20.7.21

Momento TOC livros 15 (parte 3)

Em abril eu aumentei a meta de 30 para 40 livros, mas já cheguei nos 60. E ainda falta um tempo para o fim do ano.

Muitos livros desse ano foram leituras leves, as conhecidas chick lit, o equivalente a assistir uma comédia romântica com mais detalhes, e por isso acabo lendo mais.

Meus caderninhos de anotação de livros que duravam 5 anos agora não duram nem dois anos. O caderninho que comecei em 2018 acabou no meio de 2020 e o que comprei em 2020 acabou agora no meio de 2021. Já tenho um caderninho novo.

Mas vamos a mais 20 livros que li em 2021.


- The Road Trip - Beth O'Leary - ano passado li dois livros da Beth O'Leary e foram ótimos passatempos. Esse The Road Trip (que ainda não tem em português) é também uma leitura beira de piscina sobre uma moça que se vê tendo que dar carona para o ex-namorado (e outras 3 pessoas), que ela não via há 2 anos, para o casamento de uma amiga em comum. Os capítulos são alternados entre os dois e, entre muitos acontecimentos numa viagem que era para ser de 6 horas e acabou em mais de 24 horas, ficamos sabendo tudo sobre esse relacionamento, começo, meio e fim.

- O Corpo Em Que Nasci - Guadalupe Nettel - A narradora da história nasceu com uma mancha no olho que a fez ter que se adaptar a enxergar o mundo de forma diferente e ela nos conta a história de sua infância e adolescência na Cidade do México e depois na Provence. A forma como ela conta sua história é interessante e cheia de observações boas. Achei a parte da infância muito boa, já a adolescência foi corrida.

- We Were Liars - E. Lockhart- (Mentirosos)- Um livro young adult sobre a Cady, uma adolescente de 17 anos que, dois anos antes,  sofreu um acidente na ilha particular da família. Sim, a familia dela tem uma ilha na costa dos EUA onde passam os verões. Na ilha tem 4 casas, uma para os avós e uma cada filha e suas familias. Cady não lembra do acidente, nem o que levou acontecer. No verão dos seus 17 anos Cady volta a ilha e vamos descobrindo junto com ela o mistério desse acidente. Achei um bom livro de mistério, tem bastante fofoca de família.

- Já Não Me Sinto Só - Maria Flor - uma atriz que terminou um relacionamento de seis anos aceita um trabalho no Jalapão. Ela mergulha no trabalho, na paisagem e na falta de conectividade com o resto do mundo para filosofar sobre o amor, a vida, o universo e tudo mais. Gostei da leitura. Saudades Jalapão.

- O Impulso - Ashley Audrain - Peguei esse livro porque estava na lista dos mais vendidos e gostei da capa. Não sabia sobre o que era e quase me arrependi no começo porque vi que seria sobre materninade, um assunto não me interessa muito. Ainda bem que continuei, que suspense tenso do cacete! Sim, é sobre maternidade, mas também sobre mães e filhas e repetições familiares. Achei esse livro muito bom.

- Malibu Rising - Taylor Jenkins Reid - (Malibu Renasce) - Gosto dos livros da Taylor Jenkins Reid, já li 3 e esse foi o lançamento mais recente. É a história de 4 irmãos, surfistas, nascidos e criados em Malibu, que organizam uma festa concorrida uma vez por ano. Durante 24 horas (em agosto de 1983), começando na manhã do dia da festa até a manhã seguinte com o fim da baderna, ficamos sabendo tudo sobre essa família. Os 4 são filhos de Mick Riva, cantor famoso (e marido número 3 da Evelyn Hugo para quem leu o livro dela), que abandonou a esposa e os 4 filhos para se virarem nos 30. Em 1983, a filha mais velha é modelo famosa casada com um tenista campeão, um filho é surfista profissional, o outro é fotógrafo de surf profissional e a mais nova ainda está se descobrindo. A primeira metade do livro é a história da família alternada com os preparativos da festa. A segunda metade do livro que é a festa é ótima! Tem de tu-do nessa festa. Sdds de uma boa festa.

- A Polícia da Memória - Yoko Ogawa - A história passa numa ilha do Japão, num mundo distópico, onde as coisas somem e as pessoas esquecem. Demorei opara entender o conceito, mas é assim: um dia os habitantes da ilha acordam e sentem que algo sumiu (pode ser um objeto, um animal, comida), a coisa de fato não desaparece mas como ninguém lembra o que é, ou para o que serve, se desfazem da coisa. Acontece que existem pessoas que lembram mas elas são perseguidas por uma polícia secreta (não tão secreta assim) e levadas embora. A protagonista é uma escritora de romances que um dia decide esconder seu editor que é uma pessoa que lembra. As conversas entre eles sobre memória, lembrança, não lembrar, e o esquecimento inevitável são ótimas.

- Tsugumi - Banana Yoshimoto - Comprei esse livro pelo nome da autora: Banana. E não me arrependi. É um livro sobre a amizade entre primas. Maria e Tsugumi são primas,  crescem juntas morando na pousada da família da Tsugumi. Tsugumi é uma menina doente e muito frágil fisicamente, mas ela tem personalidade e sabe manipular as pessoas. Maria vai morar em Tóquio mas Tsugumi a chama para um último verão na ilha porque a família vai se mudar. As vezes dá raiva da Tsugumi, mas ler esse livro é como um passeio na beira da praia.

- Always Only You - Chloe Liese - Esse livro não tem em português. Um chick lit sobre a Frankie e o Ren. Frankie é uma moça que trabalha administrando as redes sociais de um time de hóquei do gelo e Ren é um dos jogadores (ruivão, bonitão, perfeitão demais). Eles trabalham juntos há 3 anos, ele tem um crush nela, ela o acha hot hot hot, mas como relacionamento entre funcionários é proíbido pelo time um não sabe do interesse do outro. E Frankie é autista, o que faz com que ela não perceba reações alheias e nem consiga passar muita emoção. Frankie também tem artrite reumática e usa uma bengala. Algumas coisas vão acontecendo e os dois vão ficando mais amigos e mais íntimos. O relacionamento deles é bacana porque não tem joguinhos, quando percebem o que está acontecendo eles se resolvem. O que esse livro tem de bom é a playlist que a autora fez no spotify com uma música para cada capítulo. A playlist é melhor que o livro, e agora acho que todos os livros deveriam ter uma playlist.

- Stoner - John Williams - Que livro maravilhoso. É uma história simples escrita lindamente. É sobre William Stoner, um professor universitário no centro dos EUA entre 1910 e 1954. A vida dele não tem grandes eventos mas como é contada e suas observações sobre a vida, o universo e tudo mais são tocantes. Me apeguei ao Stoner.

- Evidence of the Affair - Taylor Jenkins Reid - É mais uma short story do que um livro porque tudo acontece em pouco menos de 100 páginas. Carrie descobre cartas de Janet para seu marido Ken e decide escrever para David, marido da Janet, contando tudo. Carrie pede a David mandar as cartas do Ken para Janet. David a princípio não as acha mas começa uma correspondência com Carrie onde os dois falam de seus relacionamentos e tentam decidir se vão ou não contar para seus conjuges que sabem do caso. É tudo em cartas (se passa em 1977), inclusive lemos também as cartas de Janet e Ken. Se fosse hoje em dia seria um conto com mensagens do zap zap e prints.

- Amor(es) Verdadeiro(s) - Taylor Jenkins Reid - Gosto dos livros da Taylor porque me prendem, as histórias são boas, e a leitura flui. Chick Lit dos bons. Aumentei minha lista de livros dela que li de 3 para 5. Daisy Jones é o que mais gostei seguido da Evelyn Hugo e seus 7 maridos. Amor(es) Verdadeiro(s) conta a história de Emma que se apaixonou e se casou com Jesse mas ele sumiu num acidente de helicóptero. Três anos depois do sumiço (e considerado morto) Emma se recuperou, se apaixonou outra vez, e está noiva de Sam. Acontece que Jesse é encontrado, volta para vida de Emma e ela se vê numa situação em que ama os dois e tem que decidir. Percebi desde o começo com quem ela ia ficar mas ainda assim fiquei muito curiosa conforme Emma ia contando sua história. 

- My Lovely Wife - Samantha Downing - (Minha Adorável Esposa)- Sobre um casal que assassina mulheres. A história é narrada pelo marido e o esquema do casal é: ele seduz as mulheres fingindo ser surdo e ela toma conta do resto. Os dois estão casados há 15 anos e acharam essa forma de apimentar a relação. Acontece que um dia encontram o corpo de uma das vítimas e o marido fica preocupado. Os dois decidem fazer parecer o modus operandi de um outro serial killer da área (que foi preso, depois solto e sumiu). Até certo ponto achei esse livro interessante, a leitura fluiu bem mas o finalzinho foi ridículo.

- Silent Child - Sarah A. Denzil - Quando Aiden tem 6 anos ele some numa enchente, sua mãe Emma fica desesperada mas só encontram sua capa de chuva. Sete anos depois Aiden foi declarado morto. Dez anos depois do dia da enchente, Emma conseguiu recuperar sua vida, se casou e está grávida de 8 meses quando Aiden é encontrado. Ele estava numa estrada na beira de uma floresta, sem camisa, sem sapatos, só de calça jeans. Ele está mal nutrido, é pequeno para um rapaz de 16 anos e não está falando. O livro é Emma nos contando tudo que aconteceu. 

- Pequena Coreografia do Adeus - Aline Bei - Julia nos conta sua vida, ela é filha de pais separados, de uma mãe que não se conforma em ter sido abandonada e um pai que nunca teria ter sido casado. Sua mãe é violenta e Julia leva essa violência para escola. Adulta, ela consegue sair de casa e quem sabe seguir com a vida apesar da bola de ferro de culpa que as vezes a segura. É um livro poético, na escrita e na formatação, porque os significados não estão só nas palavras e sim onde elas estão no texto e que tamanho elas tem. Só achei que o fim foi como acabar um telefonema sem dar um tchau.

- O Homem Que Viu Tudo - Deborah Levy - Saul Adler sofre um leve acidente ao atravessar Abbey Road para tirar uma foto igual a capa do disco dos Beatles. Ele está indo para Berlim Oriental fazer uma pesquisa sobre a vida na RDA e a irmã de seu tradutor é muito fã dos Beatles. Quem tira a foto é sua namorada Jennifer Moreau que acabou de receber um convite para morar nos EUA. Não sei nem como resumir esse livro que é um quebra-cabeça que você vai juntando as peças aos poucos. Saul é egocêntrico, mas essa é a história dele. Tem referência aos Beatles, especialmente Penny Lane que escutei com atenção depois de ler, achei que tem tudo a ver com esse livro e fiz um post sobre essa referência.

- Apague a Luz se for Chorar - Fabiane Guimarães - Esse livro conta a história de duas pessoas: Cecília e João. Cecília está chegando em Pirenópolis onde seus pais acabaram de falecer, juntos, em casa. Ela tem que cuidar do enterro e das coisas deixadas por eles. João é um veterinário em Brasília que trabalha no departamento de controle de zoonoses. Ele tem um filho que tem paralisia cerebral e foi abandonado pela mãe. João quer juntar dinheiro para um tratamento na China. E assim vamos lendo a história dessas duas pessoas, e mais algumas que vão aparecendo. Achei esse livro muito bom, mas alerta sacrifício de animais.

- Before The Coffee Gets Cold - Toshikazu Kawaguchi- um café, com mais de 100 anos, num porão em um beco em Tokyo oferece a seus clientes a chance de voltar ao passado (ou ir ao futuro) mas tem algumas regras: se for ao passado encontrar alguém essa pessoa tem que ter estado no café, para voltar no tempo tem que sentar em um lugar específico mas tem uma mulher (uma espécie de fantasma) que senta lá e tem que esperar ela ir ao banheiro, uma vez no passado não pode sair do lugar e a visita dura o tempo do café esfriar, tem que beber o café todo antes de esfriar para voltar. E, por fim, NADA do que você faça ou fale no passado vai alterar o presente. Com isso temos 4 histórias interligadas dos frequentadores e funcionários do café. É sobre a vida, o universo e tudo mais. Só não gostei mais porque a escrita é muito teatral.

- Tokyo Ueno Station - Miri Yu - Kazu é um fantasma que ronda a estação e o parque Ueno. Kazu nasceu em 1933, mesmo ano que o imperador, ele foi para Tokyo em 1960 para trabalhar nas obras das instalações das Olimpíadas. Em algum ponto da vida Kazu virou um dos sem teto que mora no Ueno Park e morreu. Como fantasma ele fica no entorno da estação e parque, ele relata a vida dos sem teto, conta um pouco de sua própria história e escuta muita conversa alheia. Achei esse livro com uma narrativa meio sem propósito. As partes sobre a vida sem teto e a vida do Kazu são boas, mas as conversas que ele escuta e o amigo homeless que dá aula de história do Japão não curti.

- People We Meet On Vacation - Emily Henry - comprei pelo título que é a minha cara, eu sou essa pessoa que viaja e conhece várias outras pessoas. Esse livro é uma chick lit das boas, conta a história de Poppy e Alex, eles se conhecem no primeiro dia da faculdade mas a conversa não flui e a única coisa em comum é que eles vem de cidades vizinhas. Quando Alex dá uma carona para Poppy até sua cidade natal os dois se conhecem melhor, decidem que querem conhecer outros lugares e ali se inicia uma amizade. Os dois levam vidas bem diferentes, ele se torna professor de inglês e ela é blogueira de viagem, mas combinam de todo verão fazerem uma viagem juntos, e isso dá certo por 8 verões até que na Croácia algo acontece e eles ficam sem se falar por 2 anos. No presente Poppy tem o emprego dos sonhos, mora em NYC, mas não está feliz. Ela lembra que seus melhores momentos foram com Alex e manda uma mensagem para ele perguntando se ele topa uma viagem e juntos vão para Palm Springs reaquecer a amizade. A narrativa vai e vem no tempo alternando todas essa viagens que eles fizeram com a viagem atual. O suspense para saber o que aconteceu na Croácia me deixou muito curiosa. Do 60 livros que li esse ano até agora, esse foi o único que me deu saudade e vontade de viajar.


Façam suas apostas: Chego nos 80 livros? Passo de 80? 

O hábito da leitura se instalou de um jeito que as vezes prefiro reler pedaços de livros que gostei do que rever algum filme na TV.

Os primeiros 20 livros de 2021.

Os 20 livros seguintes. 

Momento TOC Livros dos outros anos: (1)(2), (3)(4), (5)(6), (7), (8), (9), (10), (11)(12)(13), (14)

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