13.6.19

Rocketman

Um filme sobre Sir Elton John na desde a sua infância, passando por sua fase sexo, drogas e rock n' roll até ele ficar sóbrio. Não poderia deixar de ver esse filme, o primeiro disco que tive na vida foi um compacto do Elton John com Your Song de um lado e Don't Go Breaking My Heart do outro. Sou fã desde criancinha.



É um musical. Dos bons. E como musical funciona muito bem já que Elton está contando sua história no grupo da rehab.

O filme usa as músicas do Elton John, independente da época, para contar sua história. Assim temos I Want Love de 2001 para marcar um momento do sua infância. Genial.

O filme mostra como o garotinho gênio (sim, o menino Reggie Dwight era capaz de tocar qualquer coisa de ouvido) se transformou em Elton John, como ele tocou com uma banda de soul americana, como ele conheceu seu parceiro em composições (e melhor amigo) Bernie Taupin e como sua carreira começou e o rumo que tomou.

A amizade e parceria de Elton com Bernie é a relação central desse filme.

A cena da composição de Your Song é linda, Goodbye Yellow Brick Road ganhou um novo significado (para mim), o momento que o define como showman no Troubadour é mágico, a passagem de tempo com Pinball Wizard funciona muito bem e no fim, é claro, I'm Still Standing.

Todas as músicas são reconhecíveis nos primeiros acordes e com arranjos excelentes e muito bem executadas pelos atores. Taron Egerton está de parabéns, depois de ver o filme não consigo ver mais ninguém fazendo Elton John, e como canta bem esse menino (pessoal do Oscar lembrem dele!). Jamie Bell como Bernie Taupin está um fofo.

Claro que tem alguns personagens caricatos: a mãe, o pai e o empresário mau caráter, mas faz sentido dentro do formato lúdico do filme.

A comparação com o Bohemian Rhapsody é inevitável. São filmes sobre artistas contemporâneos, vindos do mesmo país, os dois filmes tem o personagem do John Reid que foi empresário da banda e do cantor, e os dois filmes tiveram o mesmo diretor (que em Bohemian dirigiu só uns 15%).

Como filme, eu gostei mais de Rocketman. E eu gostei de Bohemian Rhapsody, mas como disse no post, é um filme para fãs.

Inclusive faço a afirmação polêmica que Taron Egerton fez um Elton John melhor que Rami Malek fez Freddy Mercury. Pronto. Falei.

A única coisa que o filme do Queen tem que é melhor que Rocketman são aqueles 20 minutos finais do Live Aid, que deu ao filme um final apoteótico.

Rocketman tem um final mais calmo, com o Elton John chegando a sobriedade que foi no início da década de 1980. Depois disso Elton John ainda teve 30 anos de sucessos e continua fazendo shows.

A Tia Helô era fã do Elton John (assim como ela era fã do Freddy Mercury), ela teria gostado muito desse filme (mesmo tapando os olhos em algumas cenas), especialmente sabendo que Elton é meio filho de vó. 417 "Ai, Jesus!" para o menino Elton e sua coleção de óculos.


PS. Esse filme merecia a tela do IMAX mas aqui em Fortaleza só passou no cinema normal.
PS. 2 Já analisei Empy Garden.

6.6.19

Hatfield House

Hatfield House faz parte da Treasure Houses of England, ou seja, casas históricas inglesas. São casas de famílias aristocráticas abertas ao público que guardam um pedaço da história do país. Outra casa que visitei foi a Chatsworth House.


Quando o Fabio sugeriu esse passeio aceitei na hora.

A Hatfield House fica ao norte de Londres numa vila pequena chamada Hatfield em Hertfordshire, e chega lá de trem saindo da King's Cross. A estação de trem é em frente uma das entradas da casa, a entrada que dá para o bosque.

Na Hatfield House morou a Rainha Elizabeth I antes de ser rainha. Inclusive foi lá que ela recebeu a notícia que o trono era dela.

o outro lado da casa

Então mantendo The Tudors como meu tema de viagem fui ver como vivia Elizabeth I.

vista lateral do jardim

Uma parte da casa foi construída em 1497 pelo Bispo de Ely na época do Henrique VII, depois os filhos do Henrique VIII moraram lá: Mary, Elizabeth e Edward.

parte mais antiga da casa

E foi em uma árvore no enorme jardim da casa que em 1558 Elizabeth ficou sabendo que seria rainha.


A árvore foi replantada pela Rainha Elizabeth II na década de 1980.


A famosa pintura da Elizabeth I chamada de Rainbow Portrait está lá no salão principal.

rainbow portrait porque ela segura
um arcoiris. ela tinha 67 anos
quando foi feito esse retrato, mas
como era rainha..
"me pinta mais jovem aí!"

O James I, sucessor da Elizabeth I, não gostava da casa e a deu ao Conde de Salisbury, em 1607, em troca de outra casa. O Conde de Salisbury derrubou parte da estrutura antiga e usou os tijolos para construir a casa que está lá hoje. A casa inclusive tem os quartos do rei e da rainha para se caso o James I quisesse fazer uma visitinha.

great hall de um lado
great hall do outro
(luz natural maravilhosa)

Durante a Primeira Guerra a casa serviu de posto de transição para os soldados prisioneiros de guerra que estavam voltando para casa.


A casa não é muito grande, mas os quartos e salões são imponentes, a iluminação natural vindo das janelas é ótima, a biblioteca é linda e só achei a cozinha pequena.

cozinha pequena mas chaleira não falta

Os jardins são lindos e o bosque é uma delícia para andar. Tem um gramado enorme onde acontecem eventos, e ainda tem um lago. Se tinha um labirinto estava na parte do jardim que não podia entrar, adoro um labirinto de plantas, mesmo já tendo me perdido em um e tive que pedir ajuda para sair.

nunca perco a oportunidade de correr na grama
eu e fabio depois que nos perdemos no descampado
mas conseguimos chegar na casa

A Hatfield House é usada como cenário em vários filmes, o mais recente foi A Favorita e quando visitei a casa os figurinos do filme estavam lá.

no corredor da favorita
figurino da olivia coleman como rainha anne

Saindo da casa tem os estábulos que foram tranformados em lojas e um café, e depois vale um passeio pela vila para voltar a estação de trem. Nós vimos até um casamento na igreja.

os carros dos noivos


4.6.19

Oxford

Aproveitei que minha amiga Ana está passando um tempo em Oxford e fui vê-la. Essa foi a segunda vez que fui na cidade que é linda.


A Ana disse para eu descer do ônibus na rua principal que ela me encontraria lá. Desci e já querendo ir no banheiro mirei o café do outro lado a rua. Entrei, fui no banheiro e aproveitei para comer algo. Aí vi que na parede estava escrito: "Queen Lane Coffee House, the oldest coffee house in Europe since 1654". Em 1654 o Brasil ainda estava começando a ser colônia portuguesa.


Nós fomos andando pela cidade, passamos pela Bodleian Library (mas não entrei), pela Radcliffe Camera, o prédio redondo mais conhecido da cidade e fomos até o Exeter College que foi onde JRR Tolkien estudou. C.S.Lewis também estudou em Oxford. Eles até frequentavam o mesmo pub.

capela do exeter college

O Brent, marido da Ana, me levou num pub super antigo, do século 12, que ficava enfiado num beco e tomei uma Pimms porque verão inglês né?


De lá andamos mais um pouco, entramos na livraria Blackwell que tem a maior sala de livros expostos do mundo, e foi muito difícil sair de lá sem comprar um livro.


A cidade não estava tão cheia de alunos porque o período de férias já tinha começado.

Entrei na loja do Harry Potter, porque Oxford tem todas as coisas Harry Potter.


Entramos no Worcester College ver o gramado perfeito e prédios fofos.

um gramado desses....

Também andei por uma parte da cidade que tinha umas casinhas coloridas bem diferentes da parte central da cidade.


3.6.19

Hampton Court Palace

Hampton Court Palace foi a residência do pai da Rainha Elizabeth I, também conhecido com Henrique VIII (foi rei de 1509 a 1547).


O palácio fica a meia hora de trem de Londres, saindo da estação Waterloo.


A entrada é organizada, pode comprar o ingresso antecipado pela internet e acredito que em alguns dias tenha muita gente mesmo, mas quando fui estava vazio e comprei o ingresso na hora.


A visita começa pela cozinha do palácio que é ENORME. Mas só pode né? Imagina o tanto de gente da corte que precisava ser alimentada. Tem um fogão enorme, tem uma churrasqueira e uma lareira gigantesca. Tem também uma adega.


Dali é só escolher para onde quer ir (e são muitas opções) e eu fui para o Great Hall onde Henrique VIII recebia as visitas no meio de suas tapeçarias gigantescas, algumas valendo mais que um navio de guerra. Seguindo tinha o Great Watching Chamber, uma sala impressionante dedicada a terceira esposa dele, Jane Seymour. Seguindo tinha corredor pequeno com uma coleção de chifres de veados que Henricão caçava no seu quintal, que dava em outro corredor maior com algumas pinturas.


Tem uma sala dedicada a Anne of Cleves, a quarta esposa do Henrique VIII que teve o casamento anulado. Nessa sala tem uma mesa redonda e você escuta a conversa da conspiração contra ela.

Então, as seis esposas do Henrique VIII: Catarina de Aragão (divórcio), Ana Bolena (decapitada), Jane Seymour (morreu), Anne of Cleves (divorcio), Catherine Howard (decapitada) e Kateryn Parr que sobreviveu a ele.


No dia que fui tinha várias excursões de escolas com muitas criançinhas curiosas e vários funcionários do palácio vestidos a caráter explicando tudo.

Seguindo o fluxo e os corredores cheguei na coroa do Henrique VIII que está exposta no alto da capela. A capela é bonita, mas não podia tirar fotos lá.

Aí fiz um uni duni tê e fui parar na Cumberland Art Gallery, um mini museu de pinturas e tem de tudo: de Rembrandt (acho que vi Rembrandt nessa viagem para uma vida inteira) a um quadro da Rainha Elizabeth II pintada pelo Andy Warhol.

nesse corredor filmaram algumas cenas
do filme A Favorita

Nesse ponto eu já estava pronta para ver os jardins. Amo jardins e parques, e do Hampton Court Palace não decepciona. Todas as árvores podadas em triangulo, uma coisa meio Alice in Wonderland. Tem até o canal que o rei gostava de passear. Infelizmente parte do jardim estava fechada porque ia ter um evento de música no palácio e não deu para ir no labirinto.

  

Ainda no jardim tem um prédio que é a quadra de tênis. Sim, Henrique VIII jogava tênis. Queria muito ver essa quadra de tênis porque lembro das cenas filmadas nela na série The Tudors.


É uma quadra de tênis, mas não é como as de hoje. É um jogo diferente, com uma contagem difícil de entender e pode usar as paredes como no squash. Enquanto estava lá tinha duas mulheres jogando, passei um bom tempo assistindo e saí sem entender as regras.



Voltei para o palácio para descobrir que tinha um quarto do chocolate e uma cozinha do chocolate. Os Tudors adoravam um docinho, mas a cozinha de chocolate foi coisa da Rainha Mary II e do Rei William III (1689), eles gostavam de chocolate quente pela manhã.



Dei mais uma volta pelo palácio nas praças internas e voltei para Londres.