O U2 apareceu no início da década de 1980 com o album Boy e mostrando que veio para causar polêmica no front. Irlandeses, de Dublin, bons meninos, foram mostrar seu rock cheio de riffs memoráveis e músicas de protesto.
Já fui mais fã do U2, e depois do How To Dismantle An Atomic Bomb não sei mais o que fizeram. Gosto muito da voz do Bono Vox, mas hoje me cansa um pouco. Teve música do U2 que foi banida do meu iPod, mas já fiz as pazes.
Lembro que meu primeiro disco de vinil da banda foi o Under A Blood Red Sky, um combo dos shows da banda nos EUA dos 3 primeiros albuns (Boy, October e War), só com 8 músicas, que minha mãe trouxe de Londres. Depois vieram os ótimos The Unforgettable Fire (que tenho em fita cassete) e The Joshua Tree (esse tenho em CD). Em 1988 o U2 lançou o Rattle and Hum que rendeu críticas mistas e a banda decidiu que era hora de mudar. Em 1991 o U2 gravou, em Berlim, o Achtung Baby, o meu album preferido da banda, aquele que toca do início ao fim sem uma música para pular. Achtung Baby é diferente de tudo que o U2 tinha feito antes, sai o rock cru de protesto e entra distorções, um pouco de eletrônico, e letras mais intimistas. Foram para Berlim absorver um pouco da loucura da cidade que na época tinha só 2 anos de muro caído e a influência surtiu efeito também no album seguinte o Zooropa.
Achtung Baby é o album que tem a ultra-über conhecida e tocada One, que gosto muito, mas não é a minha favorita no album. Ok, eu conto. A música que gosto mais nesse album é So Cruel (seguida de Even Better Than The Real Thing e Mysterious Ways), mas não é essa que vou analisar. O Jack White gravou uma versão de Love Is Blindness para o 20º aniversário do Achtung Baby que foi incluída na trilha do Great Gatsby do Baz Lurhman (que vai ser lançado em junho) e me fez lembrar dessa música que estava um pouco esquecida no meu iPod.
Love Is Blindness é sobre o mesmo assunto de, pelo menos, 80% das músicas (estatística minha): dor de cotovelo, fim de relacionamento, traição e amor sofrido. (O pessoal da teoria da conspiração acha que essa música é sobre terrorismo e bombas na Irlanda do Norte. Outra facção de palpiteiros acha que é sobre o suicídio, e sempre tem os defensores de 'tudo é sobre drogas'.) Pelo que consta nos autos, o The Edge estava passando pelo fim do casamento quando o U2 gravou Achtung Baby, daí algumas músicas no album que refletem essa fase (So Cruel, Ultraviolet e, claro, Love Is Blindness).
Essa música é a última no album e vem como um tapa na cara. É tensa, densa, introspectiva, e quando termina você só quer se enrolar no cobertor em posição fetal. Fica a dica.
Love is blindness
I don't want to see
Won't you wrap the night
Around me
Take my heart
Love is blindness
O amor não é só cego, é cegueira. É veneração, perturbação, loucura. De enterrar a cabeça na areia e entregar o coração.
In a parked car
In a crowded street
You see your love
Made complete
Thread is ripping
The knot is slipping
Love is blindness
Aqui acho que é o momento que a traição ocorre, num carro estacionado, numa rua cheia de gente, linhas rasgando e laços sendo desfeitos, ele olhou mas não viu, prefere a cegueira. Os laços podem ser da roupa de fato sendo rasgada (ui ui ui) ou o vínculo que os ainda mantém juntos.
Love is clockworks
And cold steel
Fingers to numb o feel
Squeeze the handle
Blow out the candle
Love is blindness
É muita desilusão dizer que o amor é automático e mecânico como um relógio e aço frio. Os dedos entorpecidos que nada sentem. "Squeeze the handle, blow out the candle" é sobre o perecimento do amor, puxa o gatilho e assopra a vela que o fim chegou. É fanatismo.
Love is blindness
I don't want to see
Won't you wrap the night
Around me
Oh my love
Love is blindness
O amor é um tiro no escuro, incontrolável, imprevisível. É perder a soberania sobre si mesmo.
A little death
Without mourning
No call
And no warning
Baby, a dangerous idea
That almost makes sense
A dualidade do amor. Não te amo mais, mas ainda te quero. O amor chega ao fim, mas ainda merece um pouco mais. "Little death" é um eufemismo para orgasmo, ou seja, essa idéia perigosa que quase faz sentido é um sexo fim de relacionamento (quem nunca?) sem arrependimentos, sem aviso.
Love is drowning
In a deep well
All the secrets
And no one to tell
Take the money
Honey
Blindness
E finalmente o amor se afoga num poço profundo. Não tem volta. Desabou. Segredos perdidos. Pode levar o dinheiro, querida, pode levar tudo. Insensatez.
Love is blindness
I don't want to see
Won't you wrap the night
Around me
Oh my love
Blindness
Uma última vez o refrão melancólico. Não tem final feliz, é para sofrer. Aperta forte esse travesseiro, eu avisei.
É interessante que o Bono canta essa música sem exageros, não tem gritos, como se fosse uma constatação, deixa a angústia para o solo de guitarra.
Love is Blindness não tem um video oficial, não gosto desse mas, sem ser ao vivo, foi o que achei.
A versão do Jack White é tem uma bateria inicial mais dramática, uma guitarra mais suja e é mais enfático na letra (que foi uma ótima escolha para a história do Gatsby), mas Bono cantando ao vivo na tour Zoo Tv com um solo de guitarra sentido do the Edge é essencial.
Já fui mais fã do U2, e depois do How To Dismantle An Atomic Bomb não sei mais o que fizeram. Gosto muito da voz do Bono Vox, mas hoje me cansa um pouco. Teve música do U2 que foi banida do meu iPod, mas já fiz as pazes.
Lembro que meu primeiro disco de vinil da banda foi o Under A Blood Red Sky, um combo dos shows da banda nos EUA dos 3 primeiros albuns (Boy, October e War), só com 8 músicas, que minha mãe trouxe de Londres. Depois vieram os ótimos The Unforgettable Fire (que tenho em fita cassete) e The Joshua Tree (esse tenho em CD). Em 1988 o U2 lançou o Rattle and Hum que rendeu críticas mistas e a banda decidiu que era hora de mudar. Em 1991 o U2 gravou, em Berlim, o Achtung Baby, o meu album preferido da banda, aquele que toca do início ao fim sem uma música para pular. Achtung Baby é diferente de tudo que o U2 tinha feito antes, sai o rock cru de protesto e entra distorções, um pouco de eletrônico, e letras mais intimistas. Foram para Berlim absorver um pouco da loucura da cidade que na época tinha só 2 anos de muro caído e a influência surtiu efeito também no album seguinte o Zooropa.
Achtung Baby é o album que tem a ultra-über conhecida e tocada One, que gosto muito, mas não é a minha favorita no album. Ok, eu conto. A música que gosto mais nesse album é So Cruel (seguida de Even Better Than The Real Thing e Mysterious Ways), mas não é essa que vou analisar. O Jack White gravou uma versão de Love Is Blindness para o 20º aniversário do Achtung Baby que foi incluída na trilha do Great Gatsby do Baz Lurhman (que vai ser lançado em junho) e me fez lembrar dessa música que estava um pouco esquecida no meu iPod.
Love Is Blindness é sobre o mesmo assunto de, pelo menos, 80% das músicas (estatística minha): dor de cotovelo, fim de relacionamento, traição e amor sofrido. (O pessoal da teoria da conspiração acha que essa música é sobre terrorismo e bombas na Irlanda do Norte. Outra facção de palpiteiros acha que é sobre o suicídio, e sempre tem os defensores de 'tudo é sobre drogas'.) Pelo que consta nos autos, o The Edge estava passando pelo fim do casamento quando o U2 gravou Achtung Baby, daí algumas músicas no album que refletem essa fase (So Cruel, Ultraviolet e, claro, Love Is Blindness).
Essa música é a última no album e vem como um tapa na cara. É tensa, densa, introspectiva, e quando termina você só quer se enrolar no cobertor em posição fetal. Fica a dica.
Love is blindness
I don't want to see
Won't you wrap the night
Around me
Take my heart
Love is blindness
O amor não é só cego, é cegueira. É veneração, perturbação, loucura. De enterrar a cabeça na areia e entregar o coração.
In a parked car
In a crowded street
You see your love
Made complete
Thread is ripping
The knot is slipping
Love is blindness
Aqui acho que é o momento que a traição ocorre, num carro estacionado, numa rua cheia de gente, linhas rasgando e laços sendo desfeitos, ele olhou mas não viu, prefere a cegueira. Os laços podem ser da roupa de fato sendo rasgada (ui ui ui) ou o vínculo que os ainda mantém juntos.
Love is clockworks
And cold steel
Fingers to numb o feel
Squeeze the handle
Blow out the candle
Love is blindness
É muita desilusão dizer que o amor é automático e mecânico como um relógio e aço frio. Os dedos entorpecidos que nada sentem. "Squeeze the handle, blow out the candle" é sobre o perecimento do amor, puxa o gatilho e assopra a vela que o fim chegou. É fanatismo.
Love is blindness
I don't want to see
Won't you wrap the night
Around me
Oh my love
Love is blindness
O amor é um tiro no escuro, incontrolável, imprevisível. É perder a soberania sobre si mesmo.
A little death
Without mourning
No call
And no warning
Baby, a dangerous idea
That almost makes sense
A dualidade do amor. Não te amo mais, mas ainda te quero. O amor chega ao fim, mas ainda merece um pouco mais. "Little death" é um eufemismo para orgasmo, ou seja, essa idéia perigosa que quase faz sentido é um sexo fim de relacionamento (quem nunca?) sem arrependimentos, sem aviso.
Love is drowning
In a deep well
All the secrets
And no one to tell
Take the money
Honey
Blindness
E finalmente o amor se afoga num poço profundo. Não tem volta. Desabou. Segredos perdidos. Pode levar o dinheiro, querida, pode levar tudo. Insensatez.
Love is blindness
I don't want to see
Won't you wrap the night
Around me
Oh my love
Blindness
Uma última vez o refrão melancólico. Não tem final feliz, é para sofrer. Aperta forte esse travesseiro, eu avisei.
É interessante que o Bono canta essa música sem exageros, não tem gritos, como se fosse uma constatação, deixa a angústia para o solo de guitarra.
Love is Blindness não tem um video oficial, não gosto desse mas, sem ser ao vivo, foi o que achei.
A versão do Jack White é tem uma bateria inicial mais dramática, uma guitarra mais suja e é mais enfático na letra (que foi uma ótima escolha para a história do Gatsby), mas Bono cantando ao vivo na tour Zoo Tv com um solo de guitarra sentido do the Edge é essencial.
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