7.8.10

A Origem

Se eu fosse produtora de Hollywood, toda vez que o Christopher Nolan tivesse um projeto eu dava um cheque em branco. Até agora não vi um filme dele que não tenha gostado (Amnésia, Batman Begins, The Dark Knight, The Prestige e Insomnia) e A Origem não foi diferente.

Eu sonho muito, muito mesmo. E lembro de quase todos. Meu sonhos variam do normal, ao romântico, o bizarro até a aventura James Bond style. E muitas vezes o mundo dos sonhos é muito mais interessante. Por isso, uma identificação com esse filme.

O Leonardo DiCaprio é Dom Cobb, um especialista em espionagem corporativa. Ele rouba segredos do subconsciente dos rivais. (Nessa realidade, pelo que entendi, roubar segredos direto da mente é prática comum, tanto que existem técnicas de defesa)

O japonês Saito (Ken Watanabe, adoro) contrata o Leo para uma prática incomum, quase impossível, que é inserir uma idéia na mente de alguém, fazer uma inception, do título original. No caso, é o herdeiro (Cillian Murphy) de um concorrente, Saito quer que ele se desfaça do grupo. Não é uma tarefa fácil, porque o herdeiro tem que achar que a idéia é dele, ou seja, não é só chegar lá no sonho e dizer "olha, meu amigo, quando você acordar, vai querer se desfazer da empresa". E o herdeiro pode ter sido preparado para se defenfer de tal invasão.

Leo aceita o trabalho em troca de conseguir voltar aos EUA para ver os filhos (ele é condenado a prisão por lá). Sua equipe, de várias especialidades, da psicologia a arquitetura, começa a trabalhar numa tática que consiste em entrar no sonho do sonho do sonho. E eles entram todos juntos no mesmo sonho. Confuso? Pois é, mas faz sentido. E o mundo dos sonhos tem umas sacadas geniais, só vendo para entender.

Acontece que o Leo teve um probleminha com a esposa (Marion Cotillard) e ela sempre aparece no meio do trabalho dele para melar o negócio.

Na equipe do Leo tem a Ellen Page (Juno) o Joseph Gordon-Lewitt (love him) e o Tom Hardy (que já foi Heathcliff). O Joseph Gordon-Lewitt tem uma das melhores cenas do filme, e que num cinema IMAX deve ser espetacular.

A Tia Helô ia logo dizer que era tudo armação "deles", que "eles" invadem a nossa cabeça. As projeções do subconsciente dela diriam 347 "Ai, Jesus!" para A Origem, mas acho que ela ia gostar do Leo DiCaprio.

"O sonhador não é superior ao homem activo porque o sonho seja superior à realidade. A superioridade do sonhador consiste em que sonhar é muito mais prático que viver, e em que o sonhador extrai da vida um prazer muito mais vasto e muito mais variado do que o homem de acção. Em melhores e muito mais directas palavras, o sonhador é que é o homem de acção.

Sendo a vida essencialmente um estado mental, e tudo, quanto fazemos ou pensamos, válido para nós na proporção em que o pensamos válido, depende de nós a valorização. O sonhador é um emissor de notas, e as notas que emite correm na cidade do seu espírito do mesmo modo que as da realidade. "
Bernardo Soares, a.k.a. Fernando Pessoa

Um comentário:

  1. Não devia ser Fernando Pessoa, a.k.a. Bernardo Soares, visto o último ser o alterego?

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