9.3.25

Mickey 17

Bong Joon Ho voltou a direção depois do sucesso que foi o ótimo Parasita (2019) e fez essa ficção científica estrelada pelo Robert Pattinson, ou como ele é conhecido aqui no blog: Vampirinho.

Vou começar dizendo que essa parceria deu muito certo e espero que se repita. Bong Joon Ho tem que juntar Vampirinho, Song Kang Ho (de Parasita, Hospedeiro e Memórias de um Assassino) e a Tilda Swinton (de Okja e Trem do Amanhã) num próximo filme.

Acho curioso que quando Bong Joon Ho faz filmes na Coréia do Sul, com coreanos contando histórias coreanas (porém temas universais) ele coloca seus personagens em cidades normais, em tempos atuais (ou um passado próximo), é tudo muito contemporâneo. MAS quando ele vai trabalhar com os ocidentais ele deixa a imaginação correr solta, vai direto para uma distopia, e nos dá filmes como O Trem Do Amanhã, Okja e agora Mickey 17.

Mickey 17 é baseado num livro chamado Mickey 7, ou seja, Bong Joon Ho colocou mais 10 Mickeys na jogada.

Num futuro distópico o Mickey (Robert Pattinson Vampirinho) e seu amigo (pero no mucho) Timo (Steven Yeun, adoro) estão devendo muito dinheiro e a única saída é ir num programa de colonização de um outro planeta. Timo consegue ir de piloto (Timo tem muita sorte e é escroto) mas Mickey acaba assinando um papel sem ler e se candidata a ser um Expendable, um dispensável. 

O que vem a ser um Expendable? É uma pessoa que vai ser cobaia nos piores experimentos possíveis e que sempre acabam em morte. Na nave espacial, e depois no planeta, o Mickey é usado para saber como o corpo reage a radiação, pressão, doenças, virus, etc, tudo pelo bem das outras pessoas que vão colonizar o planeta. E toda vez que ele morre uma outra versão dele é impressa na impressora 3D (que parece uma máquina de ressonância) e a consciência dele é atualiazada e feita o back up. Então ele lembra de tudo, sabe que morreu (e algumas vezes como morreu), mas cada Mickey é um pouco diferente. A única constante do Mickey é a namorada dele, a Nasha (Naomi Ackie) que é policial e girl power.

Nós não vemos todos ops Mickeys mas o Mickey 17 acabou de cair numa ravina no meio do gelo e foi abandonado pelo Timo para morrer. O planeta tem uma bichos que eles chama de creepers mas são uns fofos. Mickey 17 acha que os bichos vão comê-lo mas eles o salvam. Mickey 17 consegue voltar a nave para descobrir que já existe o Mickey 18. E duplos são proibidos, there can be only one (por vez).

Sabemos que imprimir pessoas foi proibido na terra mas não no espaço e por isso podem experimentar com o Mickey, mas não é terra de ninguém, tem algumas regras.

No comando da nave e das pessoas que vão colonizar o planeta tem o casal Marshall (Mark Ruffalo fazendo o personagem caricato da vez) e Ylfa (Toni Collete sempre ótima). Ele é um político que não conseguiu ser reeleito, ela manda nele e adora fazer molhos (para comer).

O filme é engraçado, tem o comentário social (que está em todos os filmes do Bong Joon Ho), fala sobre ética, ciência e colonização.

Robert Pattinson Vampirinho está ótimo, ele faz uma voz diferente e é muito sutil quando faz os Mickey 17 e o 18 mas você sabe exatamente quem é quem. 

Bong Joon Ho entrega um mundo crível com criaturas fictícias as quais me apeguei, já queria trazer um creeper para casa.

Enquadramentos bonitos, deu vida a um ambiente quase que todo cinza e a música é excelente.

Bong Joon Ho, vê se o próximo filme não demora tanto. 

Trazendo de volta a cotação da Tia Helo, ela diria 415 "Ai, Jesus!" para os 17 Mickeys.


5.3.25

Enquanto isso no Carnaval...

O carnaval de Fortaleza está crescendo. A cidade não fica mais vazia como em anos anteriores. Claro que as ruas tem pouquíssimo, quase zero, trânsito e a concentração de pessoas é em certos lugares mas muitos restaurantes que antes fechavam ficaram abertos e cheios, a Beira Mar também teve um fluxo de pessoas muito maior.

O pré-carnaval que aconteceu em todos os fins de semana de fevereiro arrastou muita gente para a Praia de Iracema (shows e blocos de bateria), Praça do Ferreira, Mercado dos Pinhões, na Aerolandia, Benfica e outros lugares. A prefeitura decidiu descentralizar o pré-carnaval e carnaval e deu certo.

Como disse ano passado, o carnaval da cidade vem crescendo, muitas pessoas que viajavam agora ficam na cidade e tem muitos turistas. Ainda é uma cidade que também é boa para quem não gosta de carnaval ou quer ficar tranquilo. 

Para que gosta da folia tem: o maracatu na Domingos Olímpio, os shows do aterrinho da Praia de Iracema, o carnaval de bairro da Gentilandia, no Mercado dos Pinhões, na Mocinha e no centro da cidade.

Sábado de carnaval choveu muito, muito mesmo. Só parou de chover a noite e deu para sair de casa. Fui ver o show da Nação Zumbi na Praia de Iracema que foi muito bom e depois teve o show do Ednardo, o homenageado do carnaval de Fortaleza.

Domingo de manhã o sol veio, e veio com força. Esse ano fiz duas fantasias, uma foi de aquecimento global mas todo mundo só me chamava de sol. Fui no bloco Soltos na Buraqueira, no Benfica. No início as pessoas achavam bom ver o sol mas no fim do bloco já estavam pedindo para eu ir embora (risos).


Ainda com gás fui no Mercado dos Pinhões no fim de tarde ver a banda do Bode Beat que fez um show excelente.

Segunda também fez sol mas só consegui sair de casa no fim de tarde e fui num carnaval pequeno, família, na Vila Pita, e aproveitei para repor as calorias tomando um sorvete.

Terça choveu muito, cogitei seriamente ficar em casa mas aí depois do almoço a chuva parou, coloquei minha segunda fantasia (de Hirayama de Dias Perfeitos) e fui para o bloco As Gata Pira na Praça dos Leões no centro da cidade. Acho esse o lugar um dos melhores para o carnaval porque a praça é super arborizada.

Eu tinha a intenção de ir nos shows da Gaby Amarantos e da Margareth Menezes que encerrou o carnaval na Praia de Iracema mas o pneu da minha bicicleta furou e tive que andar muito até o borracheiro e ali foi o fim do meu carnaval 2025.


3.3.25

Temos um Oscar!

Poderia ter sido dois mas vamos comemorar esse Oscar carnavalesco de Melhor filme Internacional!



A festa do Oscar esse ano foi meio sem graça. Mas quem se importa? Ganhamos um Oscar!

Conan apresentou mas ele demorou muito nas piadas que nem eram tão engraçadas assim. Ele fez uma piada com a Carla Sofia Gascon sobre os tweets dela que foi um PAH mas o resto foi só meh. Ele até cantou uma música chata sobre não perder tempo mas perdeu muito tempo e a cerimônia, que ano passado terminou antes da meia noite, esse ano foi quase até 1 da madrugada.

Antes do Conan entrar saindo das costas da Demi Moore em Substância, teve Ariana Grande e Cynthia Erivo cantando as músicas do Mágico de Oz e de Wicked. Que vozeirão tem a Cynthia Erivo!

Aliás, todas as músicas que tiveram apresentação era de alguma forma do Mágico de Oz porque na homenagem ao Quincy Jones teve a música do The Wiz (o mágico de Oz com Michael Jackson e Diana Ross).

Bem, teve uma homenagem aos filmes do James Bond com 3 músicas: Live and Let Die, Diamonds are Forever e Skyfall. Senti falta de Nobody Does It Better.

Esse ano não teve apresentação das músicas indicadas. Eram todas ruins (menos a do Elton John). Aí a gente acha que isso iria diminuir o tempo da cerimônia mas não. E ainda trouxeram o pé frio do Mick Jagger para apresentar. 

Adrien Brody fez um discurso tão longo e chato que deu para ir no banheiro e na cozinha beber água. Não sei porque deixaram ele falar por tanto tempo e colocaram música para o Walter Salles e o Sean Baker.

O in Memoriam esse ano foi elegante. Morgan Freeman falou umas palavras bonitas sobre o Gene Hackman que faleceu semana passada. E as imagens foram acompanhadas de um coral. (melhor do que a dança bizarra do ano passado)

Teve homenagem aos bombeiros que trabalharam muito para apagar o fogo em Los Angeles.

As duas pessoas mais felizes de estarem lá: Fernanda Torres e Yura Borisov (o russo de Anora).

O melhor momento da noite esse ano foi o discurso dos vencedores do Oscar de Documentário pelo filme No Other Land onde um jornalista israelense e um ativista palestino se juntam (colegas mas não amigos) para denunciar a destruição de uma ocupação palestina por soldados israelenses. A orquestra nem teve coragem de começar a tocar a música.

Esse ano vi todos os indicados a melhor filme e vários de outras categorias.

Então vamos a premiação:

Melhor Ator Coadjuvante. Kieran Culkin por A Verdadeira Dor. Ele faz ele mesmo nesse filme ou uma versão light do Roman Roy de Succession. Gostaria que esse Oscar tivesse ido para o russo Yura Borisov de Anora ou o Edward Norton do Completo Desconhecido.

Melhor Animação. FLOW animação da Letônia sobre um gatinho se virando numa enchente. É lindo. 

Melhor Atriz Coadjuvante. Zoe Saldaña por Emila Perez, justo porque ela é a melhor coisa do filme.

Melhor Fotografia. O Brutalista. A fotografia do Brutalista é muito boa porque fez um filme que não foi caro parecer ter vários milhões a mais. O Brutalista também ganhou Melhor Ator com o Adrien Brody e seu discurso chato e Trilha Sonora Original que é realmente excelente, e o compositor, Daniel Blumberg, parecia primo perdido do Nosferatu.

Melhor Som. Duna 2 que ganhou de 3 musicais. E também ganhou Melhor Efeitos Visuais de 3 filmes com macacos (os macacos de Kingdom of The Planet of The Apes são perfeitos). Acho que aqui muita gente perdeu ponto no bolão.

Melhor Filme Internacional - AINDA ESTOU AQUI. Vai que é seu Waltinho! É nosso!

Melhor DocumentárioNo Other Land. 

Melhor Documentário CurtaThe Only Girl In The Orchestra. É muito bom, está na Netflix. Meu preferido era Instruments of a Beating Heart da garotinha japonesa tentando entrar na banda da escola, é uma explosão de fofura.

Melhor Curta. I Am Not A Robot. Foi o único curta que vi. É sobre uma mulher que faz aqueles testes irritantes com pedaços de fotos para saber se você é um robô e ela descobre que talvez seja um robô.

Melhor Animação CurtaIn The Shadow fo the Cypress. Não vi, mas verei.

Melhor Figurino e Melhor Direção de Arte foi para Wicked, achei justo mas gostei mais dos de Nosferatu. 

Melhor Maquigem A Substância. Elisasue mereceu esse Oscar.

Melhor Música. El Mal de Emilia Perez. Música traduzida no google translator porque os compositores são franceses. 

Melhor Roteiro OriginalAnora. Sean Baker pode pedir música no Fantástico porque além de roteiro também ganhou Melhor Direção e Melhor Edição. Esse rapaz faz tudo. Ele fez um discurso falando do cinema independente e outro falando da importância de manter os cinemas.

Melhor Roteiro AdaptadoConclave. Único Oscar que a fofoca dos padres ganhou.

Melhor AtrizMikey Madison por AnoraQueríamos Fernanda Torres? Óbvio, e realmente acho que ela foi melhor, mas acredito que mais votantes viram Anora e as pessoas acabam votando no que elas viram. Mas Mikey poderia ter usado um vestido de outra cor porque aquele rosa trouxe lembranças nada agradáveis de um outro Oscar.

Melhor Filme. Anora. Achei justo, gostei muito de Anora. Sean Baker retrata os EUA lado B como poucos.


Dois filmes dos dez filmes indicados a melhor filme não ganharam nada: Um Completo Desconhecido e Reformatório Nickel. 

Agora de volta ao carnaval!