É incrível o alcance que Orgulho e Preconceito tem até hoje. Apesar de ser um livro romântico sobre irmãs e seus interesses amorosos no século 19, continua com uma premissa atual e ainda tem um dos homens mais desejados da ficção: Mr. Darcy (Heathcliff, um beijo, tiamo). E é muito bem escrito pela fantástica Jane Austen.
Claro que fan fiction iria surgir e várias histórias derivam desse clássico da literatura desde O Diário de Bridget Jones até o duvidoso Orgulho e Preconceito e Zumbis.
Em Longbourn temos a família Bennet e os acontecimentos de Orgulho e Preconceito como pano de fundo para uma história sobre os empregados da casa. É uma visão particular já que nos livros da Jane Austen só sabemos como as moças da sociedade pensam, que elas sabem costurar, ler e escrever. Dessa vez temos os bastidores de como as roupas são lavadas (detalhadamente), botas sujas de lama são limpas, pratos lavados, bilhetes que tem que ser levados na chuva e no frio, e todas as outras coisas para manter as moças da casa pensando, lendo, escrevendo e tocando piano para arranjarem um marido. As moças Bennet vistas do ponto de vista da cozinha podem ser mimadas.
Em Longbourn temos a empregada Sarah que, desde que seus pais morreram, foi meio que adotada pela Sra. Hill, a housekeeper e cozinheira. A Sra Hill tem um marido que é o mordomo da casa e é mais velho. Para ajudar a Sarah nos serviços mais pesados tem a Polly, que é outra a empregada ainda criança (de uns 12 anos). E um belo dia chega o James Smith, um cara misterioso, calado, bonitão, que veio para ser o footman (copeiro?) e motorista de carruagem.
Em Orgulho e Preconceito os empregados aparecem pouquíssimo e não influem na história. Em Longbourn os donos da casa aparecem aqui e ali, mas tem mais influência do desenrolar das coisas.
A linha temporal segue os eventos de Orgulho e Preconceito. Então temos as empregadas tendo que arrumar os vestidos para o baile, a Sarah tem que levar um recado na casa do Sr. Bingley, o James é dispensado de dirigir a carruagem quando a Sra. Bennet quer que a Jane pegue uma chuva para ficar na casa dos Bingley, e claro que temos as situações que as empregadas estavam presentes e escutaram as conversas.
Longbourn é também sobre o romance de Sarah e James. A Sarah no início desconfia do James, e até se interessa pelo footman do Sr. Bingley. Enquanto as moças donas da casa se preocupam com o que os gentlemen possam pensar e esperam eles tomarem iniciativa, na cozinha a coisa acontece com mais liberdade. Sarah se contém apenas por indicação da Sra. Hill que se preocupa com a reputação da família, mas Sarah faz o que quer.
É curioso que a Sra. Hill está constantemente preocupada com quem vai herdar a casa porque ela sabe que sua vida depende disso (mesmo que não fossem escravos e teoricamente poderiam procurar emprego em qualquer outra casa). O mais interessante é a relação da Sra. Bennet com a Sra. Hill, já que a dona da casa sabe que a cozinheira tem mais moral com o Sr. Bennet do que ela.
A Sarah por sua vez não tem laços tão fortes com a família e cogita várias vezes ter uma vida independente. O James é misterioso, ele se interessa pela Sarah (e vice versa) e tenta manter um low profile. A história do James é interessante.
Esse livro vai um pouco além do que é contado em Orgulho e Preconceito. Apresenta e desenvolve os funcionários da casa e nos dá nova visão sobre personagens: alguns ficaram mais interessantes (como o Sr. Collins e o Sr. Bennet) e outros mais maldosos (o Sr. Wickham).
O Sr. Darcy aparece pouquíssimo, ele é a estrela do outro livro, mas quando aparece ficou estranho, quase um bully com empregados. A Elizabeth Bennet desse livro é um pouco fora do que ela é no livro original, cheia de dúvidas que não cabem a personagem. Na minha opinião faltou um pouco de humor. Fora isso, achei o livro bom, principalmente pelos detalhes de como cuidar de uma casa no século 19. Se em Downton Abbey a família de 5 pessoas tem uns 15 empregados e a vida é corrida, imagina 5 empregados para uma família de 7 pessoas que moravam no interior e andavam na lama o tempo todo?
Não é a toa que o maior sonho de Sarah é andar nas ruas calçadas de Londres.
(um beijo para quem inventou a máquina de lavar roupa)
Claro que fan fiction iria surgir e várias histórias derivam desse clássico da literatura desde O Diário de Bridget Jones até o duvidoso Orgulho e Preconceito e Zumbis.
Em Longbourn temos a família Bennet e os acontecimentos de Orgulho e Preconceito como pano de fundo para uma história sobre os empregados da casa. É uma visão particular já que nos livros da Jane Austen só sabemos como as moças da sociedade pensam, que elas sabem costurar, ler e escrever. Dessa vez temos os bastidores de como as roupas são lavadas (detalhadamente), botas sujas de lama são limpas, pratos lavados, bilhetes que tem que ser levados na chuva e no frio, e todas as outras coisas para manter as moças da casa pensando, lendo, escrevendo e tocando piano para arranjarem um marido. As moças Bennet vistas do ponto de vista da cozinha podem ser mimadas.
Em Longbourn temos a empregada Sarah que, desde que seus pais morreram, foi meio que adotada pela Sra. Hill, a housekeeper e cozinheira. A Sra Hill tem um marido que é o mordomo da casa e é mais velho. Para ajudar a Sarah nos serviços mais pesados tem a Polly, que é outra a empregada ainda criança (de uns 12 anos). E um belo dia chega o James Smith, um cara misterioso, calado, bonitão, que veio para ser o footman (copeiro?) e motorista de carruagem.
Em Orgulho e Preconceito os empregados aparecem pouquíssimo e não influem na história. Em Longbourn os donos da casa aparecem aqui e ali, mas tem mais influência do desenrolar das coisas.
A linha temporal segue os eventos de Orgulho e Preconceito. Então temos as empregadas tendo que arrumar os vestidos para o baile, a Sarah tem que levar um recado na casa do Sr. Bingley, o James é dispensado de dirigir a carruagem quando a Sra. Bennet quer que a Jane pegue uma chuva para ficar na casa dos Bingley, e claro que temos as situações que as empregadas estavam presentes e escutaram as conversas.
Longbourn é também sobre o romance de Sarah e James. A Sarah no início desconfia do James, e até se interessa pelo footman do Sr. Bingley. Enquanto as moças donas da casa se preocupam com o que os gentlemen possam pensar e esperam eles tomarem iniciativa, na cozinha a coisa acontece com mais liberdade. Sarah se contém apenas por indicação da Sra. Hill que se preocupa com a reputação da família, mas Sarah faz o que quer.
É curioso que a Sra. Hill está constantemente preocupada com quem vai herdar a casa porque ela sabe que sua vida depende disso (mesmo que não fossem escravos e teoricamente poderiam procurar emprego em qualquer outra casa). O mais interessante é a relação da Sra. Bennet com a Sra. Hill, já que a dona da casa sabe que a cozinheira tem mais moral com o Sr. Bennet do que ela.
A Sarah por sua vez não tem laços tão fortes com a família e cogita várias vezes ter uma vida independente. O James é misterioso, ele se interessa pela Sarah (e vice versa) e tenta manter um low profile. A história do James é interessante.
Esse livro vai um pouco além do que é contado em Orgulho e Preconceito. Apresenta e desenvolve os funcionários da casa e nos dá nova visão sobre personagens: alguns ficaram mais interessantes (como o Sr. Collins e o Sr. Bennet) e outros mais maldosos (o Sr. Wickham).
O Sr. Darcy aparece pouquíssimo, ele é a estrela do outro livro, mas quando aparece ficou estranho, quase um bully com empregados. A Elizabeth Bennet desse livro é um pouco fora do que ela é no livro original, cheia de dúvidas que não cabem a personagem. Na minha opinião faltou um pouco de humor. Fora isso, achei o livro bom, principalmente pelos detalhes de como cuidar de uma casa no século 19. Se em Downton Abbey a família de 5 pessoas tem uns 15 empregados e a vida é corrida, imagina 5 empregados para uma família de 7 pessoas que moravam no interior e andavam na lama o tempo todo?
Não é a toa que o maior sonho de Sarah é andar nas ruas calçadas de Londres.
(um beijo para quem inventou a máquina de lavar roupa)
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