19.9.07

Possuídos

Possuídos

Já faz algum tempo que eu fui ver esse filme, mas só agora eu vim aqui contar. Possuídos, péssimo título nacional para Bug, é um filme de terror sem fantasmas, é sobre a mente humana, melhor, sobre os defeitos dela, e nada mais aterrorizante do que perder a sanidade mental.

Agnes (Ashley Judd, muito bem) é uma mulher que vive num motel xexelento na beira da estrada em algum lugar no meio dos EUA. Ela perdeu o filho (no sentido de perder mesmo, o menino sumiu num supermercado) há dez anos e seu ex-marido está preso. Ela é garçonete no bar local de lésbicas. Uma noite, depois de receber algumas ligações sem que ninguém falasse nada do outro lado (ela acha que é o ex-marido saindo da cadeia), ela vai trabalhar e sua colega de trabalho chama um cara para uma festinha a três no motel.

Depois de beber, fumar, cheirar e papear, a colega vai embora e Agnes fica só com o estranho Peter(Michael Shannon). Acontece que Peter tem cara de bom moço e diz que não quer dormir com ela (ele não se interessa mais por mulheres, nem sexo). Ele não tem onde ir e ela oferece para ele dormir no sofá.

No dia seguinte Agnes acorda com o ex-marido raivoso achando que ainda é dono do pedaço. Depois de uma discussão e alguns socos Peter aparece e o ex vai embora prometendo voltar. Agnes conta sua triste história para Peter e ele diz que ela seria a única mulher pela qual ele teria interese. Eles transam.

A partir daí é que começa a loucura. Peter, que é um veterano de guerra, acha que foi picado por um inseto e aos poucos convence Agnes que o inseto está na cama. Depois ela acredita que os insetos estão no quarto inteiro. Alguns dias depois a colega do bar aparece lá e diz que não tem insetos coisa nenhuma, que levou Agnes no médico e ele disse que as marcas no corpo dela eram só pequenas irritações. Peter fica com raiva e Agnes acaba colocando a amiga para fora.

Ladeira a baixo desse ponto. O quarto passa a ser inseto-proof cheio de papel alumínio nas paredes e aquelas luzes espanta-mosca. O ex-marido leva um doutor que estava procurando o Peter. O doutor consegue entrar no quarto e explica para Agnes que Peter é paranóico (isso a gente já sabe porque Peter arranca um dente achando que os ovos dos insetos estavam lá - pior cena ever!). Peter mata o doutor e faz com que Agnes chegue a uma conclusão impressionante (melhor momento de Ashely Judd na vida) sobre a origem dos insetos.

Observação técnica: esse filme tem a melhor edição de som que eu já vi, ou ouvi. E foi dirigido por William Friedkin, aquele que nos deu o ótimo Operação França e O Exorcista (de terror ele entende).

Mais do que qualquer outro, esse filme me lembrou muito a Tia Helo. Ela sabia tudo sobre "eles", suas intenções, seus métodos. E "eles" estão muito presentes nesse filme, como insetos e como o governo americano e suas conspirações. Ela diria pelo menos 415 "Ai, Jesus!", pelas cenas violentas e porque ela poderia achar justificativa que "eles" realmente existem.

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