6.2.24

Pobres Criaturas

 Dos 10 filmes indicados ao Oscar de melhor filme desse ano, Pobres Criaturas era um que faltava ver. (Ainda falta ver American Fiction e Zone of Interest)

Aqui em Fortaleza inicialmente só foi lançado em salas VIP que tem quantidade de cadeiras reduzida se preços abusivos. Mas muita gente deve ter reclamado (eu inclusive) e colocaram o filme numa sala normal numa sessão que ficou lo-ta-da provando que as pessoas querem sim ir ao cinema ver filmes além de blockbusters.


O filme é dirigido pelo Yorgos Lanthimos que dirigiu O Lagosta, O Sacrifício do Cervo Sagrado e a Favorita. Ele faz filmes estranhos, usa lente olho de peixe, e sempre cheios de detalhes. Com Pobres Criaturas não foi diferente mas aqui ele usou mais do elemento fantasia.

A história é sobre a Bella Baxter uma mulher adulta que no início do filme não consegue andar direito, nem falar, nem comer. Ela se comporta como uma criança e logo sabemos porque. Bella mora na casa do médico/cientista maluco Godwin Baxter que é tipo o Dr. Frankenstein mas quem é deformado é ele e não sua criatura. O Godwin, God para os íntimos, gosta de fazer experimentos em seres vivos (e alguns mortos) e podemos vê-los pela casa. God também dá aulas de cirurgia.

Tudo isso passa numa época que parece ser a vitoriana com um mix de steampunk e art noveau. No início tudo em preto e branco.

God chama um de seus alunos para ser seu assistente e anotar tudo que Bella faz para ver sua evolução.

Bella começa andar melhor, falar mais, e quer sair de casa mas God resiste a qualquer excursão fora de casa onde ela tenha interação com outras pessoas. Ele acha que se ela casar com o assistente vai conseguir controlar tudo e contrata um advogado para fazer um contrato.

A essa altura Bella já descobriu os prazeres de seus próprios dedos e algumas frutas e é seduzida pelo advogado para uma aventura. E aqui o filme fica colorido.

E assim ela vai para Lisboa. Bella segue experimentando tudo, ela tem uma visão ingênua e inquisitiva para todas as coisas. Ela não tem freios sociais e quer entender como o mundo funciona.

Mais não conto. Só digo que esse filme é o que Barbie gostaria de ter sido.

Emma Stone está espetacular no papel da Bella. Tanto na parte física quanto usando aqueles olhos enormes que dá quase apra ver as engrenagens se movimentando na cabeça da Bella.

Mark Ruffalo ótimo num papel bem diferente de tudo que ele já fez. Um canastrão golpista que se apaixona. A cena da dança é ótima.

A direção de arte e figurinos são fantásticos.

Acho que merece todas as indicações que teve e espero que ganhe várias.

Faz tempo que Tia Helô não aparece para uma cotação de filme, mas acho que ela dira uns 652 "Ai, Jesus!" especialmente para a fase parisiense da Bella.

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