22.1.18

+ Filmes

Filmes infantis pero no mucho.

Coco (A Vida é Uma Festa)

Uma animação da Pixar sobre a morte. Mas é a morte como os mexicanos celebram, cheia de cores e flores.

Miguel vem de uma família de sapateiros que não gosta de música, mas tudo que Miguel quer é tocar violão e ser famoso como o Ernesto de la Cruz, o cantor mais famoso do México que veio de sua cidadezinha. A família toda é contra, sua avó, Abuelita (claro), dá cada bronca toda vez que ele imagina em tocar uma nota. Sua bisavó Coco é uma velhinha fofa que só escuta o que acontece, e ela também já está ficando esquecida.

A birra da família do Miguel com a música é porque o pai da Coco abandonou a família para ser músico e nunca mais voltou.

Miguel decide que vai participar sim do show na pracinha da vila mas Abuelita quebrou seu violão, aí ele vai no cemitério pegar "emprestado" o violão do túmulo do Ernesto. Como tudo isso se passa no Dia dos Mortos, o dia em que os mortos podem vir para o lado de cá ver seus parentes (contanto que eles deixem fotos e flores), Miguel é levado para o outro lado porque tentou roubar um elemento de um morto. Chegando na cidade dos mortos ele encontra as outras pessoas da sua família que já morreram e precisa que eles o perdoem para ele voltar. Acontece que a Tataravó do Miguel diz que perdoa mas ele nunca mais vai poder tocar uma nota.

Miguel então vai atrás de outro parente: Ernesto de La Cruz que ele acredita que é seu Tatatravô e que vai entender sua vontade de ser músico.

O desenho é lindo, super colorido e claro que ninguém vai sair do cinema com os olhos secos.

A Tia Helô certamente está lá na terra dos mortos se divertindo, se depender do blog ela não será esquecida enquanto a internet existir. 22 "Ai, Jesus!" para todas aquelas caveiras.


Wonder (O Extraordinário)

Auggie é um  garoto que nasceu com um problema resultante da união de dois genes vindo de seus pais. Por isso passou por 27 cirurgias para poder ver, escutar e respirar, e as marcas estão em seu rosto.

Ele é ensinado pela mãe em casa mas ela acha que está na hora dele ir para escola. Então Auggie vai primeiro conhecer a escola com três alunos escolhidos pelo diretor. O Auggie vai vendo a escola, se anima com a sala de ciências e diz que vai frequentar a escola.

Claro que todas as crianças olham para ele, o acham esquisito, e criancinhas podem ser cruéis. Auggie consegue fazer amigos mas também se decepciona e aprende um bocado.

Julia Roberts faz a mãe dedicada, Owen Wilson faz o pai boa praça crianção (acho que a Julia Roberts estava criando 3 filhos) e tem a irmã que se sente um pouco de lado com toda atenção dos pais para o irmão.

O interessante nesse filme é que a história é contada de pontos de vista variados (não sei se no livro é assim porque não o li).

É um filme onde adultos e crianças podem aprender muito sobre como tratar os outros.

A Tia Helô iria se emocionar com o pequeno Auggie mas ela iria achar aquele professor muito moderninho. 3 "Ai, Jesus!" para a mãe do coleguinha que faz photoshop.





17.1.18

Analisando a música: Promises (The Cranberries)

Essa semana tivemos a notícia que a Dolores O'Riordan faleceu aos 46 anos. Ela era a vocalista da banda irlandesa The Cranberries. Quando fiz o sorteio de uma música para analisar alguém sugeriu Promises mas a que saiu no sorteio foi Everlong (Foo Fighters). Aí fiquei com vontade de fazer Promises mas nunca fiz. Gosto muito dessa música, tenho na minha lista de corrida e é a minha música preferida da banda, então esse analisando é em homenagem a Dolores O'Riordan.

The Cranberries se fomou em 1989 com um vocalista masculino e em 1990 foi substiuído pela Dolores O'Riordan que respondeu um anúncio no jornal e mandou umas versões para músicas que eles tinham feito.

O primeiro album da banda Everybody Else Is Doing It, So Why Can't We, de 1993, é o único que tenho. São músicas bem melódicas e tem os dois dos maiores sucessos da banda: Dreams e Linger. Na época o grunge dominava as paradas (pelo menos no meu mundo, na minha fase grunge) e de vez em quando as rádios e a MTV jogavam uma música da The Cranberries só para variar um pouco, para dar um tempo nas guitarras pesadas e fazer um cool down com um pouco de rock britânico 80's com uma pitada de folk celta.

Não acompanhei a carreira deles depois desse primeiro album, mas sempre aparecia uma música aqui e outra ali. E assim escutei o hit número um da banda Zombie, e também Free To Decide, Just My Imagination, Ode To My Family e Promises (que é do album Bury The Hatchet de 1999).

A banda se separou em 2003 e voltou em 2009 (nesse meio tempo a Dolores teve uma carreira solo). Fizeram uma turnê em 2017 e estavam gravando algumas músicas em Londres quando a Dolores morreu.

A voz da Dolores O'Riordan é bem reconhecível. Ela canta com sentimento, dá para escutar uma certa insegurança e incerteza ao mesmo tempo que sai um som potente da sua voz. E é possível identificar o sotaque irlandês dela quando ela canta. A maioria dos cantores perde o sotaque quando canta, não sei por que, mas o Bono Vox que é do mesmo país que a Dolores canta sem sotaque.

As letras são variadas, tem música sobre amor (Dreams), sobre tragédias (Zombie) e, claro, fim de relacionamentos.

Todos que acompanham o Analisando aqui do blog já sabem que fim de relacionamento rende ótimas músicas. Promises é uma dessas.

Vamos saber que tantas promessas são essas.

You better believe I'm coming
You better believe what I say
You better hold on to your promises
Because you bet you'll get what you deserve

Essa música começa bem suave, com um uhuhuhuhuh que parece barulho de vento por 20 segundos e aí PAH! entra a guitarra com bateria.

E ela já começa dizendo (quase ameaçando) que é melhor acreditar que ela está chegando, acreditar no que ela diz e que deve manter as promessas que fez ou então pode apostar que vai ter o que merece. MEDO.

She's going to leave him over
She's gonna take her love away
So much for you eternal vows
Well, it doesn't matter anyway

Aqui entra uma mulher na história que não sei se é ela se referindo a si mesma ou a outra pessoa. Anyway, essa mulher vai deixá-lo e vai levar seu amor embora. As juras de amor eternas não serviam de nada. Olha, esse cara deve ter aprontado muito porque ela canta essas duas estrofes com muito sentimento.

Why can't you stay here awhile
Stay here awhile
Stay with me

Aí ela pede para ele ficar mais um pouco. Por que? Para que? Depois das ameaças e o fora ainda quer que ele fique?

Oh, oh, oh all the promises we made
All the meaningless and empy words
I prayed, prayed, prayed
Oh, oh, oh all the promises we broke
All the meaningless ans empty words 
I spoke, spoke, spoke

Esse refrão é ótimo! "E todas as promessas que fizemos, todas as palavras vazias e sem sentido que eu rezei. E as promessas que quebramos, todas as palavras vazias e sem sentido que falei." Pelo menos aqui ela diz que as promessas foram de ambos, e que os dois as quebraram.

(adoro a bateria intensa dessa música, é ótima para correr)

What of all the things that you taught me
What of all the things that you'd say
What of all your prophetic preaching
You're just throwing it all away

Aqui é o momento de jogar as coisas na cara. "E quanto a tudo que você me ensinou? E todas as coisas que você disse? Todo seu blá blá blá profético indo para o lixo." Miga, acho que você está fazendo a coisa certa em deixar esse cara.

Maybe we should burn the house down
Have ourselves another fight
Leave the conwebs in the closet
'Cause tearing them out is just not right

Mas aí acho que ela ainda não está pronta para se desfazer dessa relação, sugere mais uma briga e, quem sabe, talvez queimar a casa. Assim, um fogo básico.

"Vamos deixar as teias de aranha no armário porque tirá-las de lá não é justo."

Oi? O que as teias de aranha tem a ver com isso? Talvez seja ela dizendo para deixar o passado onde está.

Why can't you stay here awhile
Stay here awhile
Stay with me 


Oh, oh, oh all the promises we made
All the meaningless and empy words
I prayed, prayed, prayed
Oh, oh, oh all the promises we broke
All the meaningless ans empty words 
I spoke, spoke, spoke

Aí ela pede para ele ficar mais um pouco e manda ver no refrão até o fim. Com raiva. Para socar as almofadas.


O video é muito bizarro mas dá para ver sangue nos olhos da Dolores quando ela canta essa música. Sempre com sentimento.

É uma bruxa gótica perseguindo um cowboy que deve ter feito alguma coisa. Adianto que a bruxa ganha o duelo final.



16.1.18

+ Filmes

The Shape of Water (A Forma Da Água)

Gillermo Del Toro sabe fazer filmes com monstros, O Labirinto do Fauno é lindo. Nesse filme ele conta uma história de amor que se passa num laboratório do governo americano na década de 1960.

Elisa é uma mulher muda que trabalha de faxineira no laboratório. Um dia chega um novo ser para ser estudado (e torturado pelo vilão do filme). Esse ser aquático, de certa forma também mudo, começa a se comunicar com Elisa e surge uma amizade. Acontece que no meio da guerra fria tudo era motivo de desconfiança e Elisa pede ajuda a seu vizinho artista e sua colega de faxina para tirar o "monstro" do laboratório.

É sobre amor, sobre se sentir um peixe fora da água (literalmente no caso do monstro), sobre amizade, sobre aceitar as pessoas como elas são. Todos so personagens são bem construídos. A fotografia é linda e a trilha sonora idem.

A Tia Helô iria ficar desconfiada de tantas escamas caindo, 316 "Ai, Jesus!" para a cena do banheiro cheio de água.


Professor Marston and the Wonder Women

A Mulher Maravilha foi criada no meio da segunda guerra pelo psicólogo e professor William Marston. Ele e sua esposa Elizabeth Marston trabalhavam em Radcliffe (uma das faculdades de Harvard) e inventaram o detector de mentiras.

O filme conta a história de como o casal conheceu Olive, uma das alunas do Prof. Marston que foi ser sua assistente em um projeto e os três acabaram se tornando um trio. Foram morar juntos e ele teve filhos com ambas as mulheres que eram criados por todos. No filme mostra os paralelos entre a vida deles e o que ele levou para as histórias da Mulher Maravilha.

O filme também mostra um pouco do fim da era de ouro dos quadrinhos quando os moralistas americanos começaram a ver coisas nos quadrinhos que poderiam afetar as mentes jovens.

Gostei desse filme.

Nem preciso dizer que a Tia Helô iria ficar horrorizada com esse trio e iria concordar 100% com a mulher que investiga todo aquele bondage nos quadrinhos da Mulher Maravilha. 513 "Ai, Jesus!" para tanta gente enrolada em cordas.


The Darkest Hour (O Destino de uma Nação)

Esse filme conta a história dos 15 dias entre o Winston Churchill se tonar primeiro ministro em maio de 1940 e a retirada das tropas britânicas de Dunkirk que terminou no início de junho de 1940.

É todo focado em Winston Churchill e o Gary Oldman o faz com excelência mesmo com toda aquela maquiagem. O Churchill é retratado nesse filme com várias de suas peculiaridades (whiskey para o café da manhã, soneca a tarde, grandes discursos, uso magistral das palavras) e mostra que ele teve que tomar decisões difíceis e enfrentar um punhado de políticos que estavam dispostos a fazer paz com Hitler.

Acho que esse filme fica melhor se visto antes ou depois do Dunkirk do Christopher Nolan.

Dunkirk é um film experiência mostra toda a parte prática da guerra (te coloca dentro da batalha) mas nada dos bastidores e The Darkest Hour é todo bastidores e política. Um filme complementa o outro e aguardo alguém fazer um supercut com os dois filmes contando essa história.

Não sei o que a Tia Helô achava do Winston Churchill mas ele estava do lado certo. 213 "Ai, Jesus!" para aquela ligação para o Franklin Roosevelt pré-Pearl Harbor.

12.1.18

Analisando a música: You're So Vain (Carly Simon)

Vou começar o analisando a música de 2018 com esse clássico da Carly Simon de 1972.

Por que?

Por causa desse tweet:




Escuto essa música desde criança, tenho um vinil da década de 1980 chamado Women in Love e essa deve ser a faixa mais tocada. É a música tapa na cara antes da Alanis Morisette fazer You Oughta Know (só que Carly dá tapa na cara com luvas de pelica e Alanis chuta baldes). 

Acontece que eu NUNCA soube nem reparei que o Mick Jagger fez backing vocals nessa música. Como assim??

Descobri depois de ver esse tweet.

Além de ter o Mick Jagger na música, existe o mistério de quem é o moço na música para quem ela está cantando. No tweet diz Warren Beatty, mas reza a lenda que ele é apenas um numa lista que inclui outros. Aliás, em 2015 a própria Carly Simon disse que uma parte é sim sobre o Warren Beatty mas que "ele provavelmente acha que a coisa toda é sobre ele".

Esse "mistério" já rendeu até dinheiro para alguma instituição já que uma vez Carly Simon leiloou dizer quem era o rapaz da música.

Eu acho que não importa sobre quem é a música, inclusive acho que pode ser sobre várias pessoas, mas deve ser sobre mais de um cara mesmo porque haja vaidade para uma só pessoa.

Achei mais curioso saber que o Mick Jagger bateu um fio para Carly Simon quando ela estava no studio e perguntou "O que você está fazendo?" e ela respondeu "Estou gravando os backing vocals de uma música. Quer vir cantar?" e ele foi.

You're So Vain é do No Secrets (1972) o terceiro album da Carly Simon. Ela começou a carreira em 1971, e é uma longa carreira com alguns hits. Carly tem alguns Grammys, tem um Oscar por Let The River Run (do filme Uma Secretária de Futuro) e tem até uma música abertura do 007 O Espião Que Me Amava. Um dos discos dela que mais gosto é Coming Around Again de 1987.

Vamos analisar o recado que a Carly quis passar. Que tanta vaidade é essa?

You walked into the party
Like you were walking onto a yatch
Your hat strategically dipped below one eye
Your scarf it was apricot
You had one eye in the mirror 
As you watched yourself gavotte
And all the girls dreamed that they'd be your partner
They'd be your partner and...

Nessa música Carly Simon fala direto com o dito cujo. "Você entrou na festa como se tivesse entrando num iate." Será que ele estava vestindo roupas de marinheiro ou será que ele estava balançando porque já tinha bebido um pouco? OU era apenas aquela pose de extrema confiança de quem não vai cair quando o barco balançar?
E ela continua descrevendo: "Seu chapéu estava inclinado estrategicamente para tapar um olho." Como se isso fosse sinônimo de cool: tipo Frank Sinatra.


Ele usava um cachecol/lenço cor de damasco. Usar um lenço dessa cor não é para qualquer um.

Ele mantinha um olho no espelho enquanto dançava. E não é qualquer dança, é a gavota. O que diabos é gavota? Pois é, fui no google e descobri que é uma dança popular francesa em compasso binário (whatever that means) que estava em voga nos séculos XVII e XVIII. Carly Simon provavelmente usou essa palavra para rimar mas acho que ela quis ilustrar o nível de vaidade de uma pessoa que se olha no espelho enquanto faz essa dança barroca. Ele é quase a Elaine Benes dançando na festa da firma.

Vaidade nível: Extreme.

E como deve ser lindão todas as garotas sonham em ser seu par (creio que na dança e na vida).

You're so vain
You probably think this song is about you
You're so vain
I'll bet you think this song is about you
Don't you? Don't you?

"Você é tão vaidoso que provavelmente acha que essa música é sobre você. Aposto que você acha que essa música é sobre você." Carly ganha essa aposta porque ele tem certeza que essa música é sobre ele. E nós também.

You had me several years ago
When I was still quite naive
Well, you said that we made such a pretty pair
And that you would never leave
But you gave away the things you loved
And one of them was me
I had some dreams they were clouds in my coffee
Clouds in my coffee

Ela disse que esse é o verso do Warren Beatty. Ele tem fama de mulherengo desde sempre (até casar com a Annette Bening) e na música ela conta que "Você me teve há alguns anos quando eu ainda era bem inocente", ou seja, jovem Carly caiu na lábia do Warren (a diferença de idade entre os dois é de 8 anos). Ele, como bom galanteador, disse que faziam um belo par e que nunca a deixaria. Jovem Carly tolinha acreditou e foi deixada. Ela tinha sonhos que eram nuvens em seu café. Hã? Nuvens no café?

Pausa para apreciar um Warren Beatty circa 1967.



You're so vain
You probably think this song is about you
You're so vain
I'll bet you think this song is about you
Don't you? Don't you?

É nesse refrão que entra Mick Jagger. E o que me deixou passada é que ele canta forte e alto, tanto que praticamente sobrepõe a voz dela. É super reconhecível mas eu nunca reparei. Agora depois que soube do fato só escuto a voz dele. E concordo com o tweet acima: a vibe dele é de total apoio a amiga. 

I had some dreams they were clouds in my coffee
Clouds in my coffee

E aqui temos sonhos e as nuvens no café outra vez.

Segundo ela, essa frase veio de um voo que ela fez e o amigo do lado dela falou "olha as nuvens (refletidas) no seu café". Eles gostaram da frase, anotaram e ela usou na música e depois atribuiu o significado que é sobre essas coisas confusas da vida e do amor. 

You're so vain
You probably think this song is about you
You're so vain
I'll bet you think this song is about you
Don't you? Don't you?

Mr. Vaidade levanta a mão aê! (Será que Mick Jagger achou que a música era sobre ele e se empolgou?)

Well I hear you went up to Saratoga
And your horse naturally won
The you flew your Lear jet up to Nova Scotia
To see the total eclipse of the sun
Well, you're where you should be all the time
And when you're not, you're with
Some underworld spy
Or the wife of a close friend
Wife of a close friend, and..

Esse cara não é só bonito e cool, ele é muito rico. Claro que ele tem um cavalo de corrida vencedor que ele foi ver em Saratoga (norte do estado de NY) e depois pegou seu jatinho e foi ver um eclipse solar na Nova Escócia (Canadá). E ela diz "Você está onde deve estar o tempo todo." Bonito, cool, rico e timing impecável. Claro que ele é vaidoso.

Olha a Carly dando seu PAH! entregando ele aí no finalzinho da música. Mr. Vaidade também é um traiçoeiro já que quando ele não está onde deve, está com alguma espiã do submundo (ou espião, não vamos descartar nada desse cara) ou a esposa de um BFF. 

You're so vain
You probably think this song is about you
You're so vain
I'll bet you think this song is about you
Don't you? Don't you?

Carly Simon parece que não se importa muito com ele. #SQN Mas com a ajuda do amigo Mick Jagger ela chega no fim da música.



Nesse primeiro video (o oficial no youtube) ela canta ao vivo, então não tem Mick Jagger, mas no segundo que é só a música do album dá para escutar bem a voz dele a partir do segundo refrão.







8.1.18

+ Filmes

O Globo de Ouro foi ontem, todos vestidos de preto em protesto, Seth Meyers até que foi bem de apresentador, Oprah fez um discurso ótimo que só faltou anunciar sua candidatura, Three Billboards ganhou melhor filme drama (yeah!), Lady Bird melhor filme comédia (rolling eyes), Handmaid's Tale melhor série drama (óbvio), The Marvelous Mrs. Maisel melhor série comédia, Big Little Lies levou tudo, Gary Oldman ganhou o dele, a divertida Frances McDormand ganhou um, Sam Rockwell (adoro) também levou o dele e Guillermo Del Toro foi o melhor diretor (preciso ver Shape of Water!).

(lista completa aqui)

Então está aberta a temporada de premiações e até o Oscar (4 de março) ainda vou colocar uma penca de posts de filmes.


The Disaster Artist

Tommy Wiseau é uma pessoa que se ele não existisse de verdade ninguém iria conseguir criar. Ele é uma figura. Ninguém sabe de onde ele veio, quantos anos tem e de onde ele tem tanto dinheiro.

Em 2003 ele decidiu escrever, dirigir e financiar seu próprio filme já que não conseguia papéis em lugar nenhum. Tommy chamou seu amigo Greg para participar e fizeram The Room.

The Room é MUITO RUIM. Tão ruim que é engraçado. Tem na Netflix. Tão ruim que virou cult, passa em sessões da meia noite em vários lugares e Tommy já recuperou seu investimento inicial de 6 milhões de doletas.

The Disaster Artist é um filme que conta como Tommy e Greg se juntaram par afazer The Room. E é um ótimo filme. James Franco acertou em cheio o Tommy e consegue fazer a gente simpatizar com um cara tão estranho. É também um filme sobre amizade.

A Tia Helô iria desligar a TV com 5 segundos de The Room, mas acho que ela conseguiria ver até a parte que Tommy insiste que seu bum bum vai dar mais público. 519 "Ai, Jesus!" para esse homem tão peculiar.

James Franco ganhou um Gobo de Ouro por sua interpretação do Tommy Wiseau, eu diria que é uma imitação perfeita.


Uma Mulher Fantástica

Filme chileno sobre uma mulher, Marina, que vê seu namorado Orlando (que já é um senhor) passar mal depois de uma noite mais animada. Marina o leva para o hospital mas ele morre.

Ela passa, então, a ter que lidar com a família dele. O filho já foi logo pedir o apartamento de volta, a ex-mulher pede o carro e ainda diz que Marina não pode comparecer ao velório nem enterro.

Todos conheciam a Marina, todos sabia de sua existência e todos sabia que Orlando a amava, mas como Marina é uma mulher transgenero o preconceito dos familiares todo vem a tona depois da morte do Orlando.

Daniela Vega está ótima nesse papel. O filme é muito bom.

A Tia Helô nem iria desconfiar que Marina um dia foi Daniel. 129 "Ai, Jesus!" para os amigos truculentos do filho do Orlando.

5.1.18

+Filmes

Stronger (O que te faz mais forte)

Essa tradução do título em português parece livro da autoajuda.

Nesse filme o Jake Gyllenhaal faz o Jeff Bauman, uma das vítimas das bombas na Maratona de Boston em 2013. O Jeff é um cara boa praça que ainda mora com a mãe, trabalha num supermercado e tem uma relação iô-iô com sua namorada Erin.

Erin vive reclamando que ele não comparece a nada que não a apoia e no dia que ele resolve fazer isso...boom...vai direto para o hospital. Jeff teve as duas pernas amputadas acima dos joelhos mas viu um dos terroristas e deu seu depoimento a polícia. Jeff virou meio que herói e símbolo desse acontecimento e teve que lidar com a fama repentina junto com a fisioterapia e a adaptação a uma nova vida.

A Tia Helô iria gostar do Jeff. 416 "Ai, Jesus!" para as cenas pós-bombas.


The Florida Project (Projeto Florida)

Esse filme foi dirigido pelo Sean Baker que ficou conhecido por seu outro filme Tangerine que foi todo filmado com um iPhone.

Dessa vez o orçamento do Sean Baker foi maior e ele teve cameras profissionais e até o Willem Dafoe.

A história gira em torno de uma garotinha a Moonee, sua mãe e seus amiguinhos. Tudo passa em Orlando, mas na parte de Orlando em volta dos parques que se resume a hotéis mais baratos, estabelecimentos com fachadas duvidosas e avenidas muito largas com trânsito intenso.

Moonee mora com a mãe, que é jovem e vive de pequenos bicos, vende perfumes duvidosos, e de vez em quando faz um programa. As duas moram num hotel beira de estrada que é gerenciado pelo Willem Dafoe.

É a vida americana white trash como ela é (com pitadas de brincadeiras de crianças).

A atriz mirim que faz a Moonee é ótima!

Tem uns turistas brasileiros fazendo uma ponta que é muito engraçado.

A Tia Helô provavelmente daria umas broncas na Moonee. 238 "Ai, Jesus!" para tanta tinta rosa e lilás.


A Ghost Story

Esse filme é sobre uma história de amor. E é sobre o tempo. Um casal (Casey Affleck e Rooney Mara, não lembro o nome deles no filme) vai mudar de uma casa. Ele é super apegado a algumas coisas e ela é a encarregada de arrumar tudo. No início do filme os dois estão juntinhos abraçados no sofa falando sobre alguém que deixou vários bilhetinhos pela casa para outra pessoa achar.

Vemos a intimidade desse casal e algumas poucas discordâncias.

Um dia o personagem do Casey Affleck morre. Kaput. Acontece que ainda no hospital ele volta como fantasma. E não é fantasma tipo holograma que atravessa paredes, é um fucking fantasma de lençol com buraco nos olhos. Isso mesmo, uma fantasia de fantasma.

Confesso que adorei essa idéia!

Aí o fantasma volta para a casa. Ele é invisível para todos menos o outro fantasma de lençol estampado que mora na casa vizinha. Ele vê a Rooney Mara passando pela tristeza da perda. Depois ela vê que a vida segue e se muda mas não sem antes deixar um bilhetinho enfiado na parede.

O fantasma continua na casa, que agora tem uma família mexicana, e ele aprende a mexer nas coisas e deixar as crianças assustadas.

O tempo para o fantasma é diferente. Ele passeia pelo passado, presente e futuro, algumas coisas passam rápido e outras nem tanto. Ele está ali vagando até achar o que procura.

É a vida, o universo e tudo mais.

Esse é um filme de cenas longas, demoradas, muito silêncio, contemplativo. Inclusive é apresentado em um frame menor com bordas arrendondadas, quase um filtro do instagram.

A Tia Helô iria achar que o fantasma estava lá fazendo trick or treating. 517 "Ai, Jesus!" para a cena mais demorada EVER de alguém comendo uma torta.

3.1.18

+ Filmes

Dois filmes bem diferentes mas que tem como base o mesmo crime: uma mulher jovem estuprada e morta. Já adianto que são dois filmes excelentes.


Three Billboards Outside Ebbing Missouri (Três Anúncios Para Um Crime)

A Mildred (a ótima Frances McDormand) é um mulher que mora numa cidadezinha no interior dos USA e sua filha foi estuprada e morta. Sete meses se passaram do crime e nada foi feito, então Mildred decide usar os três outdoors (meio abandonados), na beira da estrada menor que leva até a cidade, para dar seu recado. Nos anúncios ela simplesmente pergunta diretamente para o chefe de polícia porque ninguém foi preso até agora.

E tome polêmica na cidadezinha que tem um policial racista e maluco (adoro o Sam Rockwell), tem o Tyrion de GoT, tem o filho da Mildred que está no meio do fogo cruzado, tem o Woody Harrelson fazendo o chefe de polícia e mais uma penca de personagens ótimos.

É um filme que me lembrou Fargo, não só pela Frances McDormand, mas por aquela coisa de eventos que vão acontecendo e as pessoas tomam atitudes baseadas em julgamentos rápidos dos outros.

É um filme com um certo humor (sim, dei risadas) e muita área cinza na ética dos personagens.

A Tia Helô iria simpatizar coma Mildred só até a cena com o padre. 617 "Ai, Jesus!" para os três anúncios.


Wind River (Terra Selvagem)

Nesse filme a jovem em questão é uma nativa-americana e o crime acontece no norte dos USA num lugar remoto que neva bastante.

A Jane, uma agente do FBI chega para investigar o crime na comunidade de nativos americanos e conta com a ajuda do Cory, um homem branco que foi casado com uma nativa e sua filha também morreu. Cory é uma espécie de rastreador. E é isso.

Os dois vão investigando o crime no meio da neve e nós vamos descobrindo os detalhes. Bem escrito, bem dirigido, bem feito.

O diretor desse filme, Taylor Sheridan, escreveu um dos filmes do ano passado que mais gostei: Hell or High Water (A Qualquer Custo). O roteiro de Sicario também é dele. É o rei dos westerns modernos e esse Wind River não fica atrás.

A Tia Helô não iria curtir muito o frio extremo, 427 "Ai, Jesus!" para Wind River.

1.1.18

+ Filmes

Oi 2018, tudo bem? Feliz ano novo! 

Vou começar o ano com um post de filmes porque assisti vários no fim de ano e os Golden Globes acontecem no próximo fim de semana.


I, Tonya

Lembro muito bem do incidente que antecedeu as Olimpiadas de Lillehammer em 1994. Nancy Kerrigan teve seu joelho estourado meses antes da competição e a polícia descobriu que o marido da Tonya Harding (e ela por tabela) estavam envolvidos.

Ambas patinaram nas Olimpiadas num dia que o mundo inteiro estava de olho, Nancy, que conseguiu se recuperar a tempo, ficou com a medalha de prata e Tonya em oitavo.

Esse filme conta a história da Tonya Harding em depoimentos (dela, do ex-marido, da mãe, do "segurança"). A mãe da Tonya é bizarra e a Allison Jenney está sensacional nesse papel. A Margot Robbie que faz a Tonya está excelente e tem uns 2 minutos de close up nela que vão valer várias indicações.

Gostei muito desse filme: tem humor, trilha sonora ótima, as cenas de patinação são muito bem feitas e no fim eu até simpatizei com a Tonya Harding.

A Tia Helô iria ficar assustada com a vida white trash da Tonya. 617 "Ai, Jesus!" só para a sequência dela com o marido.


The Battle of The Sexes (A Guerra dos Sexos)

Outro filme sobre mulheres no esporte e dessa vez é no tênis.

A Billie Jean King já tinha sido campeã várias vezes quando decidiu colocar a boca no trombone e exigir que as mulheres tenistas ganhassem o mesmo que os homens (premiação). Foi negada pela o pessoal da ATP e montou sua própria liga com as melhores tenistas da época.

O Bobby Riggs também tinha sido campeão nas quadras, já tinha se aposentado mas ainda gostava de um jogo (apostando claro). Ele era um fanfarrão que gostava de fazer polêmica para provocar uma aposta.

Bobby Riggs lançou um desafio as mulheres dizendo que elas não ganhariam dele. Billie Jean King disse: challenge accepted!

Esse filme é sobre esse jogo. As cenas nas quadras são muito bem feitas! O Steve Carrell faz o Bobby Riggs e você até acha que ele está fazendo Steve Carrell até ver um video do Bobby original e ver que ele era daquele jeito mesmo.

Emma Stone faz Billie Jean King.

(Tem um outro filme sobre o mesmo jogo, de 2001, com a Holly Hunter fazendo a Billie Jean.)

Não sei se a tia Helô gostava de tênis, mas acho que ela iria ficar interessada. 216 "Ai, Jesus!" para as raquetadas de Billie x Bobby.


Lady Bird

Esse é um filme sobre uma garota que vem de uma família que está em dificuldades (pai e irmão desempregados) mas ela tem uma bolsa numa escola católica de ricos. Lady Bird se acha muito criativa e tem alguns problemas coma a mãe (nada demais e quem nunca?). A mãe da Lady Bird é uma ótima personagem.

Lady Bird e sua BFF (que é ótima) vão fazer teatro e ela começa namorar o ator principal. Esse namoro não rende e depois ela tenta fazer parte da galera cool e arranja outro namorado.

Tudo que Lady Bird quer na vida é fazer faculdade em NYC porque ela está entediada em sua cidade e não aguenta mais o sol da California.

Esse filme é bom, mas é apenas mais um filme teen sobre uma garota que está se descobrindo e crescendo. Gosto da Greta Gerwig (que escreveu e dirigiu esse filme), mas ela é superestimada pelo pessoal de Hollywood.

Eu esperava um pouco mais desse filme, foi muito buzz promovendo. Esperava mais especialmente da trilha sonora depois que vi as cartas que a Greta Gerwig escreveu para os artistas pedindo para liberar as músicas para o filme. Não lembro de nenhuma música que tocou nesse filme. (Já as de I, Tonya lembro de todas).

A Tia Helô iria gostar da Lady Bird, afinal ela estuda numa escola católica. 123 "Ai, Jesus!" para o padre chorão.