O Grand Canyon era um dos lugares que mais queria ver nos EUA.
Fui de Los Angeles para Las Vegas de ônibus. Ok, pausa para um comentário sobre esse meio de transporte. Como aluguel de carro nos EUA é barato, as estradas são boas, e as vezes a passagem de avião compensa, o ônibus é um meio esquecido e usado por uma camada menos favorecida da população e turistas europeus. Consegui um tour para o Grand Canyon que saía de Las Vegas e incluía o ônibus de linha vindo de Los Angeles. O ônibus não era pior dos que o que já peguei aqui no nordeste, tinha até wifi grátis. Fim do momento transporte.
O tour era numa van confortável com mais 6 pessoas e o guia. Tanto a família australiana como o casal de nerds (um americano e uma japonesa) eram muito simpáticos e o guia era muito prestativo e cheio de informações. Peguei o melhor lugar na van, que era o carona do lado do motorista, e saímos as 6:30 de Las Vegas.
A primeira parada foi na Hoover Dam (40 minutos de Las Vegas), a represa construída no Rio Colorado na década de 1930. A construção levou 5 anos, mais de cem pessoas morreram, e tem MUITO concreto até o fundo do rio. A represa foi construída para gerar energia hidraulica para a California. Isso mesmo. Para que Hollywood pudessse fazer todos aqueles filmes. Claro que também beneficiou outras áreas do sudoeste. A Hoover Dam fica na divisa ds estados de Nevada e Arizona. Construíram uma ponte para que os caminhões e carros não tivessem que dar uma volta enorme depois que restringiram o tráfico de carros na represa por conta dos ataques terroristas do 11/09. E sendo um ponto turístico famoso, pode ser um alvo. Afinal, quem é que nunca viu a represa no filme do Superman (o primeiro com o Christopher Reeve)?
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a ponte e a represa |
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o nível de água do rio baixou bastante nos últimos anos |
Continuamos a viagem por mais 4 horas até chegar em Tusayan, a cidadezinha que fica na entrada do South Rim do Grand Canyon.
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on the road |
O Grand Canyon tem três pontos de entrada: o West Rim que fica mais perto de Las Vegas (tem a Skywalk), o South Rim (o mais turístico) e o North Rim. Como só fui para o South Rim num tour organizado, para mais detalhes sobre cada Rim, e o Grand Canyon em geral, aconselho os posts do Aprendiz de Viajante e do MauOscar.
Depois de um almoço rápido em Tusayan entramos no parque. A estrada dentro do parque passa por uma floresta, que me deixou supresa porque sempre só vejo aquela parte desértica nas fotos. O primeiro view point foi o onde ficam os hotéis e a estação de trem. A vista que se tem depois de atravessar o lobby do hotel é espetacular! A primeira sensação que tive é que estava vendo uma pintura porque é tão grande que se perde no horizonte.
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muitas árvores |
O Grand Canyon é realmente (insira aqui seu adjetivo favorito indicativo de grandiosidade e beleza). Também é colorido. Mil fotos não traduzem o encanto nem a sensação de chegar na beira do canion.
Depois do primeiro view point fomos a outros 4 igualmente impressionantes. Alguns view points são mais cheios que outros (depende do tamanho do estacionamento), alguns não tem proteção, mas de todos a vista é fantástica. Da vontade de gritar.
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o rio |
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um dos bungalows |
A última parada dentro do parque foi no Desert View Point onde tem uma torre construída na década de 1930 e projetada pela arquiteta Mary Jane Colter, que foi contra o estilo da época (art deco) e construiu os prédios do parque num estilo rústico que combinasse com o meio ambiente. A vista de cima ta torre é fenomenal.
Gostaria de ter ficado mais tempo, aproveitar as trilhas, mas tinhamos que seguir (coisas de estar num tour). Deixamos o Grand Canyon no fim do dia e fomos numa estrada muito bonita, que passa por um canyon menor (lindo!) e por dentro do território Navajo, até Page onde passamos a noite.
Antes de chegar em Page fizemos uma parada no Horse Shoe Bend, uma parte do rio que faz uma curva acentuada em volta de uma pedra enorme. Chegamos lá anoitecendo, mas como era noite de lua cheia ficou tudo iluminado. Lindo.
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por do sol de um lado |
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e a lua cheia do outro |