27.12.18

Momento TOC Livros (12)

A minha leitura esse ano foi irregular. Alguns meses li muitos livros em e outros nenhum, mas deu para terminar o ano com 21 livros (claro que contei o 1Q84 como 3 livros, afinal, são 3 volumes).

Para 2019 vamos ver se consigo manter a meta de 20 livros. Já tenho um engatilhado no kindle para janeiro.

Vamos aos livros de 2018.


- 4321 - Paul Auster - Esse livro é um belo exercício no "E se...". São 4 histórias com o mesmo personagem que uma coisa muda na vida dele e os resultados são diferentes (as vezes muito as vezes nem tanto). O personagem principal sempre é um escritor nas 4 histórias, sempre ama a mesma mulher mas algumas pessoas estão em todas as histórias e outras em apenas uma. "E se meus pais tivessem se separado quando eu era jovem, e se um deles tivesse morrido, e se tivesse ido morar em Paris, e se...."

- Laços - Domenico Starnone - um livro sobre um casal que começa com uma carta pra lá de rancorosa que a esposa escreve pro marido quando ele abandonou a família porque se apaixonou por outra. Depois ficamos sabendo o lado dele, e do resto da família por tabela (eles tem dois filhos). É um livro curto, conciso, muito bem escrito com tanto drama que é difícil acreditar que o autor conseguiu colocar tudo em tão poucas páginas.

- The Idiot - Elif Batuman- A idiota fui eu em ler esse livro. Não que tenha sido de todo ruim, mas a história foi de lugar nenhum para lugar algum. É sobre uma estudante universitária americana de origem turca (detalhe importante porque ela compara as duas culturas o tempo todo) que decide aprender russo. Ela conhece um carinha na aula de russo, tem um crush e vai parar na Hungria só porque ele estava lá. No fim ele é um mané e ela vai de férias com a mãe para a Turquia.

- Everyone Loves You When You're Dead - Neil Strauss - Um livro de entrevistas que o Neil Strauss fez com pessoas famosas, desde músicos a atores, produtores, outros jornalistas. Minhas entrevistas preferidas foram: Bruce Springsteen, Flea (RHCP), Lady Gaga, Stephen Colbert, Trent Reznor e Cher. No fim ele faz uma lista das lições aprendidas (que são bem óbvias, tipo: segredo da felicidade é equilíbrio OU nunca diga nunca OU deixe o passado no passado).

- Scar Tissue - Anthony Kiedis - fiz um post sobre esse livro do vocalista do Red Hot Chili Peppers, um dos melhores relatos sobre vício em drogas que já li e de quebra a história da banda.

- Nunca Houve Um Castelo - Martha Batalha - A escrita da Martha Batalha é uma delícia e nesse livro ela conta a história da família do consul sueco e sua esposa que vieram para o Brasil no início do século 20 e construiram um castelinho em Ipanema para viver com a família. E assim o livro conta uma história informal do bairro através da família. Tem uma frase ótima: "O Passado é um país distante e tudo lá é feito diferente." Gostei muito desse livro.

- Middlesex - Jefferey Eugenides - A história de Cal (que nasceu Calliope) contada desde seus avós que vieram da Grécia, passando por seus pais, a história conturbada da cidade de Detroit e no meio de tudo isso a transição dele. É uma saga familiar, e sobretudo é um livro sobre transformação, de todos os personagens. Muito bem escrito.

- Jantar Secreto - Raphael Montes - Quatro amigos vão estudar no Rio de Janeiro e moram no mesmo apartamento. Um se formou médico, o outro em administração, outro em gastronomia e o outro abandonou os estudos e passa o tempo fazendo esquemas no computador. Um dia eles ficam endividados e precisam cobrir o dinheiro do aluguel. Aí decidem fazer um jantar para 10 pessoas e para apimentar (e aumentar o preço) dizem que é carne humana. Bem, dá para imaginar as trapalhadas que acontecem. O personagem principal é muito burro e mereceu o fim que teve, e o vilão da história era muito óbvio, mas  a discussão sobre o consumo de carne é boa.

- All Grown Up - Jami Attenberg - A personagem desse livro, Andrea, está na casa dos 39-40 anos. Ela é solteira, mora só num apartamento no Brooklyn e tem uma carreira de sucesso em propaganda. Os capítulos do livro são contos sobre a vida dela, sobre as amizades dela e ela filosofa sobre o que é ficar adulta: é casar? é ter filhos? Coisas que ela nunca quis. Achei esse livro interessante e bem escrito.

- I'll Be Gone In The Dark - Michelle McNamara - escrevi um post contando o que acontece nesse ótimo livro sobre um serial killer.

- 1Q84 - Harumi Murakami - Três volumes que contam a estranha história de amor de Aomame e Tengo no mundo paralelo (um pouco distópico e bizarro com duas luas) de 1Q84. Excelente.

- My Year Of Rest And Relaxation - Ottessa Moshfegh - Um livro sobre uma mulher que decide passar a maior parte de um ano dormindo. Quem não queria? E para isso ela tenta todas as combinações de drogas legais para dormir que ela consegue com uma psiquiatra bizarra e no meio ficamos sabendo suas motivações e relações. Ela não é uma personagem simpática mas a leitura é ótima.

- A Uruguaia - Pedro Mairal - Lucas é um escritor argentino que por causa dos problemas cambiais no país dele vai até o Uruguai para receber uns dólares. Lucas também tem problemas em casa e aproveita essa viagem de um dia para encontrar uma uruguaia que ele conheceu em um evento literário e o deixou querendo mais. É curto e bem escrito. E cuidado com seus pertences.

- Celular, Doce Celular - Rosana Hermann - A relação com o celular é descrita nesse livro que é tanto engraçado quanto assustador. Vai desde as inúmeras possibilidades de informação que esse dispositivo nos proporciona até verdadeiros problemas de postura e saúde. Tem desenhos do André Dahmer e histórias de celebridades e seus aparelhos.

- Tudo Que Nunca Contei - Celeste Ng - Esse livro é sobre uma família a partir do momento que a filha do meio é encontrada morta, afogada no lago atrás da casa deles. Ao longo do livro ficamos sabendo de doa a história da família: casamento dos pais, abandono da mãe, volta dela para casa, etc. O título do livro se refere a tudo que não é dito entre eles que leva a conclusões precipitadas, erros e enganos.

- O Império a Deriva - Patrick Wilcken - Um livro sobre a vinda da família real portuguesa para o Brasil e os efeitos que isso causou na formação da nossa sociedade (e de certa forma os resquícios que ficaram até hoje). Esse livro não entra em maiores detalhes mas deixa curioso quem quer saber mais. A abordagem de personagens não conhecidos, pessoas comuns, é interessante para descrever o dia a dia no Rio de Janeiro imperial. O curioso é que foi escrito por um australiano que deve ter achado muito louca essa história de uma familia real abandonar seu país e ir para a colônia fugida (com mais 10 mil pessoas).

- Lake Success - Gary Shteyngart - Como gostei muito de outro livro desse autor (Uma História de Amor Super Triste) decidi ler esse sobre um homem, Barry, que é administrador de fundos e depois que descobre que seu filho é autista ele decide fugir e ir atrás da sua ex-namorada e talvez de um tempo onde a vida era menos complicada. Ele vai de ônibus e ao longo da viagem se mete em algumas confusões. Barry não é um personagem simpático, nem sua esposa Seema (a história é alternada entre os dois), mas a leitura é muito boa. Tudo acontece no verão pré-eleição do Trump.

- Little Fires Everywhere - Celest Ng - Gostei tanto do livro anterior dela nessa lisa que resolvi ler esse. O título desse livro é sensacional, e a história é mais ou menos isso: pequenos dramas por todo lado que resultam em um drama maior (e um fogo maior). É sobre uma família rica de um subúrbio americano e um dia chega uma mãe e filha para abalar as estruturas dessa família. Como no outro livro, existe uma série de mal entendidos e muitas coisa não ditas que levam a conclusões precipitadas. Tem uma reflexão sobre adoção e maternidade.

- Sunburn - Laura Lippman - Ia deixar esse livro para 2019 mas comecei e a leitura fluiu tanto que terminei antes da virada do ano. É sobre uma mulher, Polly ou Pauline, que abandona marido e filho e vai ser garçonete numa pequena cidade perto de Baltimore. É sobre um detetive particular que foi contratado (por um terceiro) para segui-lá e acaba se apaixonando. A Polly tem muitos segredos. Não sei se gostei do fim e em alguns momentos tinha muita informação sobre personagens que não me interessavam, mas foi uma boa leitura.


Outros Momentos TOC Livros: (1)(2), (3)(4), (5)(6), (7), (8), (9), (10) e (11)

20.12.18

+Filmes

Bad Times at the El Royale

Esse filme era para ter passado em outubro, adiaram para janeiro mas como somos ansiosos para ver Melhor Chris, e não é certeza que vem para o cinema de Fortaleza, então vi logo.

Nesse filme o Jeff Bridges (adoro), Jon Hamm (emoji com coração nos olhos), Dakota Johnson (Mrs. Grey quando quer faz filmes bons) e Cinthia Erivo (que também está em Viúvas) chegam no El Royale, um hotel beira de estrada bem na divisa entre os estados da California e do Nevada.

Tudo se passa na década de 60 (eu acho) e o El Royale pelo jeito não é frequentado há algum tempo. Cada um está lá por um motivo, inclusive o recepcionista.

Qualquer coisa que eu contar vai ser spoiler então vou deixar todo mundo curioso. O filme é ótimo.

E tem sim o Melhor Chris num papel bem diferente do que ele já fez e o bonus de aparecer shirtless (que sempre vale a pena). Aliás Melhor Chris tem um molejo que gostaria de vê-lo em alguma cena com coreografia porque ele deve dançar bem.

(O que Melhor Chris não faz hein? É quase um Tom Cruise.)

A Tia Helô iria ficar bolada com o personagem do Jeff Bridges. 710² "Ai Jesus!" para Melhor Chris andando no campo de flores amarelas.

não existe "ai, jesus!" suficiente.

Se passar no cinema aqui vejo outra vez porque Melhor Chris merece uma tela grande.


Aquaman

E vamos a mais um filme da DC. Depois de aparecer (muito bem) no duvidoso Liga da Justiça o Aquaman ganhou seu filme.



Nunca achei o Aquaman interessante, mesmo ele sendo o Rei dos Mares e olha que isso não é pouca coisa, afinal o planeta é mais água do que terra. A única coisa bacana era ele falar com os peixes. Aí em Liga da Justiça a gente descobre que ele só falta voar.

Nesse filme temos a história da origem dele (é filho da rainha de Atlantis com um faroleiro do Maine) e depois como ele é levado a lutar pelo trono de Atlantis.

O seu meio-irmão Orm (a mãe voltou para Atlantis e casou com o rei como tinha sido prometida) está querendo causar uma guerra com o pessoal que vive na terra porque nós humanos somos uns porcos e estamos enchendo os oceanos de lixo. Achei muito justa a cena que o Orm manda de volta para terra todo o lixo dos mares. Para conseguir um mega exército ele precisa do aval dos outros povos dos mares. Ele está quase conseguindo quando a sua noiva Mera vai atrás do Arthur e diz que ele tem que parar com essa maluquice.

Arthur que está de boas na sua cidadezinha, bebendo com os locais, salvando submarinos de piratas, diz que não é rei coisa nenhuma mas Mera o convence a dar uma voltinha em Atlantis.

Atlantis é uma coisa meio Tron on steroids.

Chegando lá Arthur descobre que tem que achar o tridente dourado para ser rei da porra toda mas não sem antes lutar com seu meio irmão Orm.

Depois de uma cena que parecia a luta de Thor com Hulk só que embaixo d'água, Arthur e Mera vão na sua busca pelo tridente dourado aprontando muitas confusões.

Esse filme tem um apanhado de muitas coisas dos anos 1980/1990: Indiana Jones, Tron, Jurassic Park, e até Titanic. É divertido? Sim. É galhofado? Sim.

Não curti o outro vilão (?) chamado Black Mantis. Vilão burro não dá. Ele passou o filme querendo que alguém o ajudasse a encontrar o Aquaman quando era só ir nas redes sociais porque o Arthur tirou selfies no bar com fãs.

Jason Momoa é um ótimo Aquaman, gostei do Patrick Wilson de Orm, Nicole Kidman chuta bundas, a Mera da Amber Heard também, Willem Dafoe dá credibilidade e até o Dolph Lundgren está nesse filme.

Tia Helô iria gostar de tantos peixinhos e cores. 214 "Ai, Jesus!" só para aquela virada de cabelo na entrada do Aquaman no filme.

18.12.18

+Séries

Algumas das séries da Amazon Prime que assisti.

- Jack Ryan - vez do John Krasinski fazer o agente da CIA. Agente não, analista. Uma temporada cheia de tensão e muito bem desenvolvida.

- The Marvelous Mrs. Maisel - A segunda temporada é tão boa e talvez melhor que a primeira. Dessa vez a Mrs. Maisel está tentando se estabelecer no meio do stand up de NYC, mora com os pais e ainda trabalha na loja de departamentos. No meio de tudo isso a família vai de férias para o resort de Dirty Dancing e Mrs Maisel ganha um novo paquera. As piadas continuam ótimas, as referências idem.

- The First - Uma série que passa num futuro próximo onde uma missão para marte falha (a nave explode) e outra equipe tem que se preparar para ir. O foco da série é nas pessoas: o que leva alguém querer ir numa missão que pode não ter volta? Como as famílias reagem a isso? E de quebra temos a história da família do personagem do Sean Penn (que está em dia com a malhação).

- Forever - Uma série sobre um casal que morre e vai pro limbo. Eu acho que é o limbo. É um tipo de The Good Place sem tanta comédia. Gostei de algumas coisas e de outras nem tanto.

- Homecoming - A série estrela da temporada que tem a Julia Roberts no papel principal. É sobre um centro de reabilitação para soldados que estão voltando da guerra e Julia faz a analista deles. Mas será que é isso mesmo?


15.12.18

Roma


Que filme lindo.

Gosto muito do Alfonso Cuarón, desde a versão moderna dele para Grandes Esperanças e o excelente Filhos da Esperança (sério, esse filme é ótimo). Também gostei de Gravidade e de Y tu Mama Tambien.

Uma pena que Roma só tenha sido exibido em poucos cinemas no Brasil e nenhum em Fortaleza. É um filme que merece a tela grande e um som de qualidade. Minha tv é boa, mas nem tanto.

De todo jeito a Netflix está de parabéns.

O filme é sobre um ano, na década de 1970, na vida de uma família classe média mexicana, que vive na Cidade do México, sob o ponto de vista de Cleo, a empregada da casa.

Nesse um ano muitas coisas acontecem na família, na vida da Cleo e na cidade, desde o pai abandonar a família até protestos e terremotos.

É em preto e branco com uma fotografia maravilhosa. Cenas inusitadas e particularmente gostei muito das cenas que acompanham a Cleo andando pelas ruas. A cena da familia na praia é sensacional.

Os estrangeiros (norte americanos e europeus) devem achar essa relação da Cleo com a família muito curiosa, mas nós brasileiros temos essa cultura, mesmo que tenha havido mudanças nos últimos anos. Lembro que um amigo australiano ficou passado que os apartamentos no Brasil, até os menores, tinham dependência de empregada (e escreveu para família e amigos contando esse fato).

A Tia Helô iria gostar desse filme, talvez ela se identificasse com a avó da família. 15 "Ai, Jesus!" para tanto cocô de cachorro na entrada da casa.

9.12.18

+Filmes

First Reformed (No Coração da Escuridão)

Ethan Hawke faz um padre/reverendo de uma igreja antiga do estado de New York. Ele foi casado, ex-militar (numa família de militares) e depois que seu filho morreu na guerra ele foi buscar respostas na religião.

Um dia uma das frequentadoras de sua igreja pede para ele conversar com seu marido. Ela está grávida mas o pai da criança quer que ela faça um aborto porque ele não quer o fardo de trazer uma criança para esse mundo poluído e em destruição pelo aquecimento global.

Ethan Hawke vai lá ter uma conversa com o marido. Os diálogos desse filme são excelentes. E alternados com uma narração em off do reverendo escrevendo em seu diário que no início do filme ele nos diz que vai manter por um ano.

No meio de tudo isso ele tem que organizar com a outra igreja (maior e com mais frequentadores) o aniversário de 250 anos da sua igreja. E ele descobre que o maior patrocinador da festa e da igreja "concorrente" é o maior destruidor local do meio ambiente.

O fim foi um mistério para mim. Não sei o que representa e rende boas discussões filosóficas.

Ethan Hawke está maravilhoso nesse filme e vou achar injustiça se ele não aparecer na lista do Oscar ano que vem.

A Tia Helô iria gostar de ver Ethan Hawke no traje preto. 214 "Ai, Jesus!" para tantos goles de bebida que ele precisa no fim do dia.


Eighth Grade (Oitava Série)

Um filme sobre adolescência nos dias de hoje. Início da adolescência.

Kayla está terminado a oitava série e se preparando para o mundo cruel do High School. Como todo bom adolescente de hoje em dia, ela passa o dia com a cara no telefone ou no computador. E ela faz videos no YouTube nos quais ela dá dicas de como ser mais confiante, coisa que ela não é.

A camera sempre acompanha Kayla por tras quando ela está transitando por ambientes. Ela é tímida, sua postura é curvada e não a toa é eleita a pessoa mais calada da turma.

A menina popular da escola a convida para seu aniversário na piscina só porque a mãe insistiu. Kayla vai mas é aquela coisa desconfortável.

As cenas que a Kayla vê seu crush são hilárias.

As conversas com o pai também são bem realistas. O que faltou para mim foi uma explicação melhor da não presença da mãe.

A Tia Helô não devia ter muito interesse em dramas teens, mas ia achar a Kayla esforçada. 15 "Ai, Jesus!" para quem não larga esse celular.

2.12.18

+ Filmes

Blackkklansman (Infiltrano na Klan)

Spike Lee andava sumido, pelo menos para mim. O último filme dele que vi foi a versão americana de Oldboy (o coreano é melhor) que é de 2013, antes disso foi o ótimo Inside Man de 2006.

Pelo trailer esse filme parece uma comédia meio pastelão. Não é. Tem muitos momentos engraçados e exagerados mas o assunto é sério e relevante, mesmo que tratado de forma mais, hum, leve. E é baseado numa história real.

Sim, o Ron Stallworth existe. E ele conseguiu ser membro da KKK.

Ron foi o primeiro policial negro na polícia de Colorado Springs e depois de um tempo arquivando fichas criminais ele foi parar no departamento de investigação porque precisavam de um negro para infiltrar numa palestra de estudantes.

Um dia, Ron vê um anuncio no jornal (sim, no jornal) para novos membros da KKK. Tipo "você quer fazer parte do nosso clube?". Ron liga para o número e começa uma conversa com o lider local dizendo que quer entrar para a KKK.

Acontece que Ron, por motivos óbvios, não poderia ir ao encontro da turminha e aí entra o policial Flip que é branco. Então temos dois Rons, o do telefone e o que vai pessoalmente.

O desenrolar dessa história chega a ser inacreditável, e achei divertido o jeito que a foi contada.

John David Washington está ótimo como Ron Stallworth e Adam Driver faz o Flip. A interação dos dois é ótima.

O elenco todo é muito bom. Imagino que não tenha sido fácil para os atores dizerem algumas falas.

Tia Helô iria achar aqueles encontros do grupinho um pouco suspeitos. 617 "Ai, Jesus!" para os capuzes com pontas.


The Ballad of Buster Scruggs

Um filme dos irmãos Coen.

São seis histórias que se passam no velho oeste americano e de alguma de um jeito ou de outro são sobre a morte. Porque a vida acaba em um instante e no velho oeste era matar ou morrer.

Gostei das seis histórias, mas a minha preferida foi a The Girl Who Got Rattled. Tem um cowboy que vale a pena.

Esse filme está na Netflix.

Tia Helô iria ficar horrorizada com o tanto de bala que esse pessoal do velho oeste gasta. 427 "Ai, Jesus!" para aquele cavalo do James Franco.


As Viúvas

Um roubo de dinheiro dá errado e os ladrões todos morrem na explosão do carro. Acontece que esse filme se passa em Chicago no meio de uma eleição para vereador e tem uma briga pelo poder do bairro.

De um lado está Jack Mulligan (Colin Farrell), herdeiro político de seu pai (feito pelo Robert Duvall) e do outro tem o Jamal Manning (Brian Tyree Henry) um mafioso do bairro que quer ganhar mais influência sendo político.

Os ladrões roubaram o dinheiro do Manning e ele vai cobrar a devolução (ou pagamento) de Veronica (Viola Davis), a viúva do lider do bando (Liam Neeson).

Veronica decide juntar as outras viúvas para fazer um roubo e se livrar de Manning.

As outras viúvas são: Michelle Rodriguez (a Ana Lucia de Lost) e a ótima Elizabeth Debicki (que deve ser a atriz mais alta de Hollywood). A elas se junta Belle (Cynthia Erivo) que não é viúva mas estava disponível para dirigir o carro.

É um filme de roubo diferente. É lento, toma todo seu tempo (as vezes muito tempo) até chegar na ação, que é bem feita.

As atuações são ótimas. Viola Davis passa por todas as emoções possíveis de forma contida, Elizabeth Debicki deveria estar em mais filmes (quero um filme dela com o Melhor Chris) e Michele Rodriguez sempre vai bem nesses papéis.

Acho que poderia ter alguns minutos a menos mas gostei.

A Tia Helô iria ficar passada como é que essas mulheres não sabiam das atividades dos maridos. 615 "Ai, Jesus!" para toda vez que o Jatemme Manning (Daniel Kaluuya) aparecia em cena, muito medo dele.


Searching

Um filme sobre o desaparecimento de uma adolescente e o desespero de seu pai para encontrá-la.

Só que.... é todo contado através da tela do computador usando interfaces dos programas. É como se fossemos stalkers vendo tudo que uma pessoa faz no seu computador. É uma forma diferente e criativa de contar uma história, e, de quebra, mostra como dependemos dessas máquinas e como mudou a forma de nos relacionarmos, com o mundo e entre si.

Tia Helô não sabia nada de computadores. 514 "Ai, Jesus!" para tantas abas abertas.