27.12.18

Momento TOC Livros (12)

A minha leitura esse ano foi irregular. Alguns meses li muitos livros em e outros nenhum, mas deu para terminar o ano com 21 livros (claro que contei o 1Q84 como 3 livros, afinal, são 3 volumes).

Para 2019 vamos ver se consigo manter a meta de 20 livros. Já tenho um engatilhado no kindle para janeiro.

Vamos aos livros de 2018.


- 4321 - Paul Auster - Esse livro é um belo exercício no "E se...". São 4 histórias com o mesmo personagem que uma coisa muda na vida dele e os resultados são diferentes (as vezes muito as vezes nem tanto). O personagem principal sempre é um escritor nas 4 histórias, sempre ama a mesma mulher mas algumas pessoas estão em todas as histórias e outras em apenas uma. "E se meus pais tivessem se separado quando eu era jovem, e se um deles tivesse morrido, e se tivesse ido morar em Paris, e se...."

- Laços - Domenico Starnone - um livro sobre um casal que começa com uma carta pra lá de rancorosa que a esposa escreve pro marido quando ele abandonou a família porque se apaixonou por outra. Depois ficamos sabendo o lado dele, e do resto da família por tabela (eles tem dois filhos). É um livro curto, conciso, muito bem escrito com tanto drama que é difícil acreditar que o autor conseguiu colocar tudo em tão poucas páginas.

- The Idiot - Elif Batuman- A idiota fui eu em ler esse livro. Não que tenha sido de todo ruim, mas a história foi de lugar nenhum para lugar algum. É sobre uma estudante universitária americana de origem turca (detalhe importante porque ela compara as duas culturas o tempo todo) que decide aprender russo. Ela conhece um carinha na aula de russo, tem um crush e vai parar na Hungria só porque ele estava lá. No fim ele é um mané e ela vai de férias com a mãe para a Turquia.

- Everyone Loves You When You're Dead - Neil Strauss - Um livro de entrevistas que o Neil Strauss fez com pessoas famosas, desde músicos a atores, produtores, outros jornalistas. Minhas entrevistas preferidas foram: Bruce Springsteen, Flea (RHCP), Lady Gaga, Stephen Colbert, Trent Reznor e Cher. No fim ele faz uma lista das lições aprendidas (que são bem óbvias, tipo: segredo da felicidade é equilíbrio OU nunca diga nunca OU deixe o passado no passado).

- Scar Tissue - Anthony Kiedis - fiz um post sobre esse livro do vocalista do Red Hot Chili Peppers, um dos melhores relatos sobre vício em drogas que já li e de quebra a história da banda.

- Nunca Houve Um Castelo - Martha Batalha - A escrita da Martha Batalha é uma delícia e nesse livro ela conta a história da família do consul sueco e sua esposa que vieram para o Brasil no início do século 20 e construiram um castelinho em Ipanema para viver com a família. E assim o livro conta uma história informal do bairro através da família. Tem uma frase ótima: "O Passado é um país distante e tudo lá é feito diferente." Gostei muito desse livro.

- Middlesex - Jefferey Eugenides - A história de Cal (que nasceu Calliope) contada desde seus avós que vieram da Grécia, passando por seus pais, a história conturbada da cidade de Detroit e no meio de tudo isso a transição dele. É uma saga familiar, e sobretudo é um livro sobre transformação, de todos os personagens. Muito bem escrito.

- Jantar Secreto - Raphael Montes - Quatro amigos vão estudar no Rio de Janeiro e moram no mesmo apartamento. Um se formou médico, o outro em administração, outro em gastronomia e o outro abandonou os estudos e passa o tempo fazendo esquemas no computador. Um dia eles ficam endividados e precisam cobrir o dinheiro do aluguel. Aí decidem fazer um jantar para 10 pessoas e para apimentar (e aumentar o preço) dizem que é carne humana. Bem, dá para imaginar as trapalhadas que acontecem. O personagem principal é muito burro e mereceu o fim que teve, e o vilão da história era muito óbvio, mas  a discussão sobre o consumo de carne é boa.

- All Grown Up - Jami Attenberg - A personagem desse livro, Andrea, está na casa dos 39-40 anos. Ela é solteira, mora só num apartamento no Brooklyn e tem uma carreira de sucesso em propaganda. Os capítulos do livro são contos sobre a vida dela, sobre as amizades dela e ela filosofa sobre o que é ficar adulta: é casar? é ter filhos? Coisas que ela nunca quis. Achei esse livro interessante e bem escrito.

- I'll Be Gone In The Dark - Michelle McNamara - escrevi um post contando o que acontece nesse ótimo livro sobre um serial killer.

- 1Q84 - Harumi Murakami - Três volumes que contam a estranha história de amor de Aomame e Tengo no mundo paralelo (um pouco distópico e bizarro com duas luas) de 1Q84. Excelente.

- My Year Of Rest And Relaxation - Ottessa Moshfegh - Um livro sobre uma mulher que decide passar a maior parte de um ano dormindo. Quem não queria? E para isso ela tenta todas as combinações de drogas legais para dormir que ela consegue com uma psiquiatra bizarra e no meio ficamos sabendo suas motivações e relações. Ela não é uma personagem simpática mas a leitura é ótima.

- A Uruguaia - Pedro Mairal - Lucas é um escritor argentino que por causa dos problemas cambiais no país dele vai até o Uruguai para receber uns dólares. Lucas também tem problemas em casa e aproveita essa viagem de um dia para encontrar uma uruguaia que ele conheceu em um evento literário e o deixou querendo mais. É curto e bem escrito. E cuidado com seus pertences.

- Celular, Doce Celular - Rosana Hermann - A relação com o celular é descrita nesse livro que é tanto engraçado quanto assustador. Vai desde as inúmeras possibilidades de informação que esse dispositivo nos proporciona até verdadeiros problemas de postura e saúde. Tem desenhos do André Dahmer e histórias de celebridades e seus aparelhos.

- Tudo Que Nunca Contei - Celeste Ng - Esse livro é sobre uma família a partir do momento que a filha do meio é encontrada morta, afogada no lago atrás da casa deles. Ao longo do livro ficamos sabendo de doa a história da família: casamento dos pais, abandono da mãe, volta dela para casa, etc. O título do livro se refere a tudo que não é dito entre eles que leva a conclusões precipitadas, erros e enganos.

- O Império a Deriva - Patrick Wilcken - Um livro sobre a vinda da família real portuguesa para o Brasil e os efeitos que isso causou na formação da nossa sociedade (e de certa forma os resquícios que ficaram até hoje). Esse livro não entra em maiores detalhes mas deixa curioso quem quer saber mais. A abordagem de personagens não conhecidos, pessoas comuns, é interessante para descrever o dia a dia no Rio de Janeiro imperial. O curioso é que foi escrito por um australiano que deve ter achado muito louca essa história de uma familia real abandonar seu país e ir para a colônia fugida (com mais 10 mil pessoas).

- Lake Success - Gary Shteyngart - Como gostei muito de outro livro desse autor (Uma História de Amor Super Triste) decidi ler esse sobre um homem, Barry, que é administrador de fundos e depois que descobre que seu filho é autista ele decide fugir e ir atrás da sua ex-namorada e talvez de um tempo onde a vida era menos complicada. Ele vai de ônibus e ao longo da viagem se mete em algumas confusões. Barry não é um personagem simpático, nem sua esposa Seema (a história é alternada entre os dois), mas a leitura é muito boa. Tudo acontece no verão pré-eleição do Trump.

- Little Fires Everywhere - Celest Ng - Gostei tanto do livro anterior dela nessa lisa que resolvi ler esse. O título desse livro é sensacional, e a história é mais ou menos isso: pequenos dramas por todo lado que resultam em um drama maior (e um fogo maior). É sobre uma família rica de um subúrbio americano e um dia chega uma mãe e filha para abalar as estruturas dessa família. Como no outro livro, existe uma série de mal entendidos e muitas coisa não ditas que levam a conclusões precipitadas. Tem uma reflexão sobre adoção e maternidade.

- Sunburn - Laura Lippman - Ia deixar esse livro para 2019 mas comecei e a leitura fluiu tanto que terminei antes da virada do ano. É sobre uma mulher, Polly ou Pauline, que abandona marido e filho e vai ser garçonete numa pequena cidade perto de Baltimore. É sobre um detetive particular que foi contratado (por um terceiro) para segui-lá e acaba se apaixonando. A Polly tem muitos segredos. Não sei se gostei do fim e em alguns momentos tinha muita informação sobre personagens que não me interessavam, mas foi uma boa leitura.


Outros Momentos TOC Livros: (1)(2), (3)(4), (5)(6), (7), (8), (9), (10) e (11)

20.12.18

+Filmes

Bad Times at the El Royale

Esse filme era para ter passado em outubro, adiaram para janeiro mas como somos ansiosos para ver Melhor Chris, e não é certeza que vem para o cinema de Fortaleza, então vi logo.

Nesse filme o Jeff Bridges (adoro), Jon Hamm (emoji com coração nos olhos), Dakota Johnson (Mrs. Grey quando quer faz filmes bons) e Cinthia Erivo (que também está em Viúvas) chegam no El Royale, um hotel beira de estrada bem na divisa entre os estados da California e do Nevada.

Tudo se passa na década de 60 (eu acho) e o El Royale pelo jeito não é frequentado há algum tempo. Cada um está lá por um motivo, inclusive o recepcionista.

Qualquer coisa que eu contar vai ser spoiler então vou deixar todo mundo curioso. O filme é ótimo.

E tem sim o Melhor Chris num papel bem diferente do que ele já fez e o bonus de aparecer shirtless (que sempre vale a pena). Aliás Melhor Chris tem um molejo que gostaria de vê-lo em alguma cena com coreografia porque ele deve dançar bem.

(O que Melhor Chris não faz hein? É quase um Tom Cruise.)

A Tia Helô iria ficar bolada com o personagem do Jeff Bridges. 710² "Ai Jesus!" para Melhor Chris andando no campo de flores amarelas.

não existe "ai, jesus!" suficiente.

Se passar no cinema aqui vejo outra vez porque Melhor Chris merece uma tela grande.


Aquaman

E vamos a mais um filme da DC. Depois de aparecer (muito bem) no duvidoso Liga da Justiça o Aquaman ganhou seu filme.



Nunca achei o Aquaman interessante, mesmo ele sendo o Rei dos Mares e olha que isso não é pouca coisa, afinal o planeta é mais água do que terra. A única coisa bacana era ele falar com os peixes. Aí em Liga da Justiça a gente descobre que ele só falta voar.

Nesse filme temos a história da origem dele (é filho da rainha de Atlantis com um faroleiro do Maine) e depois como ele é levado a lutar pelo trono de Atlantis.

O seu meio-irmão Orm (a mãe voltou para Atlantis e casou com o rei como tinha sido prometida) está querendo causar uma guerra com o pessoal que vive na terra porque nós humanos somos uns porcos e estamos enchendo os oceanos de lixo. Achei muito justa a cena que o Orm manda de volta para terra todo o lixo dos mares. Para conseguir um mega exército ele precisa do aval dos outros povos dos mares. Ele está quase conseguindo quando a sua noiva Mera vai atrás do Arthur e diz que ele tem que parar com essa maluquice.

Arthur que está de boas na sua cidadezinha, bebendo com os locais, salvando submarinos de piratas, diz que não é rei coisa nenhuma mas Mera o convence a dar uma voltinha em Atlantis.

Atlantis é uma coisa meio Tron on steroids.

Chegando lá Arthur descobre que tem que achar o tridente dourado para ser rei da porra toda mas não sem antes lutar com seu meio irmão Orm.

Depois de uma cena que parecia a luta de Thor com Hulk só que embaixo d'água, Arthur e Mera vão na sua busca pelo tridente dourado aprontando muitas confusões.

Esse filme tem um apanhado de muitas coisas dos anos 1980/1990: Indiana Jones, Tron, Jurassic Park, e até Titanic. É divertido? Sim. É galhofado? Sim.

Não curti o outro vilão (?) chamado Black Mantis. Vilão burro não dá. Ele passou o filme querendo que alguém o ajudasse a encontrar o Aquaman quando era só ir nas redes sociais porque o Arthur tirou selfies no bar com fãs.

Jason Momoa é um ótimo Aquaman, gostei do Patrick Wilson de Orm, Nicole Kidman chuta bundas, a Mera da Amber Heard também, Willem Dafoe dá credibilidade e até o Dolph Lundgren está nesse filme.

Tia Helô iria gostar de tantos peixinhos e cores. 214 "Ai, Jesus!" só para aquela virada de cabelo na entrada do Aquaman no filme.

18.12.18

+Séries

Algumas das séries da Amazon Prime que assisti.

- Jack Ryan - vez do John Krasinski fazer o agente da CIA. Agente não, analista. Uma temporada cheia de tensão e muito bem desenvolvida.

- The Marvelous Mrs. Maisel - A segunda temporada é tão boa e talvez melhor que a primeira. Dessa vez a Mrs. Maisel está tentando se estabelecer no meio do stand up de NYC, mora com os pais e ainda trabalha na loja de departamentos. No meio de tudo isso a família vai de férias para o resort de Dirty Dancing e Mrs Maisel ganha um novo paquera. As piadas continuam ótimas, as referências idem.

- The First - Uma série que passa num futuro próximo onde uma missão para marte falha (a nave explode) e outra equipe tem que se preparar para ir. O foco da série é nas pessoas: o que leva alguém querer ir numa missão que pode não ter volta? Como as famílias reagem a isso? E de quebra temos a história da família do personagem do Sean Penn (que está em dia com a malhação).

- Forever - Uma série sobre um casal que morre e vai pro limbo. Eu acho que é o limbo. É um tipo de The Good Place sem tanta comédia. Gostei de algumas coisas e de outras nem tanto.

- Homecoming - A série estrela da temporada que tem a Julia Roberts no papel principal. É sobre um centro de reabilitação para soldados que estão voltando da guerra e Julia faz a analista deles. Mas será que é isso mesmo?


15.12.18

Roma


Que filme lindo.

Gosto muito do Alfonso Cuarón, desde a versão moderna dele para Grandes Esperanças e o excelente Filhos da Esperança (sério, esse filme é ótimo). Também gostei de Gravidade e de Y tu Mama Tambien.

Uma pena que Roma só tenha sido exibido em poucos cinemas no Brasil e nenhum em Fortaleza. É um filme que merece a tela grande e um som de qualidade. Minha tv é boa, mas nem tanto.

De todo jeito a Netflix está de parabéns.

O filme é sobre um ano, na década de 1970, na vida de uma família classe média mexicana, que vive na Cidade do México, sob o ponto de vista de Cleo, a empregada da casa.

Nesse um ano muitas coisas acontecem na família, na vida da Cleo e na cidade, desde o pai abandonar a família até protestos e terremotos.

É em preto e branco com uma fotografia maravilhosa. Cenas inusitadas e particularmente gostei muito das cenas que acompanham a Cleo andando pelas ruas. A cena da familia na praia é sensacional.

Os estrangeiros (norte americanos e europeus) devem achar essa relação da Cleo com a família muito curiosa, mas nós brasileiros temos essa cultura, mesmo que tenha havido mudanças nos últimos anos. Lembro que um amigo australiano ficou passado que os apartamentos no Brasil, até os menores, tinham dependência de empregada (e escreveu para família e amigos contando esse fato).

A Tia Helô iria gostar desse filme, talvez ela se identificasse com a avó da família. 15 "Ai, Jesus!" para tanto cocô de cachorro na entrada da casa.

9.12.18

+Filmes

First Reformed (No Coração da Escuridão)

Ethan Hawke faz um padre/reverendo de uma igreja antiga do estado de New York. Ele foi casado, ex-militar (numa família de militares) e depois que seu filho morreu na guerra ele foi buscar respostas na religião.

Um dia uma das frequentadoras de sua igreja pede para ele conversar com seu marido. Ela está grávida mas o pai da criança quer que ela faça um aborto porque ele não quer o fardo de trazer uma criança para esse mundo poluído e em destruição pelo aquecimento global.

Ethan Hawke vai lá ter uma conversa com o marido. Os diálogos desse filme são excelentes. E alternados com uma narração em off do reverendo escrevendo em seu diário que no início do filme ele nos diz que vai manter por um ano.

No meio de tudo isso ele tem que organizar com a outra igreja (maior e com mais frequentadores) o aniversário de 250 anos da sua igreja. E ele descobre que o maior patrocinador da festa e da igreja "concorrente" é o maior destruidor local do meio ambiente.

O fim foi um mistério para mim. Não sei o que representa e rende boas discussões filosóficas.

Ethan Hawke está maravilhoso nesse filme e vou achar injustiça se ele não aparecer na lista do Oscar ano que vem.

A Tia Helô iria gostar de ver Ethan Hawke no traje preto. 214 "Ai, Jesus!" para tantos goles de bebida que ele precisa no fim do dia.


Eighth Grade (Oitava Série)

Um filme sobre adolescência nos dias de hoje. Início da adolescência.

Kayla está terminado a oitava série e se preparando para o mundo cruel do High School. Como todo bom adolescente de hoje em dia, ela passa o dia com a cara no telefone ou no computador. E ela faz videos no YouTube nos quais ela dá dicas de como ser mais confiante, coisa que ela não é.

A camera sempre acompanha Kayla por tras quando ela está transitando por ambientes. Ela é tímida, sua postura é curvada e não a toa é eleita a pessoa mais calada da turma.

A menina popular da escola a convida para seu aniversário na piscina só porque a mãe insistiu. Kayla vai mas é aquela coisa desconfortável.

As cenas que a Kayla vê seu crush são hilárias.

As conversas com o pai também são bem realistas. O que faltou para mim foi uma explicação melhor da não presença da mãe.

A Tia Helô não devia ter muito interesse em dramas teens, mas ia achar a Kayla esforçada. 15 "Ai, Jesus!" para quem não larga esse celular.

2.12.18

+ Filmes

Blackkklansman (Infiltrano na Klan)

Spike Lee andava sumido, pelo menos para mim. O último filme dele que vi foi a versão americana de Oldboy (o coreano é melhor) que é de 2013, antes disso foi o ótimo Inside Man de 2006.

Pelo trailer esse filme parece uma comédia meio pastelão. Não é. Tem muitos momentos engraçados e exagerados mas o assunto é sério e relevante, mesmo que tratado de forma mais, hum, leve. E é baseado numa história real.

Sim, o Ron Stallworth existe. E ele conseguiu ser membro da KKK.

Ron foi o primeiro policial negro na polícia de Colorado Springs e depois de um tempo arquivando fichas criminais ele foi parar no departamento de investigação porque precisavam de um negro para infiltrar numa palestra de estudantes.

Um dia, Ron vê um anuncio no jornal (sim, no jornal) para novos membros da KKK. Tipo "você quer fazer parte do nosso clube?". Ron liga para o número e começa uma conversa com o lider local dizendo que quer entrar para a KKK.

Acontece que Ron, por motivos óbvios, não poderia ir ao encontro da turminha e aí entra o policial Flip que é branco. Então temos dois Rons, o do telefone e o que vai pessoalmente.

O desenrolar dessa história chega a ser inacreditável, e achei divertido o jeito que a foi contada.

John David Washington está ótimo como Ron Stallworth e Adam Driver faz o Flip. A interação dos dois é ótima.

O elenco todo é muito bom. Imagino que não tenha sido fácil para os atores dizerem algumas falas.

Tia Helô iria achar aqueles encontros do grupinho um pouco suspeitos. 617 "Ai, Jesus!" para os capuzes com pontas.


The Ballad of Buster Scruggs

Um filme dos irmãos Coen.

São seis histórias que se passam no velho oeste americano e de alguma de um jeito ou de outro são sobre a morte. Porque a vida acaba em um instante e no velho oeste era matar ou morrer.

Gostei das seis histórias, mas a minha preferida foi a The Girl Who Got Rattled. Tem um cowboy que vale a pena.

Esse filme está na Netflix.

Tia Helô iria ficar horrorizada com o tanto de bala que esse pessoal do velho oeste gasta. 427 "Ai, Jesus!" para aquele cavalo do James Franco.


As Viúvas

Um roubo de dinheiro dá errado e os ladrões todos morrem na explosão do carro. Acontece que esse filme se passa em Chicago no meio de uma eleição para vereador e tem uma briga pelo poder do bairro.

De um lado está Jack Mulligan (Colin Farrell), herdeiro político de seu pai (feito pelo Robert Duvall) e do outro tem o Jamal Manning (Brian Tyree Henry) um mafioso do bairro que quer ganhar mais influência sendo político.

Os ladrões roubaram o dinheiro do Manning e ele vai cobrar a devolução (ou pagamento) de Veronica (Viola Davis), a viúva do lider do bando (Liam Neeson).

Veronica decide juntar as outras viúvas para fazer um roubo e se livrar de Manning.

As outras viúvas são: Michelle Rodriguez (a Ana Lucia de Lost) e a ótima Elizabeth Debicki (que deve ser a atriz mais alta de Hollywood). A elas se junta Belle (Cynthia Erivo) que não é viúva mas estava disponível para dirigir o carro.

É um filme de roubo diferente. É lento, toma todo seu tempo (as vezes muito tempo) até chegar na ação, que é bem feita.

As atuações são ótimas. Viola Davis passa por todas as emoções possíveis de forma contida, Elizabeth Debicki deveria estar em mais filmes (quero um filme dela com o Melhor Chris) e Michele Rodriguez sempre vai bem nesses papéis.

Acho que poderia ter alguns minutos a menos mas gostei.

A Tia Helô iria ficar passada como é que essas mulheres não sabiam das atividades dos maridos. 615 "Ai, Jesus!" para toda vez que o Jatemme Manning (Daniel Kaluuya) aparecia em cena, muito medo dele.


Searching

Um filme sobre o desaparecimento de uma adolescente e o desespero de seu pai para encontrá-la.

Só que.... é todo contado através da tela do computador usando interfaces dos programas. É como se fossemos stalkers vendo tudo que uma pessoa faz no seu computador. É uma forma diferente e criativa de contar uma história, e, de quebra, mostra como dependemos dessas máquinas e como mudou a forma de nos relacionarmos, com o mundo e entre si.

Tia Helô não sabia nada de computadores. 514 "Ai, Jesus!" para tantas abas abertas.

28.11.18

Analisando a música: Colder Weather (Zac Brown Band)

Esses dias o youtube me sugeriu um video de um programa chamado Crossroads que é do mundo da música country. Sim, eu gosto de música country. Pronto, confessei. Não escuto tanto assim, nem conheço muitos artistas mas quando o country é chegado no rock ou no blues sempre acho boa.

No episódio era o fofo do Shawn Mendes com Zac Brown Band. Tocaram músicas de ambos e a parceria deu muito certo.

Já estava escutando um pouco de country quando lançaram Restoration, um album de músicas do Elton John com artistas country.

E aí depois de Ver Nasce Uma Estrela e Bradley Cooper mandando bem no country rock fui escutar mais um pouco dessas bandas (e artistas, Chris Stapleton tem uma voz maravilhosa).

Fiquei sabendo quem era Zac Brown e sua banda no episódio de Nashville da série do Foo Fighters sobre a gravação do album Sonic Highways (de 2014). Zac Brown tem uma voz gostosa, grave e seu country um pé no rock.

Conheço pouco da discografia da Zac Brown Band mas tem músicas boas como Loving You Easy, Keep Me In Mind, Homegrown e Colder Weather que é um dos maiores sucessos da banda. O que a banda faz de interessante, além do pé no rock, é a harmonização das vozes, Zac Brown é a voz principal mas o resto da banda todo colabora.

Colder Weather é de 2010 do disco chamado You Get What You Give. É uma balada country.

Música country sempre conta alguma história, então vamos saber o que tem por trás desse tempo frio do título.

She'd trade Colorado if he'd take her with him
Closes the door before the winter lets the cold in
And wonders if her love is strong enough to make him stay
She's answered by the tail lights
Shining through the window pane

Um dos compositores da música, Wyatt Durrette, disse que é sobre uma garota que ele conheceu mas que por causa do timing, da geografia e da vida na estrada não deu certo. Parece que ele ficou de encontrá-la depois de um show mas teve uma nevasca e ele seguiu caminho para o outro lado. Quando telefonou para se desculpar ela mandou ver.

Mas vamos ver como ele traduziu isso em forma de música.

(gosto do piano da introdução, é uma música que começa lenta mas ganha ritmo)

A história começa com ela dizendo que trocaria o Colorado se ele a levasse junto, mas ela fecha a porta para não deixar o frio entrar (no Colorado é frio pacas) e considera se seu amor é suficiente para fazê-lo ficar. Pensa outra vez amiga, porque ele já está indo embora no carro e ela só vê as luzes vermelhas do farol traseiro.

He said I wanna see you again
But I'm stuck in colder weather
Maybe tomorrow will be better
Can I call you then
She said you're a ramblin' man
You ain't never gonna change
You gotta a gypsy soul to blame 
And you were born for leaving

Essa é a parte que ele deve ter ligado para se desculpar e diz: "Quero te ver outra vez, mas estou preso num clima mais frio, amanhã talvez será melhor, te ligo." OI?? Como assim?

Vamos filosofar no "Colder Weather". Isso de estar emperrado (ou impedido) no clima mais frio pode ser uma metáfora para dizer que não quer compromisso. E que liga para ela quando resolver sair dessa nevasca emocional.

Mas ela não vai deixar barato e responde: "Você gosta da vida na estrada, pular de cidade em cidade, e não vai mudar nunca. Pode colocar culpa na sua alma cigana, você nasceu para ir embora."

Nasceu para ir embora. Apenas.

At a truck stop just outside of Lincoln
The night was black as the coffee he was drinking
And in the waitress' eyes he sees the same old light shinning
He thinks of Colorado 
And the girl he left behind

Aí ele chega em Lincoln (no estado do Nebraska, vizinho ao Colorado) para num restaurante numa noite escura como o café que ele bebia. Ele reconhece os olhinhos brilhando da garçonete indicando que ela está interessada. Ele provavelmente não vai perder a oportunidade, mas não deixa de dizer que lembra do Colorado e da outra que deixou lá. Aham.

He said I wanna see you again
But I'm stuck in colder weather
Maybe tomorrow will be better
Can I call you then
She said you're a ramblin' man
You ain't never gonna change
You gotta a gypsy soul to blame 
And you were born for leaving

O refrão dele dizendo que está impedido pelo tempo frio de vê-la, mas que liga se melhorar. E ela já sabendo com quem estava lidando manda ele abraçar a alma cigana.

Well it's a winding road
When you're in the lost and found
You're a lover I'm a runner
We go 'round and 'round
And I love you but I leave you
I don't want you but I need you
You know it's you who calls me back here baby

Aqui entra uma bateria boa e a música cresce. 

Ele diz que é uma estrada cheia de curvas (the long and winding road....) quando se está no achados e perdidos. Traduzindo: ele vive um conflito, afinal ela é a pessoa que ama e ele a que foge. Ele a ama mas a deixa, ele precisa dela mas não a quer (por enquanto) e fica nesse loop. Ele se apaixonou e está com medo.

Palmas para essa frase que diz muito com poucas palavras: I love but I leave you, I don't want you but I need you.

E aí entra um violino com guitarra. (Onde todos fazemos violino imaginário)

Oh I wanna see you again
But I'm stuck in colder weather
Maybe tomorrow will be better
Can I call you then
'Cause a ramblin' man
I ain't never gonna change
I gotta a gypsy soul to blame  
And I was born for leaving

Aqui o refrão muda com ele assumindo que nunca vai mudar, que gosta da vida na estrada e que nasceu para partir, mas apesar de tudo isso ele ainda quer vê-la outra vez e vai ligar quando o tempo frio melhorar.

When I close my eyes I see you
No matter where I am
I can smell your perfume through those whispering pines
I'm with your ghost again
It's a shame about the weather
I know we'll soon be together
And I can't wait 'til then
I can't wait 'til then

A música acalma e ele diz que não importa onde ele está que sente o cheiro do perfume dela pelos pinheiros sussurantes (eu diria que esses pinheiros estão mais para uivantes igual ventos dos morros do Heathcliff). Ele sente a presença do fantasma dela. Tem pessoas do forum que acham que ela morreu mas eu acho que é uma forma dele dizer que ela está sempre na cabeça dele (afinal, ele não quer mas precisa).

Aí ele termina com: "É uma pena esse tempo ruim, mas sei que em breve estaremos juntos e mal posso esperar até lá."

Se mal pode esperar, vai logo né? E não vamos esquecer que a primeira linha da música é ela dizendo que largaria tudo para ir com ele. 

É bom cruzar os dedos bem forte para ela ainda estar lá quando essa neve toda derreter, a de fato e a emocional.


O video oficial é com o Liam Hemsworth, irmão do Melhor Chris.




E aqui o video do programa com Zac Brown Band e o fofo do Shawn Mendes (eles deveriam fazer essa parceria mais vezes) cantando Colder Weather.




25.11.18

+ Séries

Algumas das séries que estão na Netflix que vi.

The Haunting of Hill House - Ótima série de terror sobre uma família que decide reformar uma casa cheia de mistérios e como isso afetou as crianças na vida adulta. Bem feita e os sustos são ótimos. Para ver de dia. (Porque se ver a noite não dorme. Avisei.)

O Demolidor - A terceira temporada foi excelente. Para quem gosta do gênero, vale cada episódio. O King Pin está de volta e ele é um vilão de respeito. Tem até plot twist na temporada.

House Of Cards - Sexta e última temporada. Claire merecia uma temporada melhor, porque se era para fazer novela mexicana que colocassem o narrador de Jane The Virgin. Ainda bem que acabou.

Narcos- México- Não sei se chamo essa a quarta temporada de Narcos ou a primeira do México, de todo jeito foi boa mas não chega perto da excelente terceira temporada de Narcos Colombia. Saudades do Agente Peña. E descobri que o sotaque mexicano é muito difícil de entender, assisti tudo com legendas e não entendia nada que saia da boca do Diego Luna. (nas outras temporadas de Narcos entendia os colombianos e o portunhol do Wagner Moura)

Maniac - Uma série meio Black Mirror, meio Wes Anderson. Não sei em que tempo se passa, tem elementos de várias décadas, e é sobre um experimento que faz com que as pessoas enfrentem seus traumas. Emma Stone e Jonah Hill fazem dois participantes que vão se relacionando. O curioso é que tem episódio de uma hora, de 40 minutos, de 25 minutos. Dá para ver numa tarde chuvosa.

The Bodyguard - Uma série sobre um soldado esteve na guerra e traz alguns traumas. No início ele salva um trem de um ataque terrorista de uma mulher bomba e é "promovido" a guarda costas da chefe do Home Office Britânico. Ele se mete numa enrrascada quando a vida dela é ameaçada. Tem uns plot twists bons.

22.11.18

+Filmes

Life Itself

Um filme sobre a vida, o universo e tudo mais. Foi dirigido pelo criador da série arranca lágrimas de todos This Is Us.

A história gira em torno de uma família, ou de duas famílias. A vida vai acontecendo, e a história nos é contada por um narrador o qual devemos confiar, ou não.

Tem o Oscar Isaac, que aparece pouco mas vale cada minuto. A Olivia Wilde também está nesse filme e faz um ótimo par com o Oscar Isaac.

A parte do Antonio Banderas no início me pareceu longa e meio fora de contexto mas depois tudo se encaixa.

E como This Is Us, é para levar lencinhos.

A Tia Helo iria gostar desse filme, 214 "Ai, Jesus!" para toda vez que o ônibus aparece.


My Dinner With Herve

Um filme da HBO sobre o encontro do jornalista Danny Tate com o Hervé Villechaize.

Para quem é muito novo e nunca viu A Ilha da Fantasia, o Hervé Villechaize era o anão parceiro do Sr. Roark que em todo episódio anunciava a chegada o avião. The plane! The plane! Vi muito essa série (bizarra) quando era criança.

Ele também fez o Nick Nack de 007 Contra O Homem Da Pistola de Ouro.

Nesse filme Peter Dinklage faz o Hervé e o Jamie Dornan faz o Jornalista. Mr. Grey entrevista Tyrion.

O Danny Tate foi a Los Angeles para entrevistar Gore Vidal e fazer uma reportagem pequena sobre "onde estão eles hoje" com o Hervé Villechaize. Acontece que ele perde a entrevista com o Gore Vidal e acaba numa noite muito louca cheia de confissões.

Ambos atores estão muito bem. O Peter Dinklage não parece nada com o Herve Villechaize mas ele acertou em cheio a voz e o sotaque.

Tia Helô iria se assustar com os excessos Hervé. 412 "Ai, Jesus!" porque tamanho não é documento.


Animais Fantásticos 2: Os Crimes de Grindelwald

Como diz o Choque de Cultura: filme do Harry Potter sem o Harry Potter. E esse segundo é muito mais ligado ao Harry Potter do que o primeiro.

Antes de ver esse segundo filme vi o primeiro que estava passando na tv. Acho o primeiro filme divertido e bem amarrado. Já esse segundo....

Tem coisas que gostei: Johnny Depp e Jude Law estão ótimos! Os bichos são bem feitos e os efeitos especiais também, é sempre legal ver o mundo dos mágicos, Hogwarts, etc. A motivação do vilão é boa, mas muita coisa ficou confusa, algumas soluções me pareceram muito fáceis o só colocadas ali porque tinha que ter alguma história. Achei preguiçoso, sem contar que inventaram uma ligação familiar bizarra.

O Jude Law faz um ótimo Dumbledore, mas não consigo relacioná-lo com o Dumbledore mais velho. Acho quase impossível aquele senhor dos outros 7 filmes um dia ter sido tão cool como o Jude Law.

Johnny Depp deixou de lado o Jack Saprrow e acertou no Grindelwald. Veria um filme só de Dumbledore com Grindelwald.

O Newt Scamander para mim está quase perdendo a função, mas acho ele fofo.

Poderiam ter resolvido muitas coisas nesse filme mas querem esticar essa série ao máximo. Vão ter que melhorar muito se quiserem levar mais gente ao cinema além dos potterheads.

Tia Helô não curtiria esse negócio de mágica. 417 "Ai, Jesus!" para cada vez que levantam a varinha.



15.11.18

MGMT no Circo Voador

Antes de vir para o Rio sempre olho que shows vão acontecer no Circo Voador porque quase sempre tem banda boa do projeto Queremos.

Já vi Alabama Shakes, Edward Sharpe and The Magnetic Zeros e Courtney Barnett. As vezes conheço bem a banda (Alabama Shakes), as vezes só conheço uma ou duas músicas da banda (Edward Sharpe) e acontece de não conhecer nada da banda ou artista se apresentando (foi o caso da Courtney Barnett) mas sempre acho ótimo conhecer sons novos, e ao vivo é a melhor maneira.

Dessa vez foi a MGMT, banda americana, da qual eu só conhecia o primeiro disco Oracular Spectacular, que gosto bastante, e fez sucesso nas rodas indies e hipsters em 2007/2008 com Kids e Eletric Feel.

O som deles é considerado pop psicodélico, whatever that means. Antes do show até escutei um pouco do disco novo Little Dark Age.

O engraçado é que a minha imagem deles sempre foi a da capa do Oracular Spectacular:


Então eu esperava um visual mais psicodélico e menos pop, mas o que vi no palco foram rapazes fofos e simpáticos que poderiam ser uma banda de garagem de adolescentes (estão todos na casa dos 30 com mais de 10 anos de estrada).


O show é bom. Os efeitos visuais nos telões eram muito bons e teve até um momento que colocaram uma bicicleta ergométrica para o vocalista pedalar e cantar, mas ele só cantou sentado nela (acho que a bicicleta não funcionou).


Tocaram todos os hits, as músicas do disco novo e voltaram para o bis. Algumas músicas ao vivo são bem melhores do que no disco (ficam mais animadas) e os fãs cantaram todas.

6.11.18

A parada dos elefantes

Em 2007 e 2011 teve a Cow Parade aqui no Rio. É uma exposição de arte composta por esculturas de vacas que artistas usam sua criatividade para decorá-las e ficam expostas pela cidade.

Dessa vez são elefantes. E como são fofos.

As esculturas dos elefantes são no tamanho real de um elefante bebê. No fim da exposição os elefantes podem ser comprados ou são leiloados e o dinheiro vai para filantropia local.

Aqui estão alguns que já vi aqui na zona sul.





4.11.18

Bohemian Rhapsody



Em julho de 1985 eu e a Luzinha sentamos na frente da TV para ver o Live Aid e passamos o dia inteiro (e boa parte da noite vendo os shows). Teve muita gente boa e teve o Queen.

Fomos juntas ver esse filme.

Esse filme já começa com Freddie Mercury chegando para fazer esse show. Aí o filme volta no tempo nos mostra como Freddie Mercury deixou de trabalhar no aeroporto jogando malas e foi ser vocalista de banda de rock.

Freddie, Brian May, Roger Taylor e John Deacon se juntaram e foram fazer shows em universidades. O filme mostra como foram disso para a banda que fazia mega shows pelo mundo. E no meio de tudo tem a história do Freddie Mercury.

A cronologia ficou um pouco confusa. Usaram os acontecimentos de forma a servir a história que queriam contar. O início é muito rápido, eles conseguem um contrato em 15 minutos de filme. A parte do Brasil então....fizeram um dois em um com o show de SP e o do Rock in Rio (que foram em anos diferentes), faz diferença para quem tem uma boa memória da época, mas não deixa de ser um filme divertido e que emociona.

Como o que interessa é a música....

As partes que mostram como nasceram alguns dos grandes hits da banda são ótimas. Os shows que aparecem no filme também são muito bons. São todos ótimos músicos, diversificados, e por isso o som do Queen é variado, refinado e elaborado.

O que vale mesmo o ingresso é o show do Live Aid. Mostra quase o show inteiro. É tão bem feito que eu e Luizinha nos sentimos no sofá em 1985 vendo tudo na tv (só que dessa vez no cinema com tela enorme e excelente som). Melhor, nos sentimos lá no estádio Wembley de 1985.

Rami Malek está realmente muito bem como Freddie Mercury. Gwilym Lee é identico ao Brian May. Mike Myers está no filme fazendo um executivo de gravadora que disse que eles não iam fazer sucesso (ele que praticamente reapresentou Bohemian Rhapsody para uma nova geração em Wayne's World).

Perdi a chance de ver o Queen ao vivo no show histórico do Rock In Rio 1, na época estava mais ligada em hard rock e preferi ver o AC/DC (que também fez um excelente show). Anyway....

A Tia Helô gostava muito do Freddie Mercury que ela viu na TV quando eles vieram para o Rock in Rio. Ela provavelmente fecharia os olhos em algumas partes, afinal Bohemian Rhapsody tem "Beelzebud has a devil put aside for me" na letra, mas gostaria de ver Freddie na tela grande do cinema. 135 "Ai, Jesus!" para o bigodão.

É para ver no IMAX. A música do Queen merece.


Já fiz o analisando a música de Killer Queen.

25.10.18

Analisando a música: Grace Kelly (MIKA)

Quando estava na Africa minha amiga só tocava Franz Ferdinand porque estava se preparando para o show que fomos semana passada. Em um dos dias em Cape Town, do nada, lembramos do MIKA, que ele andava sumido e que gostavamos muito de seu primeiro disco Life In A Cartoon Motion.

Minha amiga o viu ao vivo em Londres há uns 10 anos e disse que o show dele é ótimo.

MIKA é um cantor libanês britânico. Ele morou em Paris e na Inglaterra, fala francês, inglês, espanhol e italiano fluente. Ele começou tocar piano desde cedo e em 2006 ele lançou seu primeiro single Relax Take It Easy.

Em 2007 MIKA lançou Life In A Cartoon Motion com várias músicas que fizeram sucesso: Love Today, Big Girl, Billy Brown, My Interpretation, Happy Ending e a analisada da vez Grace Kelly que chegou a ocupar primeiro lugar no Reino Unido.

Em 2009 veio outro disco bom The Boy Who Knew Too Much que tem a ótima Rain e Blame It on The Girls.

Depois ele lançou mais dois discos Origin of Love (2012) e No Place In Heaven (2015) que não conheço bem as músicas, mas vou escutar e ficar em dia com o MIKA.

No início da carreira MIKA era comparado ao Freddie Mercury (com as devidas proporções), acho que pelo jeito expansivo dele no palco, é performático, e é um cantor que também é pianista, mas as semelhanças acabam aí. MIKA tem um tom de voz agudo que ele usa muito bem, não tem medo de assuntos polêmicos em suas músicas, faz tudo num tom muito divertido e várias músicas são dançantes.

MIKA compôs Grace Kelly depois que os executivos de uma gravadora disseram que ele deveria mudar para se encaixar em algum modelo pop, tentando moldá-lo em algo que eles queriam. Foi uma música que veio da frustação. Ele diz que mandou a letra para esses executivos, eles nunca deram retorno e depois ele conseguiu gravar seu disco do jeito que quis e incluiu essa música.

Música composta com sentimento é sempre boa, seja sobre amor, raiva, dor de cotovelo ou sobre querer ser quem você é.

Então vamos saber qual o recado que MIKA passou pros executivos da gravadora.

Para começar, para quem não sabe, Grace Kelly foi uma atriz americana que nos anos 1950 estava fazendo sucesso, fez filmes do Hitchcock (um deles foi o ótimo Janela Indiscreta de 1954), ganhou um Oscar por The Country Girl (1954), quando o Príncipe de Mônaco apareceu na vida dela, casaram em 1956 e ela foi ser princesa em Mônaco. Ela nunca voltou a atuar, apesar de ter sido oferecida alguns papéis, inclusive pelo Hitchcock, e faleceu em um acidente de carro em 1982.

grace kelly em janela indiscreta


I wanna talk to you

(The last time we talked, Mr. Smith, you reduced me to tears
I promise you, it won't happen again)

A música começa com o MIKA chamando alguém para uma conversa e entra essa fala da Grace Kelly em The Country Girl: "Sr. Smith, da última vez que conversamos você me fez chorar. Prometo que não vai acontecer outra vez." Ou seja, MIKA está preparado.

E tem outras falas dela inseridas na música.

Do I attract you?
Do I repulse you with my queasy smile?
Am I too dirty?
Am I too flirty?
Do I like what you like?

E a conversa começa com uma série de perguntas porque MIKA quer saber qual é o problema, por que querem que ele mude. É o sorriso enjoado? É o jeito sacana? Ou será que flerta demais? "Será que eu gosto do que você gosta?"

I could be wholesome
I could be loathsome
I guess I'm a little bit shy
Why don't you like me?
Why don't you like me without making me try?

E emenda com o que ele poderia ser: saudável ou detestável. Você escolhe. Mas ele é tímido e um pouco inseguro então quer saber porque essa pessoa não gosta dele, por que não gosta sem que ele tenha que se esforçar?

I tried to be Grace Kelly
But all her looks were too sad
So I tried a little Freddie
I've gone identity mad

E ele tenta bastante. Ele tentou ser a Grace Kelly mas seus looks (que podem ser olhares, figura, aparência) eram muito tristes e aí tentou ser Freddie (Mercury), em uma clara referência as comparações que faziam dele com o vocalista do Queen (nesse momento MIKA até faz um hum rum como o Freddie). Resumindo: não sabe mais quem é.

I could be brown
I could be blue
I could be violet sky
I could be hurtful
I could be purple
I could be anything you like
Gotta be green
Gotta be mean
Gotta be everything more
Why don't you like me?
Why don't you like me?
Why don't you walk out the door!

E temos um refrão muito melódico com uma lista de tudo que ele poderia ser: marrom, azul, céu violeta (adoro a subida que a música dá nessa frase), pode ser ofensivo, roxo (essa rima de hurtful com purple é ótima), qualquer coisa que queiram.

"Tenho que ser verde, malvado e tudo mais. Por que não gosta de mim?" e termina com o que imagino ser um fora "Já que você não gosta de mim que tal ir embora!". PAH!

(Getting angry doesn't solve anything)

Mais uma frase da Grace Kelly dizendo que ficar com raiva não resolve nada.

How can I help?
How can I help it?
How can I help what you think?
Hello, my baby
Hello, my baby
Putting my life on the brink
Why don't you like me?
Why don't you like me?
Why don't you like yourself?
Should I bend over?
Should I look older just to be put on your shelf?

E ele volta a um tom mais amigável (pero no mucho). "Como posso evitar? Como posso evitar o que você pensa? Oi querido, estou colocando minha vida na beira (do abismo?). Por que você não gosta de mim?"
E vem a melhor pergunta: "Por que você não gosta de você mesmo?"
"Devo me curvar? Devo parecer mais velho só para ser esquecido?"
Acho que não.

I tried to be Grace Kelly
But all her looks were too sad
So I tried a little Freddie
I've gone identity mad

Grace Kelly? Freddie? Chega de crise de identidade!

I could be brown
I could be blue
I could be violet sky
I could be hurtful
I could be purple
I could be anything you like
Gotta be green
Gotta be mean
Gotta be everything more
Why don't you like me?
Why don't you like me?
Why don't you walk out the door!

O refrão com tudo que ele pode ser.

Say what you want to satisfy yourself
But you only want what everybody else says you should want

E aqui o fora final: fale o que quiser para se satisfazer (ou se convencer) mas você é maria vai com as outras.

I could be brown
I could be blue
I could be violet sky
I could be hurtful
I could be purple
I could be anything you like
Gotta be green
Gotta be mean
Gotta be everything more
Why don't you like me?
Why don't you like me?
Why don't you walk out the door!

Esse refrão final que tem a lista de todas as possibilidades quer mesmo dizer: "posso ser o que quiser e a porta é a serventia da casa!"

(Humphrey, we're leaving)

E Grace Kelly concorda, vamos embora.

Kerching!

E termina com esse som de dinheiro entrando no caixa. Mika fez um bom din din com essa música e esse album sendo o que ele queria ser. Dorme com essa executivos da gravadora.

Os videos do MIKA são muito divertidos. Gostaria de ver um show dele.

23.10.18

O Primeiro Homem

Um filme sobre Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar na lua.


O filme começa com uma das melhores cenas, Neil fazendo um voo teste (antes de ser astronauta ele era piloto e engenheiro) onde ele chega a ver a fina camada da atmosfera da terra. É um começo tenso mesmo sabendo que vai ficar tudo bem.

A intimidade de Neil Armstrong e sua família é mostrada intercalada com a ida dele para NASA e a formação dos astronautas e os oito anos das missões Gemini que levaram as missões Apollo até chegar na Apollo 11.

Neil Armstrong era um cara introspectivo (pelo que mostra o filme), ele teve que lidar com a morte da filha e de alguns colegas. A exploração espacial era (e ainda é) um terreno desconhecido, as pessoas que se arriscavam estavam indo em missões que não sabiam se voltavam. Uma coisa boa desse filme é que despe o astronauta de uma glamourização que vem associada a viagem espacial.

E como disse meu amigo (e crítico de cinema) Marcelo Janot em sua crítica: "retrato intimista de Armstrong, mostrando que sua chegada a lua foi, antes de um gigantesco salto para humanidade, um grande passo para ele mesmo"

Confesso que apesar do angulo intimista na vida do Armstrong (e Ryan Gosling está muito bem no papel, assim como Claire Foy que faz sua esposa) só senti essa proximidade quando ele tem uma conversa com os filhos.

A parte técnica desse filme é excelente. Cada lançamento de foguete, cada decolagem, pouso, voo, a lua, é tudo muito bem feito e nos deixa dentro dos módulos com os astronautas. A evolução tecnológica entre as missões é mostrada sutilmente (eu notei mais nos trajes dos astronautas). O design de som é impecável até nos silêncios. É aquele tipo de filme que a gente sabe como termina mas nos deixa tensos até o fim.

Filme dirigido pelo Damien Chazelle que ganhou um Oscar por La La Land e dirigiu o ótimo Whiplash.

A Tia Helô iria fechar os olhos cada vez que a camera balança dentro das naves. 138 "Ai, Jesus!" para a pisada na lua deixada pelo Neil Armstrong.

18.10.18

Nasce Uma Estrela

Um filme sobre amor, relacionamento, vício, talento e fama.

Bradley Cooper faz Jackson Maine um cantor de música country (com um pouco de rock) que está no auge do sucesso, enchendo arenas e cantando para milhares de pessoas. Acontece que ele é um alcoolatra e não pode passar muito tempo sem ver um bar e uma bebida.

Depois de um show Jackson Maine entra num bar de drag queens, só porque foi o primeiro que ele viu, e se tem bebida é perfeito para ele. A Lady Gaga faz Ally, uma garçonete que já tentou a carreira musical, que não deu certo, e canta de vez em quando no bar das drags.

E no meio de uma performance dela de La Vie En Rose, the eyes meet the eyes, Jackson reconhece talento, passam a noite papeando e ele convida Ally para ver seu show. Ela resiste mas vai e lá ele a convida para cantar. Daí nasce uma estrela.

Esse filme já foi feito com Judy Garland e Barbra Streisand (e tem algumas referências a esses dois filmes anteriores). Lady Gaga é boa fez bem o papel da estrela em ascensão.

Mas esse filme é do Bradley Cooper. Maravilhoso. Desde a primeira cena que a gente vê do ponto de vista de quem está no palco e ele canta um rock country ótimo. Dirigiu o filme, atuou e canta bem.

O trabalho de voz dele é incrível! Ele fez uma voz bem grave, muito mais grave do que voz natural dele e mais grave do quando ele dubla o Rocket de Guardiões da Galáxia. O Sam Elliot está nesse filme, ele é um ator com uma voz naturalmente muito grave e o Bradley Cooper conseguiu falar no mesmo tom dele. Incrível.

O Sam Elliot tem uma das cenas mais emocionantes do filme.

As músicas são todas boas. Bradley Cooper consegue acompanhar a cantora maravilhosa que é Lady Gaga em duetos muito bons. Minhas músicas preferidas são as que ele canta sozinho porque é um estilo que gosto. E as que ela canta sozinha...bem...é Lady Gaga né?

Alguma música (ou várias) desse filme vai concorrer ao Oscar ano que vem (e deve ganhar). Minha aposta está em Shallow.




A Tia Helô iria ficar hipnotizada com aqueles olhos azuis. 361 "Ai, Jesus!" para toda vez que Bradley Cooper passa a mão no cabelo.

hey

15.10.18

Franz Ferdinand no MADA

Quando analisei The Dark Of The Matinee da banda escocesa Franz Ferdinand disse que ia vê-los em um festival de música em Natal, o MADA.

O MADA acontece há 20 anos e essa foi a primeira vez que fui. Como disse no outro post, é raro uma banda como Franz Ferdinand vir tocar por essas bandas do nordeste, então eu e as amigas aproveitamos a oportunidade de vê-los e ainda ver outros shows de banda muito boas e conhecer algumas bandas e artistas novos.

Fomos para Natal. Na verdade fomos para Ponta Negra, que é uma das praias urbanas de Natal, e só saímos de lá para o estádio onde acontecia o festival.


Ponta Negra é bacana porque é quase que uma cidade de veraneio dentro de outra cidade. E é praia de surf. A variação da maré é tão grande que quando está alta não tem faixa de areia, mas quando está baixa e a areia aparece fica cheia de barracas.

alta
baixa
alta outra vez

Mas vamos ao festival e ao show.

Não é um festival grande mas estava cheio. Era dentro da Arena Dunas, o estádio da Copa 2014 de Natal, e os dois palcos mais a área para o público ocupavam só metade do campo. Foram dois dias de festival, mas só fomos no segundo.


Os palcos eram lado a lado que, acredito, facilitava a logistica já que as atrações eram alternadas, acabava uma e quase que instantaneamente começava a outra. O único porém foi que nos shows mais cheios o público aglomerava na frente do palco que tinha atração ficava um pouco apertado.

Chegamos e a banda tocando era Luisa e os Alquimistas que tinha músicas boas, eles fizeram uma versão reggae de Take My Breath Away. Depois no palco do lado entrou a Larissa Luz que fez uma apresentação performática boa. A seguir teve o Rincon Sapiência que era meio rap meio reggae meio funk meio samba, não sei definir, mas estava divertido.

Essas três bandas tinham uma coisa em comum: cantores, dois instrumentistas (guitarra ou percussão) e um computador que fazia o som base ou a bateria ou back vocals ou os efeitos especias da música. Talvez a tendência da música seja essa, mas sinto falta de todos os instrumentos no palco, acho que faz muita diferença.

Digo isso porque a próxima banda foi Francisco Del Hombre que veio com todos os instrumentos e uma energia que abalou estruturas. Para começar, quatro dos cinco integrantes entraram completamente nus com letras pintadas no peito formando a palavra LUTE. Vestiram suas cuecas e soutien (tem uma mulher na banda) e fizeram um show ótimo! O público pulou, cantou, gritou, fez roda, fez corredor, o guitarrista foi para a galera, e o suor foi coletivo.

O Franz Ferdinand veio nesse embalo e não deixou ninguém parado. Ô banda boa! Esse foi o terceiro show deles que fui e certamente irei a mais. Tocaram hits como Take Me Out, The Dark Of The Matinee, No You Girls, Do You Want To, Walk Away, Ulysses, Michael, Love Illumination, Stand on The Horizon e várias do disco novo: Always Ascending, Feel The Love Go, Paper Cages, Finally e Glimpse of Love. Terminou com This Fire que fez todo mundo pular e burn this city, burn this city!

o baixista bob hardy (que faltou na foto abaixo)

Quando acabou o show do Franz Ferdinand entrou BaianaSystem. Até queria gostar dessa banda mas foi um balde de água fria na animação deixada pelas outras duas. É outra banda que tem DJs, computadores, guitarristas e o cantor. As músicas são boas, é uma banda com atitude, mas fomos embora na metade do show querendo mais Franz Ferdinand e Francisco Del Hombre.

Para terminar essa ida a Natal da melhor maneira possível, no dia seguinte quando estavamos passando no raio-x do aeroporto os integrantes da Franz Ferdinand estavam na fila atrás de nós. Esperamos eles passarem pelo raio-x e fomos tietar, porque se não for para pedir foto no aeroporto eu nem vou.

Eles são muito simpáticos! Foi rápido mas falamos do show, eles acharam engraçado a banda antes tocar de cuecas, e foram uns queridos. Minha amiga disse que estava com dores nas pernas de tanto pular e Alex Kapranos disse que também estava quebrado. E cada uma tirou uma foto com a banda.

dino bardot, julien corrie, eu, alex kapranos e paul thomson
(faltou o baixista Bob Hardy)

Aguardo o line up do MADA 2019.


7.10.18

Cape Town (4)

No último dia fomos passear em Muizenberg, a praia um pouco fora da cidade  no caminho para o Cabo da Boa Esperança que era o lugar de só de veraneio e hoje é um suburbio de Cape Town.


Muizenberg é também a melhor praia da Africa do Sul para aprender a surfar. É beach break (fundo de areia) e as ondas são constantes porém não são grandes. Como a maioria das ondas vem meio quebrada fica fácil aprender na espuma da onda. Tem várias escolas de surf e se não estivesse tão frio do lado de fora (porque a água é sempre gelada) esqueceria a possibilidade de tubarões brancos e arriscaria umas ondas.



É um lugar pequeno mas tem uma estação de trem onde os trens vem de Cape Town e seguem por trilhos a beira mar passando por St. James, Kalk e Simon's Town (onde fica a reserva dos pinguins).


É também onde tem as casinhas coloridas na praia que as pessoas usam para se trocar.


Nós fomos até Muizenberg de uber e de lá andamos até St. James Beach pelo calçadão beira mar/ beira trilhos do trem. Ventava muito e um vento frio mas na volta com vento nas costas foi melhor.



Muitas casas são construídas nas encostas e tem várias cottages antigas, inclusive a do Cecil Rhodes (o magnata dos diamantes).

rhodes cottage
het posthuys uma das construções mais antigas de cape town 1673
Quando passamos por Muizenberg a caminho do Cabo da Boa Esperança era domingo de sol sem vento frio. A praia estava cheia e os bares e restaurantes lotados. Quando voltamos lá dois dias depois, com vento e frio (o clima em Cape Town e arredores muda muito rápido), estava tudo vazio mas a cidadezinha tem bastante estrutura e muitos cafés e restaurantes.

E aqui termina essa viagem.