28.11.18

Analisando a música: Colder Weather (Zac Brown Band)

Esses dias o youtube me sugeriu um video de um programa chamado Crossroads que é do mundo da música country. Sim, eu gosto de música country. Pronto, confessei. Não escuto tanto assim, nem conheço muitos artistas mas quando o country é chegado no rock ou no blues sempre acho boa.

No episódio era o fofo do Shawn Mendes com Zac Brown Band. Tocaram músicas de ambos e a parceria deu muito certo.

Já estava escutando um pouco de country quando lançaram Restoration, um album de músicas do Elton John com artistas country.

E aí depois de Ver Nasce Uma Estrela e Bradley Cooper mandando bem no country rock fui escutar mais um pouco dessas bandas (e artistas, Chris Stapleton tem uma voz maravilhosa).

Fiquei sabendo quem era Zac Brown e sua banda no episódio de Nashville da série do Foo Fighters sobre a gravação do album Sonic Highways (de 2014). Zac Brown tem uma voz gostosa, grave e seu country um pé no rock.

Conheço pouco da discografia da Zac Brown Band mas tem músicas boas como Loving You Easy, Keep Me In Mind, Homegrown e Colder Weather que é um dos maiores sucessos da banda. O que a banda faz de interessante, além do pé no rock, é a harmonização das vozes, Zac Brown é a voz principal mas o resto da banda todo colabora.

Colder Weather é de 2010 do disco chamado You Get What You Give. É uma balada country.

Música country sempre conta alguma história, então vamos saber o que tem por trás desse tempo frio do título.

She'd trade Colorado if he'd take her with him
Closes the door before the winter lets the cold in
And wonders if her love is strong enough to make him stay
She's answered by the tail lights
Shining through the window pane

Um dos compositores da música, Wyatt Durrette, disse que é sobre uma garota que ele conheceu mas que por causa do timing, da geografia e da vida na estrada não deu certo. Parece que ele ficou de encontrá-la depois de um show mas teve uma nevasca e ele seguiu caminho para o outro lado. Quando telefonou para se desculpar ela mandou ver.

Mas vamos ver como ele traduziu isso em forma de música.

(gosto do piano da introdução, é uma música que começa lenta mas ganha ritmo)

A história começa com ela dizendo que trocaria o Colorado se ele a levasse junto, mas ela fecha a porta para não deixar o frio entrar (no Colorado é frio pacas) e considera se seu amor é suficiente para fazê-lo ficar. Pensa outra vez amiga, porque ele já está indo embora no carro e ela só vê as luzes vermelhas do farol traseiro.

He said I wanna see you again
But I'm stuck in colder weather
Maybe tomorrow will be better
Can I call you then
She said you're a ramblin' man
You ain't never gonna change
You gotta a gypsy soul to blame 
And you were born for leaving

Essa é a parte que ele deve ter ligado para se desculpar e diz: "Quero te ver outra vez, mas estou preso num clima mais frio, amanhã talvez será melhor, te ligo." OI?? Como assim?

Vamos filosofar no "Colder Weather". Isso de estar emperrado (ou impedido) no clima mais frio pode ser uma metáfora para dizer que não quer compromisso. E que liga para ela quando resolver sair dessa nevasca emocional.

Mas ela não vai deixar barato e responde: "Você gosta da vida na estrada, pular de cidade em cidade, e não vai mudar nunca. Pode colocar culpa na sua alma cigana, você nasceu para ir embora."

Nasceu para ir embora. Apenas.

At a truck stop just outside of Lincoln
The night was black as the coffee he was drinking
And in the waitress' eyes he sees the same old light shinning
He thinks of Colorado 
And the girl he left behind

Aí ele chega em Lincoln (no estado do Nebraska, vizinho ao Colorado) para num restaurante numa noite escura como o café que ele bebia. Ele reconhece os olhinhos brilhando da garçonete indicando que ela está interessada. Ele provavelmente não vai perder a oportunidade, mas não deixa de dizer que lembra do Colorado e da outra que deixou lá. Aham.

He said I wanna see you again
But I'm stuck in colder weather
Maybe tomorrow will be better
Can I call you then
She said you're a ramblin' man
You ain't never gonna change
You gotta a gypsy soul to blame 
And you were born for leaving

O refrão dele dizendo que está impedido pelo tempo frio de vê-la, mas que liga se melhorar. E ela já sabendo com quem estava lidando manda ele abraçar a alma cigana.

Well it's a winding road
When you're in the lost and found
You're a lover I'm a runner
We go 'round and 'round
And I love you but I leave you
I don't want you but I need you
You know it's you who calls me back here baby

Aqui entra uma bateria boa e a música cresce. 

Ele diz que é uma estrada cheia de curvas (the long and winding road....) quando se está no achados e perdidos. Traduzindo: ele vive um conflito, afinal ela é a pessoa que ama e ele a que foge. Ele a ama mas a deixa, ele precisa dela mas não a quer (por enquanto) e fica nesse loop. Ele se apaixonou e está com medo.

Palmas para essa frase que diz muito com poucas palavras: I love but I leave you, I don't want you but I need you.

E aí entra um violino com guitarra. (Onde todos fazemos violino imaginário)

Oh I wanna see you again
But I'm stuck in colder weather
Maybe tomorrow will be better
Can I call you then
'Cause a ramblin' man
I ain't never gonna change
I gotta a gypsy soul to blame  
And I was born for leaving

Aqui o refrão muda com ele assumindo que nunca vai mudar, que gosta da vida na estrada e que nasceu para partir, mas apesar de tudo isso ele ainda quer vê-la outra vez e vai ligar quando o tempo frio melhorar.

When I close my eyes I see you
No matter where I am
I can smell your perfume through those whispering pines
I'm with your ghost again
It's a shame about the weather
I know we'll soon be together
And I can't wait 'til then
I can't wait 'til then

A música acalma e ele diz que não importa onde ele está que sente o cheiro do perfume dela pelos pinheiros sussurantes (eu diria que esses pinheiros estão mais para uivantes igual ventos dos morros do Heathcliff). Ele sente a presença do fantasma dela. Tem pessoas do forum que acham que ela morreu mas eu acho que é uma forma dele dizer que ela está sempre na cabeça dele (afinal, ele não quer mas precisa).

Aí ele termina com: "É uma pena esse tempo ruim, mas sei que em breve estaremos juntos e mal posso esperar até lá."

Se mal pode esperar, vai logo né? E não vamos esquecer que a primeira linha da música é ela dizendo que largaria tudo para ir com ele. 

É bom cruzar os dedos bem forte para ela ainda estar lá quando essa neve toda derreter, a de fato e a emocional.


O video oficial é com o Liam Hemsworth, irmão do Melhor Chris.




E aqui o video do programa com Zac Brown Band e o fofo do Shawn Mendes (eles deveriam fazer essa parceria mais vezes) cantando Colder Weather.




25.11.18

+ Séries

Algumas das séries que estão na Netflix que vi.

The Haunting of Hill House - Ótima série de terror sobre uma família que decide reformar uma casa cheia de mistérios e como isso afetou as crianças na vida adulta. Bem feita e os sustos são ótimos. Para ver de dia. (Porque se ver a noite não dorme. Avisei.)

O Demolidor - A terceira temporada foi excelente. Para quem gosta do gênero, vale cada episódio. O King Pin está de volta e ele é um vilão de respeito. Tem até plot twist na temporada.

House Of Cards - Sexta e última temporada. Claire merecia uma temporada melhor, porque se era para fazer novela mexicana que colocassem o narrador de Jane The Virgin. Ainda bem que acabou.

Narcos- México- Não sei se chamo essa a quarta temporada de Narcos ou a primeira do México, de todo jeito foi boa mas não chega perto da excelente terceira temporada de Narcos Colombia. Saudades do Agente Peña. E descobri que o sotaque mexicano é muito difícil de entender, assisti tudo com legendas e não entendia nada que saia da boca do Diego Luna. (nas outras temporadas de Narcos entendia os colombianos e o portunhol do Wagner Moura)

Maniac - Uma série meio Black Mirror, meio Wes Anderson. Não sei em que tempo se passa, tem elementos de várias décadas, e é sobre um experimento que faz com que as pessoas enfrentem seus traumas. Emma Stone e Jonah Hill fazem dois participantes que vão se relacionando. O curioso é que tem episódio de uma hora, de 40 minutos, de 25 minutos. Dá para ver numa tarde chuvosa.

The Bodyguard - Uma série sobre um soldado esteve na guerra e traz alguns traumas. No início ele salva um trem de um ataque terrorista de uma mulher bomba e é "promovido" a guarda costas da chefe do Home Office Britânico. Ele se mete numa enrrascada quando a vida dela é ameaçada. Tem uns plot twists bons.

22.11.18

+Filmes

Life Itself

Um filme sobre a vida, o universo e tudo mais. Foi dirigido pelo criador da série arranca lágrimas de todos This Is Us.

A história gira em torno de uma família, ou de duas famílias. A vida vai acontecendo, e a história nos é contada por um narrador o qual devemos confiar, ou não.

Tem o Oscar Isaac, que aparece pouco mas vale cada minuto. A Olivia Wilde também está nesse filme e faz um ótimo par com o Oscar Isaac.

A parte do Antonio Banderas no início me pareceu longa e meio fora de contexto mas depois tudo se encaixa.

E como This Is Us, é para levar lencinhos.

A Tia Helo iria gostar desse filme, 214 "Ai, Jesus!" para toda vez que o ônibus aparece.


My Dinner With Herve

Um filme da HBO sobre o encontro do jornalista Danny Tate com o Hervé Villechaize.

Para quem é muito novo e nunca viu A Ilha da Fantasia, o Hervé Villechaize era o anão parceiro do Sr. Roark que em todo episódio anunciava a chegada o avião. The plane! The plane! Vi muito essa série (bizarra) quando era criança.

Ele também fez o Nick Nack de 007 Contra O Homem Da Pistola de Ouro.

Nesse filme Peter Dinklage faz o Hervé e o Jamie Dornan faz o Jornalista. Mr. Grey entrevista Tyrion.

O Danny Tate foi a Los Angeles para entrevistar Gore Vidal e fazer uma reportagem pequena sobre "onde estão eles hoje" com o Hervé Villechaize. Acontece que ele perde a entrevista com o Gore Vidal e acaba numa noite muito louca cheia de confissões.

Ambos atores estão muito bem. O Peter Dinklage não parece nada com o Herve Villechaize mas ele acertou em cheio a voz e o sotaque.

Tia Helô iria se assustar com os excessos Hervé. 412 "Ai, Jesus!" porque tamanho não é documento.


Animais Fantásticos 2: Os Crimes de Grindelwald

Como diz o Choque de Cultura: filme do Harry Potter sem o Harry Potter. E esse segundo é muito mais ligado ao Harry Potter do que o primeiro.

Antes de ver esse segundo filme vi o primeiro que estava passando na tv. Acho o primeiro filme divertido e bem amarrado. Já esse segundo....

Tem coisas que gostei: Johnny Depp e Jude Law estão ótimos! Os bichos são bem feitos e os efeitos especiais também, é sempre legal ver o mundo dos mágicos, Hogwarts, etc. A motivação do vilão é boa, mas muita coisa ficou confusa, algumas soluções me pareceram muito fáceis o só colocadas ali porque tinha que ter alguma história. Achei preguiçoso, sem contar que inventaram uma ligação familiar bizarra.

O Jude Law faz um ótimo Dumbledore, mas não consigo relacioná-lo com o Dumbledore mais velho. Acho quase impossível aquele senhor dos outros 7 filmes um dia ter sido tão cool como o Jude Law.

Johnny Depp deixou de lado o Jack Saprrow e acertou no Grindelwald. Veria um filme só de Dumbledore com Grindelwald.

O Newt Scamander para mim está quase perdendo a função, mas acho ele fofo.

Poderiam ter resolvido muitas coisas nesse filme mas querem esticar essa série ao máximo. Vão ter que melhorar muito se quiserem levar mais gente ao cinema além dos potterheads.

Tia Helô não curtiria esse negócio de mágica. 417 "Ai, Jesus!" para cada vez que levantam a varinha.



15.11.18

MGMT no Circo Voador

Antes de vir para o Rio sempre olho que shows vão acontecer no Circo Voador porque quase sempre tem banda boa do projeto Queremos.

Já vi Alabama Shakes, Edward Sharpe and The Magnetic Zeros e Courtney Barnett. As vezes conheço bem a banda (Alabama Shakes), as vezes só conheço uma ou duas músicas da banda (Edward Sharpe) e acontece de não conhecer nada da banda ou artista se apresentando (foi o caso da Courtney Barnett) mas sempre acho ótimo conhecer sons novos, e ao vivo é a melhor maneira.

Dessa vez foi a MGMT, banda americana, da qual eu só conhecia o primeiro disco Oracular Spectacular, que gosto bastante, e fez sucesso nas rodas indies e hipsters em 2007/2008 com Kids e Eletric Feel.

O som deles é considerado pop psicodélico, whatever that means. Antes do show até escutei um pouco do disco novo Little Dark Age.

O engraçado é que a minha imagem deles sempre foi a da capa do Oracular Spectacular:


Então eu esperava um visual mais psicodélico e menos pop, mas o que vi no palco foram rapazes fofos e simpáticos que poderiam ser uma banda de garagem de adolescentes (estão todos na casa dos 30 com mais de 10 anos de estrada).


O show é bom. Os efeitos visuais nos telões eram muito bons e teve até um momento que colocaram uma bicicleta ergométrica para o vocalista pedalar e cantar, mas ele só cantou sentado nela (acho que a bicicleta não funcionou).


Tocaram todos os hits, as músicas do disco novo e voltaram para o bis. Algumas músicas ao vivo são bem melhores do que no disco (ficam mais animadas) e os fãs cantaram todas.

6.11.18

A parada dos elefantes

Em 2007 e 2011 teve a Cow Parade aqui no Rio. É uma exposição de arte composta por esculturas de vacas que artistas usam sua criatividade para decorá-las e ficam expostas pela cidade.

Dessa vez são elefantes. E como são fofos.

As esculturas dos elefantes são no tamanho real de um elefante bebê. No fim da exposição os elefantes podem ser comprados ou são leiloados e o dinheiro vai para filantropia local.

Aqui estão alguns que já vi aqui na zona sul.





4.11.18

Bohemian Rhapsody



Em julho de 1985 eu e a Luzinha sentamos na frente da TV para ver o Live Aid e passamos o dia inteiro (e boa parte da noite vendo os shows). Teve muita gente boa e teve o Queen.

Fomos juntas ver esse filme.

Esse filme já começa com Freddie Mercury chegando para fazer esse show. Aí o filme volta no tempo nos mostra como Freddie Mercury deixou de trabalhar no aeroporto jogando malas e foi ser vocalista de banda de rock.

Freddie, Brian May, Roger Taylor e John Deacon se juntaram e foram fazer shows em universidades. O filme mostra como foram disso para a banda que fazia mega shows pelo mundo. E no meio de tudo tem a história do Freddie Mercury.

A cronologia ficou um pouco confusa. Usaram os acontecimentos de forma a servir a história que queriam contar. O início é muito rápido, eles conseguem um contrato em 15 minutos de filme. A parte do Brasil então....fizeram um dois em um com o show de SP e o do Rock in Rio (que foram em anos diferentes), faz diferença para quem tem uma boa memória da época, mas não deixa de ser um filme divertido e que emociona.

Como o que interessa é a música....

As partes que mostram como nasceram alguns dos grandes hits da banda são ótimas. Os shows que aparecem no filme também são muito bons. São todos ótimos músicos, diversificados, e por isso o som do Queen é variado, refinado e elaborado.

O que vale mesmo o ingresso é o show do Live Aid. Mostra quase o show inteiro. É tão bem feito que eu e Luizinha nos sentimos no sofá em 1985 vendo tudo na tv (só que dessa vez no cinema com tela enorme e excelente som). Melhor, nos sentimos lá no estádio Wembley de 1985.

Rami Malek está realmente muito bem como Freddie Mercury. Gwilym Lee é identico ao Brian May. Mike Myers está no filme fazendo um executivo de gravadora que disse que eles não iam fazer sucesso (ele que praticamente reapresentou Bohemian Rhapsody para uma nova geração em Wayne's World).

Perdi a chance de ver o Queen ao vivo no show histórico do Rock In Rio 1, na época estava mais ligada em hard rock e preferi ver o AC/DC (que também fez um excelente show). Anyway....

A Tia Helô gostava muito do Freddie Mercury que ela viu na TV quando eles vieram para o Rock in Rio. Ela provavelmente fecharia os olhos em algumas partes, afinal Bohemian Rhapsody tem "Beelzebud has a devil put aside for me" na letra, mas gostaria de ver Freddie na tela grande do cinema. 135 "Ai, Jesus!" para o bigodão.

É para ver no IMAX. A música do Queen merece.


Já fiz o analisando a música de Killer Queen.