30.9.21

+ Filmes e Séries

Séries

Ted Lasso - a segunda temporada dessa série que deixa o coração quentinho trouxe uma psicóloga para o time de futebol que deixou Ted Lasso abalado, afinal ele é um coach e não acredita no poder de Freud. Roy Kent continua sendo a melhor pessoa dessa série. Sim, essa série merece todos os prêmios que ganhou. Apple TV+

Mr. Corman - Joseph Gordon-Levitt criou essa série sobre um rapaz que era músico e agora é professor da quinta série de uma escola. Ele é ansioso, mora com um amigo, no início ele acabou de levar um fora da namorada (e ex-parceira de banda) e tem alguns problemas com a mãe, o pai e a irmã. Os episódios são meio que temáticos e com algumas cenas experimentais (o segundo episódio que foca na ansiedade dele é muito bom). Tem até episódio na pandemia. Apple TV+

What We Do In The Shadows - os melhores vampiros da TV estão de volta para a terceira temporada e agora o Guillermo foi promovido a segurança (mas continua sendo empregado). Risadas garantidas. 

Only Murders in The Building- Steve Martin, Martin Short e Selena Gomez moram no mesmo prédio e são fãs de um podcast de crimes. Quando um vizinho aparentemente se mata eles desconfiam e passam a investigar o crime ao mesmo tempo que criam seu próprio podcast. Tem o Sting em dois episódios. Star+ 

Sex Education - Na terceira temporada a escola ganha uma nova diretora, jovem, que parece moderninha mas impõe métodos antigos achando que vai acabar com o fogo dos alunos. Adam tem o melhor arco de personagem da temporada e gostei do fim. NETFLIX.

The Squid Game (ou Round 6) - série coreana (não é novela) de 9 episodios sobre pessoas que tem dívidas (e estão desesperadas) que vão parar em um jogo que tem 6 etapas e o vencedor terá seus problemas financeiros resolvidos. Em cada etapa pessoas vão sendo eliminadas e aí os grupos vão se formando e escolhas vão sendo feitas. Existe livre arbítrio ou estão todos sempre num jogo (dentro ou fora do ambiente da série)? É violenta mas tem um design muito interessante e surpreende. NETFLIX

On The Verge - Série RUIM sobre 4 mulheres entre 45 e 50 anos. Parece que a Celine de Antes do Por do Sol largou o Jesse, se casou com um francês péssimo e arranjou 4 amigas sem noção.

My Holo Love - A Netflix estava me empurrando essa novela coreana faz tempo e resolvi assistir. Não é das melhores MAS a idéia de um óculos com inteligência artificial em forma de holograma é interessante. E também o fato da mocinha ter aquela síndrome que a pessoa não reconhece rostos. É um romance bobo mas o questionamento do uso da tecnologia é válido, ainda mais quando não é tão ficção assim, afinal o Zucka lançou um óculos desses junto com a Ray Ban. NETFLIX

Midnight Mass - terceira série de terror do Mike Flanagan. As outras duas são: a ótima A Maldição da Residência Hill e a só ok Maldição da Mansão Bly. Nessa A Missa da Meia-Noite temos uma ilha com 127 habitantes e acompanhamos a chegada de Riley, um rapaz que esteve 4 anos preso por dirigir embriagado e matar uma pessoa, e do novo padre da vila. O novo padre traz algumas novidades e as missas que estavam vazias começam a encher mais. A beata local é a PIOR pessoa mas é a melhor personagem. Religião e terror quando andam juntas rendem ótimas histórias, essa série é boa. NETFLIX


Filmes

The Card Counter - Filme do Paul Schrader (roteirista de Taxi Driver e diretor do ótimo First Reformed) sobre um ex-militar treinado em torturar que, depois de alguns anos preso, passa a jogar cartas em cassinos para ganhar dinheiro. Oscar Isaac acerta muito no tom do personagem sozinho, que quer apenas passar os dias. Achei o filme um pouco chato porque não me importo com jogos de cartas em cassinos mas a cena do Oscar Isaac seduzindo Tiffany Haddish valeu a pena.

The Mad Woman's Ball - Filmde dirigido pela Melanie Laurent (a Shosana de Bastardos Inglórios). Conta a história de Eugenie, uma moça da sociedade parisiense (em 1840) que vê e fala com espíritos. Seu pai decide interná-la em um hospital psiquiátrico e lá ela mostra seus "talentos" para a enfermeira Genevieve que decide ajudá-la. Também mostra os tratos dados as mulheres nesses lugares e como as mulheres se unem. Amazon Prime Video.

Stillwater - Matt Damon faz um cara simplão do Oklahoma que vai até Marselha visitar sua filha que está presa (já há 5 anos) por ter assassinado sua namorada. Ele faz essa viagem algumas vezes por ano e nessa vez a filha diz que precisa encontrar o cara que realmente deu a facada na menina. Ele decide ficar na França e passa a investigar sozinho com a ajuda de uma moça francesa e sua filha. O filme é menos sobre o crime da filha e mais sobre a integração do Matt Damon com as duas francesas, a cidade e uma nova realidade. 

Kate - Mary Elizabeth Winstead faz uma mercenária que, no Japão, é envenenada e tem menos de 24 horas para achar que mandou matá-la e se vingar. É isso. Ela chuta muitas bundas e o visual estilo anime/mangá é bacana. NETFLIX

The Voyeurs - um casal se muda para um apartamento com janelas enormes que dá para ver toda a vizinhança. Um dia ele ficam entretidos com o casal do outro lado da rua e passam a "assistir" todas as noites. Um dia eles veem que o marido vizinho trai a esposa e a moça observadora quer de algum jeito contar para a esposa vizinha. O plot twist é previsível mas o que acontece no final nem tanto. Amazon Prime Video.

Fuimos Canciones - comédia romântica espanhola onde Maca (de Macarena) trabalha para uma influencer mas não gosta muito desse trabalho. Ela está estagnada e descobre que seu ex-namorado, que fez um ghosting nela indo morar em Boston sem avisar, voltou a morar em Madrid. O ex-namorado agora namora uma outra influencer que quer ajudar Maca a trocar de emprego. As amigas da Maca também estão passando por algumas mudanças. É divertido. NETFLIX

Free Guy - filme com Ryan Reynolds, Jodie Comer, e vários cameos divertidos. Ryan Reynolds faz o Guy, um NPC (Non Playable Character, um personagem de jogo que não é controlado por um jogador) de um jogo chamado Free City. Ele tem uma rotina até o dia que ele vê uma jogadora e aí ele passa a pensar por si próprio. OU seja, inteligência artificial ganhando personalidade. Acontece que a moça está no jogo para descobrir onde seu código roubado foi escondido. Tem toda uma trama fora e dentro do jogo. É um filme muito divertido até para que nunca jogou esses jogos online. 

12.9.21

Analisando a música: Somewhere Only We Know (Keane)

Essa semana foi a vez dessa música tocar em vários lugares: no trailer da próxima série de suspense da Netflix, no episódio de Ted Lasso e em um filme que assisti.

Gosto muito dessa música. Gosto da introdução, do piano, do crescente, da voz do cantor (Tom Chaplin), mas nunca reparei na letra (só na parte do "somewhere only we know"). Pela melodia parece uma música sobre amantes, só não sei se início ou fim de relacionamento, mas isso deixo para a análise mais abaixo.

Keane é uma banda inglesa que surgiu no início dos anos 2000 junto com outras bandas com a letra K: Killers, Kasabian, Kings of Leon e Kaiser Chiefs

Comprei o primeiro disco da Keane, Hopes and Fears (2004), que tem seu maior hit Somewhere Only We Know - a música analisada da vez, Everybody's Changing (primeiro hit), This is The Last Time e Bend and Break. É uma banda onde os dois instrumentos principais são: piano e bateria. É tudo muito melódico.

O album seguinte, Under The Iron Sea de 2006 (tem Is It Any Wonder? com mais guitarra e menos piano) também é bom e tem uma capa muito bonita. Depois veio Perfect Symmetry de 2008 que tem Spiralling e The Lovers Are Losing. Aí deixei o Keane de lado e só fui pegar outro disco deles para escutar em 2012, Strangeland, e achei ok, tem You Are Young. A banda se separou em 2013 (problemas do vocalista com drogas) e só voltaram 2018, lançaram um disco em 2019 mas esse ainda não escutei.

Vamos saber o que diz Somewhere Only We Know, música versátil que serve tanto para série de terror como para filmes e séries de comédia, teens e romance, e até propaganda de natal de loja inglesa.

I walked across an empty land
I knew the pathway like the back of my hand
I felt the earth beneath my feet
Sat by the river and it made me complete

Temos uma introdução com um piano e bateria cheio de emoção para logo depois deixar só o piano e voz.

O início da letra parece eu contando um sonho: andei por um lugar vazio num caminho que conhecia de cor, senti a terra sob meus pés, sentei na beira do rio e me senti completo. 
Mas acho que é só a forma de dizer que chegou num lugar muito conhecido, onde esteve várias vezes e que é aconchegante.

Oh, simple thing, where have you gone?
I'm getting old and I need something to rely on
So tell me when you're gonna let me in
I'm getting tired and I need somewhere to begin

(entra um pandeiro bem leve)

Ele quer saber onde foram as coisas simples? Está ficando velho e precisa de algo em que possa confiar porque geralmente com a idade cai o índice de aventura. E quer saber quando vai poder entrar.

Entrar onde? No lugar onde só eles conhecem? Ou é uma metáfora para que a outra pessoa diga logo o que tem para dizer.

Porque ele está cansado e precisa começar em algum lugar. Como diria outra música que analisei: cada começo vem do fim de outro começo. É preciso começar para terminar para começar.

I came across a fallen tree
I felt the branches of it looking at me
Is this the place we used to love?
Is this the place that I've been dreaming of?

(entra bateria com um piano mais marcante)

No caminho ele encontrou uma árvore caída e sentiu que os galhos o encaravam. Acho que ele encontrou foi uns cogumelos nessa floresta.
E pergunta: "É esse o lugar que adorávamos? É esse o lugar com o que eu tenho sonhado?" Parece um pouco perdido mas acho que chegou no ponto de encontro.

Oh, simple thing, where have you gone?
I'm getting old and I need something to rely on
So tell me when you're gonna let me in
I'm getting tired and I need somewhere to begin

Coisas simples, onde se esconderam? Estou envelhecendo a cada minuto que passa, estou cansado e a fila precisa andar.

And if you have a minute why don't we go
Talk about it somewhere only we know
This could be the end of everything
So why don't we go?
So why don't we go?
Somewhere only we know
 
A música cresce lindamente nessa parte, para cantar com todo ar do pulmão. É uma súplica que termina suavizada se transformando num pedido.

E chega de enrolação. "Se você tem um minuto vamos conversar num lugar onde só nós conhecemos." Já que pode ser o fim de tudo, pelo menos vamos estar num lugar agradável e confortável para ambos.

Do Tim Rice-Oxley, pianista da banda e compositor da música: "It's about being able to draw strength from a place or experience you've shared with someone."

No fim dessa segunda parte logo depois do "Somewhere only we know", a música fica quieta antes de voltar com tudo para repetir as duas estrofes mais uma vez.

This could be the end of everything
So why don't we go
Somewhere only we know
Somewhere only we know

A estrofe final começa forte mas termina delicada, um pedido suave para ir até aquele lugar especial, mesmo que seja para acabar tudo.

É uma música melancólica mas que de alguma forma deixa o coração quentinho. É boa para correr, ou para uma viagem de carro ou até um karaokê.