30.3.13

Chasing Mavericks

O surf é um dos meus esportes favoritos e, definitivamente, o que mais gosto de ver. Posso passar horas sentada de frente para o mar vendo os surfistas manobrando nas ondas. É também o esporte mais  emocionante e difícil que já pratiquei. Só ficando em pé na prancha e descendo uma onda para entender. O surf exige equilíbrio, domínio de alguns medos e muito respeito a natureza porque o mar é uma caixinha um container de surpresas.

Como já disse em outro post, adoro filmes de surf, de todos os tipos, gosto até de Onda dos Sonhos e Tá Dando Onda (dos pinguins surfistas). Poucos esportes são tão bonitos e de uma plasticidade incrível quanto o surf.

Então fui assistir Chasing Mavericks para ver as cenas de surf sem saber do que se tratava a história. Mavericks é um pico de surf em Half Moon Bay, na California, famoso por suas ondas gigantescas, ainda remáveis (maior do que isso só com tow in), e águas geladas. Era um lugar conhecido por poucos que se atreviam encarar paredões de água e alguns tubarões brancos no fundo, hoje todo mundo já ouviu falar de Mavericks.

O filme conta a história de Jay Moriarty, um garoto que cresceu em Santa Cruz na California, aprendeu a surfar bem cedo (9 anos) e dominava as ondas. Jay era um surfista versátil, usava pranchinha, longboard, surfava ondas pequenas, médias e enormes. Aos 16 anos (em 1994) foi o surfista mais jovem a dropar uma onda em Mavericks, não sem antes tomar um wipeout (vaca para os íntimos do surf) fenomenal que foi capa de revista.

Chasing Mavericks começa com Jay (Jonny Weston) ainda garoto contando as ondas para saber se o swell vai entrar. Depois ele aprende a surfar e já adolescente pede para o vizinho o treinar para pegar ondas grandes. O vizinho é Frosty Hesson (Gerard Butler de 300, macho-que-é-macho), um surfista experiente que tem toda uma metodologia Sr. Miyagi de ensinar. O Jay mora com a mãe problemática, o pai sumiu, tem um melhor amigo que as vezes se mete me encrencas e tem a namoradinha (que depois virou esposa). Jay é bom filho, aluno e amigo. Ele é esforçado e focado.

É baseado em fatos reais, mas confesso que não conhecia a história do Jay. Passei o filme inteiro achando que alguém ia morrer nas ondas gigantescas, ou o Jay ou o Frosty. Outras coisas acontecem no filme, mas, a não ser pelo wipeout histórico, eles sobrevivem a Mavericks.

O filme conta com a presença dos surfistas Peter Mel, Greg Long e Zach Wormhoudt, três big riders conhecidos, locais de Mavericks, que, no filme, são chamados de Magnificent Three.

As cenas de surf em Mavericks são muito bem feitas (parece que o Gerard Butler tomou um caldo f**a nas filmagens), o surf way of life da California está presente, o drama poderia ser melhor, mas no fim dá vontade de pegar a prancha e entrar no mar (para pegar ondas MUITO menores, óbvio).

O que me deixou com lágrimas nos olhos foi saber, no fim do filme, que o Jay Moriarty morreu aos 22 anos fazendo mergulho livre nas águas calmas das Maldivas.

Quando um surfista morre os amigos fazem uma roda no mar sentados em suas pranchas e jogam as cinzas se for o caso, ou flores. A primeira vez que vi uma cerimônia dessas foi em Phillip Island, perto de Melbourne, na Australia, e é bonito. O Jay é popular até hoje e para filmar a cena final apareceram mil surfistas (entre amigos dele, moradores de Santa Cruz e fãs) para refazer a roda.

"We all come from the sea, but we are not all of the sea. Those of us who are, we, children of the tides, must return to it again and again."

27.3.13

Analisando a música: Hungry Like The Wolf (Duran Duran)

O Duran Duran é uma das bandas que surgiu nos anos 1980 e sobrevive até hoje. Me atrevo a dizer que eles eram uma espécie de boy band, hoje são só uns tiozões bacanas tocando, mas tenho certeza que as fãs mais radicais vão discordar. O Duran Duran veio numa leva do rock britânico que incluia bandas como The Smiths e The Cure, duas bandas com integrantes esquisitos melancólicos. Mesmo tocando instrumentos e não fazendo passinhos coreografados, Simon Le Bon e cia vieram animar a festa e lançar moda com seus ternos bem cortados, olhos maquiados, faixas na cabeça, e luzes nos cabelos suficiente para falir companhias de energia elétrica.

O grupo foi formado por Nick Rhodes e Jonh Taylor, e depois incluiram Andy Taylor, Roger Taylor e Simon Le Bon. Todos bonitos e muito bem produzidos, mas os que faziam meninas e mulheres se descabelarem, úteros entrarem em ebolição, eram Simon Le Bon (sim, esse é o nome verdadeiro) e John Taylor que correspondiam fazendo a linha sexy. Meus gritinhos eram direcionados ao The Police, mas tenho uma amiga (não vou entregar) que era super fã do Duran Duran.

O Duran Duran não era só rostinhos bonitos, tanto que que as músicas resistiram bem ao tempo (os clipes nem tanto) e os tios fazem shows até hoje. Gosto de várias músicas deles: Girls On Film, Wild Boys, Rio, Is There Something I Should Know, Notorious, The Reflex, A View to A Kill (tema do 007), Come Undone e Ordinary World. Enjoei de Save a Prayer, mas é boa. Quando entrei na onda grunge parei de saber o que eles estavam fazendo, não conheço nada deles desde 1993 (último album deles que tenho é Duran Duran - The Wedding Album)

No início dos anos 1980 eles faziam um sucesso razoável na Inglaterra, mas foi depois da exibição do clipe de Hungry Like The Wolf, de Rio, o segundo album da banda, que os rapazes do Duran Duran ficaram conhecidos no resto do mundo e aí foi só correr para o abraço (e muitos gritinhos).

Parece que Hungry Like the Wolf foi composta em um dia, e é livremente baseada na história da Chapeuzinho Vermelho. Agora, não sei o que faz cinco rapazes trancados num estúdio, tocando notas em seus instrumentos, escrever uma música sobre o lobo mau.

Vamos ver o que o Duran Duran tem a dizer sobre essa fome lupina.

Darken the city, night is a wire
Steam in the subway, earth is afire
Do do do do do do dodoo
Woman you want me give me a sign
And catch my breathing even closer behind
Do do do do do do dodoo

Gosto dessa música, simpatizo com o dodododododo, mas até agora nunca tinha reparado direto na letra e me pareceu uma coisa stalker, meio creepy. Está certo que a música é sobre vontades primitivas e o ser humano não deixa de ser um animal, mas temos fama de ser racionais. De repente me dei conta que toda uma geração de mulheres escutou essa música achando lindo o Simon Le Bon fazer a linha stalker. Vamos combinar que uma pegada encaixada é importante, "sexo animal" pode ser divertido, mas perseguição tem limites né?
Dito isso, vamos ver como esse lobo caça. Claro que é tudo a noite porque a escuridão é condutora e facilitadora para o lobinho encontrar sua presa. Fumaça no metrô (Lobisomem Americano em Londres feelings) e a terra está pegando fogo. Aí ele diz "Mulher, você me quer é só me dar um sinal que já estou fungando na sua nuca". Quem já ficou numa fila onde as pessoas tem zero noção de espaço pessoal sabe que fungar na nuca não é nem um pouco agradável. Esperar por um sinal é até educado, pelo menos ele não ataca sem ela saber (ou querer).

In touch with the ground
I'm on the hunt down, I'm after you
Smell like I sound, I'm lost in a crowd
And I'm hungry like the wolf
Straddle the line in discord and rhyme
I'm on the hunt down, I'm after you
Mouth is alive with juices like wine
And I'm hungry like the wolf

E como um lobo ele precisa cheirar o chão onde a presa passou, "Estou na çaça, atrás de você.". Medo. Ele está tão cheio de desejo (conhecido como: taradão) que mistura os sentidos, confunde cheiro com som, está perdido, alterado com as outras pessoas em volta. Ainda está inseguro (como se estivesse andando balançando numa corda bamba), mas está na caça. A boca salivando e faminto como um lobo.
Claro que isso tudo pode só ser eufemismo para sexo oral ou metáfora para uma fantasia sexual mais elaborada. Ou simplesmente alguém que quer tanto alguma coisa (trabalho, fama, dinheiro, etc) que persegue com fome animal.
Vamos ver como se desenvolve o apetite lupino.

Stalked in the forest too close to hide
I'll be upon you by the moonlight side
Do do do do do do dodoo
High blood drumming on your skin, it's so tight
You feel my heat I'm just a moment behind
Do do do do do do dodoo

Olha aí ele na moita, mas muito perto para se esconder. Stalker. Esperando a luz da lua para chegar junto. Está até escutando o sangue bombeando nas veias dela. "Sente o meu calor que estou um instante atrás.". Vovó que olhos são esses? Que nariz é esse? E essa boca? Dododododododooo.


In touch with the ground
I'm on the hunt down, I'm after you
Scent and a sound, I'm lost and I'm found
And I'm hungry like the wolf
Strut on a line, it's discord and rhyme
I howl and I whine, I'm after you
Mouth is alive all running inside
And I'm hungry like the wolf

Outra vez na caça, mas dessa vez ele sente cheiro e escuta um som, se perde mas se acha (gosto dessa frase em inglês - scent and sound, I'm lost and I'm found - acho poética). Acontece que dessa vez ele não está mais inseguro, já anda com confiança na corda bamba (discórdia e rima), uiva e geme "Estou te seguindo!". A boca continua salivando e essa fome de lobo que não o abandona. (Estou quase convencida que esse lobo não é tão mau assim)

Hungry like  the wolf 
Hungry like the wolf

Repetido algumas vezes com um gemido sugestivo no meio da música.

Burning the ground I break from the crowd
I'm on a hunt down I'm after you
Smell like I sound, I'm lost and I'm found
And I'm hungry like the wolf
Strut on the line, it's discord and rhyme
I'm on the hunt down, I'm after you
Mouth is alive with juices like wine
And I'm hungry like the wolf

Queimar o chão é uma ótima maneira de se livrar da concorrência e abrir caminho. "Estou na çaça, atrás de você.". Continua misturando cheiro e som, se perde mas se acha, dessa vez com mais segurança e a boca ainda salivando, juices like wine, auuu. Vai saciar essa fome lobinho!

O clipe foi gravado em Galle, no Sri Lanka, um lugar que não deve ter lobos, mas tem leopardos e elefantes. No fim o Simon Le Bon tem uma marca de garras no pescoço. O caçador virou caça?



19.3.13

Enquanto isso na noite de Fortaleza...

Hoje é feriado (dia do santo da chuva) então a segunda-feira virou sábado e ontem a cidade estava cheia de opções. Três para ser exata.

Eu só fui na Birosca fofocar com as amigues e depois direto para casa dormir antes da chuva cair, mas o meu amigo Sávio estava apenas começando sua saga.

Depois de confabular com os muitos amigos qual era a boa da noite (entre as 3 opções), uma amiga convenceu o Sávio a ir ao show do Sambô. (Confesso que tive que perguntar ao Google o que, ou quem, era Sambô) Quando o Sávio chegou ao local do crime show, além de estacionar muito longe, "dentro da favela" segundo ele, teve que enfrentar a fila para comprar o ingresso. Ele conseguiu comprar seu ingresso de pista, mas disse que na entrada tinha 10 garçons oferecendo mesas de plástico para quem queria ficar na pista e que um desses garçons o seguiu insistentemente oferecendo a personal mesa de plástico. Depois de driblar uma multidão e várias mesas de plástico aleatórias na pista, o Sávio encontrou a amiga que estava na área reservada as mesas de fato e que era separada por uma grade ("o muro do apartheid"). Duas músicas depois o Savio achou o Sambô muito morno e decidiu partir para a próxima opção. Acontece que foi bem na hora da chuva forte e ele teve que ficar e escutar mais alguns hits do U2 e Janis Joplin em ritmo de samba.

A chuva parou, o Sávio pode sair dessa terceira dimensão e avançar para a twilight zone: a Guarderia, onde estava tendo um show do Natiruts. Do samba para o reggae. Chegando na Praia do Futuro ele viu que muitas pessoas já estavam saindo da Guardeira ("um bando de pinto molhado") e o som vindo de lá era "D2 mas mantenha respeito..." (que ano é hoje??). Aí ele ligou para um contato dentro da Guardeira para averiguar a situação e teve a seguinte resposta da informante :"Não entra, está uma muvuca, e como choveu todo mundo que estava na pista foi embora e o resto está aglomerado na área do camarote". (Camarote para o show do Natiruts? Pois é.)

 Next!

A opção número 3 era o Órbita, do outro lado da cidade na Praia de Iracema. Quando o Sávio chegou na porta escutou o vocalista da banda dizendo "Tchau pessoal!" e o DJ da casa começando seu set com a mesma música desde 2001. Não, obrigado.

Para não dizer que não tentou o Sávio ainda foi no Boteco mas aí já era muito fim de noite (nos dois sentidos), desistiu e foi para casa. Ligou a tv, assistiu uma entrevista do Jô, tomou um remédio para dormir, rodou as redes sociais, remédio não fez efeito, mais redes sociais, tomou o segundo e Zzzzzzzzz. Sono merecido.

Já está na contagem regressiva para o fim de semana.

17.3.13

Corrida de Domingo

Estava animada para a primeira prova do ano: os 5km do Circuito das Estações (tem 10km, mas ainda não estou no ponto de correr essa distância). Tinha treinado mas peguei uma gripe daquelas e fiquei de cama 2 dias antes da corrida. Acordei melhor e decidi encarar os 5km.

O percurso foi um pouco diferente indo pela Leste-Oeste, Centro e Praia de Iracema, pelo menos não era na Beira Mar (onde todo mundo corre todo dia). A idéia desse circuito é uma corrida para cada estação: outono, inverno, primavera e verão (a de hoje foi outono). Acontece que aqui no Ceará só tem 2 estações: calor com vento e calor com chuva, e esse ano a chuva ainda não apareceu. Então o problema dessa corrida foi....wait for it.....o calor.

Aí vocês que não são daqui perguntam: como assim você reclama do calor, não deveria estar acostumada? Explico. As pessoas que praticam esse esporte aqui geralmente correm entre 5 e 7 da manhã ou no fim da tarde e noite. Claro que tem gente que gosta de correr no sol quente, mas garanto que é um número bem pequeno.

A largada dessa corrida foi as 7:30 e já estava fazendo 31ºC. Não tinha copinho d'água que desse jeito e muitas pessoas andaram (_o/).

Minha sugestão para a organização é: uma largada mais cedo, óbvio, e o percurso poderia ter sido mais no centro da cidade onde tem sombra e zero transito no domingo.

Fora o calor o resto foi bem organizado. Aguardo a corrida do inverno, quem sabe eu arrisco 10km.



12.3.13

Momento TOC: Top 5 corridinhas do cinema

Esse fim de semana vou fazer a primeira corrida do ano: 5km da corrida das estações. Treinei um pouco, mas fui atrás de inspiração para um boost a mais.

5- George Clooney em Os Descendentes
Poucas corridas são ridículas como essa, mas ele consegue chegar onde quer: na casa do amigo para saber se é verdade que a mulher colocou um par de chifres na sua testa. É desajeitada, provavelmente parecida como a minha, mas é eficiente.



4- Time Britânico em Carruagens de Fogo
Uma corrida em grupo, todos no mesmo ritmo, camera lenta, na beira da praia, descalços, uma coisa linda. Queria ter passadas largas desse jeito, mas eles eram atletas olímpicos.



3- Daniel Craig como James Bond, especialmente em Skyfall
Falem o que quiserem dos outros Bonds, mas Daniel Craig tem a corrida mais bonita de todos. Costas retas, braços ritmados com as pernas, uma passada forte e respiração pelo nariz. Chega rapidinho em qualquer lugar sem cansar. (não achei uma cena específica dele correndo, só o trailer, mas o filme é tão bom que dá para assistir todo outra vez só para ver a corrida)



2- Tom Cruise em Missão Impossível 3
A corrida do Tom Cruise é conhecida, e é até parecida com a do Daniel Craig, mas acho que tem mais explosão. Nessa sequência do filme ele corre nas ruelas chinesas com mais velocidade que o Time Britânico inteiro na praia deserta. É uma corrida tensa, ideal para um sprint final.



Procurando a cena acima achei um video da evolução da corrida do Tom Cruise. E como ele corre! (Coisas que só o youtube faz por você)



1- Run Forrest, run!
Forrest Gump é um cara determinado, acordou um dia, decidiu correr e foi. O ritmo é variado, em algumas partes é um trotezinho básico, lento, em outras ele abre a passada e deixa o vento bater na cara. Corre no calor, no frio sozinho e em grupo. Um muso da corrida de rua.





BONUS: Não poderia deixar Rocky Balboa de fora. A corrida dele pelas ruas da Filadélfia é um clássico (ele também corre na praia e na neve pesada da USSR). Em Rocky II ele sai correndo de casa, passa pelo mercado, junta crianças fãs correndo atrás, faz salto em bancos de praça e dá um sprint final sen-sa-cional antes de subir as escadas do museu.



5.3.13

Lonely Boy

The Black Keys é uma banda que está aí desde 2001. É um duo, formado por um guitarrista e um baterista, que faz um som que posso definir como rock/blues. A primeira vez que ouvi falar deles foi quando quis saber qual era a música da abertura de Hung e descobri que era I'll Be Your Man. Em 2011 eles lançaram seu sétimo album, El Camino, que deu a banda alguns Grammys em 2013, entre eles melhor album de rock e melhor música de rock para ótima Lonely Boy.

Não vou analisar a música, mas vou falar do sensacional video clipe que fizeram para divulgá-la. A música é um rock cru, old school, sobre um cara que, apesar de se achar melhor que a garota, se apaixona, leva um fora, ela o deixa esperando e ele espera (e vai esperar um tempão, sozinho. BUFO!). O video é apenas um senhor chamado Derrick T. Tuggle dançando como a gente dança quando está só e fazendo lip sync da música.

Por que gostei tanto desse video? Eu conto. Quando estava na faculdade de engenharia, na UNIFOR, no início dos anos 1990, tinha um cara (infelizmente não lembro o nome dele) que na hora do intervalo fazia, hum, apresentações para quem estivesse ali olhando. Não sei qual era o curso dele, mas ele estava sempre ali pelos blocos da engenharia e administração. Alguém abria o porta malas do carro e começava a tocar uma música (adoram fazer isso aqui no Ceará) que podia ser rock, pop e até forró. O tal cara começava a dançar e fazer lip sync, nós riamos e até batiamos palmas no fim. Tenho certeza que muita gente achava espalhafatoso mas ele se divertia muito sem medo de ser ridículo. (tipo o Napoleon Dynamite)

Quando vi o video de Lonely Boy foi a primeira coisa que lembrei, inclusive porque a roupa que o Mr. Tuggle usa é IGUAL a que o cara da faculdade usava. Se o cara da faculdade fizesse isso nos dias de hoje alguém teria filmado e ele já teria se tornado um viral no youtube, mas como na época nem telefone celular tinha, ficou só na nossa memória.

A banda disse que os planos originais para o video dessa música não incluiam o Mr. Tuggle, iam fazer um video tradicional e tinham filmado várias cenas, mas jogaram tudo fora menos a parte Mr. Tuggle dançando. Segundo o Mr. Tuggle, o diretor do video perguntou se ele sabia representar e ele respondeu que sabia dançar, "Qualquer um sabe dançar.". Então, ele decorou a letra, fez tudo em UM take usando como referência Michael Jackson, Pulp Fiction, Carlton Banks, Embalos de Sábado a Noite e entrou para história dos videoclipes (junto com Praise You do Fat Boy Slim).

Aperta o play e duvido alguém ficar parado com Mr. Tuggle interpretando Lonely Boy.





3.3.13

Momento TOC: Top 7 Diretores e Trilhas Sonoras

Estava assistindo Bastardos Inglórios e decidi fazer essa lista de diretores que sabem escolher uma excelente trilha sonora. Não estou falando da música original composta para o filme, essa eu sei que é entregue a compositores geniais como John Williams, Ennio Morricone, Hans Zimmer, Michael Giachinno, Danny Elfmann, etc. Falo das músicas existentes que são inseridas em momentos chave do filme e fazem toda diferença. Tenho certeza que esses diretores sacam os vinis da estante e escolhem a dedo que música vai tocar.

7- Martin Scorsese - No início de Os Infiltrados um garotinho entra correndo numa loja e lá vem Jack Nicholson ao som de Gimme Shelter dos Rolling Stones, ali pensei "Tio Martin sabe das coisas.". Um pouco mais na frente ele coloca Comfortably Numb do Pink Floyd para um Leo DiCaprio visivelmente vunerável e tive certeza que ele tem uma coleção gigantesca de discos (além de filmes) em casa. Não a toa foi ele que dirigiu Shine a Light, o documentário dos Rolling Stones, e também o video de Bad do Michael Jackson. As trilhas de Goodfellas, Touro Indomável, Casino; New York, New York; Cabo do Medo, O Aviador, são todas muito boas. Old School.

6- Sofia Coppola - Ela é filha do cara que usou Cavalgada das Valquírias de Wagner na cena dos helicópteros em Apocalypse Now. Deve ser genético e Sofia sabe fazer a música funcionar nos seus filmes. No primeiro filme, o ótimo As Virgens Suicidas, ela vem de cara com Styx, 10CC, Al Green, Heart, Carole King, os canadenses do Sloan e um clássico da depressão: Alone Again (Naturally) do Gilbert Sullivan.  Em Lost in Translation até o que cantam no karaokê é escolhido a dedo, a trilha sonroa é variada com Pretenders, Just Like Honey do Jesus & Mary Chain na cena final, Chemical BrothersBryan Ferry, Phoenix e música japonesa. Maria Antonieta foi um filme de época com músicas modernas, a maioria da década de 1980, New Order, Siouxsie and the Banshees, Plainsong do The Cure na coroação, Bow Wow Wow, e até The Strokes. E Somewhere, apesar de ser o filme dela que menos gostei não posso negar que a trilha é escolhida a dedo, a cena da piscina com I'll Try Anything Once do The Strokes é linda (e ainda tem The Police, Foo Fighters e KISS).

5- Wes Anderson - A trilha sonora do The Royal Tenenbaums é fantástica, o início do filme é com Hey Jude dos Beatles de fundo enquanto a história da família é narrada, tem Me And Julio Down By The Schoolyard do Paul Simon na cena do avô fazendo travessuras com os netos, tem She Smiled Sweetly do Rolling Stones, Judy is a Punk dos Ramones, Rock the Casbah do The Clash, Velvet Underground, Nico, e muita coisa boa. Rushmore tem The Kinks, The Who, Rolling Stones, Cat Stevens e Yves Montand (oi?).  O Fantástico Mr. Fox tem Street Fighting Man dos Rolling Stones, óbvio. A Vida Aquática de Steve Zissou tem o Seu Jorge cantando hits do David Bowie em português, mesmo não gostando muito achei a ideia inusitada. The Darjeeling Limited tem a estranha Were Do You Go To (My Lovely), a animada This Time Tomorrow e a francesa Champs Elysees.

4- David Fincher - Veio do mundo dos video clipes, dirigiu os melhores da Madonna (Bad Girl, Express Yourself, Oh Father e Vogue), Freedom do George Michael e Love is Strong dos Rolling Stones. Podemos concluir que de música e imagem ele entende. O fim de Clube da Luta é ao som de Where is My Mind do Pixies e os créditos iniciais de The Girl With The Dragon Tattoo é com a sensacional versão de Trent Reznor de Immigrant Song do Led Zeppelin. The Social Network tem California Uber Alles dos Dead Kennedys e Baby, You're a Rich Man dos Beatles. Seven tem Closer do Nine Inch Nails e fecha com The Heart's Filthy Lesson do David Bowie. I rest my case.

3- Baz Luhrman - O primeiro filme do Baz Luhrman, Strictly Ballroom, é sobre dança de salão e trouxe Love is in The Air de volta as pistas, além de Perhaps, Perhaps, Perhaps na voz de Doris Day. Depois veio Romeo+Juliet com texto original do Bardo e músicas modernas: tem Lovefool dos Cardigans, When Doves Cry, a divertida Young Hearts Run Free, e a bonita Kissing You na cena do aquário. Aí Baz vem com o fantástico Moulin Rouge, um musical com músicas conhecidas, que tem tanta canção boa que nem sei qual a minha preferida: a versão de Like a Virgin da Madonna, Your Song, o Medley do Elefante ou o incrível tango feito de Roxanne do Police. Australia não teve uma trilha marcante, mas o próximo filme promete. O trailer de The Great Gatsby com a intensa No Church in the Wild, de Kanye West e Jay Z, junto com Love is Blindness do U2 num cover do Jack White já me deixou curiosíssima com o resto da trilha sonora desse filme.

2- Cameron Crowe - Crowe começou sua carreira de diretor com Say Anything (1989), aquele filme que o John Cusack vai na porta da casa da menina com aquele aparelho de som portátil enorme e toca Peter Gabriel, ou seja, começou bem. Foi em Singles que comecei a reparar que o Cameron Crowe tinha esse talento especial, afinal um filme com Pearl Jam (adoro!), Mudhoney, Smashing Pumpkins, Mother Love Bone, Pixies, REM, The Cult, já me ganhou (tive minha fase grunge). Aí ele veio com Jerry Maguire, que não tem músicas que chamam muito atenção (a não ser a linda Secret Garden do Bruce Springsteen), mas a trilha é muito boa. Quase Famosos é a cobertura do bolo, aqui ele colocou todo seu conhecimento do rock dos anos 1970 e a trilha sonora desse filme é maravilhosa. Ele meio que desenterrou Tiny Dancer do Elton John do fundo da vitrola e o criou a cena clássica do ônibus (nessa mesma trilha tem a bonita Mona Lisas And Mad Hatters, também do Sir Elton). Vanilla Sky tem uma trilha muito boa com música desde os anos 1960 até Wild Honey do U2  e Everything In It's Right Place do Radiohead que tinham sido lançadas no ano anterior, Cameron é atualizado. O último filme dele que vi (sem ser o documentário do Pearl Jam, que obviamente é maravilhoso #soufã) foi Elizabethtown que tem uma trilha eclética e muito melhor do que o filme (tem outra música pouco conhecida de Sir Elton: My Father's Gun).

1- Quentin Tarantino - Gênio. As trilhas sonoras são tão boas que funcionam até sem o filme, e ele casa música e cena como poucos.Tarantino tem o talento de exumar músicas esquecidas, assim como ele faz com os atores. Além disso, ele consegue mixar tudo isso com trilhas instrumentais fantásticas e ainda descobre pop japonês e música folclórica alemã. Em Reservoir Dogs tirou Stuck in The Middle With You do limbo. Em Pulp Fiction, além de Girl You'll Be A Woman Soon, tem também a clássica cena do twist com You Can Never Tell do Chuck Berry. Muito amor pela trilha de Jackie Brown. As vezes acho que o Tarantino pensa "Preciso escrever um filme para essa música!", só isso para explicar Bang Bang (My Baby Shot Me Down) da Nancy Sinatra na excelente trilha de Kill Bill, que ainda tem Malagueña SalerosaPlease Don't Let me Be Misunderstood (versão Santa Esmeralda) na linda cena na neve e A Satisfied Mind do Johnny Cash. Em Bastardos Inglórios Tarantino escolheu Cat People do David Bowie para explodir Hitler e muito Ennio Morricone. No recente Django Unchained a deliciosa trilha é puro western spaguetti, também tem coisa mais recente e Tarantino até compôs uma música, mas a desenterrada da vez foi I Got A Name que me peguei cantando um refrão no meio do cinema que eu não tinha ideia que sabia. Mal posso esperar o próximo filme dele.


Extras: Paul Thomas Anderson que usou Wise Up de forma genial em Magnólia e a trilha de Boogie Nights. Danny Boyle pela excelente trilha de Trainspotting. E, como o Ney me lembrou, Pedro Almodovar pelo conjunto da obra.


1.3.13

Analisando a música: Just Like Heaven (The Cure)

O The Cure vem a o Brasil em abril, não vou ao show (só Rio e SP, infelizmente), mas gosto muito dessa banda e aqui vai um analisando a música de uma das melhores canções dos anos 1980.

O The Cure é uma banda britânica formada em 1976, o primeiro album foi lançado em 1979,  e veio ao mundo numa leva de bandas excelentes como The Smiths, Joy Division (seguido do New Order), Siouxsie and the Banshees, Echo and The Bunnymen, Culture Club, Duran Duran, Depeche Mode e vou parar por aqui ou vai ser um post inteiro só com nome de bandas.

O som do The Cure é considerado Gothic Rock, whatever that means. Eu acho que de gótico mesmo eles só tem a aparência: roupas pretas, capas longas, botas militares, cabelos com laquê e batom vermelho (Oi?). Sim, a banda tem músicas melancólicas, mas acho que o Robert Smith, no fundo daquele cabelo alto e cara pálida, é um fofo. A banda é cheia de hits românticos como: Boys Don't Cry (ai, o amor adolescente), Pictures of You (adoro!), Friday I'm in Love (pelo menos na sexta ele está apaixonado), The Love Cats e Love Song (que ele compôs como presente de casamento para futura esposa).

Confesso que parei de seguir o que o The Cure estava fazendo depois de 1989, quando lançaram o album Desintegration (que tem Pictures of You e Love Song), que é muito bom, mas o meu preferido ainda é The Head on The Door (1985). É que entrei na onda grunge, mas isso fica para outro dia.

A ótima Just Like Heaven, mais uma na lista das românticas, é do album Kiss me, Kiss me, Kiss me, de 1987. Será uma música sobre aquele momento que você se apaixona? Ou será um sonho? Vamos descobrir.

"Show me, show me, show me how you do that trick
The one that makes me scream." she said
"The one that makes me laugh" she said
And threw her arms around my neck
"Show me how you do it and I promise you, 
I promise that I'll run away with you
I'll run away with you"

Essa música começa com uma introdução instrumental de 50 segundos, quase 1/3 do total. O que eles estavam fazendo até ele começar a narrar a história eu não sei, mas pela empolgação dela só pode ser coisa boa. Ela quer saber como  que truque é esse que a faz gritar e rir. É tão bom que ela o abraça e promete que vai fugir com ele. Eu também quero saber! É o canguru perneta? Moves like Jagger? Conta aí Robert Smith!
Numa entrevista ele disse que essa música é sobre hiperventilação, beijar e desmaiar no chão. Traduzindo: respiração ofegante, e beijar até perder os sentidos. A idéia de que uma noite intensa assim vale por mil horas enfadonhas. O amor é lindo.

Spinning on that dizzy edge
I kissed her face and kissed her head
And dreamed of all the different ways I had
To make her glow
"Why are you so far away?" she said
"Why won't you ever know that I'm in love with you
That I'm in love with you"

Aí leva mais 30 segundos instrumentais até o início dessa segunda estrofe, que eu acho significativo, um bom tempo para mais alguns amassos. Ele ficou tonto, deus uns beijos nela e entrou no mundo da imaginação bolando maneiras diferentes de a fazer brilhar intensamente. Olha Robert, nem precisava porque na estrofe anterior ela já estava disposta a fugir com você. O que acontece? Ele deve ter ficado distante, sonhando, ou desmaiou mesmo, ela notou, pergunta por que ele está tão distante e por que ele nunca saberá que ela está apaixonada. Também, desfalecendo toda vez que se beijam, ele não vai saber de nada mesmo.

You
Soft and only
You 
Lost and lonely
You
Strange as angels
Dancing in the deepest oceans
Twisting in the water
You're just like a dream

Essa parte da música eu acho que é nos sonhos dele (alguém sonha quando desmaia?). Ele também está apaixonado, ela é delicada e única, mas fica só no mundo da imaginação por isso ela é estranha como os anjos dançando nos oceanos profundos. Ela é como um sonho, idealizada.

Daylight licked me into shape
I must have been asleep for days
And moving lips to breathe her name
I opened up my eyes
And found myself alone, alone, alone above a raging sea
That stole the only girl I loved
And drowned her deep inside of me

Começa essa última estrofe com essa metáfora genial para acordar: "a luz do dia me lambeu até eu ficar em forma". Ele dormiu um bocado, abriu os olhos e estava sozinho. Ela obviamente se mandou, e também sumiu do sonho quando ele acordou. "O mar raivoso roubou a única garota que ele amou e a afogou dentro de mim". Hã? Minha interpretação dos fatos: eles estavam juntos, tudo lindo, intenso, aí ele kataploft, depois despertou, ela tinha ido embora e tudo que ele estava sonhando se perdeu, mas como uma pessoa apaixonada está tudo lá, afogado dentro dele. O momento intenso (real e no sonho) deve ter valido a pena porque ele termina essa música de forma magnífica:

You
Soft and only
You
Lost and lonely
You
Just like heaven

Você, delicada e única, perdida e solitária, é como o paraíso: perfeita.


Não deixe o vídeo com esses góticos indiferentes de preto e maquiagem pesada na beira do precipício te enganar, a música é bonita e animada.




26.2.13

Clooneyland

No tapete vermelho do Oscar a repórter disse para o George Clooney que só ele e o Walt Disney tinham indicações ao prêmio em seis categorias diferentes*. O George Clooney, cheio de humor respondeu "Então agora vou criar a Clooneyland.".

Todas sonham com Clooneyland.

Então, para ajudar o George nessa empreitada, decidi jogar algumas idéias na nuvem.

O George Clooney é um cara legal, divertido, todo mundo gosta dele, é um querido em Hollywood e no mundo. Além disso é engajado em causas socias e tenta fazer um mundo melhor usando a sua imagem. Ao contrário do Walt Disney que tem sei-lá-quantos-mil personagens para explorar em brinquedos temáticos ad aeternum, o George Clooney só tem alguns poucos que ele interpretou no cinema e tv. Acontece que desafio vocês a lembrarem do nome de pelo menos UM personagem que ele fez. Para mim ele é George Clooney em todos os filmes (e isso não quer dizer que ele seja mau ator, pelo contrário ele é muito bom!).

Confesso que quando ele falou Clooneyland a primeira imagem que veio an minha mente poluída foi Magic Mike, mas depois, pensando melhor, George é um cara de classe, chic, cool, intelectual, provavelmente a terra dele estaria mais para um conjunto de museus didáticos e divertidos.

O que não impede uma montanha russa aqui e uma atração mais adulta ali....

Para o terreno, ele poderia comprar as casas vizinhas do Lago Como na Itália, cada uma pode ser dedicada a um tema, a vista é linda, e vamos combinar que George já é local do lago. Se bem que a Itália já tem atrações suficientes. Acho que talvez uma opção melhor seria em algum país africano. George não é megalomaníaco, então uma Clooneyland é suficiente. Claro que todo lucro é destinado as causas socias.

Então vamos a um esboço das atrações:

- George ficou conhecido no mundo como o pediatra bonitão de ER. Essa poderia ser uma montanha russa que simula a chegada de uma ambulância no hospital tendo que pegar pacientes no meio do caminho.

- Uma atração educativa poderia começar com Mar em Fúria, uma exposição com demonstrações sobre os mares e como tormentas e furacões são formados, um pequeno aquário, etc. Depois evoluir para uma dobradinha com Syriana e mostrar extração de petróleo, as consequências dessa exploração exagerada e a vida no deserto como contraste ao mar. Na saída uma exposição sobre guerras.

- O bar do complexo obviamente tem que ser de Um Drink no Inferno, com vampiros. O restaurante pode ter aquele clima bacana do Hawaii de Os Descendentes.

- Up In the Air - passeio de balão.

- Um SPA com Out of Sight.

- Uma atração com teoria da conspiração e para isso temos: Boa Noite, Boa Sorte; Confessions of a Dangerous Mind, Michael Clayton, The Ides of March e Queime Depois de Ler.

- Para crianças poderia sugerir algo na linha de Spy Kids, ou Batman e Robin, mas acho o Fantástico Sr. Fox mas educativo. E uma mini fazenda com animais em homenagem ao porco de estimação do George.

- A atração mais disputada será a dedicada aos 3 filmes dos homens e seus segredos, porque além do George, esses filmes tem Matt, Brad, Scott e Casey (irmão do Ben).

E para terminar a visita não pode faltar o Gift Shop com muitos blu-rays, fotos, toalhinhas, travesseiros tamanho real com George estampado, etc. Bom mesmo seria se inventassem uma vez por todas uma máquina de clonagem e oferecessem um Clooney para levar para casa.



Deixo os comentários para as sugestões de vocês.


* (Clooney: ator, ator coadjuvante, diretor, produtor, roteiro adaptado e roteiro original)

25.2.13

Oscar 2013

Não adianta reclamar, claro que o tempo de transmissão do Oscar sempre será o mesmo, já vendem os espaços de propaganda, então mais curta essa cerimônia nunca vai ser, mas nada impede que seja mais divertida né?

Eu devia ter adivinhado como seria a noite pelo red carpet apagado, cheio de vestidos sem cor e tudo muito correto. Jessica Chastain estava linda, e Charlize Theron ficou muito bonita de cabelo curto. Entre os homens parece que barba é o trend do momento, e claro que o George Clooney mostrou como se faz. Mas análise fashion é com o Rosebud é o Trenó.

Confesso que tinha muitas expectativas com esse Oscar, afinal ia ter o Seth McFarlane apresentando, Jack Nicholson estaria de volta depois de 5 anos vendo em casa, Adele e Barbra Streisand iam cantar, ia ter a homenagem aos 50 anos de filmes do 007, e pela primeira vez vi todos os filmes indicados.

Acontece que, como 500 Dias com Ela nos ensinou, expectativa e realidade são duas coisas diferentes.

De tudo que o Seth McFarlane fez (e o acho um cara super engraçado, muito amor pelo Stewie), eu só gostei mesmo dos fantoches de meia fazendo a queda do avião de O Voo, do Capitão Kirk ter dado as caras e umas três ou quatro piadas. Quando o Daniel Day Lewis faz UMA piada melhor do que todas que o Seth tentou a noite inteira temos que rever os conceitos. Como bem disse o sábio Capitão Kirk "Deixem Amy e Tina apresentar sempre.".

A homenagem aos musicais dos últimos 10 anos só teve a Catherine Zeta Jones cantando o hit de Chicago de bom, porque Jennifer Hudson gritando e elenco de Les Mis sofrendo não foi para mim. Hora do lanche!

A homenagem aos 50 anos de filmes do 007 foi fraquíssima. Só um filminho com um combo dos 23 filmes da série e terminou com uma apresentação da Shirley Bassey cantando o tema do Goldfinger. Só. Gente, todos os 007 estão vivos, será que é tão difícil juntar pelo menos dois deles no palco?? Nem via satélite, ou skype? Nem o Daniel Craig foi. Ainda tinha esperança que aparecessem com Adele cantando Skyfall, mas não aconteceu.

A única que foi de acordo com a expectativa foi Barbra Streisand. Ela entrou no palco depois do In Memoriam, apresentado pelo George Clooney, e cantou a belíssima e oscarizada The Way We Were (que todo mundo chama de Memories), composta pelo Marvin Hamlisch que morreu ano passado. Quase deu para escutar ela dizendo "É assim que se faz, bitches!".

Agora, a melhor coisa da noite foi a música tema de Tubarão para cortar os discursos longos. Genial. Mantenham essa idéia, e, se quiserem, o tema de Psicose também funciona.

A premiação foi assim: Django levou melhor ator coadjuvante com o Christopher Waltz e o Tarantino e seu roteiro original. As Aventuras de Pi ganhou efeitos especiais (na verdade foi um Oscar para o tigre né?), trilha sonora, fotografia (belíssima) e direção para Ang Lee. Les Miserables conseguiu mixagem de som, maquiagem e uma das barbadas da noite: Anne Hathaway levou sua estatueta de atriz coadjuvante. Anna Karenina ficou com o melhor figurino, e o excelente A Hora Mais Escura teveque dividir mixagem de som com o também ótimo Skyfall. Adele, obviamente, levou o Oscar dela. Filme estrangeiro foi Amour, zero surpresa aí. Brave foi o melhor longa de animação e o fofo Paperman o melhor curta. Lincoln ficou com desenho de produção e melhor ator para Daniel Day Lewis, outra barbada. Jennifer Lawrence, J.Law para os íntimos, a nova queridinha de Hollywood, tropeçou a caminho do seu primeiro Oscar por Silver Linings Playbook, mas sempre com classe (J.Law, tem que repensar esses vestidos hein?).

E chegamos a Argo. Os leitores do blog sabem que sou #TeamArgo desde do início, sempre foi meu preferido. Achei que tinha perdido a chance quando não indicaram o Ben Affleck para melhor diretor, mas pensando bem, é um excelente thriller sobre como o cinema também salva vidas e não tem nada que Hollywood goste mais do que ser reconhecida por ter feito algo importante. Argo ganhou: melhor roteiro adaptado, edição (realmente maravilhosa, mantém a tensão) e melhor filme. Teve a estatueta final apresentada por Jack Nicholson (que deve ter se arrependido de sair de casa) e ninguém menos que Michelle Obama direto da Casa Branca. Ben Affleck e George Clooney, barbados e lindos, subiram no palco, Ben fez um discurso emocionado e podia ter terminado aí.

Mas não.

O Seth McFarlane achou que merecíamos mais uma musiquinha. No, thanks.

Até ano que vem. (a gente reclama, mas gosta)


21.2.13

Analisando a música: Kiss From a Rose (Seal)

A pedidos da Thea vamos ver o que o Seal tem a dizer sobre beijos e rosas.

Seal é um londrino filho de nigerianos e neto de brasileiro. Seal fez bastante sucesso no início dos anos 1990 com sua voz macia, até fui a um show dele conhecendo só o hit Crazy e gostei muito. Depois do show meu conhecimento das músicas dele aumentou para 4 canções. Não acompanhei a carreira do Seal, para mim, ele agora é o marido da Heidi Klum (ainda é?).

Crazy (que tem o ótimo refrão "we're never gonna survive unless we get a little crazy". FATO.) foi lançada no mesmo album com Future Love Paradise e, outra música que conheço, The Beginning.

Kiss From a Rose é de 1994 e só virou sucesso depois que foi incluída na trilha sonora de Batman Forever de 1995 (com o Val Kilmer e Nicole Kidman). Ganhou Grammy de melhor música, gravação e vocal pop masculino.

Nos forums de significados de músicas sempre tem alguém com alguma teoria da conspiração sobre como tal música é sobre drogas. Acredito que a maioria das músicas está aberta a várias interpretações, por isso gosto de fazer as análises e dar a minha opinião porque, se bobear, até Atirei o Pau No Gato deve ser sobre o vício no crack e a Dona Xica é o traficante.

Acontece que com Kiss From a Rose foi quase uma unanimidade entre os palpiteiros de plantão que essa música era sobre o vício do Seal na cocaína. E olha, quase me convenceram, especialmente na parte "you are my power, my pleasure, my pain" e com palavras como, pill, snow e addiction, mas estou me adiantando. Como não sei nada da vida pessoal do Seal (além dele ser casado com a Heidi Klum e ter tantos filhos quanto o casal Brangelina) e vício geralmente não é uma coisa boa, prefiro achar que essa é uma música sobre outra obsessão: a pessoa amada.

Pelo menos não é sobre fim de relacionamento. Ou é? Vamos descobrir.

Kiss From a Rose é quase uma valsa tanto que já foi dançada nesse ritmo no So You Think You Can Dance. E valsa sempre é romântica.

There used to be a greying tower alone on the sea
You became the light on the dark side of me
Love remained a drug that's the high and not the pill
But did you know, that when it snows
My eyes become large and the light that you shine can be seen

Começa com uma historinha sobre uma torre cinzenta no meio do mar, que deve ser ele num momento de solidão, mas a pessoa amada é a luz antídoto dessa escuridão toda. "O amor é a droga que embriaga e não desagrada"(the pill é uma coisa chata, desagradável, ruim de engolir que nem o Zagalo). Aí vem o inverno e mesmo no meio da neve ele abre o olho e consegue ver a luz da sua paixão, que pelo jeito deve ser um holofote, mas vamos manter o romance né? Ou seja, ela o faz se sentir melhor.

Baby, I compare you to a kiss from a rose on the grey
The more I get of you the stranger it feels
Now that your rose is in bloom
The light hits a gloom on the grey

E ela é o beijo da rosa no cinza. Oi? Tem muitas pessoas que acham que ele fala grave, que é túmulo, mas, depois de olhar os sites de letras de música, todos concordam em grey (igual os 50 tons). Eu acho que o significado disso é que ela traz alegria, cor, para a solidão dele, e delicada como um beijo. Na sequência ele diz que quanto mais recebe dela, mais estranho é (mas deve ser uma coisa boa), a rosa está desabrochando (que para uma mente poluída _o/ pode signifcar muita coisa) e a luz atinge a tristeza/melancolia/trevas do escuro. (Seal, eu gosto da cor cinza. #justsaying)

There is so much a man can tell you, so much he can say
You remain my power, my pleasure, my pain
To me you're like a growing addiction that I can't deny
Won't you tell me, is that healthy baby?
But did you know, that when it snows
My eyes become large and the light that you shine can be seen

"Um homem pode contar e dizer tanta coisa" ele quer expressar todo amor e manda o já clássico "você permanece meu poder, meu prazer e minha dor" (que em inglês é bem melhor). Ela pode dar a ele o maior prazer e maior sofrimento tudoaomesmotempoagora. Ele sabe que é um vício (obsessão) crescente e questiona se é saudável. Não Seal, saudável não é, mas é emocionante e é isso que interessa porque quando neva você vê a luz. 

Baby, I compare you to a kiss from a rose on the grey
The more I get of you the stranger it feels
Now that your rose is in bloom
The light hits a gloom on the grey

O refrão outra vez com o beijo da rosa.  Cinza também é tudo que está entre o preto e o branco, então nada é definido, tudo pode acontecer, inclusive a felicidade que é o clarão que bate na parte mais escura do cinza. #filosofei

I've been kissed by a rose on the grey
I've been kissed by a rose on the grey
And if I should fall will it all go way?
I've been kissed by a rose on the grey

Ele recebe o beijo da rosa, repete como um mantra de felicidade, mas preocupado que se vacilar tudo acaba. Bem, ele já disse que ela é o prazer e a dor, então aproveita o beijo, a neve, a luz, a rosa desabrochando....

There is so much a man can tell you, so much he can say
You remain my power, my pleasure, my pain
To me you're like a growing addiction that I can't deny
Won't you tell me, is that healthy baby?
But did you know, that when it snows
My eyes become large and the light that you shine can be seen

Baby, I compare you to a kiss from a rose on the grey
The more I get of you the stranger it feels
Now that your rose is in bloom
The light hits a gloom on the grey

Aí ele repete tudo e nessa segunda vez, quando ele termina de dizer "my power, my pleasure, my pain", a música faz uma pausa rápida e tem uma batida de coração inserida, ou seja, coisa séria, sentimento forte. E insiste na dúvida: esse vício crescente é saudável? Poxa Seal, depois desse quase ataque cardíaco no meio da música você ainda pergunta? Mas, olha, o coração continua batendo então aproveita o beijo da rosa e vai ser feliz.

Vamos sensualizar com o Seal nesse video com cenas do Batman Forever.



20.2.13

+Séries

Na leva de séries novas não falei de duas que na época ainda não tinham estreado, então aqui estão:

The Following
O Kevin Bacon faz um agente do FBI que prendeu um serial killer muito esperto, fã de Edgar Allen Poe, mas não sem graves consequências como um marca passo e ser desligado da força. Dez anos depois o serial killer, Joe Carroll (James Purefoy sempre over the top), foge da prisão e volta tocar o terror matando mocinhas.
O FBI chama o Kevin Bacon para resolver o problema e tentar salvar a única mulher que não morreu nas mãos do Joe e proteger a ex-esposa do serial killer (que teve um caso com o Kevin Bacon).
O Kevin pega o Joe mas é aí que descobrimos que o buraco é mais embaixo. Nos anos de prisão com acesso a internet, o Joe consegue criar uma rede de seguidores fiéis, maníacos, aprendizes de psicopata, que dão início ao plano bolado pelo serial killer. Gente como o guarda da prisão que ajuda o Joe a fugir, a babá do filho dele, o casal gay vizinho da última vítima e muito mais que ainda vai aparecer. Não sei se o Kevin Bacon tem fígado para aguentar tudo, mas a coisa está andando bem especialmente quando mostram Kevin Bacon e Joe debatendo ideias e os seguidores.

The Americans
Felicity e seu marido (Matthew Rhys) são espiões russos infiltrados no american way of life na década de 1980. A reconstituição de época é muito boa e até dá para sentir toda a tensão e medo que os americanos tinham (?) dos russos. Eles foram escolhidos pela KGB ainda na extinta USSR para formar um casal, não podiam nem falar russo entre si. O que a mãe Russia manda se faz, então tiveram filhos e vivem nos burbs de Washington DC trabalhando de fachada numa agência de turismo.
É aí que entra o novo vizinho e agente do FBI que está justamente perseguindo tais espiões.
O primeiro episódio é muito bom, uma trilha sonora fantástica, e até já sabemos quais as posições dos protagonistas, mas ainda tem muito para descobrir: Felicity ama a motherland acima de tudo (menos dos filhos) e o marido é simpático ao modo de vida americano e suas facilidades. Eles vivem uma fachada que se tornou real mas que ainda é uma fachada. Deu para entender?


Community voltou para nossa alegria.

Voltei a ver The Office na sua última temporada e estava achando tudo muito bom até o Andy voltar do passeio de barco (ele andou sumido por vários episódios, os melhores, claro). O Andy me fez desistir da série, mas como só faltam poucos episódios para o fim não vou abandonar o Dwight, Jim e Pam.

Girls fez um episódio diferente nessa temporada. Só a Hannah com o bonitão do Patrick Wilson na casa dele com muitas cenas sem roupa. Foi quase um curta metragem e rendeu polêmica porque tem gente (que não sabe de nada) que acha que a Hannah nunca ia conseguir pegar um cara como o Patrick Wilson.

Em janeiro me despedi de Fringe e da excelente 30Rock. Liz Lemon e cia vão deixar saudades e o episódio final teve tanta coisa boa que é difícil destacar uma. I want to go to there.

Das novas que falei no outro post, Banshee continua interessante (apesar de muito violenta e quase um soft porn), Ripper Street é muito boa, pena que são só 8 episódios, e Deception é ruim.

17.2.13

Book Report: Building Stories - Chris Ware


É uma ideia comum (e um certo preconceito) dizer que histórias em quadrinhos são para crianças, adolescentes, nerds e geeks. Claro que muitos de nós começamos o hábito da leitura por essas histórias desenhadas e depois concentramos só no que está escrito. Hoje, os quadrinhos, ou graphic novels para ser mais justa (novelas gráficas?), não são só sobre superheróis, brigas entre crianças, aventuras na roça, etc. Existe todo um mercado adulto que vê os desenhos não como uma forma de facilitar a visualização da história mas como parte da própria, além de uma arte incrível.

Gosto muito de graphic novels (e de quadrinhos também), como não sei desenhar aprecio quem sabe se expressar bem usando formas e cores, além dos detalhes sempre bem colocados em cada frame.

Tudo isso para falar de uma unanimidade em todas as listas de melhores livros de 2012: Building Stories do Chris Ware. Já tinha ouvido falar no Chris Ware, mas ainda não tinha lido/visto nada dele, esse livro foi uma ótima escolha.

Building Stories não é só uma leitura, é uma experiência. Começando pelo tamanho da caixa: enorme. Dentro da caixa vem 14 itens que vão desde panfletos, jornais, livretos a plantas baixas. Não tem instruções de por onde começar, e a única sugestão que o autor faz é de onde deixar alguns itens pela casa para que você possa ir lendo.

um livro normal para comparar o
tamanho da caixa

A ideia é essa mesmo: construir a história, é quase um jogo. E cada pedaço fornecido se encaixa no fim. O livro, de uma forma geral, conta a história da vida uma moça que tem meia perna amputada e mora em Chicago. Somos apresentados a infância, adolescência, anos na faculdade, anos que morou só, e sua família, com todos os dramas pessoais e filosóficos. As vezes é ela que nos conta o que está acontecendo, outras vezes é a vizinha, outras é o prédio (sim, o prédio tem impressões sobre seus moradores). Ainda conhecemos a vizinha idosa, o casal que briga muito, o ex-namorado sem noção e a amiga depressiva. A vida como ela é.


Chris Ware ainda teve tempo de desenvolver a história da abelha Branford que é genialmente contada usando palavras com B sempre que possível. O traço dele é realista, colorido e cheio de detalhes.

Eu decidi ler do menor para o maior. No fim concluí que realmente não importa muito a ordem, mas alguns pedaços podem conter spoilers leves de outros.

até na caixa tem pedaço da história

11.2.13

Carnaval começou

Uma das coisas que mais gosto de ficar em Fortaleza durante o carnaval é que essa é uma das cidades mais tranquilas no período. Bem, era. Agora tem blocos de rua, show na praia, o maracatu (esse sempre teve), shopping lotado, praias cheias e muitos e muitos turistas, mas ainda está longe se ser um destino para quem gosta de folia.

Então, o meu carnaval começou no sábado com uma festinha animada na casa de amigos com trilha sonora nada carnavalesca, só muito rock e pop.

Domingo é dia de ver as escolas de samba na tv (que é muito chato, mas a gente gosta de reclamar nas redes sociais) e de bonus ainda teve o Grammy. O controle remoto trabalhou um bocado.

No primeiro dia de desfiles a minha escola preferida foi a Unidos da Tijuca que, além de ser o bairro querido da Tia Helô e Luizinha, veio com Thors na comissão de frente, uma ala de bolo de chocolate e um carro com tulipas de chopp. Como não amar?




Entre uma ala e outra assisti o Grammy. Premiaram a esforçada Kelly Clarkson, os chatinhos do Fun, o rock do Black Keys, o Gotye hipster,  os ingleses folk do Mumford & Sons levaram melhor album do ano (e é bom mesmo), e até criaram uma categoria para dar uma estatueta para o Frank Ocean, merecida, mas alguém por favor me explica o que diabos é Urban Contemporary? A Adele levou mais um Grammy por sua performance de Set Fire to the Rain (esse album 21 rendeu hein?), a música de Av. Brasil. #SaudadesCarminha Teve o Justin Timberlake sensualizando no palco com música nova e um medley em homenagem ao Bob Marley com Sting, Rihanna, Bruno Mars e Ziggy Marley (todos ilhéus: Grã Bretanha, Barbados, Hawaii e Jamaica, gostei.)

O Red Carpet do Grammy é tão colorido quanto um desfile de fantasias porque músicos gostam de ser excêntricos. Eu gostei do maiô preto de uma perna e um braço da J.Lo e não curti a fantasia de abajur da Adele.


A última escola de samba que vi foi o início da Mocidade que trouxe o Rock como tema e o Serguei de destaque num carro alegórico.

O trauma da noite ficou por conta do Dr. Rey e Inês do Brasil. Ano passado o Dr. Rey foi a sensação do carnaval na tv com sua total falta de noção onde ele tentava analisar clinicamente plásticas ou não. Esse ano repetiram a dose, mas não contavam com a Inês do Brasil. Não sabe quem é? Ela conseguiu deixar o Dr. Rey constrangido. I rest my case.

E para abalar as estruturas da igreja católica o Papa renunciou o cargo liberando uma enxurrada de piadas no twitter que me fez rir a manhã inteira.

Vamos ver o que acontece até a quarta de cinzas.

8.2.13

Analisando a música: Don't Stop (Color On The Walls) - Foster the People

Propaganda é a alma do negócio, e quando é bem feita então..... rende para todos os lados. Essa semana a H&M colocou o video da nova linha de roupas de baixo. O filme foi dirigido pelo Guy Ritchie e é bem simples: David F**king Beckham correndo por Beverly Hills só de CU-E-CA! (Pausa para ver o video pela 153673748ª vez) Por que ele está correndo só de cueca? Who cares?? Só de ver o Beckham lindão correndo já me faz querer ir na loja comprar cuecas sei-lá-para-quem, mesmo que não vá ficar tão bem quanto no jogador. (KD a H&M no Brasil?) Vamos combinar que poucas pessoas conseguem correr sexy e com classe tudoaomesmotempoagora.

Anyway, o video no mute já é uma maravilha, mas nada como uma boa trilha sonora para reforçar a imagem e o Beckham corre ao som dessa música do Foster the People. (Essa música também foi usada no comercial de um carro, provavelmente com menos efeito do que o Beckham correndo)

A banda é nova, são garotos de Los Angeles que se juntaram em 2009. Eles são pop/rock/indie e o primeiro album (e único até agora), o ótimo Torches (2011) é um sucesso. Desse album saiu Pumped Up Kicks, Houdini, Helena Beat, e a analisada da vez: Don't Stop (Color on the Walls).

Li em algum lugar que o Mark Foster (líder da banda) trabalhou escrevendo jingles, o que faz muito sentido.

Don't Stop pelo jeito é um ótimo título de músicas boas, no meu iPod contei 5 além da analisada da vez: Don't Stop do Fleetwood Mac (música pós-fossa animada), Don't Stop Me Now do Queen (adoro!), Don't Stop Believin' do Journey, Don't Stop Till You Get Enough do Michael Jackson (classic), e Don't Stop the Dance do Brian Ferry (anos 1980).

Então vamos saber o que o Foster the People não quer parar e qual é a das cores na parede.

Walk little walk
Small talk big thoughts
Gonna tell them all just what I want
That street, two streets, I see you and me
Hanging on the empty swings
Count high low, don't worry my eyes are closed
I'm a Superman and it's my show
One shoe, two, gonna kick with my shoes
I'm gonna kick until I need new shoes

Parece que uma criancinha escreveu a letra dessa música e é isso mesmo. A idéia é o que uma criança de 4 anos faria se dominasse o mundo. A única coisa que tenho em comum com crianças dessa idade é que já fui uma.
Uma coisa é certa: diversão garantida!
A criança já começa falando de passinhos, pouca fala (ou conversa fiada), idéias grandes e já sabendo o que quer. Então vamos brincar nos balanços vazios da pracinha, arriscar um pique-esconde, ela é o Superman (quem nunca foi?), o espetáculo é dela. E vamos chutar até precisar de novos sapatos. (Foster the People, qual é a fixação em chutar? Além de chutes altos em Pumped up kicks, a criança chuta aqui também? Freud explica.)

Yeah, yeah
I said don't stop, don't stop, don't stop
talking to me 
Stop, don't stop don't stop
Giving me things

Criancinha exigente dominando o mundo. Não parem! Nem de falar comigo nem de me darem coisas! (E ai de quem negar. MEDO) Nesse momento da música no video do Beckham ele dobra a esquina e embarca numa corrida que quem grita "don't stop!" sou eu.

I run they run everybody run run
And we're all just having fun
Sleigh ride, boat ride, piggy back ride
I'm going to show them all how I can ride
One two three close your eyes and count to four
I'm gonna hide behind my bedroom door
Crayons on walls, I'll color on them all
I'll draw until I've broken every law

Vamos correr (junto com o Beckham de preferência) e se divertir. Trenó, barco, cavalinho, essa criança faz tudo! E gosta de esconde-esconde. Bom mesmo e riscar todas as paredes, e essa frase final é muito boa: "I'll draw until I've broken every law",  desde novo um artista subversivo. Quem nunca riscou uma parede?


I said don't stop, don't stop, don't stop
talking to me
Stop, don't stop don't stop
Giving me things
Stop, don't stop, don't stop
Laughing about it
Stop, don't stop, don't stop

E não vamos parar! Muito menos de se divertir, porque felicidade é ser uma criança de 4 anos.

O video da música é ótimo! Tem a Precious (Push, a novel by Saphire) arrasando na direção do carro e tocando o terror.




Beckham, pode vir nadar na piscina aqui de casa quando quiser. ;)


PS. Rafael Nadal, é assim que se puxa a cueca tá? #FicaDica


1.2.13

Analisando a música: Let's Have A Kiki (Scissor Sisters)

Scissor Sisters é uma banda carnavalesca e é deles esse 'Analisando a música' pré-festa do Momo. Nada melhor do que uma música que fala de festa e tem batucada. Batucada? Yes!

Scissor Sisters é de uma das bandas de glam rock/indie mais animadas e divertidas. Não sei a origem do nome da banda (nem pesquisei), irmãs tesoura é engraçado, me lembra fofoca e fofoqueiras, mas provavelmente não deve ser nada disso (aposto numa referência ligada a alguma gíria sexual). Anyway, essa banda americana formada em New York City, em 2001, veio para colocar todo mundo na pista balançando o esqueleto.

O primeiro sucesso da banda foi uma versão dançante de Comfortably Numb do Pink Floyd, que é muito boa. Eu só conheci a banda no seu segundo album Ta-Dah (2006), que tem a conhecida I Don't Feel Like Dancing (Elton John tocou piano nessa música #win). Os shows são animados, os videos são coloridos e cheios de coreografias.

Let's Have A Kiki é do album mais recente da banda: Magic Hour (2012). Então vamos tentar entender o que diabos é uma (ou um) Kiki.


What's up, it's Pickles. Leave a Message
Hey, I'm calling you back
Oh, she's been a bitch tonight
And by bitch I mean this rain. No cab, nowhere.
So I had to put on the wig and the heels
And the lashes and the eairh, and take the train to the club
And you know what MTA should stand for:
Mother-f**kas Touching my Ass.
So then I get to the club, 
Looking like a drowned, harassed rat
And I'me greeted, not by Miss Rose ate the door,
But our friend Johnny Five-O
Yes, honey, the NYPD shut down the party
So no fee for me, I don't even know what's the tea
So I hope you're up girl
Cuz we are all coming over
Lock the doors, lower the blinds
Fire up the smoke machine, and put on your heels
Cuz I know exactly what we need

Essa é uma música com historinha. Adoro! O/A Pickles deixou a secretária eletrônica atender escutou o seguinte recado: "Querida, está chovendo pra cacete, nada de taxi, tive que colocar a peruca, cílios e salto e pegar o metrô, fui apalpada (infelizmente, quem nunca? filhos da p...), cheguei na buatchy, toda mo-lha-da que nem um rato afogado, a Miss Rose não estava na porta e no lugar dela adivinha quem? Johnny Polícia (Five-O é um clássico), isso mesmo, barraram a festa, nada de din-din para mim e nem sei qual foi o babado. Então.... espero que você esteja acordada porque estamos a caminho. Tranca as portas, fecha as cortinas, liga a máquina de fumaça (a pessoa que tem uma máquina de fumaça em casa sabe das coisas) e sobe no salto porque sei exatamente do que precisamos!"

Let's have a kiki, I wanna have a kiki
Lock the doors, tight.
Let's have a kiki, Motherfucker
I'm gonna let you have it
Let's have a kiki, I wanna have a kiki
Dive, turn, work
Let's have a kiki
We're gonna serve and work and turn
And h-h-honey

Vamos ter uma kiki (ou fazer um kiki), eu quero uma kiki
Tranca as portas, com força
Vamos fazer uma kiki, porra! (Para ser educada. Na versão light eles falam "take your mother", ou seja, a sua mãe pode ir/fazer/ver um(a) kiki)
Mergulha, vira e trabalha (gírias apropriadas a uma kiki), vamos servir, trabalhar e virar e querida! (se fosse uma kiki cearense seria mulhéééé)

Nesse momento entra uma batida eletrônica com uma batucada que eu duvido alguém ficar sem se mexer.

A kiki is a party, for calming all you nerves
We're spilling tea and dishing just desserts one may deserve
And though the sun is rising, few may choose to leave
So shade that lid and we'll all bid adieu to your ennui

Finalmente a explicação! Kiki é uma FESTA! Numa definição mais abrangente é uma gíria das drags queens que significa qualquer coisa bacana, legal, divertida; de uma ligação com as amigues a uma noite muito boa. Nesse caso é uma festa para acalmar os nervos (afinal a balada original foi barrada), fofocar (sempre!), distribuir recompensas ou castigos a quem merece e comer sobremesa (a expressão certa é "just deserts" e significa "o que merece. uma recompensa por uma coisa boa ou ruim". Deserts nesse caso não é desertos, é pronunciando do mesmo jeito que dessert (sobremesa) e significa o que é merecido, castigo ou recompensa, mas nada como uma festa com doces, né?).
É uma festa até o amanhecer, óbvio, e mesmo que alguns queiram ir embora, é só dar um upgrade no make e dar tchau para o tédio (em francês porque é mais chic).

Let's have a kiki.....

Então vamos fazer uma festa! Vamos rebolar no salto!

Oh, what a wonderful kiki
This kiki is marvelous 

Que kiki maravilhosa! Que festa magnífica!

Kiki, soso, oui-oui, non-non

(momento coreografia seguido do momento vogue)

Let's have a kiki....

Mais festa!


Let's have a kiki, I wanna have a kiki
Lock the doors, tight.
Let's have a kiki, hunty dropper
I'm gonna let you have it
Let's have a kiki, I wanna have a kiki
Boots Ten Queen
Let's have a kiki
We're gonna serve and work and turn
And h-h-honey


No último refrão algumas palavras são trocadas. Hunty dropper, segundo a internet, seria o equivalente a descer na boquinha da garrafa, ou até o chão (a festa está ficando boa!). E Boots, Ten e Queen podem ser 3 pessoas que estão ar-ra-sando na festa.

Que o carnaval seja cheio de kikis!




25.1.13

+ Filmes

Esse ano vou chegar no Oscar com todos os filmes vistos.

Django Unchained

O Tarantino é genial. FATO. Ele sabe usar todas as referências cinematográficas que ele guarda na cabeça e dessa vez foi impecável com o western. Sergio Leone ficaria orgulhoso. Está tudo lá: violência, humor, ironia, cenas em camera lenta, atores tirados do fundo do baú (Don Johnson e Franco Nero - esse último fez o Django original) e uma trilha sonora sensacional!

O Django (Jamie Foxx) é um escravo que se junta ao caçador de recompensas alemão Dr. Schultz (o excelente Christopher Waltz). O Dr. ensina o Django a usar uma arma, caçar bandidos, e um pouco de atuação. Os dois passam o inverno ganhando dinheiro para depois irem procurar Broomhilda (excelente nome!), a amada do Django, que agora é propriedade do Leo DiCaprio, dono da maior plantação de algodão do Mississippi. E na casa grande da plantação trabalha o Stephen (Samuel L Jackson) um escravo racista, pior até que o sinhôzinho branco dele.

O Samuel L Jackson está incrível, quase não dá para reconhecer. Tanto ele quanto o Leo Dicaprio mereciam uma indicação ao Oscar de coadjuvantes, mas o Christopher Waltz deve levar essa outra vez.

A Tia Helo diria 835 "Ai, Jesus!" para o Django, ainda mais naquela roupa azul ridícula.

Les Miserables 

Queria dizer que gosto muito de filmes musicais (mas não gosto musicais no teatro #prontofalei). Sou fã de Grease, Xanadu, Evita, Cantando na Chuva, A Noviça Rebelde, Moulin Rouge, Mamma MiaSweeney Todd, etc. O fato de começarem a cantar uma música no meio do nada não me incomoda, até gosto, se a música for  boa, mas o que eu não aguento são as falas cantadas. Les Mis é recheado de faaaaalaaaas cantaaaadaaaas de um jeito que me custou identificar o que era música de fato ali (e músicas tão dramáticas que não gostei de nenhuma).

E a história? Vitor Hugo, sinto dizer, mas acho que ridicularizaram um pouco seu livro com toda essa cantoria. O Jean Valjean (Hugh Jackman, que está realmente ótimo) rouba um pedaço de pão e fica preso por 15 anos, mas ele consegue sair e mudar de vida. Só que o Jean é perseguido pelo Javert (Russell Crowe, que eu gosto muito, mas não consegue coordenar atuação com cantoria - e a voz dele é boa) que faz qualquer negócio para mandar o Jean Valjean de volta para a cadeia. Jean Valjean foge de Javert, mas não sem antes pegar Cosette, a filha da Fantine (a excelente Anne Hathaway) que ele prometeu cuidar. Quem é Fantine? Ela é uma das funcionárias da fábrica do Jean que foi despedida, teve que vender o cabelo e virar prostituta para sustentar a filha na casa de dois trambiqueiros (os super divertidos Sacha Baron Cohen e Helena Bonham Carter, a melhor coisa do filme) e morre (mas não sem antes cantar a música da Susan Boyle).

Jean Valjean e Cosette conseguem fugir para Paris, os anos passam, a menina cresce e se apaixona por um revolucionário, o Marius. Tem barricada na rua, confusão, muita gente suja (se os franceses tem fama de não tomar banho hoje em dia, imagina em 1830), luta, morre um bocado de gente, fuga no esgoto e depois de muito lálálálá o Jean Valjean consegue unir a Cosette com o Marius e vai para um convento morrer.

A cena final me pareceu o fim de Lost com o Jean Valjean sendo guiado para a luz, pelo fantasma da Fantine, onde estão todas as outras pessoas que morreram no filme numa cena apoteótica.

Ainda bem que não vi esse filme no cinema. Não consegui ver mais do que 20 minutos seguidos. A direção de arte é muito boa, as atuações também, mas a história do sofrimento eterno do Jean Valjean (gente, esse homem não é feliz nenhuma vez em quase 3 horas de filme) e a porcaria das falas cantadas e rimas ridículas não ajudaram.

A Tia Helo ia gostar do Jean Valjean, um homem que se sacrifica por tudo. 21 "Aiiiiiii, Jesuuuuuus!" cantados para Os Miseráveis



Depois de ver todos os filmes o meu preferido ainda é Argo

23.1.13

Outras Tias (17)

A caseira da Tia Vera decidiu que ainda não estava na hora de engravidar outra vez e foi ter uma conversinha com a Tia sobre contraceptivos. A Tia Vera se dispôs a comprar preservativos para a caseira na próxima ida a fármacia.

Uma amiga americana da Tia Vera estava visitando, elas aproveitaram para fazer umas compras e passaram na farmácia. A Tia Vera (na experiência dos seus sessenta e poucos anos) pediu as vendedoras um pacote de camisinhas. As moças se entreolharam, se deram pequenas cotoveladas e risadinhas. A Tia Vera, que não é boba, apontando para sua amiga uns 10 anos mais velha, disse:

"Vocês acham que é para mim? É para ela, mal chegou aqui e já arranjou um namorado. Né amiga?"

E a amiga americana, sem entender uma palavra, confirmou com um sorriso. 

21.1.13

Novas séries

Além das que estrearam em outubro, algumas séries novas apareceram nesse início de ano e já vi alguns episódios.

Banshee
Alan Ball está de volta, depois que largou True Blood, e dessa vez nada de vampiros, lobisomens e, felizmente, fadas. Banshee é sobre um ladrão que sai da prisão e vai atrás da parceira no crime porque acha que ela ainda tem os diamantes que roubaram juntos (e rola sentimento entre os dois). A tal parceira mora na cidade de Banshee que tem um mafioso com background no mundo Amish. O ladrão, depois de uma cena ótima no bar local, assume a identidade do novo sherife e a confusão está armada. Além dos vovozinhos Amish, ainda tem a máfia sérvia e um personagem que só posso definir como Lafayette asiático.

Fiquei intrigada com esse combo Amish+máfia sérvia. Gostei.

Ripper Street
Série inglesa da BBC sobre o detetive Edmund Reid (Matthew MacFadyen, o melhor Mr. Darcy ever!) e os crimes que acontecem em Whitechapel depois do Jack The Ripper. O Jack matou 5 mulheres e encerrou suas atividades sem ser pego, então a tensão nas ruas do leste londrino se manteve por muitos anos. O Detetive Reid tem a ajuda do seu braço forte Drake e do médico americano Jackson. A reconstituição de época é muito bem feita e os crimes não são fáceis de resolver. O Detetive Reid tem um mistério relacionado com a filha dele e uma queimadura no ombro, já estou curiosa.

Deception
Deception não é decepção, como vi em uma legenda um dia desses. Deception é engano, fraude, vem do verbo to deceive. (Disappointment é decepção)
Anyway, essa série é um novelão. Uma família cheia de segredos e uma das filhas é assassinada. Para investigar o caso o FBI chama a policial Joana que era filha da empregada e melhores amigas da morta na adolescência. Joana se infiltra na família e já aconteceu um bocado de babado. Não achei tão boa quanto Revenge, mas ainda estou curiosa.

Wedding Band
Série divertida sobre uma banda de casamento que toda de acordo com o tema das festas e eventos. As versões para algumas músicas são ótimas e eles estão sempre metidos em confusões. Essa série teve uma das melhores piadas com o fim de Lost.

Continuo vendo Arrow (o tanto que ele malha shirtless já vale) e os bombeiros bonitões de Chicago Fire.

Justified voltou e Shameless também com a família mais desajustada da tv.

Fringe acabou semana passada. Foi uma série que quase desisti de ver mas o season finale da primeira temporada foi tão bom que continuei e não me arrependi, essa série é ótima. O último episódio foi uma espécie de greatest hits com referências a tudo que aconteceu desde a primeira temporada. Achei digno e foi muito bom. Saudades do Walter e cia.