Acontece que é um livro de mil páginas. MIL. Tenho preguiça de segurar livros grandes (um dos motivos que ainda não terminei Ulisses), mas essa desculpa se foi com a compra do kindle, e encarei a leitura.
O livro é sobre a construção da catedral de Kingsbridge (fictícia), ao longo de 50 anos, no séc XII. E durante esse período houve uma guerra pelo trono inglês, conhecida como The Anarchy, que durou 19 anos.
É sobre o sonho de dois homens, o mestre de obras Tom e o padre Phillip, que querem construir uma catedral, por diferentes motivos. O padre quer por ser um religioso e uma catedral é o templo máximo da religião católica, e o mestre de obras quer por ser a obra que exige mais de um construtor (e significava trabalho garantido por uma vida inteira). O padre Phillip se envolve na politicagem da briga pela coroa e é sempre desafiado (para não dizer sacaneado) por um bispo, Waleran, sem escrúpulos.
Também é sobre um rapaz, Jack, filho bastardo, que mora na floresta com a mãe, Ellen, mas depois, quando sua mãe se envolve com o mestre de obras, descobre um talento para construção. É capaz de tudo para manter sua mãe feliz e se apaixona por uma moça nobre, Aliena.
Aliena passa por maus bocados quando seu pai é condenado por trair a coroa, mas ela consegue dar a volta por cima (algumas vezes), sustenta o irmão, e se apaixona pelo rapaz bastardo, mas passa a vida sendo assombrada por William, o homem que entregou seu pai e depois ficou com o título de earl (conde?) e condado do seu irmão. (William era tão invejoso e mau, que toda vez que ele aparecia no livro alguém ia apanhar, morrer ou ser estuprada. A mãe do William também não era boa coisa.)
E é sobre como começou, durou e terminou a guerra pelo trono, as traições e fofocas da corte, a manipulação por títulos de nobreza e o papel da Igreja nisso tudo. Phillip representa o religioso bom, puro, sempre com boas intenções, e Waleran é o outro lado da moeda, sempre malicioso, e com interesses próprios.
O Ken Follet escreve bem, é uma leitura flúida, não tem partes tediosas, mesmo sendo super detalhista. O livro é bom, mas é previsível. Só duas passagens me surpreenderam, e os personagens são ou do bem ou do mal (exceto Jack e Aliena que tem alguns tons de cinza). O que eu gostei foi exatamente dos detalhes da vida no séc. XII: como comiam, plantavam, colhiam, dormiam, negociavam, se transportavam; fofocas políticas envolvendo a realeza, intrigas religiosas, as batalhas e, especialmente, as construções. O Ken Follet fez uma ótima pesquisa.
Fiquei com vontade de passear pela cidades mencionadas no livro e ver as catedrais que existem na região sudoeste da Inglaterra.
Assisti a mini série de 8 capítulos baseada no livro. Mudaram algumas coisas, umas para melhor e outras nem tanto. Acertaram na escalação do Bispo Waleran (Ian McShane) e do Tom Builder (Rufus Sewell). O casal Aliena e Jack ficou fraquinho, mas o Padre Phillip recebeu um upgrade ao ser interpretado pelo Matthew Macfadyen (no livro ele não é tão bonito).
Nossa Karine! Voce ja terminou o livro?
ResponderExcluirMas eu concordo com voce, Ken Follet fez uma otima pesquisa!
E eu acho que eh por isso que eu gostei tanto do livro.
Obrigada pela dica da mini serie! Vou ver se esta passando por aqui. Quero ver tambem!
Beijos!
Ana,
ResponderExcluirAjudou a leitura que o meu computador queimou e fiquei com tempo de sobra.
A mini série é do ano passado, mas já tem em dvd, teve ter no netflix. :)
bjos!