26.2.18

Foo Fighters e Queens of the Stone Age

As duas bandas se apresentaram ontem no Maracanã e, como nunca tinha visto nenhuma das duas ao vivo antes, fui.

Antes das duas teve uma banda nacional de São Paulo chamada Ego Kill Talent que tocava um rock pesado que deu para aquecer o público.



QOTSA (para facilitar) veio logo com uma música do disco novo deles, Villains, que tem uma pegada mais dançante (foi produzido pelo Mark Ronson e ficou ótimo).

Logo depois entraram nas guitarras pesadas e muita bateria. O Josh Homme é menos simpático ao vivo mas ele comanda bem o show. Gostei do baterista. Achava que não ia conhecer muitas música mas acabou que conhecia até bastante, e muitas do disco novo.

Só achei o fim do show meio abrupto: acabou a música e eles nem disseram tchau. E não teve volta no palco.



A Foo Fighters entrou por último com mais gente no estádio.

(Pausa para dizer que não encheu o Maracanã. Boa parte das arquibancadas superiores estava vazias -inclusive cobertas por plástico- foi onde fiquei quando fui no show do Pearl Jam lotado em 2015. Quando a arquibancada fica vazia faz um eco na parte de trás da pista que fica ruim de ver show ali, mas fiquei no meio da pista.)

Uma coisa vou dizer sobre essa banda: eles tem muita energia! Não é qualquer banda de quase cinquentões (ok, tem uns mais novos) que consegue tocar rock por 2 horas daquele jeito, naquela intensidade. E são divertidos.

Gosto muito do Dave Grohl, acho ele ótimo baterista, e hoje ele é um showman. Confesso que as vezes me pareceu que ele ensaiou para não parecer ensaiado mas parecia ensaiado. Deu para entender? De todo jeito ele comanda muito bem o show, faz gracinha, careta, balança a cabeça e tudo mais que tem direito.

Foi bom ver Pat Smear tocando, o outro guitarrista cantou uma música do Alice Cooper é foi simpático, e o cara dos teclados fez a dele. Tinha até backing vocals.

Mas a estrela dessa banda é o baterista Taylor Hawkins. Na verdade a estrela é o bromance entre Dave Grohl e Taylor Hawkins. Ele é tão o crush do Dave Grohl que tem total destaque (merecido) no show. Essa é uma banda de bateristas e eles se amam.

Tocaram todos os hits e também tocaram algumas músicas do disco novo que ao vivo achei melhor. (Essa foi outra banda que mudou de produtor, foi para um lado mais hipster e fez um album cheio de convidados como Justin Timberlake e Paul McCartney, mas não achei que deu muito certo.)

Fizeram covers dos Ramones, Alice Cooper, AC/DC, e até Under Pressure do Queen (que o Dave deixou seu querido cantar e foi para a bateria).

Terminou com Everlong, como sempre. (já analisei essa música aqui no blog) E tome bateria imaginária na platéia.


20.2.18

Black Panther

Esse é o 2671460174º filme da Marvel, e dessa vez capricharam.



O Pantera Negra surgiu no confuso Guerra Civil depois que seu pai foi assassinado em uma reunião da ONU. No fim do filme da picuinha entre os Avengers, o Pantera Negra chega para colocar ordem na casa e ainda dá uma mãozinha para o Capitão América guardando seu amigo Bucky em Wakanda para ele se recuperar.

O filme do Pantera Negra começa pouco depois dos acontecimentos de Guerra Civil. Ele está em Wakanda e precisa passar pelo ritual para ser Rei. O ritual consiste em perguntar as outras tribos se alguém quer desafiá-lo pelo trono. Teve um lá que tentou, o M'Baku (que depois salva o dia), mas o T'Challa (nome do Pantera Negra quando ele não está com uniforme) mostra que é o cara acerto para o trabalho, mesmo sem os poderes do Pantera Negra que tiram dele para o desafio e devolvem depois que ele ganha.

(Aqui tenho que dizer que os poderes do Pantera Negra vem de planta que surgiu no solo de Wakanda depois que o meteorito de Vibranium caiu por lá.)

E assim conhecemos Wakanda, esse país maravilhoso na Africa que tem muita tecnologia e modernidade. A Africa futurista é muito bacana. Isso tem até um nome: Afrofuturismo. Wakanda é tecnologicamente avançado e seus habitantes vivem todos bem e felizes, até a galera da fronteira que trabalha em fazendas e protege o escudo que esconde a cidade moderna.

(status: pesquisando como chegar em Wakanda)

Acontece que para o resto do mundo Wakanda é apenas mais um país pobre africano de fazendeiros. A faceta avançada e futurista tem que ser escondida porque os locais tem medo do que o resto do mundo pode fazer se descobrir que eles tem uma caverna quase infinita do metal poderoso.

Aí entra o vilão do filme. Inicialmente dá a entender que o vilão vai ser o homem branco, Klaue, que só quer explorar o metal e vender para quem pagar mais. Logo descobrimos que o rapaz que ajuda o Klaue a roubar uma picareta de vibranium do museu, tem outros planos que incluem ir até Wakanda e disputar o trono.

E quem é esse rapaz na fila do pão de Wakanda? Ele é Erik Killmonger, filho de um wakandiano (wakandiense?) importante que saiu do país, viu a realidade fora da sua Africa futurista, e achava que poderia ajudar (ou conquistar, depende de quem está contando a história) o resto do mundo usando o vibranium. Killmonger compartilha das ideias de seu pai e quer distribuir o metal precioso estrategicamente pelo mundo. Então vai lá desafiar o T'Challa pelo trono.

É basicamente isso, é bem feito e bem contado. Esse é um dos melhores vilões da Marvel. Palmas para o Michael B Jordan que faz esse personagem lindamente.

As mulheres nesse filme são maravilhosas. Tem a Okoye que é a general das tropas do Rei e ela sabe usar uma lança (e despreza armas de fogo). Tem a Nakia que é uma espiã e idealista dona do coração do Pantera Negra (tanto que o deixa com joelhos fracos). Nakia é quem toma todas as atitudes certas na hora do perrengue. Tem a Shuri que é a irmã do Pantera Negra e apenas a responsável por todas as coisas tecnológicas de Wakanda, sem perder o ótimo senso de humor.

Gostei desse filme, tem coisas de todos os filmes da Marvel e ao mesmo tempo muda o cenário e as motivações. Trilha sonora excelente que vai dos tambores africanos a um rap/hip hop bem inserido.

A Tia Helô iria ficar passada com tanta modernidade em Wakanda. 517 "Ai, Jesus!" para a peruca usada como arma.



16.2.18

+ Filmes

Phantom Thread (Trama Fantasma)

A dupla Paul Thomas Anderson e Daniel Day Lewis rende ótimos filmes (vide There Will Be Blood). Coloca o Jonny Greewood (do Radiohead) fazendo a trilha sonora e só melhora.

A história é sobre Reynolds Woodcock um estilista/costureiro da alta sociedade inglesa na década de 1950. Ele é um gênio na sua arte e é uma pessoa que se dedica totalmente a ela. Os seus relacionamentos não duram porque sua atenção não pode ser dividida. As pessoas na sua vida tem lugar e movimentos certos (como um jogo de xadrez).

Um dia Reynolds conhece a Alma, uma garçonete que desperta o interesse dele e o inspira a criar mais vestidos.

Esse relacionamento está fadado ao fracasso já que ele fica entediado facilmente (e sua irmã faz suas vontades ao mesmo tempo que leva a empresa adiante, e ela é ótima!), mas Alma é mais sagaz do que imaginamos.

People are strange.

Gostei desse filme.

A Tia Helô iria gostar das roupas, tudo da época dela. 215 "Ai, Jesus!" para os segredinhos que ele costura nas roupas.


All The Money In The World (Todo o Dinheiro Do Mundo)

O Jean Paul Getty foi em algum ponto o homem mais rico de todos os tempos ever. Dono de uma conglomerado de empresas no ramo do petróleo, ele fez muito dinheiro quando foi explorar o que tinha no Oriente Médio antes de todo mundo. Ele até aprendeu a falar árabe para negociar melhor.

O filme é sobre o sequestro de um dos netos do JP Getty na década de 1970. O rapaz foi pego em Roma (a família morava na Itália na época) e os sequestradores começaram pedindo 17 milhões de doletas.

Acontece que eles não contavam com a mão de vaca faraônica do JP Getty. Quando a mãe do menino (a nora) foi pedir o dinheiro ele disse que não pagava e ponto. Contratou um negociador para ver até onde os sequestradores iam.

Essa mesquinharia do JP é mostrada no filme através de detalhes e na insistência dele de que tudo é negociável e ninguém tira nada dele.

Uma coisa o JP tinha: bom gosto para arte e nisso ele gastava seu dinheiro. Depois que ele morreu construiram 2 museus de arte em Los Angeles: um, o Getty Center, eu visitei e é maravilhoso; o outro, o Getty Villa, ainda não conheço.

Esse foi o filme que o Ridley Scott, faltando um mês para o lançamento, resolveu refilmar todas as cenas que tinham o Kevin Spacey e o trocou pelo Christopher Plummer (que era quem ele queria inicialmente).

Acho que por conta de toda essa troca o filme perdeu um pouco do ritmo, achei tudo muito escuro e o sequestrador poderia ter sido menos vilão da Disney.

Mas a indicação do Christopher Plummer é justa.

A Tia Helô iria gostar do JP Getty, homem que lava as própria cuecas e meias. 316 "Ai, Jesus!" para todo esse dinheiro.

14.2.18

Enquanto isso em PyeongChang...

Há 4 anos quando teve as Olimpiadas em Sochi escrevi o seguinte:

Adoro as Olimpíadas, de verão e inverno. Confesso que conheço pouco dos esportes de inverno, por motivo de: moro no nordeste do Brasil e, vamos combinar, o máximo de esporte de inverno que vejo por aqui é arremesso de cubos de gelo.
Mesmo assim acompanho quase tudo pela TV. Adoro as roupas tecnológicas coloridas (e coladas), bochechas rosadas e de ver a neve branquinha enquanto suo de calor. Como disse antes: gosto de todos os esportes. Da velocidade do esqui, das manobras do snowboard, das coreografias da patinação, da testosterona do hockey e até da precisão do curling.

E isso continua verdade.

As Olimpiadas de PyeongChang também começaram com polêmica: a Russia foi impedida de participar por conta do escandalo de doping mas alguns atletas que não estavam envolvidos puderam participar, então assim nasceu OAR - Olympic Athletes Russia. Eles competem mas sem a bandeira da Russia.

Outro acontecimento foi a participação da Coréia do Norte que mandou a irmã do ditador para ser simpática. As duas Coréias entraram juntas na abertura com uma bandeira que tinha a peninsula como símbolo.

Falando na abertura: foi bontinha, cheia de tecnologia, mas o que chamou mesmo atenção foi o atleta de Tonga (o mesmo das Olimpiadas do Rio) que veio carregando a bandeira de seu país shirtless besuntado em óleo num frio de menos 5 graus. Mito.


Nos esportes a americana Chloe Kim de 17 anos foi a sensação dos primeiros dias, ela ganhou medalha de ouro no snowboard halfpipe e, pelo o que entendi, ela é a Phelps desse esporte.

chloe na manobra

Shaun White é o Phelps do snowboard masculino. Ele foi tricampeão em PyeongChang ganhando do australiano sensação e de um japonês com zero esportiva que fez cara de bravo no pódio.

shaun voando

O curling continua agradando, eu nem sabia que tinha tantas categorias (duplas mistas, duplas, times, etc).

Vi o esqui alpino que acho emocionante com toda aquela velocidade morro abaixo, o esqui estilo livre que dá dor nos joelhos só de ver aquele balanço e ainda tem o esqui slalom.


Os holandeses ainda dominam a patinação de velocidade.


Os alemães estão na frente no quadro de medalhas.

A patinação artística, por enquanto, só teve a competição por equipes (todas as categorias competem juntas valendo uma medalha pelo país). O americano Adam Rippon patinou lindamente, sem cair, e ficou em terceiro, perdendo para o russo que caiu 2 vezes (mas foi expressivo) e para o canadense da escola de interpretação do Cigano Igor que caiu uma vez. Tem treta aí hein? Vamos ver o que acontece na patinação masculina. (UPDATE: O japonês Yuzuru Hanyu, que é um lorde da patinação, super elegante, ficou com a medalha de ouro.)

as linhas do americano
tá assustado canadense?

A patinação feminina é a última. Só vi a americana Mirai Nagasu na competição por equipes e ela foi a primeira americana (e terceira mulher) a fazer um triple axel numa competição olímpica. Ênfase no "olímpica" porque a primeira americana a fazer esse salto em uma competição foi a Tonya Harding. (Assitam I, Tonya)

comemora mirai, mas ainda tem a competição feminina.

E a primeira mulher a fazer esse salto em Olimpiada foi a japonesa Midori Ito em Albertville 1992, a segunda foi a, também japonesa, Mao Asada em Vancouver 2010.

Ontem vi a primeira fase das duplas e teve a dupla da Coréia do Norte no gelo. Eles se classificaram competindo mesmo (a maioria dos atletas norte coreanos entraram por cota do país sede). Dois fofos que patinaram ao som de A Day in A Life dos Beatles. Foram bem e se classificaram para disputar medalha. Nessa competição gostei da dupla italiana e da dupla alemã, mas os juizes devem gostar de gente sem expressividade e deram mais pontos para os canadenses e chineses. A final é hoje a noite (depois coloco um update aqui).

UPDATE: Os campeões da patinação artística em pares foram os alemães que patinaram lindamente e sem erros, até bateram recorde de pontuação. Em segundo os chineses (com queda e erros) e em terceiro os canadenses (com alguns erros).

13.2.18

Enquanto isso no Carnaval...

Até 5 anos atrás Fortaleza não era uma cidade de Carnaval. Pré-carnaval sim, muito, mas nos dias de Momo mesmo a cidade ficava tranquila e calma. Muitos estabelecimentos fechavam e até turistas eram poucos. Sempre teve pequenos blocos aqui e ali e o desfile de maracatu, mas em geral ninguém ligava muito.

Isso foi mudando. Hoje o carnaval é espalhado pela cidade, são vários blocos que conseguem reunir muitas pessoas e tem shows organizados pela prefeitura na Praia de Iracema. Os turistas estão vindo e as pessoas da cidade já não vão procurar carnaval em outros cantos.

Ainda é uma cidade tranquila, ruas ficam vazias e se você não vai trás do carnaval dá para ficar sem escutar um pandeiro ou tambor.

O que gosto do carnaval aqui é que sempre tem música com bandas e DJs que anima bastante. E dá para escutar a música porque tem palcos fixos e não é aquela coisa de andar pra lá e pra cá.

Inclusive o pessoal anda se dedicando mais as fantasias. Antes as fantasias só apareciam no Bloco do Sanatório Geral, mas depois que esse bloco acabou (a última edição foi em 2016), o pessoal que gosta de fantasia não desistiu, continuou se dedicando e assim estimulou mais gente a fazer o mesmo.

Esse ano fui a alguns blocos de carnaval e estavam todos muito animados. Hoje tem mais um, no centro, chamado As Gata Pira. Nunca fui nesse porque na terça-feira de carnaval já enchi o o saco de folia, mas esse ano criaram um grupo animado no whatsapp e todos foram convocados a comparecer.

Aqui estão algumas das fantasias que encontrei por aí.

eu de BB-Eita (essa minha fantasia
já está rendendo há 3 carnavais)
la casa de papel
alice in wonderland
pennywise deu uma passadinha 
nudes
clockwork
rei da noite e dany
com paquitos