sou fã de aquários. Acho um pouco claustrofóbico, tenho um pena dos peixes que tem que ficar nadando em voltas naquele espaço pequeno quando poderiam estar na imensidão do mar.


Dito isso, achei a visita do aquário muito organizada.

Comprei o ingresso online e na hora da compra você marca dia e hora. A entrada é organizada por horários, então de seu ingresso é para 10 da manhã, pode entrar entre 10 e 10:59.

No térreo tem uma bilheteria e uma lanchonete.

A visita começa no terceiro andar do prédio. São várias janelas com os peixes, crustáceos, planctons, corais, etc. Em cima de todas as janelas tem uma tela explicando o que você está vendo (em português e inglês).


Tem vários painéis interativos explicando sobre o mar (porque é azul, porque é salgado, como é a luz no mar, etc).

As crianças adoram, afinal podem ver nemos, dorys e tubarões.


Aí você vai andando pelo aquário (que não é muito grande) e chega no maior tanque que tem várias janelas enormes em volta e ainda um túnel de vidro que passa no meio. O túnel é o ponto alto da visita.


Tem uma música de fundo tocando o tempo todo, as vezes é agradável e as vezes não.

Na saída fica o gift shop, que por sinal achei uma péssima idéia colocar a loja num lugar onde só pode comprar quem visita o aquário.

Explico: para entrar e sair tem que passar pelas catracas com o ingresso e a loja fica antes da catraca de saída, ou seja se você quiser ir lá só comprar um cavalo marinho de pelúcia não pode, tem que pagar entrada também.

Falando na entrada: custa R$80 a inteira, R$60 para moradores do Rio de Janeiro ou pessoas nascidas no estado (pedem comprovante na entrada) e R$40 a meia. Para crianças com menos de 3 anos é grátis.

Achei caro, não dá para visitar várias vezes nesse preço. Eles oferecem um passaporte anual, mas aí tem que gostar muito de ver peixe em aquário.



Momento transporte público:

Para chegar no aquário, sem ser de carro (tem um estacionamento dentro do prédio), a melhor maneira é no VLT, tem uma parada na porta do AquaRio.

Para usar o VLT tem que ter o Riocard que pode ser comprado e carregado na estação do VLT ou nas estações de metrô (mas não em todas). Se você vai usar o VLT pela primeira vez e não tem o cartão, tem que comprar o cartão que custa R$3 e mais o valor da passagem R$3,80, ou seja, essa primeira volta sai por R$6,80. E é um cartão para cada pessoa, e guarda esse cartão que pode ser carregado e usado nos outros transportes (metrô, onibus, barca).

Se você já tem o cartão e está carregado é só encostar na maquina dentro do vagão.

24.11.16

Frankfurt


Frankfurt, além se ser o centro financeiro da Alemanha, é uma cidade que as pessoas geralmente passam por ela, chegando ou indo.


Fiquei curiosa para saber o que mais tinha em Frankfurt além do aeroporto movimentado.

Foi o lugar da Alemanha nessa viagem que tive o melhor tempo e também o dia mais frio.

Assim que cheguei na estação de trem e fui andando para o hotel me deparei com a Maratona de Frankfurt e tive que esperar alguns milhares de corredores passar para poder atravessar a rua.


Fiquei na parte da cidade onde fazem as feiras e é uma área cheia de prédios novos, até me lembrou Brasilia. E era bem fácil ir de lá para o centro antigo, a pé ou de transporte público.

hauptbahnhof

(aliás o transporte público na Alemanha é sensacional)


Então deixei a mala e fui ver o que tinha Frankfurt num dia de sol muito bonito.

Entre a estação de trem e o bairro onde ficam os prédios das instituições financeiras tem o bairro da luz vermelha. Esse bairro são alguns quarteirões cheios de strip bars, casas de jogo, bordéis e alguns abrigos para drogados. Infelizmente ainda se vê muitos drogados pelas ruas, usando drogas. Passei por lá uma vez, sem saber o que ia ver, e foi suficiente.


Frankfurt como quase todas as cidades alemãs foi destruída na segunda guerra e reconstruída. O centro histórico é uma praça que foi toda reconstruída igual ao que era antes da guerra: a Römerberg. Ali tem a prefeitura, a Alte Nikolaikirche (uma igreja do século 13), uma placa no chão onde começou a queima de livros do Hitler, uma fonte com uma estátua da justiça (que dizem que saía vinho nas coroações imperiais) e a catedral.

aqui queimavam livros
by night
catedral

Fui andar na beira rio, atravessei a Eisener Steg, uma ponte de pedestres, para o outro lado e voltei na Alte Brüke vendo o por do sol.


No outro dia fui até o Sachsenhausen que tinha entendido ser um bairro hipster. É um lugar com mais locais, muitos cafés e restaurantes e duas ou três ruas com muitos lugares para beber o apfelwein (o vinho de maça com gosto de vinagre).


Acontece que fui pela manhã e não tinha nada, mas voltei a noite para comer num restaurante típico alemão e beber o tal vinho.

Passei pela rua de compras, a Zeil. É uma rua de pedestres e todas as lojas estão ali. Tem um shopping chamado My Zeil que é mais interessante pela arquitetura do que pelas lojas dentro. Tem uma escada rolante que vai do térreo até o último andar, achoque foi a escada rolante mais longa que andei na vida (e já fui no metrô de Moscou). Mais na frente tem a Goethestrasse que é a rua das lojas caras.


Falando em Goethe, Frankfurt é a cidade natal do poeta alemão e tem uma casa museu dele.

casa do goethe

Frankfurt tem vários museus, de todo tipo para todos os gostos. Fui no Museu do Filme que era bem pequeno mas eficiente.


É uma cidade cheia de obras, a sensação que tive é que estava sempre num canteiro e o skyline da cidade cheio de gruas.

beira rio

A cidade tem outros bairros que não conheci mas quem sabe da próxima vez.

23.11.16

Düsseldorf


Düsseldorf é uma cidade que mistura bem o antigo e o moderno.

No dia que cheguei comecei andando pela bonita Königsallee, uma avenida com um canal no meio rodeado de árvores. Parece (e devia ser) uma promenade do fim do século 19 só que com lojas modernas em ambos os lados. E muitas bicicletas.


No fim da Konigsalle é a área de compras da cidade e ali já tem um prédio moderno, bonito, para fazer o contraste.


Falando em compras, Dusseldorf me pareceu uma cidade onde as pessoas gostam muito de compras (ou vão até lá para isso). Inclusive um dos pontos turísticos da cidade é o Schadow Arkaden, um shopping pequeno no meio da rua de compras. Aliás, quando fui pedir um mapa da cidade no hotel (sim, eu ainda uso mapa de papel) a moça logo me mostrou onde era a zona das lojas.

Mas nem só de passar o cartão vive a cidade, tem parques lindos com muitos patos e cisnes.


O Altestadt, o bairro antigo, é bonitinho, e tem muitos museus, bares e restaurantes na área. Tem uma loja de chocolate muito boa a Gut & Gerne (o chocolate quente aqueceu e alegrou o fim de tarde).


Tem também muitas estátuas e esculturas bacanas pela cidade.

henry moore
stadterhebungsmonument
(conquista da cidade na época medieval)

Tinha uma roda gigante e fui dar uma volta (4 para ser exata) e ver a cidade do alto.


Outro ponto turístico de Dusseldorf é a Reihnturm, mas como ja tinha ido na roda gigante não subi na torre.


Uma parte da cidade que achei interessante foi o MedienHafen - a antiga área portuária que foi toda renovada com prédios modernos. O Neuer Zollhof tem 3 prédios do Frank Ghery que são muito interessantes.

frank ghery
janelas do ghery

A Beira Rio da cidade é bacana, sempre com muitas pessoas passeando e se exercitando. E ali no Rio Reno passam vários barcos.

beira Rio Reno

 E o outono, lindo com muitas folhas amarelas.