12.2.07

+ Filmes

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Mais Estranho Que A Ficção

Harold (o involuntariamente engraçado Will Ferrel) acorda todo dia e é metódico, escova os dentes ‘n’ vezes, dá o nó ‘n’ na gravata porque economiza ‘n’ segundos, dá ‘n’ passos até o ponto de ônibus e pega o das ‘x’ horas para o trabalho. Faz tudo igual todo dia, até que seu relógio resolve se libertar e ele passa a escutar a narração da sua vida, nos mínimos detalhes. Claro que Harold tem um emprego tão metódico quanto ele: fiscal da receita federal americana.

Ele acha que está ficando louco até que escuta “ele pouco sabia que ia morrer” Hã?? Como assim morrer? Ele procura uma psiquiatra que o indica um professor de literatura (ótimo Dustin Graduate Hoffmann) que faz perguntas para descobrir se a história a qual Harold pertence é tragédia ou comédia. Harold chega à conclusão que sua vida é uma tragédia e o professor o aconselha a viver com essa morte iminente. È então que Harold se apaixona pela confeiteira tatuada e anarquista a qual ele foi fazer uma auditoria.

Paralela a história de Harold temos a escritora e narradora (a versátil Emma Thompson) que não escrevia nada há 10 anos e tem a morte de Harold em suas mãos. Harold por sua vez tem que confrontar a morte, muito bem defendida pelo professor de literatura.

Eu achei muito divertido. Uma pena que o melhor trocadilho romântico dos últimos tempos ter se perdeu na tradução para o português (flour com flower) e eu acabei rindo com mais duas pessoas numa sala lotada do cinema. Aliás, as pequenas animações que aparecem ao longo do filme são muito boas.

A Tia Helô ia achar esse negócio de ficar narrando a vida do outro brincando de deus e ia dizer 85 “Ai, Jesus!” para esse filme.

Se eu fosse escutar uma voz narrando a minha vida eu queria que fosse do Eddie Vedder (hummm, delícia!), mas eu não gostaria que ele fosse o autor porque seria uma tragédia na certa.


Apocalypto

Fui ver esse filme sem muitas expectativas porque eu não gostei de jeito nenhum do filme anterior do Mr. Gibson “A Paixão de Cristo”. Mas nesse filme ele acertou. É sobre sobrevivência e diferença entre tribos de um mesmo povo (afinal o que diferenciava os índios para mim era o fato deles serem guerreiros ou pacíficos, porque as tatuagens eram as mesmas). E é muito bem filmado, as cenas na floresta são as melhores.

O Jaguar Paw (nenhum nome foi traduzido na legenda) estava muito bem na sua oca com sua esposa grávida e seu filho, caçava uma anta de vez em quando, sacaneava o amigo grandão, e vivia em paz.....até que uns mais “evoluídos” com construções de pedras e mercados consumidores resolveram atacar a aldeia e levar os homens e mulheres. As mulheres para serem escravas e os homens para o sacrifício humano (com cabeças rolando escada abaixo). O tal pata de onça consegue fugir pela selva e, como o filme foi dirigido pelo Mel Gibson, o índio vira highlander e corre para salvar sua esposa e filho que ele escondeu em um buraco na aldeia.

No começo eu estava um pouco entediada, mas depois o filme pega ritmo e é ação de primeira. Se o pessoal do Lost tivesse metade da agilidade do Jaguar Paw correndo pela selva os Outros não teriam vez na ilha.

A Tia Helo não ia gostar desse filme. Pessoas primitivas, crenças primitivas...etc...231 “Ai, Jesus!” para esse filme.


O Homem Duplo

Keanu Reeves é gostosão até como desenho animado. Adoro aquela voz grave meio embriagada. Dito isso...nesse filme o diretor Richard Linklater (Antes do Amanhecer, etc) usou a mesma técnica de Waking Life para contar a história de um policial infiltrado num mundo de drogados e traficantes para descobrir a fonte de fornecimento da tal Substância D. Claro que o policial se vicia e é aí que o fato do filme ser em desenho animado faz todo sentido. Robert Downey Jr está perfeito no papel do junkie paranóico. Até a Winona-mãos-leves Ryder ficou bem. É um filme sobre o que leva as pessoas a usarem as drogas e seus efeitos.

E é uma história do genial Philip K. Dick, um visionário da ficção científica (que hoje em dia nem é mais ficção).

A Tia Helo não ia gostar nada desse filme. Drogados, paranóicos, doidões...não é com ela, mesmo tento um certo que “deles” na parada. 357 “Ai, Jesus!” para esse filme.


Pecados Íntimos

Esse filme nada mais é do que Desperate Housewives sem a comédia e com um narrador masculino. Aquela coisa dona-de-casa-deprimida-que-não-concorda-com-o-mundo-pequeno-dos-vizinhos. Kate Titanic Winslet faz a tal dona de casa que um dia conhece o paizão Brad. Brad é o pai-desempregado-cuida-do-filho-com-esposa-que-manda-nele também um pouco fora do contexto local.

Brad deixa as donas de casa nervosas. E a platéia também. Aliás, o Brad sem camisa, sem calça, de frente, de lado, de costas e em quase todos os minutos dele na tela arrancou suspiros da platéia e valeu cada centavo dos R$14 da entrada.

Paralelo a esse romance aparece a história de Ronnie, um coitado que passou 2 anos na cadeia por “se mostrar” para uma criança, e é claro que toda vizinhança o trata como lixo humano.

Nem sei como o pessoal notou a atuação da Kate Winslet com o Brad jogando aquele charme de bom-moço-atleta-gostosão-olhos-azuis.....ai,ai.

A Tia Helo não ia gostar desse filme, muitos segredos a serem guardados. 147 “Ai, Jesus!” para Pecados Íntimos.

A Rainha

Ser Rainha não é nada fácil. Helen Mirren conseguiu esse feito com maestria.

Nesse filme vemos a Rainha Elizabeth II primeiro assumindo algumas de suas funções públicas ao receber o recém-eleito Tony Blair e logo depois como ela reagiu a morte da princesa (ou ex-princesa) Diana. Entre manchetes nos jornais, na tv, e comentários dos súditos, o primeiro ministro tenta convencer Sua Majestade a tratar o velório de Diana de forma mais pública do que ela gostaria. Como ela mesma disse “o dever vem antes do pessoal”. Essa rainha enfrenta o desafio de levar a monarquia para o novo século, de se modernizar.

E não é a toa que Elizabeth II é a rainha não só da Inglaterra, mas da Grã-Bretanha. E também não vai ser a toa que Helen Mirren deve levar a estatueta dourada para casa.

O Príncipe Charles do filme é quase tão nulo quando o da vida real, mas mostra que de vez em quando pensa. O Príncipe Philip mostra o seu lado playboy e todo seu orgulho ferido por ser apenas o esposo da Rainha. O Tony Blair do filme não é tão charmoso quando o verdadeiro, mas interage bem com a rainha. Príncipes William e Harry? Só de relance.

A Tia Helo ia gostar muito desse filme. Só 5 “Ai, Jesus!” para a monarca britânica. God save the Queen.

Um comentário:

  1. amanhã eu assisto o "pecados" que me falta, devidamente munido de minha carteirinha de estudante [dessa vez, legítima!, sem picaretagem] e comento depois todos de uma vez.

    besos, kaká

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