25.5.15

Series: fim de temporada

E para algumas séries fim para sempre.

Mad Men acabou. Sete temporadas de uma série fina, chique, bem feita, com uma história bem contada. Não sei se o Don Draper evoluiu de fato, se ele se tornou um cara um pouco mais legal (espero que não), mas continuou tendo idéias geniais para campanhas publicitárias. Afinal, o negócio dele é conquistar e seduzir e nisso ele é mestre. Um beijo Don, terei saudades. Peggy se tornou uma ótima redatora (começou a série como secretária), Joan sempre buscando um lugar ao sol e Roger não deixou de ser o bon vivant.

Revenge também subiu no telhado e foi cheia de twists novelescos até o fim. Será que a Emily herdou o coração da Victoria? Nunca saberemos.

Parks and Recreation  foi outra que acabou. A última temporada foi ótima para despedir do pessoal de Pawnee.

The Americans teve uma ótima temporada. Agora vamos ver o que a filha adolescente dos nossos espiões russos favoritos vai fazer. Acho que ela não se convenceu com essa coisa de motherland.

The Good Wife teve uma temporada movimentada cheia de veneno jurídico com a Alicia se candidatando, ganhando e depois tendo que abandonar o cargo por pressão política. Agora ela está atrás de um sócio.

Eu achava que Community tinha acabado mas o Yahoo a ressuscitou e essa sexta temporada está até divertida.

Arrow teve uma temporada irregular, uma coisa meio dark, muito pouco shirtless do Oliver Queen (e poucas flechadas), o tal do Ra's era um chato mas terminou tudo com um passeio ao por do sol. Já o Flash teve uma ótima primeira temporada, é uma série mais leve, colorida e cheia de vilões. Gotham ficou chata, nem a batcaverna me convenceu a continuar.

Nashville foi um drama só, mas as músicas continuam boas.

Jane the Virgin teve um dos melhores episódios fim de temporada com vários plot twists carpados duplos e ainda deixou um cliffhanger para a próxima temporada. Saudades do narrador.

Outlander ainda não acabou, mas só falta um episódio. A temporada foi boa, especialmente depois do episódio 8 ou 9 (hot, hot, hot). A coisa está tensa para o nosso escocês lindão e estou curiosa para saber o que vai acontecer.

Desisti de Scandal, chega de gente que discursa ao invés de conversar. Soube que o McDreamy morreu em Grey's, mas já tinha abandonado há tanto tempo que nem me importei.

Hannibal volta em junho, Halt and Catch Fire também, e True Detective vem com uma segunda temporada que promete.

Game of Thrones ainda está rolando, depois volto com um post só para essa série.

Veep está sensacional, e agora tem o Hugh Laurie.

As séries da Netflix: House of Cards - ótima, Claire mostrando seu poder; Demolidor - primeira temporada excelente; Grace e Frankie - as coroas são divertidas; Bloodline - ainda não terminei, mas é boa, família ê, família ah; The Returned - bizarra mas fiquei curiosa. Desisti de Orange is the new black.

17.5.15

Analisando a música: Young Folks (Peter Björn and John)

A Air New Zealand tem os melhores videos de segurança de qualquer companhia aérea. Conseguem fazer uma coisa necessária, mas repetida e enfadonha, divertida. Quando estive lá em 2011, no meio do mundial de Rugby, o video no avião era com jogadores participando. Depois fizeram a versão Senhor dos Anéis.

Dessa vez eles fizeram uma versão surf que eles chamaram de Safety Safari e ficou ótimo! Adoro surf.

Além das instruções de segurança, lugares para onde a companhia voa, muitas cenas de surf, Mick Fanning, Gabriel Medina, Laird Hamilton, Ricardo Christie e outros surfistas neozelandeses, tem uma música delícia tocando ao fundo.

A música é Young Folks da banda Peter Björn and John.

A banda foi formada em 1999 e, obviamente, tem 3 integrantes: Peter, Björn e John. São suecos (claro, tem um Björn no meio) e som deles é um pop rock indie. Young Folks, do terceiro album da banda Writer's Block de 2006, é o maior sucesso deles.

Conheço pouco a banda, tenho umas 4 músicas deles no meu iPod, são todas boas. (os suecos tem bandas boas: The Hives, The Cardigans e o ABBA é claro)

Vamos ver o que diz essa música com uma batida tão easy going quanto os surfistas do video de segurança.

If I told you things I did before
Told you how I used to be
Would you go along with someone like me?
If you knew my story word for word
Had all of my history
Would you go along with someone like me?

A bateria e batida inicial é muito boa e aí entra um assobio. Já estou no clima vida boa, daquelas pessoas que andam assobiando com a mão no bolso. Dizem que tem o assobio porque depois iam colocar outro instrumento, mas viram que o assobio era que dava um tchan na música. Concordo.
Então, o rapaz que está interessado na moça deve ter um passado nebuloso (mas deve ter mudado) e por isso, na vontade de ser honesto, ele pergunta: "Se eu te contasse tudo que fiz antes, como eu era, tim tim por tim tim da minha história, você sairia com alguém como eu?"

I did before and had my share
It didn't lead nowhere
I would go along with someone like you
It doesn't matter what you did
Who you were hanging with
We could stick around and see this night through

Essa música é um dueto e a Victoria Bergsman (da banda também sueca The Concretes) faz o vocal feminino. Ela está a fim, diz que sim e que também já teve as experiências dela, não se importa com o que ele fez nem com quem ele saiu. Sugere que vejam como a noite vai.

And we don't care about the young folks
Talking about the young style
And we don't care about the old folks
Talking about the old style too
And we don't care about their own faults
Talking about our own style
All we care about is talking
Talking only me and you

Aí vem esse refrão ótimo, que gruda na cabeça. Eles não querem saber dos jovens com suas novidades, nem dos velhos com sua nostalgia, não querem saber dos problemas dos outros, só querem é conversar, só os dois. Acho justo.

Usually when things have gone this far
People tend to disappear
No one will surprise me unless you do

Aí ela diz que quando as coisas chegam nesse ponto (que fico na dúvida se é onde ela conta coisas sobre ela ou se já passou da fase da conversa) as pessoas tendem a desaparecer. Ela já não se surpreende mais com as pessoas, mas acha que com ele pode se surpreender sim.

I can tell there's something going on
Hours seem to disappear
Everyone is leaving, I'm still with you

Ai, gente, que fofo, ele está sentindo um clima, as horas passam e ele nem sente. Todos vão embora mas ele fica. Acho que rola hein?

It doesn't matter what we do
Where we are going to
We can stick around and see this night through

Os dois cantam juntos que não interessa o que vão fazer ou onde vão, que vão ficar juntos e ver como a noite vai.

And we don't care about the young folks
Talking about the young style
And we don't care about the old folks
Talking about the old style too
And we don't care about their own faults
Talking about our own style
All we care about is talking
Talking only me and you 

E quem quer saber do futuro e passado quando o presente é o que importa?
Só os dois conversando. Aiquelindo.

(insira um assobio aqui)


O video é um desenho animado bonitinho.




E aqui o video de segurança.

14.5.15

Mad Max - Estrada da Fúria

Acho que quando o George Miller fez o primeiro Mad Max, em 1979, com um Mel Gibson novinho, ele deve ter tido idéias fantásticas mas o limite da tecnologia da época não permitiu realizar todas. Ainda assim ele fez um bom filme, criativo, sobre um homem que patrulha as estradas (cheias de gangues) num cenário meio pós-apocalíptico e quando as coisas dão errado ele busca vingança (e aí segue no ótimo Mad Max 2: Road Warrior).

No Mad Max de 2015 George Miller tira todo proveito da tecnologia e é um filme visualmente in-crí-vel. É quase uma pintura com fundos laranjas e vermelhos e objetos metalicos, pretos, cinzas, e caóticos. O cenário é muito mais devastador do que no filme de 1979 e o deserto é lindo (o filme foi todo rodado na Namíbia). É um lugar onde as pessoas estão mal de saúde e brigam por tudo: água, gasolina e munição.

O Max desse filme não está atrás de vingança, ele só quer sobreviver e faz isso melhor que ninguém.

Max é capturado por um bando de albinos, os war boys, e fica de bolsa de sangue de um deles, o Nux. Quando a Furiosa sai da estrada com o caminhão de combustível do líder local (e mais algumas coisinhas) começa uma busca. O Nux quer ir para a perseguição e leva sua bolsa de sangue a tira colo, ou melhor, na frente do carro king of the world style.

As perseguições são sensacionais, uma coisa linda de ver, orquestradas com perfeição. O chefão leva até um carro de som no seu comboio que poderia ter sido tirado de alguma capa de LP de rock dos anos 1970.

O que eu gostei mesmo é que esse é um filme girl power, mesmo com Max no título. O Max do Tom Hardy fala pouco, tem um olhar super expressivo, mas quem domina é a Charlize Theron e sua Imperator Furiosa.

Ação do começo ao fim. Vale a ida no cinema, de preferência na melhor sala da cidade.

A Tia Helô ia ficar horrorizada com o que as pessoas são capazes, uns 815 "Ai, Jesus!" para o Max e toda aquela poeira.

10.5.15

Book Report: Sweetness #9 - Stephan Eirik Clark

Um dia passeando pela Amazon, uma coisa leva a outra e acabei nesse livro.



Para começar vou dizer que de-tes-to adoçante. E não vem me dizer que o tal de stevia é natural porque o gosto é tão ruim quanto. Se precisa adoçar uso o açúcar mesmo (branco ou mascavo) ou então vai amargo porque essa porcaria eu não como. Inclusive evito qualquer coisa com adoçante. (Açúcar também não é nenhum santinho mas o gosto é melhor.)

Pronto. Falei.

Esse livro tem como personagem principal um químico especializado em sabor (flavor chemist), o David. Logo depois de terminar um mestrado ele é contratado por uma grande empresa alimentícia para trabalhar testando os efeitos do tal Sweetneess #9 em animais (ratos e macacos). No início ele até leva umas amostras para ele e sua esposa usarem em casa. Depois de um tempo ele vê que os animais estão gordos, letárgicos e burros. David decide denunciar mas quando chega na empresa todos os animais estão saudáveis (foram trocados?) e ele é demitido, mas depois o adoçante #9 é aprovado.

David entra num período difícil da vida, sua esposa não consegue engravidar e ele pira o suficiente para passar um tempo num hospital psiquiatrico por vontade própria.

Um dia um senhor, dono de uma empresa de sabores concorrente a que o David trabalhava, aparece no hospital e oferece um emprego ao químico. A vida do David muda completamente, sua mulher engravida, eles tem 2 filhos e vivem bem até que um dia sua filha adolescente resolve pesquisar sobre comida e, claro, é contra tudo que o pai faz (produzir sabores artificiais).

David começa a reparar o que a comida comprada no supermercado (e muitas contém o #9) está fazendo a sua família (ninguém usa o fogão, só o microondas). A esposa é viciada no #9 e seu filho só come coisas com o corante vermelho nº 40 (que ele carrega no bolso). Seu filho fala frases sem verbos, sua esposa esta obcecada com peso, sua filha meio deprimida e ele mesmo muito ansioso.

É uma família que janta no McDonald's.

Até o médico que atende o David diz que só tem 7 minutos para examinar, diagnosticar e medicar. Fast Food e Fast Medicine.

Ele nos conta de como quase todos os alimentos do supermercado contém algum tipo de químico (de corantes e sabores artificiais, adoçantes, conservantes, até maçãs que recebem uma ajudinha para ficarem mais vermelhas). Em um certo ponto do livro a feira livre de produtos orgânicos é vista como uma vilã para a empresa do David.

Dá vontade de fazer uma horta na varanda.

Aí tem uma trama que envolve terroristas em supermercados, chantagem, receitas secretas, remédios e até o bunker do Hitler.

Achei esse livro meio terror (dá até medinho de entrar no supermercado) mas foi uma leitura boa.

8.5.15

Flio

Ano passado tive dor nas costas e fiz algumas sessões RPG. A fisioterapeuta disse que eu deveria arranjar um suporte para o computador que deixasse a tela na altura dos olhos e que assim minha postura iria melhorar consideravelmente.

Ok, já que precisava fui ver o que tinha por aí. Procurei alguns mas achei tudo muito feio e pesado. Então, um dia, passeando pelo Kickstarter (adoro ver as inovações que tem por lá) vi o lançamento da campanha do Flio, um suporte de notebook (ou laptop) fino e desmontável, que cabia dentro da capinha junto com o computador.

Foi a primeira vez que apoiei um projeto desses de financiamento coletivo no Kickstarter. Isso foi em novembro do ano passado, a meta foi atingida em dezembro e tinham prometido enviar em janeiro. Confesso que já tinha esquecido quando mandaram um e-mail no início de abril dizendo que tinham enviado.

Chegou hoje. (Correios, né?)

A embalagem é simples e eficiente (já vem com as instruções impressas), o suporte é realmente bem fino, leve e elegante. De cara já vi que a tela na altura do olho melhora muito a postura e é até melhor de digitar com o teclado inclinado.

Foi um bom investimento.

desmontado e montado


3.5.15

Enquanto isso 200 anos atrás...

Estava contando para um amigo o que acontece em Outlander: se passa na Escócia e a personagem principal, Claire, depois de encostar numas pedras mágicas, volta 200 anos no tempo. Ela vai do pós-guerra 1945 para 1743.

No que o meu amigo disse: "Ela voltando de 1945 para 1743 perde menos do que se a gente voltasse de agora."

O Marty McFly só voltou 100 anos no De Volta Para o Futuro 3 e não foi fácil.

Se nós voltassemos 50 anos já perderíamos muito, especialmente coisas tecnológicas (um beijo smartphone).

Acontece que a Claire, mesmo em 1945, perdeu, entre muitas outras coisas: carro, trem, avião (imagina passar dias e dias no lombo do cavalo), antibióticos, absorventes, luz elétrica, direito a voto, e por aí vai. Da geladeira ela não sente falta já que esse pessoal dos países frios tem geladeiras naturais.

A Claire tem que usar espartilho. Tortura.

Vale dizer que a Claire tem vantagens que facilitam sua sobrevivência no passado: ela foi enfermeira na 2ª Guerra, entende de ervas que curam e acalmam, e sabe um bocado de história da época e sobre algumas pessoas conhecidas (porque seu marido de 1945 estava estudando o período e contou tudo a ela, além das aulas de história que ela lembra).

Então, que aconteceria se voltassemos no tempo? Entra no DeLorean rumo aquelas pedras na Escócia e vem comigo.

Se eu voltasse para 1743 aqui no Brasil estaria simplesmente perdida. Não sei nada de história desse período (capitanias hereditárias?), não ia ter vantagem nenhuma sobre os locais. Talvez se fosse para 1815 já estaria um pouco melhor, saberia um pouco mais sobre os acontecimentos.

Imagina as condições de higiene. Gente, acho que eu ia preferir ficar com os índios, eles tomam banho várias vezes por dia. Pelo menos a comida é fresca, zero aditivos, mas a geladeira faz falta. E as roupas volumosas? Certamente sentiria falta de um bom par de tênis ou botas com solado de borracha para andar em terrenos irregulares e sujos. Nem bicicleta tinha nessa época.

Quanto a dar idéias futuristas acho que iria sugerir o saneamento básico das cidades. Talvez um planejamento urbano. (não sou enfermeira, mas sou engenheira).

Tem gente que prefere ir para o futuro, mas vai que chega lá e está tudo destruído por guerras ou algum virus devastador, ou macacos dominaram o mundo.

Só iria para o passado (ou futuro) se fosse um passeio com volta garantida.

Se bem que a Claire tem oportunidade de voltar para 1945 mas ela fica em 1743. Por que? Bem, no passado tem o ruivo bonitão Jamie e pelo jeito ele vale mais do que água encanada.


1.5.15

Book Report: Funny Girl - Nick Hornby

O Nick Hornby se empolgou com os anos 1960 quando escreveu o roteiro adaptado de Educação e decidiu escrever esse livro: Funny Girl.


A história começa em 1964 com uma moça, Barbara, que mora em Blackpool no norte da Inglaterra. Barbara é bonita mas o que ela quer ser mesmo é engraçada, ela é fã da Lucille Ball. A tia dela insiste para que ela entre num concurso de Miss Blackpool, o qual ela ganha mas recusa a coroa. Barbara não queria ficar mais nem um minuto em Blackpool, faz as malas e se manda para Londres.

Na Swinging London dos anos 1960 ela começa trabalhando numa loja de departamentos, mas como ela é bonita e tem muita sorte, logo arranja um agente, muda de nome, e consegue um teste para uma nova série da BBC (numa época que a BBC estava expandindo seus programas e testando novidades).

O livro é sobre a Barbara, mas também é sobre o desenvolvimento da série de TV e seus criadores.

A história acompanha os melhores (e piores) momentos da série e dos roteiristas, diretor e atores nos quatro anos que a série foi ao ar.

A prosa do Nick Hornby é boa, leve, os personagens são interessantes, temas polêmicos aparecem e romances acontecem.

Vários livros do Nick Hornby já viraram filmes (Alta Fidelidade, Um Grande Garoto, Fever Pitch, Uma Longa Queda - gosto de todos, livros e filmes) mas ele disse que vê esse livro mais como uma série de TV do que um filme. Espero que façam, de preferência no estilo Mad Men.

(Acho que Nick Hornby se inspirou um pouco no filme estrelado pela Barbra Streisand para escrever esse livro)