12.2.22

Get Back (no cinema)

Em dezembro do ano passado a Disney+ colocou The Betales: Get Back no streaming. É um documentário em 3 partes, cada uma com 2 horas e meia.

Em janeiro 1969 os John, Paul, George e Ringo decidiram que queriam fazer uma apresentação pública. Eles tinham deixado se se apresentar em 1966 e só lançavam discos (cada vez mais sofisticados). E já que iam fazer uma apresentação, por que não umas músicas novas?

A fase da banda era meio conturbada, o Brian Epstein, que era o manager da banda, morreu e os rapazes (que ainda nem tinham 30 anos) estavam tentando se organizar ao mesmo tempo que queriam seguir caminhos diferentes. A banda separou oficialmente em 1970, depois do lançamento do Let it Be, o disco com as músicas que nasceram nesses 30 dias de 1969.

Os Beatles começaram a ensaiar num galpão usado para fazer filmes e onde eles tinham gravado o video de Hey Jude. Depois eles foram para os seus estúdios na Savile Row em Londres e foi no telhado desse prédio que fizeram o show.

O diretor Michael Lindsay-Hogg deixou as cameras rolando, coisa que ninguém fazia na época, e resultou em muitas e muitas horas e video e audio. Na época ele fez o documentário Let it Be mas foi lançado depois que a banda acabou não é um filme feliz.

Já Peter Jackson (Senhor dos Anéis) pegou todo o material e viu que tinha mais potencial, e muita coisa que foi deixada de lado no filme do Let it Be.

A série documentário é um BBBeatles de primeira. É uma delícia de ver. Tem tudo: fofoca, intriga, família, palhaçadas, momentos geniais, tensão e muita música. A quimica entre John Lennon e Paul McCartney é excepcional, as vezes com um olhar eles resolvem tudo. Ringo é aquele cara que sabia exatamente onde estava, o que significava e queria aproveitar cada minuto. George Harrison estava numa fase difícil, ele se sentia preterido, suas músicas ficavam em segundo plano e é dele o momento de tensão no documentário. Nos momentos geniais temos Paul McCartney criando os primeiros acordes de Get Back do nada enquando George bocejava e Ringo apenas olhava. Tem o momento que George compõe a linda Something (que acabou em outro disco, o Abbey Road). A dinâmica deles era divertida, eles tocavam muitos covers enquanto a inspiração não chegava. Tem Sir George Martin sendo elegante, Billy Preston (melhor pessoa) nos teclados, Linda Eastman aparece com sua filha Heather para o momento mais fofo do documentário, e Yoko está lá o tempo todo.

Aí Peter Jackson resolveu fazer uma versão bem resumida, que é basicamente só o show do telhado, para ser lançada nos cinemas IMAX. E foi isso que vi ontem.

Não preciso nem dizer que a qualidade do som é espetacular, parecia que estava no telhado com o ouvido colado nos amplificadores. E ver tudo numa tela gigantesca é muito melhor. Esse filme mostra uma breve história da banda e vai direto para o show no telhado. O show é curto, 5 músicas, três foram tocadas mais de uma vez. Foi tudo gravado e alguns desses takes foram direto para o disco. Tem algumas (poucas) cenas que não tem no documentário mas é quase tudo igual. É para ficar até o fim das letrinhas.

A única coisa ruim é que foram apenas 65 minutos. Muito pouco. Terminou e eu queria pelo menos mais uma hora. Teria visto todo o documentário no IMAX. 

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