20.2.12

A Invenção de Hugo Cabret

Martin Scorsese, além de amante, é um exímio conhecedor de cinema, e um excelente diretor, óbvio. E, como tal, é dele uma das mais bonitas homenagens ao próprio cinema e seus primeiros artistas e entusiastas.

Acho que a maioria das pessoas associa o Martin Scorsese aos filmes sobre mafiosos, ou violência, ou suspense e as vezes esquecem que sua filmografia é muita mais variada e que ele também é de uma delicadeza incrível.

O Hugo do título é um garotinho que vive nos corredores internos das engenhocas dos relógios da estação de trem de Paris. Ele foi parar lá porque seu pai morreu e seu tio o levou para ficar acertando a hora enquanto tomava um goles nas ruas. Antes de morrer o pai do Hugo tinha levado para casa um autômato, um robô analógico, quebrado, que ele tinha começado a consertar. O Hugo acha que se colocar o robô para funcionar vai ter uma mensagem do seu pai. Acontece que o robô precisa de uma chave especial.

Hugo conhece garotinha-louca-por-livros Isabelle, a netinha do dono da banca de brinquedos da estação, e os dois começam uma aventura. Isabelle apresenta Hugo aos livros e e ele apresenta Isabelle ao cinema.

Hugo é sobre a magia do cinema, desde o início, da necessidade de preservar os filmes e essa história. É uma belíssima homenagem aos irmãos Lumiere (especialmente o fato do filme ser feito em 3D, e deve ser visto assim, vai por mim) e a Georges Melies, o homem que levou a fantasia ao cinema.

É também,  através da Isabelle, um pouco sobre literatura. Adoro quando ela diz para o Hugo que é ok chorar porque o Heathcliff também chora. (Aposto que quando a Isabelle menciona David Copperfield, a maior parte das pessoas no cinema achou que era o ilusionista de Las Vegas. O que ele estaria fazendo na Paris do início do século 20 eu não sei. Charles Dickens people!)


Hugo é um filme para família. Tem crianças, é colorido, tem mágica, tem comédia, drama e emoção. Lindo.

A Tia Helo ia adorar esse filme, acho que ela ia ter uma quedinha pelo inspetor (feito pelo Borat), 35 "Ai, Jesus!" para a invenção do Hugo.

Um comentário:

  1. Hahiuahiuahuahuiahuia... rindo muito com a frase final de sua crítica.
    Ainda não conferi, mas soube que é um assombro. Beijão!

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