10.4.06

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V de Vingança

V foi preso, torturado, virou cobaia e sobreviveu, mas ele é um cara inteligente e sabe que a vingança é um prato que se come frio. No futuro a Inglaterra está dominada por um quase Hitler que chegou ao poder garantindo a segurança e moral do país, mesmo que isso significasse banir obras de arte, livros, religiões e opções sexuais (imagina Londres sem os gays!?!?).

V se espelha num inglês do século 17, Guy Fawkes, um camarada que tentou explodir o parlamento inglês, mas não conseguiu e foi enforcado. O 5 de novembro é comemorado até hoje na Inglaterra (remember,remember the fith of november...). V então arquiteta sua vingança durante anos e executa o seu plano em um ano entre dois 5 de novembro, com mortes, alguns atos considerados terroristas e humor inglês.

Numa de suas cruzadas ele conhece Evey (Natalie Closer Portman) que trabalha no único canal de tv do país, e teve os pais e irmão mortos numa conspiração que depois descobre-se foi do governo. V salva Evey. Evey salva V. E assim começa uma relação. Evey vira sua aliada, foge da polícia, é presa, torturada e tem a cabeça raspada (tipo Laços de Família). Ele apresenta Evey ao Conde de Monte Cristo e a ensina a ser livre como o Estrangeiro de Camus (é amigos, V também é um cara culto).

V usa sua inteligência e força a favor de uma causa e é bem sucedido. Como não respeitar de um cara que consegue explodir o parlamento inglês? Ele seria bem mais útil aqui no Brasil, mas cada um tem o V que merece.

Alan Moore criou V na época da Dama de Ferro Thatcher, mal sabia ele que a coisa só ia piorar e que sua história fica cada vez mais atual.

Palmas para o Hugo Weaving que conseguiu a melhor atuação atrás de uma máscara que eu já vi.

Tia Helo não ia gostar desse filme. Provavelmente ela iria concordar com chanceler em muitos pontos. Ela diria 231 “Ai, Jesus!” para esse filme.


Capote

Esse filme também pode ser chamado de Como Manipular Pessoas. Truman Capote era um homenzinho agradável, detestável e um escritor genial, tudo-ao-mesmo-tempo-agora. Grande parte da sua escrita era, ou é, muito boa porque ele não media esforços para retratar situações reais, mesmo que isso significasse perder alguns amigos.

Esse filme conta a história de como Capote (o oscarizado Phillip Seymour Hoffman) escreveu o seu melhor livro “A Sangue Frio” que conta a história de um assassinato no meio da terra da Dorothy. Ao ler a reportagem no jornal, Capote vê a oportunidade de fazer um livro-jornalistico e se manda para o Kansas** com sua amiga Harper Lee. Chegando lá ele fica intrigado com Perry Smith, um dos assassinos, e começa uma relação de troca de informações para que o culpado dê a ele elementos para o novo livro. Capote usa todos os seus truques para tirar os segredos de Perry e este por sua vez usa o escritor para conseguir um advogado e adiar sua execução.

No fim desse toma-lá-dá-cá Capote vê a execução do seu “amigo” e descobre por mais que ele batesse os calcanhares de seus sapatinhos vermelhos ele nunca mais ia voltar para 'casa'. Escreveu o seu último grande livro e depois mais nada.

A Tia Helo não ia gostar desse fime. Diria “Ai, Jesus!” pelo menos 253 vezes. Eu gostei.

** O que será que tem no Kansas?? Além da Dorothy e o mágico de Oz, é o lugar dos grandes twisters, é onde Capote foi buscar sua maior inspiração e é onde fica Smallville, hometown do Superman. Os ingleses criam mundos fantásticos...os americanos vão pro Kansas.


O Matador

Ai,ai... Pierce 007 Brosnan...até de bigodinho ele fica bem...

Bem, vamos ao filme. Pierce faz um matador profissional que depois de executar vários trabalhos com sucesso começa a vacilar. No seu segundo vacilo o chefe manda colocá-lo no arquivo, ou melhor, apagá-lo. Ele conhece o Gary Chatinho Kinnear, que faz um nerd, no México e eles curiosamente se tornam amigos e o Gary vai ajudá-lo num serviço básico. As diferenças são engraçadas e o Pierce, sem vergonha nenhuma de parecer ridículo, é o melhor do filme.

Eu achei muito divertido, a trilha sonora é boa. A Tia Helo ia gostar muito do Pierce, mas diria “Ai, Jesus!” 155 vezes ao vê-lo de cueca e botas caindo na piscina.


Shop Girl

Fui ver esse filme com a Luizinha. Gostamos bastante.

Nele o Steve Comédia Martin faz um papel sério, e ele é tão bom nisso quanto quando faz rir.

A história gira em torno da Claire Julieta Danes que faz uma vendedora de luvas da Sack’s com vontade de ser artista. Ela é bem sem sal e nada de interessante parece acontecer em sua vida até que Jeremy (Jason Cabeludo Schwartzman), um garotão muito desastrado e engraçado aparece em sua vida. Eles saem e ficam juntos. Para ele é ótimo, para ela nem tanto.

Eis que surge Ray (Steve Martin, que também assina o roteiro), um homem, hum, digamos, maduro, rico e inteligente que a conquista aos poucos. Ela se apaixona por Ray, mas ele é um solteirão convicto. O filme então se divide entre a relação dela com Ray e a busca do Jeremy (que sai viajando com uma banda de rock).

No fim o Ray não consegue assumir nada com ela apesar de amá-la. Ela então se liberta e dá outra chance ao Jeremy, que se reformulou (mas nem tanto). E que o Ray tenha aprendido a sua lição.

Talvez a Tia Helo Gostasse desse filme. 95 “Ai, Jesus!” pra ele.

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