Esse foi um livro indicado pela Amazon que depois de algumas insinuações deles resolvi comprar porque achei a capa bonita e gostei do título.
Nunca tinha ouvido falar do Michael Chabon, mas ele ganhou um Pulitzer em ficção por esse livro em 2001. E depois que terminei de ler The Amazing Adventures of Kavalier and Clay quis entregar o prêmio para ele outra vez. Ele também escreveu The Wonder Boys, que nunca li, mas gostei do filme com Michael Douglas, Tobey Maguire e Robert Downey Jr.
The Amazing Adventures of Kavalier and Clay (ou As Incríveis Aventuras de Kavalier e Clay como saiu em português) é sobre dois primos, Joe Kavalier e Sam Clay, que criam um personagem de quadrinhos na era de ouro dos gibis americanos, que começou logo depois que o Superman apareceu em 1938.
Joe é um jovem estudante de mágica, ilusionismo e a arte do escapismo, como Houdini, que mora em Praga mas é escolhido pela família para fugir para America. Joe deixa para trás mãe, pai, avô e irmão e começa uma aventura digna do Houdini até chegar em New York City, via Lituânia e Japão, para morar com a tia e o primo.
Sam é o primo do Joe, garoto criado no Brooklyn cercado de histórias em quadrinhos, com sua mãe judia, sua avó (e tem um pai ausente). Quando Joe chega, Sam descobre que ele sabe desenhar muito bem e propõe falar com seu chefe para criarem uma divisão de quadrinhos na empresa. Sam é o talento que cria as histórias e Joe as desenha. O primeiro herói que criam é o The Escapist que, com seu uniforme azul com uma chave dourada no peito, usa suas habilidades (nenhuma sobrenatural) para libertar pessoas, um herói que espelha o desejo de poder e liberdade.
Assim como os pais do Batman foram assassinados e o Superman foi mandado para Terra porque seu planeta explodiu, a vida dos nosso heróis não é fácil.
Joe é um workaholic que tem como prioridade economizar dinheiro para trazer sua família da Europa. A primeira capa que ele desenha é o Escapist dando um soco no Hitler, que deixa os chefes tensos porque os EUA ainda não estavam na guerra em 1939, mas Joe mantém seus vilões sempre espelhados nos nazistas. Joe não se permite momentos felizes ou de prazer até conhecer Rosa, uma artista alternativa que o insipira a criar uma heróina: a Luna Moth.
Sam está sempre criando as histórias que servem como background para os heróis (e essas são muito bem escritas pelo Michael Chabon), tem uma vida social pouco ativa e um conflito interno. Sam sempre apoia Joe, ele tenta de toda forma entender o que é para o primo ter deixado a família no meio da guerra, num gueto, nas mãos de nazistas.
A vida deles vai muito bem, obrigada, até o dia que os Japoneses bombardeiam Pearl Harbor, Joe recebe uma notícia trágica e Sam quase vai preso. Os americanos entram na guerra, Joe se alista e Sam se vê tendo que tomar uma decisão.
Tudo isso é contado com muito humor, otimismo e sensibilidade. Mostra a luta do ser humano pela libertação (em vários sentidos), amizade verdadeira, sem grandes dramas (apesar de haver motivos para vários) e com detalhes incríveis dos heróis (todos: Sam, Joe e suas criações), de New York nos anos 1940, dos sentimentos em época de guerra e pós-guerra, e especialmente da indústria dos quadrinhos (inclusive alguns criadores conhecidos aparecem no livro, em rodas de conversa, como o Stan Lee).
Os quadrinhos, ou gibis, eram considerados (e ainda são por alguns) uma forma menor de arte e literatura. A origem vem dos tais pulp magazines que eram histórias desenhadas e publicadas em papéis mais vagabundos e vendidos só em bancas. Com a criação do Superman, que tinha um estilo diferente de história e desenho, em 1938 veio um boom e os quadrinhos que eram coisa de criança, de nerds, passaram a render muito dinheiro as editoras especializadas e todas queriam seu Superman. Na década de 1950 os quadrinhos foram considerados má influência para crianças (no livro tem até uma insinuação sobre Batman e Robin). Felizmente a produção não parou, até se diversificou, e os quadrinhos não estão mais restritos a heróis e aventura, tem um pouco de tudo para crianças, adultos, nerds, geeks, românticos, etc. No post que escrevi sobre o genial Building Stories disse que gosto muito dos comic books e graphic novels, as histórias são interessantes e os desenhos fantásticos. Quadrinhos se tornaram elementos básicos da cultura pop e são assuntos de teses de mestrado e doutorado. Hoje existem lojas especializadas no gênero, não vamos esquecer que muitos quadrinhos da época de ouro hoje valem milhares de doletas, e os muitos filmes blockbusters baseados em personagens dos comic books.
The Amazing Adventures of Kavalier and Clay é um comic book sem desenhos, mas nem precisa, a imaginação é estimulada o tempo todo. É um livro que até quem não é muito fã do gênero vai gostar.
Nunca tinha ouvido falar do Michael Chabon, mas ele ganhou um Pulitzer em ficção por esse livro em 2001. E depois que terminei de ler The Amazing Adventures of Kavalier and Clay quis entregar o prêmio para ele outra vez. Ele também escreveu The Wonder Boys, que nunca li, mas gostei do filme com Michael Douglas, Tobey Maguire e Robert Downey Jr.
The Amazing Adventures of Kavalier and Clay (ou As Incríveis Aventuras de Kavalier e Clay como saiu em português) é sobre dois primos, Joe Kavalier e Sam Clay, que criam um personagem de quadrinhos na era de ouro dos gibis americanos, que começou logo depois que o Superman apareceu em 1938.
Joe é um jovem estudante de mágica, ilusionismo e a arte do escapismo, como Houdini, que mora em Praga mas é escolhido pela família para fugir para America. Joe deixa para trás mãe, pai, avô e irmão e começa uma aventura digna do Houdini até chegar em New York City, via Lituânia e Japão, para morar com a tia e o primo.
Sam é o primo do Joe, garoto criado no Brooklyn cercado de histórias em quadrinhos, com sua mãe judia, sua avó (e tem um pai ausente). Quando Joe chega, Sam descobre que ele sabe desenhar muito bem e propõe falar com seu chefe para criarem uma divisão de quadrinhos na empresa. Sam é o talento que cria as histórias e Joe as desenha. O primeiro herói que criam é o The Escapist que, com seu uniforme azul com uma chave dourada no peito, usa suas habilidades (nenhuma sobrenatural) para libertar pessoas, um herói que espelha o desejo de poder e liberdade.
Assim como os pais do Batman foram assassinados e o Superman foi mandado para Terra porque seu planeta explodiu, a vida dos nosso heróis não é fácil.
Joe é um workaholic que tem como prioridade economizar dinheiro para trazer sua família da Europa. A primeira capa que ele desenha é o Escapist dando um soco no Hitler, que deixa os chefes tensos porque os EUA ainda não estavam na guerra em 1939, mas Joe mantém seus vilões sempre espelhados nos nazistas. Joe não se permite momentos felizes ou de prazer até conhecer Rosa, uma artista alternativa que o insipira a criar uma heróina: a Luna Moth.
Sam está sempre criando as histórias que servem como background para os heróis (e essas são muito bem escritas pelo Michael Chabon), tem uma vida social pouco ativa e um conflito interno. Sam sempre apoia Joe, ele tenta de toda forma entender o que é para o primo ter deixado a família no meio da guerra, num gueto, nas mãos de nazistas.
A vida deles vai muito bem, obrigada, até o dia que os Japoneses bombardeiam Pearl Harbor, Joe recebe uma notícia trágica e Sam quase vai preso. Os americanos entram na guerra, Joe se alista e Sam se vê tendo que tomar uma decisão.
Tudo isso é contado com muito humor, otimismo e sensibilidade. Mostra a luta do ser humano pela libertação (em vários sentidos), amizade verdadeira, sem grandes dramas (apesar de haver motivos para vários) e com detalhes incríveis dos heróis (todos: Sam, Joe e suas criações), de New York nos anos 1940, dos sentimentos em época de guerra e pós-guerra, e especialmente da indústria dos quadrinhos (inclusive alguns criadores conhecidos aparecem no livro, em rodas de conversa, como o Stan Lee).
Os quadrinhos, ou gibis, eram considerados (e ainda são por alguns) uma forma menor de arte e literatura. A origem vem dos tais pulp magazines que eram histórias desenhadas e publicadas em papéis mais vagabundos e vendidos só em bancas. Com a criação do Superman, que tinha um estilo diferente de história e desenho, em 1938 veio um boom e os quadrinhos que eram coisa de criança, de nerds, passaram a render muito dinheiro as editoras especializadas e todas queriam seu Superman. Na década de 1950 os quadrinhos foram considerados má influência para crianças (no livro tem até uma insinuação sobre Batman e Robin). Felizmente a produção não parou, até se diversificou, e os quadrinhos não estão mais restritos a heróis e aventura, tem um pouco de tudo para crianças, adultos, nerds, geeks, românticos, etc. No post que escrevi sobre o genial Building Stories disse que gosto muito dos comic books e graphic novels, as histórias são interessantes e os desenhos fantásticos. Quadrinhos se tornaram elementos básicos da cultura pop e são assuntos de teses de mestrado e doutorado. Hoje existem lojas especializadas no gênero, não vamos esquecer que muitos quadrinhos da época de ouro hoje valem milhares de doletas, e os muitos filmes blockbusters baseados em personagens dos comic books.
comic book store que fui em Los Angeles |
The Amazing Adventures of Kavalier and Clay é um comic book sem desenhos, mas nem precisa, a imaginação é estimulada o tempo todo. É um livro que até quem não é muito fã do gênero vai gostar.
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