28.9.25

Uma Batalha Após A Outra

Ia colocar esse filme na lista de coisas que assisti no mês mas acho que merece um post próprio.

Paul Thomas Anderson, PTA para os íntimos, é um dos melhores diretores em atividade. Ele surgiu nos anos 1996 com Jogada de Risco (Hard Eight) mas ficou conhecido mesmo com Boogie Nights de 1997. Em 1999 ele reuniu um baita elenco e fez o ótimo Magnólia. 

Gosto de todos os filme dele. Sangue Negro é uma obra prima, Punch Drunk Love traz um Adam Sandler dramático, Trama Fantasma é chique, O Mestre desenha como seitas funcionam, Licorice Pizza tem a urgência da juventude e Vício Inerente é o que menos gosto, não entendi muito bem esse filme.

Fui para o cinema ver Uma Batalha Após a Outra sem nem ter visto o trailer. Não sabia do que se tratava, só sabia que tinha Leo DiCaprio e pensei que essa dupla Leo e PTA não podia dar errado.

Deu certíssimo. O filme é excelente e surpreendentemente atual. Tão atual que aprece que filmaram semana passada.

A história é sobre um grupo revolucionário (que ajuda imigrantes) que é pego e separado. O Bob (Leo DiCaprio) tem que fugir com sua filha Willa (Chase Infiniti) ainda bebê. O tempo passa e o Coronel Lockjaw (Sean Penn) os encontra e os persegue.

Mais não conto. É um filme com mais de 2 horas que passa rápido com muitas referências. Tem a melhor perseguição de carro do ano e uma trilha sonora arrasadora do Johnny Greenwood.

Os atores estão todos excelentes. Leo DiCaprio fazendo um tipo The Dude paranóico, Sean Penn até lambe o cabelo, a Chase Infiniti tem uma atuação minimalista que fala com os olhos, Teyana Taylor já diz tudo nos primeiros segundos de filme, e Benicio Del Toro faz um dos meus personagens favoritos do ano: o Sensei, um cara para lá de cool que é professor de caratê da Willa.

É um filme sobre pais e filhas, como as coisas na vida são cíclicas, a herança genética, o ambiente, as amizades e como, apesar de tudo, a esperança resiste e uma nova batalha começa. Viva la revolucion! (solta o tapete)


A Tia Helô ficaria muito tensa com esse filme mas tem freiras (mesmo que algumas sejam fakes): 624 "Ai, Jesus!" para Uma Batalha Após a Outra.


21.9.25

Paris

É a primeira vez que Paris aparece aqui no blog em viagens. Não foi a primeira vez que fui a cidade luz mas a última vez que estive lá foi na era pré-blog, há mais de 20 anos, literalmente no século passado.

Nas duas últimas viagens a Ásia (Coréia do Sul e Japão) fui via Paris (que tem voo direto de Fortaleza) mas não saí do aeroporto. Dessa vez decidi passar uns dias antes de depois de viajar pela Islândia.

Paris é uma cidade muito bonita. Fato. Habita o inconsciente (e consciente) coletivo como cidade romântica, de casais, do amor, do glamour, do luxo. A uniformidade dos prédios da área central de Paris, que foi copiado por várias outras cidades no início do século 20, é agradável aos olhos e familiar. A noite Paris fica ainda mais bonita, a iluminação indireta e amarelada fazem com que você queira passear mais pela cidade.

Peguei dias bons, com temperaturas agradáveis mas com muita chuva no fim do dia. Depois peguei um dia de muito calor seguido de muita chuva e a volta das temperaturas agradáveis.

Como fazia muito tempo que não ia a Paris decidi ficar em duas partes da cidade. 

Na ida fiquei perto da Sorbonne, do lado esquerdo do Rio Sena, perto do Quartier Latin e do Jardim de Luxemburgo. É uma área boa para quem gosta de andar por perto dos ícones da cidade.

Para fazer um roteiro por Paris usei cenas de dois filmes que me fizeram ter vontade de voltar a cidade: Missão Impossível Fallout e John Wick 4. Também passei por alguns lugares de Antes do Por do Sol.

Na área central fui dar uma alô para Torre Eiffeil (de dia e de noite), que acho impressionante, e fui a alguns lugares que ainda não conhecia como a Fundação Louis Vitton, o maravilhoso museu D'Orsay, a Ópera de Paris o Petit e Grand Palais, as árvores simétricas do jardim do Palais Royal e o Palais de Tokyo.

fundação louis vitton
opera por dentro

Subi as intermináveis escadas da estação de metrô Abesses, andei por Monmattre só para depois subir mais escadas até a Sacre Coeur para ver Paris do alto.


Passei pelo Jardim Tuileries com a pira olímpica e pelas pirâmides do Louvre a noite. Andei muito na beira do Rio Sena e fiscalizei a obra da Notre Dame.

Conheci Bercy, um bairro mais a leste que era o principal ponto de comércio de vinho e hoje tem muitos restaurantes e lojinhas nos lugares onde eram os armazéns. Ali também fica a impressionante Biblioteca Nacional da França e também onde tem as piscinas para os corajosos nadarem no Rio Sena.

biblioteca nacional da frança
bercy
você nadaria nas águas do sena?

Em Bercy, dentro do parque, fica a Cinemateca que tem uma exposição muito boa sobre o Georges Mélies, o pai dos efeitos especiais cinematográficos e precursor de videos do tik tok.

O apartamento da Emily in Paris ficava bem perto do hotel e passei lá para ver que existem vários tours das locações da série e muita gente tirando foto na frente do restaurante do Gabriel.


Na volta da Islândia fiquei no 11º Arrondissement, do lado direito do Rio Sena. Escolhi essa área por ser onde os jovens parisienses estão andando, é um pouco hipster. É entre o Canal San Martin e Belleville e nunca tinha andado nessa área de Paris. Tem muitos restaurantes variados, bares bacanas, festinhas alternativas. É uma outra face de Paris que não conhecia.

Belleville era um bairro de operários e hoje é um  bairro de imigrantes com muita arte de rua. Foi onde Edith Piaf nasceu. No alto do bairro tem um parque com vistas boas de Paris e da Torre Eiffel.

belleville com chuva

Andei de lá para outro parque, o Buttes Chaumont que estava com cores lindas do outono. Esse parque tem uma parte que foi construída pelo Haussmann (mesmo responsável pela Paris uniforme) que tem um penhasco fake para parecer os penhascos da Normandia. Tem até uma cachoeira e estava muito florido.

Andei no Canal Saint Martin com suas eclusas e pontes fofas.

O 11º Arrondissement é bem perto do Marais, um bairro que contém boa parte do burburinho da cidade e lojinhas. Lá fui no museu Carnavalet que é sobre a cidade de Paris e fica num palácio pequeno mas muito bonito.

vai fechar por 5 anos para reforma

Saindo do museu peguei uma festa de ciclistas com DJ e tudo passando pelas ruas do bairro. Aliás, gostei de ver que Paris fechou algumas ruas para carros e tem muitas bicicletas circulando. Mas MUITA atenção quando for atravessar a rua porque os carros param no sinal mas as bicicletas são vida loka.

Me entupi de croissants e moelleux au chocolat, algumas baguetes, chocolate quente, quiches, crepes e tudo que a culinária francesa oferece de melhor e com manteiga. Comi comida vietnamita, que adoro, e em Paris tem muito.

Para não dizer que não falei do transporte público, usei o trem e metrô. Paris é uma cidade para andar a pé, mas para encurtar algumas distâncias o transporte público ajuda muito. Peguei o cartão Navigo no iPhone que facilita muito comprar os passes. Usei o app da RATP para saber o que estava funcionando (nas duas vezes que tinha que ir para o aeroporto o trem não estava funcionando por causa de reformas nos trilhos). No app da RATP também dá para comprar os passes.

Diferente dos outros cartões de transporte público (Suica no Japão, T-Money na Coreia e o Oyster de Londres) que você carrega com dinheiro e vai gastando, o Navigo você compra os passes individualmente. Exemplo; vai pegar o metrô? Compra o passe metrô-trem. Mas se você vai pegar o ônibus é outro passe. Se você vem ou vai para o aeroporto é outro passe. Os franceses não facilitam mas já é bem melhor do que era antigamente, no século passado.

Existem os passes diários e semanais mas não compensa para quem, como eu, vai passar pouco tempo na cidade e anda MUITO a pé.

O parisiense é muito "sem tempo irmão". Não são grossos, mas também não são um poço de simpatia. Conversei com alguns locais e sempre que precisava de alguma ajuda eram solicitos. 

Os franceses estão falando bem mais inglês do que da última vez que estive em Paris. Eu entendo bem francês e falo o suficiente para me virar mas muitas vezes recebi respostas diretas em inglês. O importante é sempre dar bonjour, já é meio caminho andado para o parisiense ser mais tolerante.

E essa foi minha passagem por Paris. Não é uma das minhas cidades favoritas da Europa (unpopular opinion) mas da próxima vez que for fazer outra viagem que tenha que pegar esse voo posso pensar em ficar mais alguns dias em Paris.

A bientot Paris!



19.9.25

Islândia - Aurora Boreal

Ver a aurora boreal não era uma coisa que estava na minha lista, nunca tive grandes vontades de ver, mas já que estava na Islândia e a aurora apareceu, eu vi.

No dia que fiz o passeio da Golden Circle tinha todo um burburinho no grupo sobre a aurora boreal aparecendo naquela noite. O guia disse que era quase certeza e que os tours para caçar a aurora iriam funcionar naquele dia. Então cheguei no hotel e decidi fazer o tour da caça a aurora boreal.

Sobre ver a aurora boreal: não é sempre que aparece, a aurora tem intensidades e as vezes as mais fracas são mais difíceis de ver, o céu tem que estar limpo e tem que estar escuro para ver melhor. 

Nesse dia que fiz do tour para caçar a aurora boreal o céu na cidade estava meio nublado mas rodamos 45 minutos norte da cidade e estava mais limpo. O guia tem um aplicativo no celular que indica a atividade da aurora e ele fica se comunicando com os outros para saber onde dá pra ver. Aí ele para o carro no escuro, desce, tira uma foto do céu (porque a máquina vê melhor que o olho) e diz: "aqui tem aurora, vamos tirar umas fotos.".


Desci do carro e olhei pra cima. Só vi umas rajadas brancas que pra mim poderiam ser nuvens mas era a aurora boreal. Eu já sabia que não veria que aparece nas fotos mas foi meio sem graça. 


Na terceira parada o olho já estava mais treinado e conseguia ver melhor mas ainda assim eram só rajadas brancas.

Mas as fotos tiradas com a máquina profissional do guia ficaram incríveis.


Dois dias depois estava na cidade e como tinha sido um dia de céu azul bem limpo fui até a beira mar de Reykjavik, na escultura do barco viking, para ver se a aurora ia aparecer. E ela apareceu. Bem mais forte do que tinha visto no primeiro dia. Ainda só uma rajada branca mas dava para ver melhor.

dá pra ver um pouquinho de verde atrás

Teve um momento que deu para ver um pouco do verde e um pouco de roxo mas é bem menos intenso do que nas fotos.

essa deu para ver melhor a olho nu

A experiência de ver a aurora boreal foi interessante, vi tá visto, mas se ela aparecer em algum outro lugar em que estiver darei um oi. :)


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