25.5.13

Séries: fim de temporada

Vamos a um apanhado do final da temporada. Com possíveis spoilers, claro.

Arrow - uma ótima surpresa, pipocão de primeira. É uma série ágil, o Oliver Queen continua interessante, tem o melhor shirtless da tv e o season finale foi uma surpresa. Só gostaria de pedir aos roteiristas para não colocarem diálogos importantes enquanto o Oliver está malhando.
Hawaii 5-0 - ainda me divirto com essa série. McGarrett e Danno: o melhor casal das séries, bromance dos bons. A mãe do McGarrett quase contou o grande segredo do Wo Fat que todo mundo já sabe, mas ficou para a próxima. E se eu fosse a Kono também iria embora com aquele namorado maravilhoso dela.
Chicago Fire - os bombeiros renderam ótimos episódios, os resgates são incríveis, é um novelão e é bom.
Falando em novelões, Nashville é dona do título. Me surpreendi com a atuação da Hayden Panettiere (que parece o nome da padaria aqui do lado de casa), ela faz a gente querer que a chata da Juliet se de bem. É drama que não acaba mais e as músicas até que são boas.
Na mesma linha tem Scandal, que vi a primeira temporada e não achei nada demais, mas a segunda foi muito boa com um cliffhanger profissional no fim. E tem o presidente dos EUA mais charmoso ever (apesar dele ser quase uma criança birrenta).
Revenge teve uma temporada irregular, mas o season finale teve um pouco de tudo: bomba, gente incriminada, morte misteriosa, revelações bombásticas. Aguardo a próxima.
The Good Wife - a boa esposa terminou a temporada tomando uma decisão que acho que vai ter mais resultados a longo prazo. Não gosto do marido dela e acho que ela patina na hora de resolver os problemas pessoais. Adorei o episódio com o John Noble. Tentaram fazer um suspense na cena final, mas não enganaram ninguém.

Elementary - Sei que todo mundo adora o Sherlock Holmes da BBC (inclusive eu), o Benedict Cumberbatch é genial, mas o Jonny Lee Miller fez essa série policial com caso do dia ficar muito interessante. Palmas para ele. E gosto da Watson da Lucy Liu. Gostei do episódio final, revelaram o Moriarty cedo demais (mas foi uma surpresa e tanto!), não sei o que esperar da próxima temporada.
Hannibal - Já que comecei a falar das atuações, o Hugh Dancy é outro que surpreendeu com seu Will Graham, e olha que o Hannibal do Mads Mikkelsen mostou a que veio. Os casos (extremamente bizarros) nessa série são só coadjuvantes para a relação entre os personagens principais. A terapeuta do Dr. Lecter é a Scully. Apenas. Os diálogos são ótimos, é visualmente incrível, mas é uma série pesada. Tenho a impressão que acabei de achar uma série queridinha. Por favor não cancelem!
Entrando nos serial killers, Bates Motel não tem a riqueza visual de Hannibal, mas Norma e Norman não brincam em serviço, a Vera Farmiga acertou o tom da mãe do serial killer e é possível ver o futuro nos olhos do garoto. Como eu disse, Dexter tem concorrentes a altura.
The Following me deixou confusa. Gostei de algumas coisas, mas o FBI mais lento que a internet da TIM dava muita raiva. O Kevin Bacon salvou muita coisa ali, não sei se vou ver a segunda temporada.
Criminal Minds ainda tem gás.

Grimm - uma série que eu não assistia, comecei a ver na tv e gostei. É da linha sobrenatural, um detetive descobre que faz parte de uma linhagem de Grimms (são capazes de ver os seres monstruosos que pessoas aparentemente normais escondem, tipo lobisomens e tal), mas é boa, pelo menos a gente aprende um bocado de palavras em alemão. E passa em Portland, lugar certo para festa estranha com gente esquisita. Ok, confesso, foram os olhos azuis/verdes do Detetive Buckhart que me prenderam.

The Americans fechou bem a primeira temporada. Adoro ver como os espiões russos se viram na década de 1980 sem celulares e outras gadgets modernas que devem ter facilitado o ramo. E o drama é bom.

Comédias: The Office acabou e aguardo outra tão boa quanto para ocupar o lugar. Community teve uma temporada muito estranha, alguns episódios foram ótimos e outros muito sem graça, mas ganhou outra temporada. Parks and Recreation terminou essa temporada com o Ron na expetativa de ser pai e o casamento da Leslie com o Ben foi lindo. New Girl teve o melhor beijo da temporada e muitas situações divertidas. How I Met your Mother, nessa 7ª temporada ficamos sabendo como Ted conheceu a mãe (ela tocava na banda no casamento da Robin com o Barney) e até vimos a cara dela, então decidi abandonar essa série, não me interessa saber os mínimos detalhes desse encontro. Também abandonei Modern Family.

Das que terminaram ainda no ano passado ou no início desse ano: Homeland correu para o abraço deixando mais um cliffhanger de respeito para a 3a temporada. Espero que o Quinn volte. Dexter teve um assassino amigo a altura, o Isaak, lindão e charmoso (queira que ele e o Dex ficassem amigos para sempre), pena que teve um fim, mas a Deb descobriu tudo sobre o Dex e a próxima temporada (que é a última) promete. Downton Abbey teve duas mortes inesperadas uma no meio da temporada e outra no maldito episódio de natal (onde tudo acontece). Que venha a próxima temporada. Mas a minha séire inglesa favorita do momento é Ripper Street, que fez uma temporada sólida e tem uma reconstituição de época excelente. Sons of Anarchy foi cruel, não sei se tem muita esperança para o Jax na próxima temporada, mas vou assistir.

Mad Men ainda não terminou, mas está com uma temporada muito boa (como sempre). Só não curti Don Draper 50 tons de cinza e Don Draper on drugs, assim fica cada vez mais difícil saber quem é esse homem. E quero saber quem é o Bob Benson e o que ele veio fazer.
Game of Thrones está com uma ótima 3ª temporada, só pulo as partes do Greyjoy, o resto está bom. Passei a gostar tanto do Sawyer Jaime Lannister que até esqueço que ele jogou o garoto da torre na 1ª temporada. Jaime e a Brianne fazem o melhor casal (sem ser) da série. E sou team Daenerys e seus dragões até o fim.

Que venha a midseason com True Blood.

22.5.13

Analisando a música: Locked Out Of Heaven (Bruno Mars)

Semana passada estava num treino de corrida cansativo e quando estava quase para desistir o shuffle do iPod me mandou essa música que eu nem sabia que tinha (as vezes pego músicas que só vou escutar muito tempo depois, valeu shuffle!) e foi uma injeção de ânimo para continuar.

Fiquei curiosa para saber do que se tratava essa música que gruda como chiclete na cabeça e que você não esquece por dias.

A primeira vez que vi o Bruno Mars numa dessas premiações achei que era alguém fazendo um cosplay do Michael Jackson na época do Off The Wall, e ele tem aquele tom de voz alto. Melhor, se Michael Jackson e Prince tivessem um filho, ele seria o Bruno Mars.

Depois descobri que, além do Bruno Mars ser havaiano, ele tinha um bocado de hits pop que estavam fazendo sucesso por aí: Grenade, Just The Way You Are, The Lazy Song e Marry You. Ele até tem um Grammy de melhor vocal pop.

Locked Out of Heaven é do segundo album do Bruno Mars, Unorthodox Jukebox, de 2012, do qual só conheço essa música, por enquanto. Devo ter colocado no iPod porque o início é puro The Police, tem um baixo marcante bacana e daqueles refrões de levantar os braços.

É uma música sobre.....wait for it.... amor e sexo ou sexo e amor, porque as vezes é tudo a mesma coisa. Quem nunca?

(levanta a mão quem achou que eu ia dizer que era sobre fim de relacionamento)

Com tanto UH! na música a gente só pode pensar em uma coisa né? Vamos averiguar.

Oh yeah, yeah, yeah
Yeah, yeah, yeah, UH!

Dez em dez pessoas acharam essa batida do início a cara do The Police, mas o Bruno Mars disse que não estava pensando no Sting e cia quando compôs. Com esse começo cheio de ohs, yeahs, e UH! a primeira pessoa que penso é o Sting. Just saying.

Never had much faith in love or miracles (miracles) UH!
Never wanna put my heart on the line UH!
But swimming in your world is something spiritual (spiritual) UH!
I'm born again every time you spend the night UH!

Ele confessa que nunca acreditou no amor e nem em milagres e que não queria arriscar seu precioso coraçãozinho (mas outras coisas que fazem UH! ele arrisca). Alguém perguntou para o Bruno Mars qual era a frase preferida nessa música e ele disse que era "Swimming in your world is something spiritual". Concordo. Essa analogia de nadar no mundo alheio é boa, gosto de coisas com água. E ele está dizendo que não é só um corpinho. UH! Também pode ser uma metáfora para sexo. Ui Ui Ui. Olha, gente, fazer o outro renascer toda vez que UH! é um poder e tanto que essa pessoa tem.

'Cause your sex takes me to paradise
Yeah your sex takes me to paradise
And it shows, yeah, yeah, yeah
'Cause you make me feel like
I've been locked out of heaven
For too long, for too long
Yeah you make me feel like
I've been locked out of heaven
For too long, for too long

Acontece que o Bruno Mars é direto e manda na lata "sexo bom que me leva ao paraíso! Tão bom, mas tão bom, que antes disso parecia que estava trancado do lado de fora do céu por tempo demais!" Estava trancado com cadeado, correntes, senha e tudo mais, mas agora descobriu o segredo. UH!

You bring me to my knees
You make me testify (testify) UH!
You can make a sinner change his ways UH!
Open up your gates 'cause I can't wait to see the light UH!
And right there is where I wanna stay UH!

Ela o faz ajoelhar e testemunhar, confirmar, mostar, etc, (provavelmente o poder que ela tem). UH! Ele diz que ela pode fazer um pecador mudar seu jeito (mas não necessariamente deixar de ser pecador, se é que vocês me entendem. UH!). "Abre esses portões que mal posso esperar para ver a luz! E é aqui que quero ficar." Definitivamente essa música é uma transa cantada. Sexy. UH!

Cause your sex takes me to paradise
Yeah your sex takes me to paradise
And it shows, yeah, yeah, yeah
'Cause you make me feel like
I've been locked out of heaven
For too long, for too long...

E cá estamos no paraíso outra vez. Deixa o cara aproveitar, foi tempo demais trancado do lado de fora, too looooooooog, too loooooooog.

Oh, oh, oh, yeah, yeah, yeah
Can I just stay here
Spend the rest of my days here

O clímax da transa música. E depois que entra, quem quer sair? Vamos ficar aqui para sempre. UH!

'Cause you make me feel like
I've been locked out of heaven
For too long, for too long
Yeah you make me feel like
I've been locked out of heaven
For too long, for too long

Vai Bruno Mars, esquece que estava trancado so lado de fora, já te deram a chave, abre esse cadeado e entra no paraíso! A senha é UH!

Oh, yeah, yeah, yeah, UH!

Agora sei porque me animou tanto na corrida. Aperta o play e boa sorte em tentar tirar essa música da cabeça. UH!




19.5.13

Corrida de Domingo

Depois da última corrida de 5km me inscrevi nessa de 10km da Unifor. Essa corrida geralmente acontece em dezembro, mas ano passado não teve e esse ano resolveram fazer em maio. O bom dessa mudança foi que nessa época não é tão quente e, como hoje, as vezes chove. Até amanheceu friozinho.

baixas temperaturas
acreditem, isso aqui é frio.

Depois de passar quase 1 mês com uma gripe/virose iô-iô, só voltei a correr de fato há duas semanas e isso não é tempo suficiente para treinar para 10km. Como consigo correr 5km normalmente, a tática para essa corrida era correr até o ponto de água, andar um pouco, correr até o próximo ponto de água, andar, e assim vai (os pontos d'água eram a cada 3km) E funcionou bem, consegui terminar a corrida inteira. Yeah!
largada

Antes da largada choveu forte por 10 minutos, mas durante a corrida não caiu um pingo. A chuva deixou poças d'água gigantescas e não teve um pé seco.

quase uma piscina

O percurso era ótimo, passava por uma área quase rural da cidade, e mais por dentro da universidade que é bem arborizada. Mesmo se não tivesse chovido para amenizar a temperatura, acredito que seria mais fresco do que correr no meio dos prédios. No fim teve a pista de corrida, que é a minha parte preferida, é como correr num colchão, pena que são só os 300 metros finais.

na comunidade
dessa vez tinha gente dando força
no campo
olha, uma vaca!
de volta a avenida
a gente indo e os outros voltando
dentro da universidade
melhor parte: a pista de corrida
eu e o nick inteiros no fim
(já o cara ali atrás nem tanto)
chegada, sua linda!
a medalha

17.5.13

The Office, the end.

Esse ano tive que dar tchau para a Fringe, 30Rock e agora The Office.

The Office era uma das minha séries favoritas. Vi a versão inglesa e depois comecei a ver a americana. Durante 7 temporadas acompanhei tudo, até tenho as três primeiras em DVD e o bobblehead do Dwight.

Já falei da série aqui, coloquei o Dwight na minha lista de nerds na tv, Jim e Pam nos casais mais legais, muito amor pelo Jim, e falei sobre a despedida do Michael Scott.

(com spoilers)

Não tinha série de comédia que eu esperava mais para ver na semana.

Depois que o Michael Scott saiu, no fim da 7ª temporada, e colocaram o chato do Andy no lugar dele parei de ver. O Ed Helms ganhou fama depois do Se Beber Não Case, mas o personagem dele sempre foi insuportável e piorou sendo o chefe do escritório. Por mim teria saído de vez quando foi fazer anger management lá na 3ª temporada. Ele me fez abandonar a série na 8ª temporada (mas vi alguns episódios). Quando soube que essa nona temporada seria a última decidi assistir para me despedir dos funcionários divertidos e loucos do escritório.

Para fazer sentido o estilo mocumentary da série, decidiram que depois de 9 anos o documentário ia ao ar. Na metade da temporada começaram a mostrar pequenos anúncios dentro da série e no penúltimo episódio o documentário foi ao ar com todos do escritório assistindo num bar. O útlimo episódio foi o que aconteceu um ano depois do documentário ir ao ar.

E essa última temporada teve episódios ótimos, mas os melhores de todos foram os últimos 3, especialmente porque o Dwight finalmente conseguiu o que sempre quis: ser o regional manager! O Dwight foi o melhor personagem dessa série, o mais constante e o que teve um amadurecimento sutil e importante. Sem contar que o Primo Mose quando aparecia era sempre uma alegria. No fim casou com a Angela, e ele se mostrou um ótimo gerente do escritório (com as devidas esquisitices). Sentirei saudades, bears, beets, battlestar galactica.

Jim e Pam sempre foram um dos meus casais favoritos na tv, mas nessa última temporada me decepcionei um pouco com a Pam. Nos últimos episódios dessa temporada ela foi mesquinha e meio que exigiu do Jim que ele abandonasse a nova carreira para ficar com ela em Scranton. O Jim é um fofo e mesmo crescendo no novo trabalho, gostando, fazendo mais dinheiro, ele disse para Pam que ela era a coisa mais importante na vida dele e que ele faria qualquer coisa por ela. Nunca pensei que fosse ter raiva da Pam, mas foi o que aconteceu nessa reta final, ainda mais depois que me lembrei de todas as outras temporadas e como ela sempre foi um pouco covarde em relação ao Jim.

No penúltimo episódio o Jim fez um video com todos os melhores momentos dos dois para mostrar o quanto ela era importante. Lindo, né? Mas no último episódio um ano se passou e o Jim ainda está no escritório. Para o meu alívio, a Pam se redimiu nos 45 do segundo tempo e resolveu se mudar de Scranton para que o Jim fosse trabalhar no emprego que ele queria. Ufa! E ela ainda disse que não conseguiu assistir mais do que alguns poucos episódios do documentário porque viu o tanto de burrada que fez ao longo dos anos. Bem feito. BUFO!

O resto do escritório fez sua parte, o Creed foi sensacional até o fim, Stanley se aposentou, Toby e Kevin foram despedidos, Oscar vai ser político, Phyllis está treinando um novo Stanley, a Meredith, quem diria, fez um doutorado durante 7 anos; Kelly e Ryan juntos outra vez, Daryl é um homem rico e de sucesso, não me importei muito com os novos funcionários (nem com a Erin) e detestei o Andy até o fim. Sentirei falta das pegadinhas (pranks) do Jim com o Dwight.

O último episódio foi maravilhoso. Dois momentos me arrancaram lágrimas: Jim e Primo Mose unidos para a festa de despedida de solteiro do Dwight (porque eu adoro o Primo Mose e o Jim) e a volta do Michael Scott como padrinho de casamento do Dwight. Best. Prank. Ever.

"I can't believe you came!"
"That's what she said!"



10.5.13

Stand up (2)

Ano passado eu comecei a fazer o stand up mas parei. Esse ano decidi que vou me dedicar até conseguir pegar onda, então voltei as atividades.



Não é fácil remar no mar aqui na frente, venta um bocado, as ondas são muitas dificultando o equilíbrio, mas consigo remar bastante. E o visual é lindo.

Essa semana fui duas vezes e levei minha inseparável camera waterproof para tirar algumas fotos.

verdes mares
pescador
outro remador
terra a vista
no caiaque
outro remador e um nadador escondido
nas ondas
uma gotinha na lente
descansando



E o Nick, que estava andando na areia, conseguiu tirar um foto minha remando e até fez um filminho.




5.5.13

Analisando a música: Love Is Blindness (U2)

O U2 apareceu no início da década de 1980 com o album Boy e mostrando que veio para causar polêmica no front. Irlandeses, de Dublin, bons meninos, foram mostrar seu rock cheio de riffs memoráveis e músicas de protesto.

Já fui mais fã do U2, e depois do How To Dismantle An Atomic Bomb não sei mais o que fizeram. Gosto muito da voz do Bono Vox, mas hoje me cansa um pouco. Teve música do U2 que foi banida do meu iPod, mas já fiz as pazes.

Lembro que meu primeiro disco de vinil da banda foi o Under A Blood Red Sky, um combo dos shows da banda nos EUA dos 3 primeiros albuns (Boy, October e War), só com 8 músicas, que minha mãe trouxe de Londres. Depois vieram os ótimos The Unforgettable Fire (que tenho em fita cassete) e The Joshua Tree (esse tenho em CD). Em 1988 o U2 lançou o Rattle and Hum que rendeu críticas mistas e a banda decidiu que era hora de mudar. Em 1991 o U2 gravou, em Berlim, o Achtung Baby, o meu album preferido da banda, aquele que toca do início ao fim sem uma música para pular. Achtung Baby é diferente de tudo que o U2 tinha feito antes, sai o rock cru de protesto e entra distorções, um pouco de eletrônico, e letras mais intimistas. Foram para Berlim absorver um pouco da loucura da cidade que na época tinha só 2 anos de muro caído e a influência surtiu efeito também no album seguinte o Zooropa.

Achtung Baby é o album que tem a ultra-über conhecida e tocada One, que gosto muito, mas não é a minha favorita no album. Ok, eu conto. A música que gosto mais nesse album é So Cruel (seguida de Even Better Than The Real Thing e Mysterious Ways), mas não é essa que vou analisar. O Jack White gravou uma versão de Love Is Blindness para o 20º aniversário do Achtung Baby que foi incluída na trilha do Great Gatsby do Baz Lurhman (que vai ser lançado em junho) e me fez lembrar dessa música que estava um pouco esquecida no meu iPod.

Love Is Blindness é sobre o mesmo assunto de, pelo menos, 80% das músicas (estatística minha): dor de cotovelo, fim de relacionamento, traição e amor sofrido. (O pessoal da teoria da conspiração acha que essa música é sobre terrorismo e bombas na Irlanda do Norte. Outra facção de palpiteiros acha que é sobre o suicídio, e sempre tem os defensores de 'tudo é sobre drogas'.) Pelo que consta nos autos, o The Edge estava passando pelo fim do casamento quando o U2 gravou Achtung Baby, daí algumas músicas no album que refletem essa fase (So Cruel, Ultraviolet e, claro, Love Is Blindness).

Essa música é a última no album e vem como um tapa na cara. É tensa, densa, introspectiva, e quando termina você só quer se enrolar no cobertor em posição fetal. Fica a dica.

Love is blindness
I don't want to see
Won't you wrap the night
Around me
Take my heart
Love is blindness

O amor não é só cego, é cegueira. É veneração, perturbação, loucura. De enterrar a cabeça na areia e entregar o coração.

In a parked car
In a crowded street
You see your love
Made complete
Thread is ripping
The knot is slipping
Love is blindness

Aqui acho que é o momento que a traição ocorre, num carro estacionado, numa rua cheia de gente, linhas rasgando e laços sendo desfeitos, ele olhou mas não viu, prefere a cegueira. Os laços podem ser da roupa de fato sendo rasgada (ui ui ui) ou o vínculo que os ainda mantém juntos.

Love is clockworks
And cold steel
Fingers to numb o feel
Squeeze the handle
Blow out the candle
Love is blindness

É muita desilusão dizer que o amor é automático e mecânico como um relógio e aço frio. Os dedos entorpecidos que nada sentem. "Squeeze the handle, blow out the candle" é sobre o perecimento do amor, puxa o gatilho e assopra a vela que o fim chegou. É fanatismo.

Love is blindness
I don't want to see
Won't you wrap the night
Around me
Oh my love
Love is blindness

O amor é um tiro no escuro, incontrolável, imprevisível. É perder a soberania sobre si mesmo.

A little death
Without mourning
No call
And no warning
Baby, a dangerous idea
That almost makes sense

A dualidade do amor. Não te amo mais, mas ainda te quero. O amor chega ao fim, mas ainda merece um pouco mais. "Little death" é um eufemismo para orgasmo, ou seja, essa idéia perigosa que quase faz sentido é um sexo fim de relacionamento (quem nunca?) sem arrependimentos, sem aviso.

Love is drowning
In a deep well
All the secrets
And no one to tell
Take the money
Honey
Blindness

E finalmente o amor se afoga num poço profundo. Não tem volta. Desabou. Segredos perdidos. Pode levar o dinheiro, querida, pode levar tudo. Insensatez.

Love is blindness
I don't want to see
Won't you wrap the night
Around me
Oh my love
Blindness

Uma última vez o refrão melancólico. Não tem final feliz, é para sofrer. Aperta forte esse travesseiro, eu avisei.

É interessante que o Bono canta essa música sem exageros, não tem gritos, como se fosse uma constatação, deixa a angústia para o solo de guitarra.

Love is Blindness não tem um video oficial, não gosto desse mas, sem ser ao vivo, foi o que achei.




A versão do Jack White é tem uma bateria inicial mais dramática, uma guitarra mais suja e é mais enfático na letra (que foi uma ótima escolha para a história do Gatsby), mas Bono cantando ao vivo na tour Zoo Tv com um solo de guitarra sentido do the Edge é essencial.


3.5.13

Homem de Ferro 3

Caro Tony Stark,

Você é um cara legal, divertido, criativo, inteligente, aliás, nas suas palavras, "gênio, bilionário, playboy e filantropo". Finalmente se juntou com a Pepper, largou os bons drinks, deixou de ser festeiro para se dedicar a uma vida tranquila aperfeiçoando seus brinquedos de guerra. Os eventos que aconteceram em NY no episódio que você ajudou seus camaradas dos Vingadores deixaram alguns traumas, porque né, ninguém fica amigo do Thor impunemente. Aliens!

Acontece que nos seus dias de playboy você deixou algumas pessoas com raivinha, sede de vingança, e esse pessoal voltou para animar a festa. E não brincam em serviço. Primeiro a cientista que consegue regenerar plantas (e pessoas) e depois um megalomaníaco terrorista barra pesada tipo o Mandarim. O Mandarim conseguiu até que o presidente americano burlasse a regra número um: não negociar com terroristas.

Dito isso, por que raios (ou lasers) você foi dar o endereço, com CEP, da sua casa maravilhosa para esse homem?? Tudo bem que não deve ser difícil te encontrar na lista telefônica, afinal você não esconde nada de ninguém, mas chamar o cara para uma visitinha??? Olha, a culpa da destruição da casa é toda sua. Não tem coelho gigante de pelúcia que resolva.

Claro que as vezes que vi o trailer do filme já me preparavam para esse momento trágico, mas foi pior. Não sobrou nada. Não me conformo. #chatiada

Não quero nem falar do seu novo e divertido amigo mirim, nem do resgate incrível do pessoal que saiu pela porta do Air Force One, nem do Cel Rhodes e seu Iron Patriot, nem de pessoas que cospem fogo, nem do Guy Pearce e Ben Kingsley (ótimos, por sinal), nem da falta de música heavy metal, nem do fato que fiquei com a sensação de estar vendo um filme de natal fora de época.

Sei que você é o Iron Man, blá, blá, blá, e tem doletas o suficiente para construir uma casa nova, inclusive melhor, mas até lá estou suspendendo minha vontade de querer ser sua amiga (interesseira?). Pode ficar com o Bruce Banner.



P.S. A Tia Helô diria 361 "Ai, Jesus!" para a pirotecnia do Iron Man, e acho que ela gostaria mais da versão tailandesa