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25.11.13

De Uyuni para o Atacama (3)

O terceiro dia começou cedo, as 6:30 da manhã. Nos 4700 metros de altitude faz muito frio nessa hora, o sol ameniza e estava fazendo um dia lindo.

passeando no deserto

Saímos pelo deserto vermelho e a primeira parada foi a árvore de pedra. No meio do nada aparecem formações rochosas grandes, o contraste do vermelho com o azul do céu é um espetáculo.



Seguimos para o Parque Nacional Fauna Andina Eduardo Abaroa que atravessariamos até a fronteira com o Chile. A primeira parada foi a espetacular Laguna Colorada.



Chegando do alto já dá para ver a cor vermelha (que é resultado das micro algas) e os milhares de flamingos que habitam o lugar. Uma coisa linda.



Depois de ficar contemplando o cenário colorido fomos para os geisers, a 5000 metros de altitude (e uma dor de cabeça que só iria embora no Atacama). Sai um bocado de fumaça com força dos buracos e o cheiro de ovo passado é forte, mas cores são bonitas.



A próxima parada foi uma lagoa que na ponta tem uma piscininha de água termal. A piscina é sem graça, mas o lugar é lindo.



Passamos por mais montanhas e um deserto justamente apelidado de Deserto de Dalí e chegando lá dá para ver porque. Momento Jung da viagem: "é incrível como Dalí pintou essa paisagem sem nunca ter estado aqui."

deserto de dalí
alguém largou a bike para usar o baño inca

Chegamos na Lagoa Verde que tem uma cor linda que muda o tom de verde a cada 10 minutos. Ao fundo o vulcão Licancabur que é metade Boliviano e metade Chileno.

licancabur da estrada
licancabur e a lagoa verde


A última parada foi a Lagoa Branca que é ao lado da Verde.



Almoçamos num refúgio na saída do parque (comida preparada pelo Juan) e seguimos para a fronteira.

O motorista chileno estava nos esperando, carimbamos os passaportes e começamos a descida para San Pedro do Atacama.

Em uma hora descemos de 4800 metros para 2700 metros. Impressionante como você vai se sentindo melhor, a dor de cabeça foi sumindo e 2700 metros ainda é alto pacas!

Assim terminou nossa aventura pela Bolívia, um lugar que surpreendeu demais!


Extras:

Na fronteira chilena tivemos um dos episódios mais curiosos da viagem. Chegando lá tinha um casal de suíços e os dois estavam completamente suados, esbaforidos, cansados ao lado de suas bicicletas. De repente escutamos um choro e acoplado a uma das bicicletas tinha um carrinho anexo, protegido por um plástico, com duas crianças. Uma de 2 anos e outra de 4 com bochechas mais vermelhas do que a Laguna Colorada. A mulher tirou a menor do carrinho enquanto o homem preenchia os papéis. Descobrimos que eles também tinham acabado de atravessar o Salar de Uyuni só que de bicicleta com duas crianças. Gente, isso é que é aventura. Passamos o resto da viagem falando neles.

Sobre a altitude: meu problema é que não consigo dormir acima de 2000 metros, acordo de hora em hora com falta de ar. Fora isso, dessa vez não tive nenhum outro problema a não ser a dor de cabeça no último dia. Da última vez que estive acima dos 3000 metros foi em Cuzco, lá também não dormia, mas me movimentava como se estivesse ao nível do mar e depois de 3 dias passei muito mal. Na Bolivia a frase que mais escutava da minha mãe era "Devagar! Não corre!", sim, como se fosse uma criança de 4 anos, mas funcionou.

Os outros dias da aventura:
De Uyuni para o Atacama (1)
De Uyuni para o Atacama (2)

24.11.13

De Uyuni para o Atacama (2)

No segundo dia da travessia saímos cedo do hotel em Tahua e fomos mais uma vez pelo salar até a Isla Pescado. Chegar na ilha parece que estamos fazendo um passeio de barco, é incrível.

saindo de tahua

A Isla Pescado também é cheia de cactos mas não tem uma infraestrutura como a Isla Incahausi. Mesmo assim havia um grupo acampado lá numa caverna protegida, e alguns estavam no salar tirando as fotos clássicas.

cactos aos montes
praia na ilha
montanhas a frente

Continuamos pelo salar mas já de saída. Passamos por uma área onde dois carros tinham atolado dois dias antes e seguimos para uma caverna chamada Cueva Galaxia. Essa caverna foi descoberta recentemente quando dois homens, que estavam procurando múmias, encontraram as formações delicadas da Cueva Galaxia. Parece papel.



Das cavernas seguimos por um caminho que mudava muito de paisagem, e os vulcões começaram a aparecer junto com pedras, areia, outro pequeno salar e canions. Até que chegamos no mirador Ollago e o vulcão. É uma área com formações rochosas com vista para o vulcão Ollago e onde paramos para almoçar.

trilhos 
olha aí o pessoal de bicicleta


O Juan, nosso guia e motorista, tinha preparado um frango a milanesa com salada e macarrão que estava muito gostoso.


almoço com vista

O mirador é onde os tours fazem uma parada, então quando chegamos tinha outros carros por lá.

a cozinheira de outro tour


Do mirador seguimos para as lagoas. A primeira foi a Cañapa que estava cheia de flamingos, assim como a segunda, a lagoa Hediona (essa tinha até um hotel ecológico na beira). A próxima Chiarkota não tinha tantos flamingos e a quarta, a Honda, tinha um formato diferente.

cañapa
lagoa hediona
flamingos!
lagoa honda

Depois das lagoas começamos a entrar na parte desértica do tour. Parecia que estavamos entrando em marte, tudo vermelho. Entramos no Paso do Inca, uma passagem no meio das pedras, e chegamos no deserto a quase 5 mil metros de altitude, tentando economizar cada moleculazinha preciosa de oxigênio.

paso do inca
a 4900 metros

O Hotel do Deserto fica no meio do nada. É isolado, só dunas de areia vermelha e montanhas em volta. Tem água quente até as 7 da noite e as 10 desligam todas as luzes. A temperatura a noite foi abaixo de zero, mas dentro do hotel estava aquecido. Nessa noite consegui dormir por uma hora e sentada, não teve remédio para altitude que desse jeito. Mesmo com noites mal dormidas não dá sono durante o dia, a vontade de ver tudo nos mantém alerta.

nada em volta
Primeiro dia: De Uyuni para o Atacama (1)

23.11.13

De Uyuni para o Atacama (1)

Existem algumas maneiras de atravessar o Salar do Uyuni e o deserto até chegar na fronteira com o Chile. As opções geralmente envolvem um carro 4x4, mas tem quem se aventure em bicicletas. Para ir de carro pode ser num tour coletivo ou num tour privado. O tour coletivo é bem mais barato e envolve dividir uma camionete 4x4 com outras 5 pessoas, mais o motorista e uma cozinheira. O tour coletivo dorme em refúgios que, pelo que li tem camas confortáveis e comida boa, mas as vezes falta banho quente, ou falta banho ponto. No tour privado é só seu grupo (eramos 3) no carro com o motorista e te dão a opção de dormir nos refúgios (fica mais barato) ou em hotéis construídos para dar um certo conforto. Nós fomos na opção mais confortável, ou deveria dizer, menos desconfortável. Todos os tours (barato e caro) incluem o carro 4x4 com motorista, comida e hospedagem.

fila de tours

O pessoal de Uyuni controla totalmente esse mercado. Os motoristas são os donos dos carros e são contratados através das agências. Também são eles que fazem as reservas nos hotéis e refúgios que são administrados por comunidades locais. Mesmo que você contrate o tour no Atacama, quando chegar na fronteira com a Bolívia seu motorista Uyuniano (Uyuniense?) estará lá te esperando.

Tem os tours de 3 noites que geralmente começam e terminam no mesmo lugar (Uyuni ou San Pedro do Atacama) e os de 2 noites, que fizemos, começando em Uyuni e terminando em San Pedro do Atacama. De todo jeito (coletivo ou particular) é uma aventura que vale muito a pena!

A nossa aventura começou no cemitério de trens de Uyuni. Sinceramente não achei nada demais, mas rende umas fotos interessantes.



A próxima parada foi uma cidadezinha, Colchani, com mais western feellings do que Uyuni, com trilho de trem na rua principal e casas feitas com tijolos de corais. Nessa cidadezinha vimos como é o processo da fabricação de sal feito pelos locais, tudo manual.

parede de corais


Depois de ver algumas barraquinhas de souvenirs, fomos ver alguns montinhos de sal acumulados para colheita e depois entramos de fato no belíssimo Salar de Uyuni, que fica a 3700 metros de altitude.



Salar de Uyuni é o maior deserto de sal do mundo. A camada de sal varia de 2 metros a 10 metros, é preciso saber onde o sal é firme ou então o carro atola mesmo. Na época de chuva (entre dezembro e fevereiro) não dá para circular por muitos pontos do Salar, mas tem aquelas poças d'água refletindo o céu dando sensação de infinito. Nós fomos na seca (novembro) e é uma coisa linda. Branco, infinito, dá vontade de sair andando e gritando.

as ilhas parecem flutuar



Rodamos uns 40 minutos pelo sal até chegar na Ilha Incahuasi, uma ilha cheia de cactus enormes com uma trilha até o topo com uma vista espetacular.

a ilha


Almoçamos na ilha e voltamos para o salar para fazer aquelas fotos clássicas de perspectiva (e pagar um mico, claro).



Seguimos para a vila de Chantani, que fica no pé de um vulcão colorido, onde vivem 4 famílias, mas tem um mini museu e uma espécie de parque com esculturas de pedras (e algumas múmias enterradas num buraco).

chantani


Terminamos o dia no Hotel de Sal em Tahua (as camas, sofá, cadeiras, paredes, eram tudo de sal) com um por do sol lindo.