25.2.19

Oscar 2019

E chegou a festa de premiações mais esperada do ano. Sempre meio arrastada, longa mas assistimos até o fim.

Esse ano não tinha ninguém para apresentar, mas quem precisa de um apresentador quando se pode ter o Queen tocando na abertura? Tocaram We Will Rock You e We Are The Champions.

Desconfio que indicaram Bohemian Rhapsody só para ter os tios do Queen com Adam Lambert deixando o pessoal da academia no clima da festa.

Na verdade foi até melhor sem apresentador fazendo piadinha boba a noite inteira.

Tina Fey, Amy Pohler e Maya Rudolph inciaram apresentando o primeiro prêmio, elas são sempre divertidas.

Esse Oscar teve umas boas duplas apresentando: juntaram J.Lo com Chris Evans, Daniel Craig com Charlize Theron e Michael B Jordan com Tessa Tompson.

Teve até gente chegando voando de guarda chuva e não era a Mary Poppins.

via GIPHY

Nas apresentações musicais teve Jennifer Hudson gritando, teve uma dupla country e teve Bette Middler cantando lindamente a música da Mary Poppins. Mas nenhuma foi melhor do que Lady Gaga AND Bradley Cooper cantando Shallow. Além de ser a melhor música, a química desses dois explodiu ovários pela internet e deve ter deixado muitas pessoas na platéia arrependidas de não ter votado em Nasce uma Estrela para melhor filme só para ver os dois mais tempo no palco.



Para o Bradley Cooper eu só tenho emoji com coração nos olhos. Ele veio com um look meio Jackson Maine com a barba meio crescida e o cabelo idem. Não sei como os jornalistas conseguem entrevistá-lo porque ele olha nos olhos, e aqueles olhos azuis.....Ok, parei com o crush.


A Barba do Chris Evans voltou. Obrigada.



Vamos a premiação.

O meu documentário favorito Free Solo ganhou seu Oscar. O Alex Honnold estava lá e subiu no palco pelas escadas mesmo.

Documentário Curta foi para o ótimo Absorvendo o Tabu que é sobre menstruação. Está na Netflix.

Filme Curta Metragem foi para Skin, sobre um menino que é de uma família de skinheads. Parece que já fizeram uma versão longa metragem.

Animação Curta foi para Bao, um desenho fofo sobre um pãozinho.

Animação longa foi para o excelente Homem Aranha no Aranhaverso. Esse era quase tão barbada quanto Shallow.

Falando em Shallow, a música da Lady Gaga foi o único Oscar de Nasce Uma Estrela.

Roma e Alfonso Cuarón ganharam 3 Oscars: Filme Estrangeiro, Fotografia e Direção. Alfonso Cuarón é mestre na arte da direção e o filme é lindo. De quebra ele fez a fotografia que é em preto e branco AND digital. E deu ao México o primeiro Oscar de filme. No discruso ele disse: "Cresci vendo filmes estrangeiros: Tubarão, Poderoso Chefão...". PAH na Academia.

Pantera Negra também levou 3 Oscars: Figurino, Design de Produção e Trilha Sonora Original. A Ruth Carter fez uma pesquisa incrível com as etnias africanas para fazer o figurino de Wakanda. Gostei dessa premiação porque quase sempre ganha filme de época em figurino e dessa vez foi um filme de fantasia. A trilha sonora, feita por um sueco, é muito boa.

Bohemian Rhapsody ganhou 4 Oscars: Edição de Som, Mixagem de Som, Montagem (Edição) e Ator. Que esse filme ia ganhar alguma categoria de som era quase certo porque afinal de contas é um filme sobre música, mas o Oscar de Montagem foi uma surpresa (deve ter sido aqueles 20 minutos finais). O Rami Malek já vinha ganhando as outras premiações e o trabalho dele no filme é incrível.

Vice só ganhou Oscar de Maquiagem.

First Man ganhou Melhores Efeitos Visuais e achei muito justo, o pouso na Lua é muito bem feito e é um filme com muitos efeitos práticos ao contrario do resto que monta no CGI.

Regina King Ganhou Atriz Coadjuvante pelo seu papel de mãe que faz tudo pela filha no bonito Se Rua Beale Falasse. E foi escoltada pelo Capitão América.



Spike Lee ganhou seu primeiro Oscar pelo roteiro adaptado de Infiltrado na Klan. Super merecido, o filme é ótimo. Spike Lee subiu todo feliz no palco, pulou no colo do Samuel L Jackson e fez um discurso ótimo. Até palavrão ele falou.



A Favorita só ganhou UM Oscar. De Melhor Atriz para Olivia Coleman como A Rainha Anne, e ela fez um discurso ótimo cheio de emoção. Esse resultado quebrou bolões pelo mundo porque todo mundo esperava que a Glenn Close ganhasse. Não foi dessa vez Glenn.

Com as premiações espalhadas desse jeito quando chegou a vez do melhor filme a sensação é que qualquer um poderia ganhar (menos Vice).

Acabou que o Oscar de Melhor Filme foi para Green Book, que também ganhou Melhor Roteiro Original e Ator Coadjuvante para Mahershala Ali (ele é pé quente, lembram de Moonlight em 2017?).

Achei Green Book bom, mas para mim: A Favorita foi o melhor filme, Roma o mais bonito, Infiltrado na Klan o mais necessário e Nasce Uma Estrela é o que verei muitas vezes.


E foi isso. O Twitter como sempre nos dando os melhores memes.






Para terminar, a rainha do pop na sua festa com a oscarizada Lady Gaga (esse Oscar vai se juntar ao Bafta, ao Grammy e ao Globo de Ouro que ela também ganhou).

"miga, bradley é tudo isso que a gente imagina?"


PS. Antes do Oscar participei do Livre Podcast e dei meus pitacos lá. Acertei alguns.

19.2.19

Free Solo

Esse é um documentário sobre um alpinista (escalador) que está treinando e se preparando para ser o primeiro a subir o paredão de 900 metros que é o El Capitain, no Yosemite na California, free solo.


Free Solo é a modalidade da escalada que o atleta (porque tem que ser atleta mesmo para fazer isso) sobe a parede sozinho, solo, sem parceiros e sem a segurança de cordas.

Poucas coisas são mais emocionantes (e tensas) de ver do que esse tipo de escalada.

As imagens são lindas. Só isso já vale o filme.

Mas tem também o Alex Honnold.

Eu não sabia quem era Alex Honnold na fila da corda da escalada, mas ele é famoso, é uma espécie de gênio da escalada. Ele é muito interessante e isso faz dele um ótimo personagem para um documentário. Alex é calmo, preparado, entende o perigo e as consequências de um erro (que é morrer) e ao mesmo tempo é empolgado, e o mais importante, consegue fazer tudo na observação de lentes. O filme mostra toda a preparação dele para escalar o El Capitain sem cordas, e também mostra a vida dele (que é super simples, ele mora numa van), o projeto dele de ajudar comunidades pobres em países em desenvolvimento a ter energia elétrica, o namoro dele com a Sanni e como essa vida de escalador afeta o relacionamento.

O filme também mostra a apreensão dos cinegrafistas (que também são alpinistas) em estar ali filmando esse evento. Afinal, se Alex erra, cai e morre, qual o limite ético deles estarem ali filmando? E eles como amigos do Alex?


O Alex Honnold escala de um jeito que para os nós leigos parece que ele faz tudo com uma certa facilidade mas para os escaladores entendidos, que sabem que é muito difícil, é mais tenso ainda.

Escalar El Capitain free solo é uma coreografia que exige precisão.

No dia da escalada de fato Alex pediu para que os amigos cinegrafistas não fiquem na sua linha de visão, que para conseguir escalar ele teria que se sentir sozinho (até porque não queria que os amigos estivessem muito perto se alguma coisa acontecesse). Então tiveram que usar cameras colocadas em lugares estratégicos ao longo do paredão e cameras com lentes objetivas para captar de longe os movimentos.


Aviso logo, e isso não é spoiler porque ele está vivo e dando entrevistas sobre o filme, que Alex conseguiu escalar o El Capitain free solo, sem cordas. E mesmo sabendo disso você fica na ponta da cadeira até o fim.



A Tia Helô ficaria com os olhos entre os dedos das mãos olhando a tela só de vez em quando. 651 "Ai, Jesus!" para essa lagartixa humana que é Alex Honnold.

Eu já daria o Oscar de melhor documentário para esse filme. Dos que estão concorrendo vi 3 e esse é o melhor, seguido de Minding the Gap. Se um dos dois ganhar acho justíssimo.

Se alguém ficar tão empolgada com escalada quanto eu depois de ver esse filme, tem uma penca de videos no youtube com o Alex Honnold. Tem desde ele escalando pedras em Angola até ele analisando as cenas de escaladas em filmes.

Não levo jeito para escalada, já tentei indoor mas me falta força nos braços. Se levasse jeito já estaria subindo algum granito por aí depois de ver esse filme. Com cordas, claro.

15.2.19

Analisando a música: Doo Wop - That Thing (Lauryn Hill)

Domingo passado teve o Grammy e esse ano foi uma premiação girl power. A apresentadora foi a Alicia Keys e já começou com Lady Gaga, J. Lo, Jada Pinkett e Michele Obama falando da importância da música.

Dolly Parton foi a homenageada da noite e cantou seus hits. Diana Ross também foi comemorar seus 75 anos cantando no palco.

Muita gente faltou: nada de Taylor Swift, Beyonce, Ariana Grande, e nem o Childish Gambino que levou os prêmios mais cobiçados (por This is America, justíssimos). O Drake ganhou um Grammy e no seu discurso mandou umas farpas precisas para a indústria da música (e foi cortado na hora pelos comerciais).

Das apresentações gostei da cantora H.E.R. que não conhecia mas agora já coloquei no spotify, a Lady Gaga fez uma versão bad romance de Shallow (música que ganhou 2 Grammys e vai rumo ao Oscar), o fofo do Shawn Mendes cantou seu hit In My Blood com a Miley Cyrus e essa parceria deu certo e Camila Cabello trouxe latinidade junto com Ricky Martin e seu hit Havana.

Janelle Monae se apresentou uma vibe Prince, a Brandy Carlisle (que eu também não conhecia) deixou o pessoal emocionado e a Kasey Musgrave tem uma voz linda.

A J.Lo se esforçou numa apresentação homenageando a Motown mas foi um erro. O Anthony Kiedis apareceu num terno estampado (achei moderno) com o resto do RHCP para fazer uma apresentação com o esquisito do Post Malone mas ficou estranho. E teve Cardi B, confesso que tenho preguiça dela e das músicas dela, não sou público alvo (mas ela foi a primeira mulher a ganhar um  Grammy de album de Rap).

Quem arrasou mesmo foi a Alicia Keys que sentou entre dois pianos e daquele jeito dela de cantar e conversar foi cantando músicas que ganharam o Grammy que gostaria de ter composto. Desde Killing Me Softly da Roberta Flack, Unforgettable do Nat King Cole, passando por Use Somebody do Kings Of Leon e terminou com sua (e do Jay-Z) Empire State of Mind.

No meio desse medley, Alicia cantou um pedaço de Doo Wop da Lauryn Hill e disse que gostaria de ter composto o disco inteiro.

The Miseducation of Lauryn Hill, de 1998, é um disco excelente e ganhou Grammy de melhor album. Lauryn Hill ganhou dois Grammys com essa música (musica e performance R&B).

A Lauryn Hill era do Fugees (que inclusive fez sucesso com uma versão de Killing Me Softly) e depois foi para carreira solo. Ela tem uma voz gostosa, mais para grave e muito melódica. O estilo dela é um rap melódico e R&B.

Em maio ela vem para o Brasil fazer um show só do The Miseducation of Lauryn Hill, que em 2018 fez 20 anos.

Acho rap/hip hop dificílimo de analisar, são muitas referências, falam muito rápido, mas vou tentar. Afinal o que é essa coisa (that thing)?

Vou fazer a versão da música que está no video. (A versão do disco tem uma introdução que é uma chamada para fazer doo wop e uma parte no fim depois que a música acaba. Tem no spotify.)

Doo Wop é um estilo de música que surgiu na década de 1940 onde os grupos cantavam nas ruas usando harmonias de vozes com melodias e uma batida simples com poucos (ou nenhum) instrumentos.

O estilo foi incorporado em várias músicas nos anos 1950 e 1960. Hoje tem até app para fazer música no estilo Doo Wop.

Na música da Lauryn Hill o Doo Wop é a parte do refrão e que começa a música:

Girls you know you'd better watch out
Some guys, some guys are only about
That thing that thing, that thing

Então começa com um aviso as garotas: alguns caras só querem saber daquilo. Aquilo o que? (ok, sabemos o que é mas vamos passar por toda a música antes de concluir)

Sisterhood mode: ON.

It's been three weeks since you were looking for your friend
The one you let hit it and never called you again
'Member when he told you he was 'bout the Benjamins?
You act like you ain't hear him the give him a little trim
To begin, how you think you're really gon to pretend
Like you was't down and you called him again?
Plus, when you give it up so easy you ain't even foolin him
If you did then, then you'd probably fuck again
Talking out your neck, sayin' you're a christian
A muslim, sleeping with the jinn
Now that was the sin that did Jezebel in
Who you gon tell when the repercussions spin?
Showing off your ass 'cause you're thinking it's a trend
Girlfriend, let me break it down for you again
You know I only say it 'cause my true genuine
Don't be a hard rock when you really ar a gem
Baby girl, respect is just a minimum
Niggas fucked up and you still defending them
Now, Lauryn is only human
Don't think I haven't been through the same predicament
Let it sit inside your head like a million women in Philly, Penn
It's silly when girls sell their souls because it's in
Look at where you be in, hair weaves like Europeans
Fake nails done by Koreans
Come again
(My friend come again)

Ela começa dizendo para a amiga que já tem três semanas que o boy sumiu depois daquela noite e ela (a amiga) ainda está esperando ele ligar.
"Amiga, lembra que ele disse que é só curte ostentação?" Aqui a frase "'bout the Benjamins" se refere a uma música do Puff Daddy (P. Diddy, Sean Combs, ele tem muitos nomes) chamada It's All About The Benjamins que fala dessa ostentação. E benjamins é gíria para dinheiro.
"Amiga, parece que você ignorou o que ele disse e ainda assim deu bola (e outras coisas). E você acha que engana quem fingindo que não estava mal e ligando para ele? E MAIS, quando você se entrega assim tão fácil você não o enganou, porque se tivesse enganado teriam transado outra vez."
E a amiga ainda fica mentindo que é cristã (mas nada de abstinência), que é muçulmana mas gosta de uma bebida e fica mostrando a bunda como se fosse moda (1998 nos USA não era moda, mas no Brasil...) e Lauryn Hill a lembra que esses foram os pecados da Jezebel.
E ela desenha para a amiga: "Não seja uma rocha quando você realmente é uma pedra preciosa. Bebê, respeito é o mínimo que eles tem que ter eles fazem merda e você ainda fica aí defendendo?"
E Lauryn Hill confessa que é humana, que passou por tudo isso mas que mudou seu jeito de pensar assim como o um milhão de mulheres na marcha na Filadélfia (em 1997).
Mas essa frase é sensacional "deixe essa idéia sentar na sua cabeça como um milhão de mulheres da marcha da Filadélfia"
E para terminar ela manda: "É estupidez uma garota vender sua alma porque está na moda, olha como você está: perucas de cabelos de européias e unhas postiças feitas por coreanas."
Esse "come again" pode ser: repete aí, ou vamos voltar ou se liga, ou até a conotação sexual de gozar, mas nesse caso vou de repete aí.

Guys you know you'd better watch out
Some girls, some girls are only about
That thing that thing, that thing

Agora ela fala com os rapazes: queridos prestem atenção, algumas garotas só querem saber daquilo.

The second verse is dedicated to the men
More concerned with his rims and his Timbs than his women
Him and his men come in the club like hooligans
Don't care who they offend, poppin' yang (like you got yen!)
Let's stop pretend, the ones that pack pistols by their waist men
Cristal by the case men, still in their mother's basement
The pretty face men claiming that they be the big men
Need to take care of they three or four kids
And they face a court case when the child support is late
Money taking and heart breaking, now you wonder why women hate men
The sneaky, silent men
The punk, domestic violence men
Quick to shoot semen, stop acting like boys and be men
How you gonna win when you ain't right within?
Come again

Lauryn Hill dedica esse segundo verso aos caras que estão mais preocupados com seus aros (carros) e seus timberlands (aquela bota amarela) do que suas mulheres.
*Rims tem várias traduções: borda, aro, margem, as gírias sexuais, mas aqui fui com aros dos carros.
Os caras chegam nos bares como hooligans (marginais) e não estão nem aí para quem estão ofendendo, sendo convencidos e falando besteiras (como se tivessem ienes - din din japonês).
E vamos parar de fingir, todo mundo sabe que os caras com armas na cintura e caras que compram caixa de espumante na verdade ainda moram com suas mães.
Os caras bonitos que dizem ser "grandes". Os que precisam cuidar de três ou quatro filhos mas tem que ir no tribunal quando atrasa a pensão.
Dinheiro roubado, coração partido. E ainda se perguntam porque mulheres odeiam homens.
O cara covarde e silencioso.
O valentão, o cara da violência doméstica
Rápidos em espalhar o semen.
Parem de agir como garotos e sejam homens. Como vencer se não está certo por dentro (ou bem consigo mesmo)?

Watch out, watch out
Look out, look out

Tome cuidado, abra os olhos. (garotas e rapazes)

Girls you know you'd better watch out
Some guys, some guys are only about
That thing that thing, that thing
Guys you know you'd better watch out
Some girls, some girls are only about
That thing that thing, that thing

E no refrão final ela fala para meninos e meninas. Resumindo: todo mundo quer aquilo com respeito.

Música boa é assim, depois de 20 anos continua relevante.

O video são duas block parties (festas de rua), uma em 1960 e a outra em 1998.





PS. O Guilherme tinha me pedido para fazer o analisando dessa música da Lauryn Hill em 2017, deixou o comentário nesse post de GoT. Guilherme, foi com atraso mas saiu!


3.2.19

+Filmes

Creed 2

O oitavo filme com Rocky Balboa, mas assim como no sétimo filme o foco mudou do Rocky para o Adonis Creed.



E acredito que esse filme foi a despedida do Rocky do cinema. (emoji com lágrima)

Sou fã do Rocky Balboa. Desde criança. Fã nível: já subi correndo as escadas do museu da Philadelphia. Adoro o primeiro filme, gosto muito do segundo, o terceiro e quarto são ok (o terceiro tem Eye of the Tiger), o quinto é ruim e ninguém fala desse filme e gostei do sexto. O sétimo filme do Rocky e primeiro do Creed é excelente.

Então, no primeiro filme do Creed mostra o filho do Apollo Creed entrando e se estabelecendo no mundo das lutas com ajuda do Rocky.

Nesse segundo filme o Creed já está estabelecido e o Rocky é seu treinador e apoio moral. Creed ganha a luta que dá o cinturão para ele e vai descansar. Aproveita para pedir sua namorada Bianca em casamento e está tudo correndo bem para ele.

Acontece que esse filme tem uma ligação com o quarto filme do Rocky onde o Apollo Creed morre no ringue numa luta com o Ivan Drago (uma coisa USA x USSR) e no fim o Rocky vai até a Russia e se vinga. Depois dessa luta o Ivan Drago amargou a derrota, sua mulher o largou mas ele ficou com o filho dos dois, Viktor. Ivan treinou Viktor para ser um lutador revenge.

Aí Viktor desafia Adonis Creed e temos aí dois momentos de lutas e sequencias de treinamento (adoro! Adonis Creed fazendo uma das melhores cenas de corrida do ano).

É um filme sobre paternidade (e ausencia de). Adonis com seu pai falecido e querer vingar sua morte, Rocky que é uma figura paterna para Adonis mas foge do seu próprio filho. Adonis que está sendo pai pela primeira vez. E Ivan e Viktor.

Bianca (a ótima Tessa Tompson) também tem seus momentos nesse filme. Justíssimos. Sua parceira com o Adonis Creed é ótima.

Michael B Jordan é excelente nesse papel. Não sei se pode ter um Creed 3 mas se tiver assitirei, mesmo sem o Rocky.

A trilha sonora é ótima. E vi no IMAX então cada soco parecia que eu também estava apanhando.

A Tia Helô provavelmente veria esse filme com os olhos fechados nas lutas, mas ia gosatr de ver que Rocky sai com dignidade. 516 "Ai, Jesus!" para cada porrada nas costelas do Creed.



Velvet Buzzsaw

Filme que estreiou na Netflix essa semana logo depois de ser lançado no Festival de Sundance (que geralmente lança filmes alternativos e independentes).

Nesse filme o Jake Gyllenhaal está ótimo fazendo um crítico de arte, Morf, bem cri cri e com algumas picuinhas. Rene Russo faz Rhodora, uma dona de galeria que usa de sua influência e esperteza para fazer negócios. A Zawe Ashton faz Josephina, uma funcionária da Rene Russo que descobre obras de um pintor desconhecido que morava no seu prédio e faleceu.

Rhodora convence Josephina a fazer uma exposição do artista com alguns quadros mas decide esconder outros para aumentar o valor do artista.

É um filme sobre esse mundo das artes, como atribuem valores, como surgem as críticas e as negociações. Todos os envolvidos estão nesse filme: artistas, donos de galerias, pessoal do museu, curadores, críticos e assistentes.

O filme vai pelo caminho do terror com algumas mortes que decorrem do trabalho do artista descoberto mas não deixa de ser divertido e educativo.

A Tia Helô ficaria horrorizada com os materiais usados nas pinturas. 315 "Ai, Jesus" e algumas palmas para o Jake Gyllenhaal em forma.