30.12.12

Momento TOC Livros (6)

Esse ano li mais do que em 2011, mas menos do que gostaria, afinal tinha colocado a meta de 20 livros.  Mais uma vez, com o kindle, li mais em inglês. Quem sabe com a Amazon no Brasil isso mude no ano que vem. (Não li 50 Tons de Cinza, vou esperar os filmes)
Comecei um novo caderninho com 18 livros que foram:

- The Girl With The Dragon Tattoo e The Girl Who Played With Fire - Stieg Larsson- os dois primeiros livros da trilogia Millenium. Gostei muito do primeiro (também gostei do filme), achei o segundo ok e não me animei para ler o terceiro, quem sabe ano que vem.

- The Litigators - John Grisham. Eu gosto do John Grisham, esse livro é sobre um jovem advogado que após um ataque de pânico/ansiedade larga o mega escritório que trabalhava e vai ser sócio de um bebum e um coroa que são "ambulance chasers". A pequena firma pegam um caso grande que não sabem exatamente como lidar.

- Religião para Ateus - Alain De Botton. Já disse tudo que tinha para dizer sobre esse livro nesse post.

- O Cemitério de Praga - Umberto Eco. Esse livro é uma especulação de como surgiram os "Protocolos dos Sábios de Sião" que teria inspirado vários atos anti-semitas e até a política nazista. Tem um personagem falso e outros que existiram. Tem dupla personalidade, gente moralmente flexível e tal, mas achei esse livro chaaaaaato pacas. Só gostei do início e do fim.

- Ready or Not - Meg Cabot. Fiz uma troca de livros pelo Skoob e o único que a garota tinha para me oferecer era esse. Como eu nunca tinha lido nada da Meg Cabot fiz a troca. É um livro teen sobre uma menina que namora o filho do presidente dos EUA e está na dúvida se transa ou não com o namorado. Bobinho até para adolescentes.

- Grave Sight - Charlaine Harris. Abandonei os livros da Sookie Stackhouse e decidi ver se essa série da Charlaine Harris é melhor. Não tem vampiros, nem lobisomens, nem fada (alívio!), mas tem uma mulher que, depois de levar um raio na cabeça, consegue encontrar cadáveres, saber quais foram seus últimos pensamentos e do que morreram. Ela vende seus "talentos" para resolver casos, as pessoas a contratam, mas ainda acham que é algum tipo de bruxaria ou enganação. Achei divertido, talvez leia outro da série.

- I Am a Genius of Unspeakable Evil and I Want to Be Your Class President - Josh Lieb. Um dos livros mais engraçados que já li. É sobre Oliver, um gênio do mal de 12 anos de idade que é dono de um império milionário (que ele comanda de uma caverna escondida), mas ainda mora com os pais e sofre por ter que agir como um garoto de 12 anos. Ele até tem um testa de ferro adulto para ajudá-lo nos negócios. Ele esconde a sua genialidade se passando por burro. Oliver ama a mãe, não gosta do pai mas está sempre buscando o aval dele. Então para agradar o pai ele decide se candidatar a presidente de turma e usa de todos os meios que dispõe para conseguir. Ótimas referências nerds. (o título desse livro em português é Eu sou um gênio de maldade inenarrável e quero ser seu presidente de turma)

- In The Garden Of Beasts - Love, Terror and an American Family in Hitler's Berlin - Erik Larsson. É a história real do embaixador americano em Berlim antes da guerra. A forma como os fatos da época são narrados é possível sentir a tensão que era Berlim um pouco antes da guerra, especialmente para os estrangeiros.

- Child 44 - Tom Rob Smith. É sobre um serial killer na União Soviética stalinista. Muito bom. É interessante como os sovieticos achavam que serial killer era uma exclusividade do capitalismo e o investigador do caso chega a ser perseguido politicamente quando insiste na teoria de um assassino em série. Com alguns detalhes do que acontecia nos porões do prédio da praça Loubianka em Moscou.

- Apathy and Other Small Victories - Paul Neilan. É sobre um homem apático (óbvio) que leva a vida não se importando muito com as coisas e no meio de tudo isso tem uma trama com casais, amantes, traficantes de drogas, uma mulher surda e um dentista.

- A Queda - A memória de um pai em 424 passos - Diogo Mainardi. Por um erro médico o filho do Diogo Mainardi nasceu com paralisia cerebral. Nesse livro ele conta como é conviver com o filho e a evolução do menino. É um livro leve, com humor, inteligente e cheio de comparações incríveis. Muito bom.

- A Lebre Com os Olhos de Ambar - Edmund De Waal. O autor é um ceramista que decidiu contar a interessante história de sua família através da pesquisa que fez sobre os netsuquês que herdou do tio. Netsuquês são miniaturas japonesas que expressam o cotidiano (tive o prazer de ver uma coleção no LACMA em Los Angeles). A história da família do autor tem início na Russia, vai para Paris, depois Viena, Inglaterra e Japão.

- Serena - Ian McEwan. Serena é uma garota inglesa que, depois de formada, acaba sendo recrutada para trabalhar no MI5. Inicialmente ela é só secretária, mas depois consegue uma missão só sua com direito a plot twist e tudo mais. Divertido.

- Bossypants - Tina Fey. Sou fã da Tina Fey, ela é inteligente e engraçada. Não é fácil ser humorista e ela conseguiu ser a primeira mulher escritora-chefe (head writer) na equipe so Saturday Night Live e tem a sua própria série (30Rock). Ela conta a trajetória dela até chegar a 30 Rock com várias passagens na sua infância e adolescência. Tem até um capítulo engraçadíssimo sobre a sua lua de mel num cruzeiro.

- The Casual Vacancy - J.K.Rowling. E existe vida pós-Harry Potter. A J.K. Rowling é uma ótima escritora, esse livro é bom de ler, mas ela enfiou tantos personagens que ficou difícil eu me importar muito com algum deles. É sobre uma pequena cidade com um drama político, problemas de casais, crianças rebeldes, gente drogada, amantes secretos, bullying, é tanta coisa que as vezes se perde. Dizem que vai virar uma série, se tiverem tempo de desenvolverem os personagens pode dar certo.

- The 100-year-old Man Who Climbed Out The Window and Disappeared - Jonas Jonasson. O velhinho resolver fugir da festinha de 100 anos que estão preparando para ele, pula a janela do asilo e vai parar na rodoviária. Lá ele resolve comprar um passagem para o meio de um lugar na Suécia e de quebra leva a mala de um sujeito que pediu para ele olhar por um instante. Daí para frente a vida do Allan (o velhinho) é uma aventura com bandidos, polícia, um dono de um carrinho de cachorro quente, uma ruiva e até um elefante. No meio de tudo isso ficamos sabendo da vida dele desde quando ele era um garoto e trabalhava numa fábrica de explosivos (sua especialidade), passando pelos anos na Guerra Civil Espanhola, a forcinha que ele deu no projeto Manhattan, uma caminhada pelo Himalaia fugindo da China, a prisão na Sibéria, e até espião da CIA ele foi. Nada planejado, tudo seguindo as oportunidades que lhe ofereciam. Divertido, mas não tão engraçado quanto eu esperava. Acho que humor sueco é outra coisa.

- Rude Britannia - Tim Fountain. Alguém no Twitter disse que ele livro estava de graça a Apple Store e baixei sem nem saber do que se tratava (sim, eu compro livros pelo título). O Tim Fountain é autor de peças e livros e também é ator. Ele é viciado em sexo, então ele decidiu fazer uma pesquisa sobre sexo na Grã-Bretanha começando por onde ele iniciou a sua vida sexual (curiosamente foi em Bradford a caminho de Haworth, a cidade das Brontë). O livro tem o ótimo humor inglês e muito menos putaria sacanagem do que o tema sugere (mas tem muita esquisitice). Na verdade ele faz uma descrição muito boa das cidades que ele percorre, e deixando de lado os detalhes dos clubes de swing, BSDM e gays que ele vai, é até um bom guia de viagem.

Bonus: Li a versão graphic novel de Wuthering Heights (muito amor pelo Heathcliff) que trouxe da visita a casa da Brontë em Haworth, e reli Emma da Jane Austen. (Pensando bem, se considerar esses 2, cumpri a meta de 20 livros \o/)

Outros Momentos TOC Livros (1)(2)(3)(4) e (5)

23.12.12

Analisando o clipe: Do They Know It's Christmas

O Bob Geldof acordou um dia e decidiu ajudar os africanos a combater a fome na Etiópia. Ligou para os amigos, e em 24 horas já tinha uma música para cantar e um studio para gravar. E nada melhor que o Natal e o espírito natalino para convocar as pessoas a ajudarem o próximo.

Gravaram o single e o clipe bem a tempo do Natal de 1984. Foi um sucesso.

Não vou analisar a música porque é a frase "Throw your arms around the world at Christmas time" já diz muito, e essa música já apareceu outras vezes aqui no blog. Então vamos lembrar o tanto de gente boa que estava nesse evento.



O clipe começa com o pessoal chegando no studio, e de cara já vemos o Bob Geldof, John Taylor do Duran Duran e o Sting (lindo!).
O primeiro que canta é o Paul Young. Quem? Hoje em dia quase ninguém lembra dele, mas na década de 80 ele fez sucesso com a música Everytime You Go Away, e só. Vê-se que os mullets estavam em alta na época.
Na sequência entra o Boy George (esse todo mundo sabe quem é, né?) e seu cabelo rosa/laranja (?), e o Phil Collins na bateria.
Aí temos o George Michael, pré-banheiro público, ainda com luzes nos cabelos, seguido do Simon Le Bon do Duran Duran. O Sting (suspiros) entra para fazer um duo com o Simon Le Bon e no fundo tem o Tony Hadley. Ok, vou dizer quem é o Tony Hadley: é o vocalista da banda Spandau Ballet (sim, alguém realmente achou que esse seria um nome de banda aceitável), que teve o sucesso True nas paradas.
Acho fofo quando cantam "the bitter sting of tears" focam no Sting.
O Bono Vox então entra na parada, com seu mega-mullet e voz poderosa.
Phil Collins na bateria, Sting, Boy George e  Paul Weller nos vocais. Quem é Paul Weller? Ah, ele era de uma banda chamada Style Council que fez sucesso com uma música bacana: Shout To The Top.
Mostram o pessoal nos bastidores, e nessa hora só reconheço o baterista do Culture Club e o John Taylor tocando guitarra.
Corta para a confraternização dos músicos, alguns tocam guitarra (que poderia ser imaginária de tão fake que é a cena), outros distribuem beijinhos, e todos cantam.
Na hora que o Paul Young canta "here's to them, raise a glass for everyone" os que fazem o coro eu não sei quem são. #prontoconfessei
Então vamos para o pessoal chegando no studio, as meninas do Bananarama mostrando os filhos, e temos o grande coro de vozes cantando o refrão: "Feed the world, let them know it's Christmas time".
Quem mais aparece nessa hora é o Sting. Ou ele estava sempre no meio, ou o camera concluiu que ele era o mais bonito e merecia destaque. Com razão.
O Paul Young é quem canta mais e paga o maior mico do video: esquece a letra e vai fofocar com o cabeludo do lado (Rick Parfitt da Status Quo).
E termina com todos cantando o refrão.

Em 48 horas gravaram, mixaram e deixaram a música e clipe prontos. O single arrecadou 14 milhões de dólares na época. Logo depois os americanos, para não ficarem atrás, fizeram o USA for Africa com We Are The World (outro clipe que merece uma análise), e no verão de 1985 foi organizado o Live Aid. O resto é história.

Feliz Natal.

18.12.12

Analisando a música: Heroes (David Bowie)

Essa semana assisti As Vantagens de ser Invisível (The Perks of Being a Wallflower), um ótimo filme sobre a juventude, amigos, traumas, esperança e amor. Posso até arriscar dizer que é o Clube dos Cinco para essa geração, um candidato a clássico que será assistido muitas vezes e analisado.

O filme se passa nos anos 1980/1990 e Charlie e seus amigos escutam de The Smiths até Air Supply. São os alternativos da escola. Sabem de cor as música de The Rocky Horror Show, fazem mixtapes (em fitas mesmo) de fossa, conhecem os Beatles, MAS nunca tinham ouvido David Bowie. Oi? Exatamente.

David Bowie é um gênio. Se vocês acham que a Madonna é vanguarda é só escutar um album dele e ver que ele estava muito a frente do seu tempo. David Bowie não é conhecido como camaleão a toa, ele já foi do rock psicodélico ao glam, sem falar nas mudanças de visuais. A carreira dele é longa, iniciada em 1967, são muitas músicas fantásticas e muitas parcerias (Queen, Mick Jagger, Placebo, etc), tem assunto para vários posts, tão bom que nem consigo escolher só uma música favorita.

Heroes é da fase em que David Bowie passou um tempo em Berlim. Dizem que ele foi para lá para se recuperar de toda loucura dos tours, da fama, e iniciou um momento mais minimalista. (Se bobear foi ele que levou a loucura para Berlim. #justsaying) A música é do album Heroes de 1977 e foi composta junto com o Brian Eno. O Brian Eno começou a carreira fazendo parte da Roxy Music e depois virou produtor (produziu 7 albuns do U2, inclusive o Achtung, Baby que também foi gravado em Berlim, mas isso é outra história).

Todos amam Berlim.

Heroes é sobre um casal que se encontrava embaixo de uma das torres do muro (que naquela época ainda estava de pé). Há pouco tempo (em 2003) o David Bowie disse que a música foi inspirada pelos encontros 'escondidos' do produtor do album com sua amante que ele via da janela do estúdio.

É uma música romantica e melancólica. E agora provavelmente será um hino para uma geração (assim como Don't You Forget About Me, mas isso também é outra história).

Também acho que é sobre um momento especial e catártico que, apesar de todas as chances contra, que tudo depois pode dar errado, é um desafio e provoca um desejo de que seja eterno, enquanto dure.

I, I wish I could swim
Like the dolphins
The dolphins can swim

Todos nós gostariamos de nadar como e com golfinhos. Quem nunca? Deslizar na água e dar aqueles saltos. É liberdade, simplicidade e leveza.

Though nothing, nothing will keep us together
We can beat them forever and ever
Oh, we can be heroes just for one day

"Nada está a favor, nada nos manterá juntos (pode ser por vários fatores), mas podemos vencer, sempre. Podemos ser heróis por um dia." A vontade de estar junto é maior, o momento é único, então vai acontecer.

I, I will be King
And you, you will be Queen
Though nothing will drive them away
We can be heroes just for one day
We can be us just for one day

"Rei e Rainha. Mesmo que nada afasta "eles", podemos ser heróis por um dia. Podemos ser 'nós' por um dia."
Realeza, heróis, tudo muito bacana, mas bonito mesmo, e íntimo, é querer ser só um simples nós.

I, I can remember
Standing by the wall
And the guns, shot above our heads
And we kissed as though nothing could fall

Essa parte descreve o casal encostado no muro embaixo da torre onde ficavam os guardas e se beijavam como se nada fosse os abalar. Delícia!

And the shame was on the other side
Oh, we can beat them, forever and ever
Then we could be heroes just for one day

A vergonha está do outro lado, que pode ser literalmente do outro lado do muro (o lado oriental no caso), ou nos outros que os condenam moralmente (afinal, são amantes proíbidos), ou em qualquer um que não aceita, ou são eles deixando os próprios preconceitos e/ou limitações de lado. São corajosos e podem vencer, sempre. E serão heróis, só por um dia.

We can be heroes, just for one day

Porque o importante é se sentir infinito, mesmo que seja por um dia.



Heroes também está na trilha sonora de: Cristiane F., The Replacements (que tem uma trilha sonora ótima e tem o Keanu Reeves), Godzilla (cantada pelos Wallflowers), Moulin Rouge (no medley do elefante), Antitrust, e alguns outros. E óbvio que já foi feita em Glee.

13.12.12

Corrida de luzes




Depois de passar o ano treinando (ou tentando treinar), e participando de corridas, chega a época das confraternizações. Claro que os atletas querem fazer isso queimando algumas calorias extras e aproveitando para ver as luzes e decorações de natal da cidade.




papai noel foi

A Corrida de Luzes já está na sétima edição. Não é preciso fazer inscrição, é só aparecer no local da largada, pegar seu chapéu vermelho e estar pronto para percorrer os 10km do percurso. Na edição desse ano tinha 800 pessoas! O ritmo não é forte, tem algumas paradinhas no meio do caminho e uma pausa maior para beber água na Praça do Ferreira, no centro da cidade. Correr no centro a noite é ótimo, está vazio.

dando a volta na praça
praça portugal
praça do ferreira
redes
embrulhado para presente
a bandinha que anima a corrida
iluminação vampiresca da catedral

Confesso que não sei onde termina, depois de correr 8,5km sempre paro no Boteco Praia para uma cervejinha merecida.