5.5.22

Momento TOC livros 16 (parte 1)

Esse ano coloquei a meta de 40 livros e comecei mais devagar do que ano passado, mas li 2 livros com mais de 800 páginas, reli Pachinko para ver a série e reli Kim Ji Young Nascida em 1982 que finalmente saiu em português.

Estou numa leitura coletiva de uma biografia dos Beatles (que tem 900 páginas) e só vai acabar em setembro, então esse livro entra na próxima lista.

Li 4 livros de contos e acho que essa vai ser a tendência da minha leitura de 2022. Continuo na saga dos autores asiáticos. A minha ideia para esse ano era ler autores latino americanos, um de cada país, só que é difícil encontrar autores de alguns países traduzidos para o português ou inglês e não consigo ler en español. Então vamos com os livros de contos que nunca gostei muito mas pelo jeito passei a gostar.

Vamos aos primeiros 20 livros do ano.

- Somos Todos Adultos Aqui - Emma Straub - esse foi uma sobra dos livros do ano passado, comprei pela capa. É a história de uma família, os Strick, e seus agregados. Astrid é a matriarca, ela ficou viúva quando o filho mais velho tinha 21 anos e foi trabalhar num banco. Astrid é ativa na comunidade e defende o comércio local. Um dia ela testemunha o atropelamento de Barbara, uma vizinha da sua idade mas que ela não gostava por conta de uma fofoca de anos atrás. Mas a morte de Barbara deixa Astrid abalada e a faz decidir não guardar mais segredos nem sentimentos.Tem a filha grávida, a neta adolescente que vai morar com a avó, o filho mais velho ressentido, o mais novo good vibes e o resto da comunidade. Achei esse livro ok. Daria uma boa novela.

- In The Dream House - Carmen Maria Machado - (em português: Na Casa Dos Sonhos) - um livro de memórias sobre uma mulher e seu relacionamento abusivo com sua namorada que ela chama de "The Dream House" porque as duas alugam uma casa onde Carmen acha que vai ser feliz mas vive uma história de terror. Gostei mais da primeira metade do livro, a forma como ela conta a história é interessante mas tem tanta nota de rodapé desnecessária que ficava chato.

- Modern Lovers - Emma Straub - (em português: Amantes Modernos) Esse comprei pelo título que lembra a música do Bowie. A melhor coisa desse livro é o gato chamado Iggy Pop. É sobre 4 amigos que formaram uma banda de rock na faculdade e tocavam nos bares. Elizabeth e Andrew se casaram e tiveram um filho, Zoe também casou e teve uma filha e Lydia virou uma pop star. Lydia morreu de uma overdose e agora (20 anos depois da banda separar) querem fazer um filme sobre a vida dela, acontece que ela fez sucesso com uma música da banda que foi composta por Elizabeth e Andrew (mais Elizabeth, que ganha dinheiro com os direitos autorais da música) mas Andrew não quer assinar os papéis para ter sua vida contada no filme porque ele guarda um segredo. O livro é mais sobre a vida conjugal de Elizabeth e Andrew e Zoe e Jane do que os babados da banda. Entre esse livro e o Somos Todos Adultos Aqui acho que não preciso ler mais nada da Emma Straub.

- A Curva do Sonho - Ursula K. Le Guin - ficção cientifica de 1971 que passa no futuro de 2002. É sobre George, um homem que precisa de remédios para dormir que não o faça sonhar. Toda vez que ele sonha a realidade é alterada, as vezes pequenas coisas e as vezes coisas muito maiores. George se entorpece para não sonhar e não prejudicar as pessoas alternado a realidade delas. Mas ele é pego usando cartões alheios para comprar os remédios em grandes quantidades e passa da sua cota. George tem que fazer um tratamento voluntário (pero no mucho) com um psiquiatra que acaba descobrindo o poder do George em alterar a realidade e passa a manipular os sonhos do George. Mas o psiquiatra não controla o subconsciente do George, ele pode apenas fazer sugestões e cabe ao subconsciente interpretar. O ser humano é muito doido.

- Os Detetives Selvagens - Roberto Bolaño - Nos anos 1970 dois pseudo-poetas estão atrás de uma poetisa que criou um grupo de poetas em 1920. A primeira parte do livro é um diário de um rapaz que conhece esse dois pseudo-poetas e passa a fazer parte do grupo. Depois o livro é quase todo de depoimentos de pessoas que tiveram contato com eles ao longo de anos (até 1996) e no fim volta ao diário. Ele faz uma experimentação com a narrativa, e nos depoimentos ficamos sabendo o que aconteceu com os personagens secundários. É um livro longo, mais de 800 páginas, cansativo, perdi o foco várias vezes, mas as partes boas compensaram.

- Walk of Shame - Lauren Layne - Depois dos poetas detetives precisava de um livro bobo, mas esse foi bobo demais e ruim. Georgiana e Andrew vivem no mesmo prédio, ela é herdeira e chega em casa as 5 da manhã que é a hora que ele está saindo para trabalhar. Eles se gostam mas acham que não são correspondidos e ficam naquela briguinha. Um dia ele a desafia a passar um dia com ele no escritório e eles acabam se conhecendo melhor. Eles ficam juntos até ela descobrir que ele sabia que os pais dela iam se divorciar e como ela é uma mimada coloca a culpa nele. Foi uma revirada de olhos atrás da outra (até marquei a oftalmo depois de ler esse livro). Nos romances que li ano passado tinha reparado uma evolução no sentido que os casais se comunicavam melhor (inclusive no sexo) mas esse livro foi uma regressão total aos romances de banca Sabrina e Julia dos anos 1980.

- To Paradise - Hanya Yanagihara - O multiverso da depressão. A Hanya não escreve histórias felizes, vide A Little Life (Uma Vida Pequena), nem curtas, esse livro tem mais de 800 páginas. São 3 histórias que passam em 1893, 1993 e 2093 e são independentes mas em comum tem os nomes dos personagens e uma casa no Washington Square em NYC. Em 1893 David é um jovem solteiro e seu avô quer que ele case com Charles (mais velho e pançudinho) mas ele se apaixona por Edward. Nessa NYC que faz parte de um outro país que é um EUA dividido, todos os tipos de casamentos são aceitos. Em 1993 David é do Havaí e mora com Charles que é bem mais velho. Charles está dando uma festa de despedida para seu amigo Peter que está morrendo de AIDS. E tem a história do pai do David que se envolveu com um homem chamado Edward e fez parte de uma espécie de seita. E em 2093, num mundo onde os virus estão acabando com os humanos, tudo é controlado, o clima foi pro saco e depois de várias pandemias temos Charlie uma moça que trabalha num laboratório e é casada com Edward. Ela foi criada pelo avô Charles depois que o pai, David, morreu. Esse mundo de 2093 é assustador, até porque não é tão ficção assim. A história do meio achei chata, mas a primeira e a última são boas. Só muitos detalhes desnecessários, repetições e encheção de linguiça.

Homens Sem Mulheres - Haruki Murakami - livro com 7 contos sobre homens e como se relacionam com o abandono, o desejo, a descoberta, a paixão e a perda. Dois desses contos deram origem ao filme Drive My Car. Escrevi um post fazendo a comparação Livro x Filme e falo dos outros contos do livro.

- Véspera - Carla Madeira - Li o Tudo é Rio ano passado, achei a escrita dela boa e decidi ler esse. Véspera é melhor do que Tudo é Rio, até porque tem menos frases de efeito. O livro é em duas partes alternadas que se complementam. Em uma das partes Vedina, depois de uma briga com seu marido Abel, perde o filho na rua e fica procurando. Na outra parte temos a história de Abel, seu irmão gêmeo Caim, sua mãe super religiosa Custódia e seu pai Antunes. A parte do Caim se apaixonando pela Veneza é muito boa.

- A Cabeça do Santo - Socorro Acioli - Depois da morte da mãe, Samuel vai a pé de Juazeiro do Norte até Candeia para realizar o último desejo dela. Ele chega na cidade praticamente um mendigo e acaba se abrigando dentro da cabeça de um Santo Antônio que o corpo de 20 metros fica no alto do morro mas nunca colocaram a cabeça. Samuel passa escutar as vozes de mulheres rezando para o santo pedindo marido e decide fazer um desses pedidos acontecer. Aí a cidadezinha que estava abandonada passa a receber romarias. Achei essa história muito boa.

- O Deus Das Avencas - Daniel Galera - 3 histórias que falam de relações familiares num mundo em volta que está se desfazendo. A primeira é um casal nos momentos que a mulher começa a sentir as contrações do parto mas ainda não é o momento do parto e eles passam quase dois dias, na véspera da eleição de 2018, passando pelos momentos de "é agora?". A segunda história é num futuro não muito distante mas onde o clima foi pro saco (acho que estou num tema) e um homem frequenta um grupo de terapia onde ele leva sua mãe, ou a consciência de sua mãe armazenada num ovo, para entender e lidar com esse tipo de relação. Os flashbacks dele em Tóquio são ótimos. E a terceira história é num mundo pós-apocaliptico onde uma comunidade se desenvolveu no alto de uma montanha e dependem de abelhas para manter a saúde. As três histórias são muito boas. (considerei esse um livro de contos)

- Afterparties - Anthony Veasna So - São 9 contos sobre imigrantes cambojanos que foram para California. Na verdade é mais sobre os filhos desses imigrantes e como lidam com a herança do genocídio que aconteceu no Camboja nos anos 1970 e com as complexidades de raça, sexualidade, amizade e família. Gostei muito de 6 histórias: a da mãe com duas filhas na loja de donuts; a dos dois irmãos na festa de casamento; a do rapaz que formou na faculdade mas trabalha na oficina de carros do pai, a da mãe que conta para o filho de 9 anos como sobreviveu um tiroteio numa escola (em 1989), a do rapaz no templo com os monges e a a de um rapaz que começa um namoro com um cara mais velho.

- Não É Um Rio - Selva Almada - Essa escritora argentina estava na minha lista e peguei esse para ler. É sobre três amigos que vão pescar numa ilha. É um ritual que fazem sempre, dois homenes são mais velhos e o terceiro é filho do amigo que morreu há alguns anos. Eles pescam uma raia enorme e isso deixa alguns locais chateados. O livro conta a história dos 3 e de mais algumas pessoas da ilha. Tudo em menos de 100 páginas.

- A Casa do Silêncio - Orhan Pamuk - Gosto muito dos livros do Orhan Pamuk, ele nos mostra uma Turquia sem muito filtro e sempre com histórias envolventes. Aqui os eventos são contados em 5 pontos de vista: Fatma (a idosa dona da casa), Recep (o empregado anão), Faruk (neto mais velho da idosa), Metin (o neto mais novo) e Hasan (sobrinho revolts do Recep). Os netos de Fatma vieram passar uns dias do verão com a avó e é quando eles aproveitam para visitar o tumulo do avô e dos pais. Através da Fatma sabemos toda a história (pesada) da família, pelo Recep sabmos outro lado da história da família, Hasan nos põe a par da situação política, Faruk é um historiador e Metin nos conta os babados da juventude rica na cidadezinha de praia. Achei que faltou o ponto de vista da Nilgun (a neta da idosa). A escrita do Ohran Pamuk é muito boa, mas nesse livro quando chegou um pouco depois da metade eu só queria que terminasse. O narrador mais chato é o Faruk.

- Careless - Kirsty Capes - Bess é uma garota de 16 anos que acabou de descobrir que está grávida. Ela não sabe o que fazer. Boy (o namoradinho) não fala com ela há semanas, ela não quer contar para os pais (que são adotivos temporários) e nem para seu assistente social. Bess conta com o apoio de sua amiga Esh que também tem seus problemas. A primeira metade do livro é Bess contando como conheceu Boy, como é sua vida nessa família temporária mas que já a abriga há 10 anos e um pouco de seu passado. A segunda metade do livro é ótima, me deixou quase que na ponta da cadeira querendo saber qual seria a decisão final da Bess.

- Éter - 18 contos de batom borrado e outros anestésicos - Luciana Nepomuceno - Na verdade são 18 contos principais, 2 contos a 4 mãos, vários micro contos (um paragrafo) e outros 33 mini contos de uma página. Gostei muito de 6 dos 18 contos principais (mas são todos bons), os dois contos a 4 mãos são muito bons, as pílulas são interessantes mas quando cheguei nos 33 mini contos já estava cansada desse livro. Esse é o meu problema com livros de contos, acho que exigem uma certa paciência, talvez deixar do lado da cama e ler um conto por vez, mas gosto de terminar um livro antes de ir para outro. Acho melhor os livros com poucos contos.

- A Espera e Grama - Keum Suk Gendry-Kim - duas HQs lindamente desenhadas que contam duas histórias de sofrimento com muita sensibilidade. Em A Espera uma mãe se separa de seu filho enquanto foge do norte para o sul da Coréia, no meio de bombardeios e tiroteios, no início da guerra da Coréia e anos mais tarde tem a esperança de encontrá-lo através de um programa que unia as familias separadas (por poucas horas). Grama é a história de Lee Ok-sun uma menina que apenas queria ir para escola mas foi levada da Coréia para a China para ser uma "mulher de conforto" durante a ocupação japonesa na segunda guerra. É uma vida de sofrimento contada pela Ok-Sun idosa para uma autora de quadrinhos. Gostei muito das duas HQs.

- Build Your House Around My Body - Violet Kupersmith - Winnie é americana filha de pai vietnamita e ela vai para Saigon ensinar inglês, mas na verdade ela foi sem muita intenção de voltar. Um dia, em março de 2011, ela some. A história da Winnie está ligada aos irmãos Phan (Long e Tan), a amiga deles Bihn, um médico traficante de drogas, a fazendeiros franceses que viveram 60 anos antes, um vidente, uma senhora na cadeira de rodas que vende a loteria, cobras de duas cabeças, um cachorro e até um monstro de fumaça. Não sabia que o povo vietnamita tinha um folclore tão rico com superstições e histórias com fantasmas. O vai e vem no tempo as vezes é confuso mas as histórias dos personagens são boas, ainda assim classificaria em: livros para ler chapado.

- Second First Impressions - Sally Thorne -(em português: Segundas Primeiras Impressões) não sei porque dei uma segunda chance a Sally Thorne, o outro livro dela (The Hating Game) me deu raiva, mas precisava de uma coisa leve e boba para ler, custou 3 reais e fiquei curiosa com as tartarugas da capa. Achei esse livro melhor do que o outro, pelo menos os personagens são menos irritantes e são até fofos. Ruthie é uma garota de 25 anos que acha que tem 125 e trabalha (e mora) num condomínio de casas para idosos, ela se sente um deles (e se veste como um). Teddy é um rapaz, tatuado e tatuador, com cabelo comprido e lustroso (esse detalhe é muito importante e mencionado vááárias vezes), que precisa de dinheiro para ser sócio num studio de tatuagens. Acontece que Teddy é filho do dono do condomínio mas está sem grana (ele não quer o dinheiro do pai) e precisa de um lugar para ficar, aí o pai diz que ele pode ficar no condomínio desde que trabalhe. Teddy acaba sendo assistente de duas idosas ricas e divertidas e vizinho de porta de Ruthie. Ao contrário do Walk of Shame (acima nessa lista) nesse livro os personagens se comunicam melhor e mais diretamente. E tem tartarugas na história.


A Parte 2 dos livros de 2022.


Momento TOC Livros dos outros anos: (1)(2), (3)(4), (5)(6), (7), (8), (9), (10), (11)(12)(13), (14), (15)

30.4.22

+ Filmes e Séries (e duas novelas coreanas)

Filmes

The Bubble - Uma comédia sobre uma equipe que vai fazer a filmagem do sexto filme de uma série famosa de filmes com dinossauros. Acontece que é tudo durante a pandemia, então temos todos os procedimentos de segurança, pessoas tendo que ficar de quarentena nos quartos (algumas vezes), atores egocêntricos, seguranças exagerados, muita confusão e até dancinhas do Tik Tok. Achei divertido, poderia ser mais curto. (NETFLIX)

The Battleship Island - Filme coreano de 2017 sobre os 400 coreanos que estavam trabalhando numa mina (quase como escravos) numa ilha na costa de Nagasaki no fim da segunda guerra e se rebelaram. Vi esse filme porque em Pachinko falaram dessa mina e como os japoneses exploraram os coreanos. O filme é bem feito (melodramático porque afinal de contas é coreano), as cenas de guerra não poupam ninguém. Tem o Song Joong-ki (Vincenzo!) fazendo um espião infiltrado nos mineiros para ajudar um coreano influente a sair. Tem uma garotinha que é a filha do lider de uma banda que vai para as minas "por acaso" e é a dona do filme. (Amazon Prime Video)

All The Old Knives - dois agentes da CIA que foram amantes se encontram para um jantar cheio de desconfiança porque ele está investigando o que aconteceu num sequestro de avião que aconteceu 10 anos antes quando os dois trabalhavam e viviam juntos. Até metade estava achando mais ou menos mas gostei da reta final. (Amazon Prime Video)


Séries

Tokyo Vice - Série com o Baby Driver (Ansel Elgort) onde ele faz um jovem repórter americano que consegue entrar para o maior jornal do Japão e vai para a seção policial. É baseado no livro de memórias do Jake Edelstein. Ele começa investigar uns crimes que tem a Yakuza de pano de fundo e começa circular no meio. A série passa em 1999. Baby Driver fala muito japonês nessa série que tem o Ken Watanabe fazendo um policial que também investiga os crimes ligados a yakuza e ajuda o Baby Driver a conhecer melhor como funcionam as coisas em Tóquio. O Sato, um rapaz da yakuza, é o melhor personagem. O Shô Kasamatsu, ator que faz o Sato, é ótimo. Achei muito boa e aproveito para dizer que uma segunda temporada é mais do que necessária. (HBO Max)

Sato deveria estar no poster

Minx - no início dos anos 1970 a Joyce quer lançar uma revista feminista para falar de assuntos que são do interesse das mulheres, com seriedade, mas, na época, os editores (todos homens) não acreditavam nisso. O único que comprou a idéia da Joyce foi o Doug que tem uma editora de revistas adultas. Doug diz para Joyce que para ter os artigos lidos ela precisa chamar atenção das leitoras e sugere uma revista com nus masculinos. Aí como é HBO temos um festival de cenouras, berinjelas e pepinos. Joyce e Doug tem que enfrentar os preconceitos e até a mafia. Achei boa. (HBO Max)

Moon Knight - Oscar Isaac faz esse herói da Marvel que eu não conhecia. Ele é um homem com multiplas personalidades que as vezes é possuido por um deus egípcio. E Ethan Hawke faz o vilão que é do time de outro deus egípcio. Está muito bem feita e fiquei curiosa para saber dos deuses egípcios e quem é quem na fila da pirâmide. (Disney +)

Bridgerton - A segunda temporada é sobre Anthony, o filho mais velho da família Bridgerton. Chegou a vez dele arranjar uma esposa e ele é prático. Anthony espera a rainha declarar quem e o diamante da temporada e vai atrás mas acaba gostando da irmã dela. O duque hot hot hot fez falta mas achei a trama da Eloise com a Penelope boa e das irmãs Sharma também. A primeira temporada é melhor. (NETFLIX)

Anatomy of a Scandal - Um parlamentar britânico é acusado por uma funcionária de seu gabinete, com quem tinha um caso, de estupro. Mostra todo o processo e julgamento de um caso que é ele disse/ela disse. Tem Lady Mary de Downton Abbey fazendo a procuradora da Rainha. (NETFLIX)

He's Expecting - série japonesa sobre um homem que fica grávido. A gravidez masculina é apenas uma coisa que está acontecendo com alguns homens. A série é sobre um homem passando por todas as situações que uma mulher que engravida num país patriarcal e machista. Kentaro é um cara bacana, ele não é machista, é dedicado ao trabalho, sai com algumas mulheres mas tem uma amiga com benefícios que é a Aki. Um dia Kentaro começa sentir os enjoos, passa mal e vai no médico que dá a notícia do bebê. Kentaro quem que decidir se vai ficar ou não com o bebê, tem que avisar a Aki que é a mãe da criança, começa sentir a montanha russa dos hormônios, perde posição num trabalho importante, tem que parar de beber e por aí vai. (NETFLIX)


Novelas Coreanas

25/21- Twenty five twenty one - No presente (2022) a Hee Do é uma celebridade e está com a filha adolescente numa competição de ballet. A filha fica chateada com a mãe, desiste da competição vai morar com a avó onde ela descobre um diário da Hee Do de quando estava na escola e treinava esgrima. Vamos para 1998, no meio da crise financeira da Coreia do Sul, e Hee Do, com 18 anos, quer trocar de escola porque a dela acabou com o time de esgrima por falta de dinheiro. Hee Do conhece o Yi-jin que entrega jornais e também trabalha na loja de HQs. Yi-jin tem 22 anos e teve que abandonar a faculdade de engenharia e trabalhar porque seu pai faliu (e fugiu) e a família teve que se separar. A Hee Do é fã de uma outra garota esgrimista, Yu-rim, que é campeã, e vai estudar e treinar na mesma escola. Yu-rim conhece o Yi-jin desde nova porque a família dele a patrocinava. Rola uma rivalidade entre Hee Do e Yu-rim por causa da esgrima. Hee Do e Yi-jin ficam muito amigos, se ajudam, se entendem, certamente vai rolar algo ali e já estou torcendo muito para que os dois fiquem juntos.

MAS sabemos desde o início que em 2022 eles não estão juntos. 

O QUE ACONTECEU? 


Essa novela me lembrou muito Licorice Pizza porque tem o lance da diferença de idade (para os coreanos é meio escândalo um rapaz de 22 e a moça de 18), tem a afinidade dos dois, e também porque Hee Do e Yi-jin vivem correndo nessa novela: um para o outro, um atrás do outro e as vezes juntos. Só não digo que é a pressa da juventude porque, quanto o assunto é romance, coreano não tem pressa em nada, é tudo na camera lenta (nas novelas é literalmente). Nam Joo-hyuk (o Yi-jin) corre muito elegante, corrida de modelo com cara de apaixonado. A Kim Tae-ri (Hee Do) é ótima mesmo gritando um bocado e a Hee Do é puro girl power. Os dois tem a maior química e formam um dos melhores casais de novela coreana. Já aprendi mais de esgrima vendo 25/21 do que vendo as Olimpiadas. Essa novela é de uma leva de novelas coreanas que estão mudando, tem menos clichês. É sobre amadurecimento mas também fala sobre a pressão de sempre vencer, de ser o melhor, que as vezes tudo bem falhar e que maus (e bons) momentos são passageiros. (NETFLIX)


Business Proposal - não ia ver essa novela porque me pareceu muito boba mas como nos primeiros 2 episódios teve TODOS os clichês de novela coreana, inclusive o beijo de olho aberto, qualquer coisa que viria pela frente poderia ser uma surpresa. Não teve surpresa, é uma novela coreana de romance pura na essência e nos clichês, mas dei risadas vendo essa novela, tudo funciona, e no fim acabei gostando.

A Ha Ri trabalha numa empresa de produtos alimentícios e tem um crush num chef que a colocou na friendzone. A melhor amiga dela é a Young Seo que é muito rica e o pai fica arranjando dates com possíveis maridos. Um dia A Young Seo tem que ir num blind date e manda a Ha Ri em seu lugar para fazer a loka e o rapaz desistir do casamento. Ha Ri aceita ir nesse date porque a amiga diz que vai pagar e Ha Ri tem dívidas. Acontece que o encontro é com o Tae Moo que vem a ser o CEO da empresa onde Ha Ri trabalha. Quando Ha Ri descobre que é ele pensa em fugir mas decide continuar e fazer a loka na esperança dele desistir de seguir com o encontro. Tae Moo é um cara prático, ele não quer casar agora, mas está cansado do avô (que assiste novelas) ficar insistindo em casamento dizendo que vai mandá-lo em dates até ele achar uma noiva e acaba pedindo um segundo encontro. A Young Seo confessa que não era ela e que tinha contratado alguém mas Tae Moo pede o telefone da Ha Ri que se apresenta a ele com um outro nome e não diz que trabalha na empresa dele. Ele propõe a Ha Ri um namoro falso para agradar o avô e ela acaba aceitando, outra vez o fator financeiro e também porque Tae Moo é bonitão.
Aí são muitas confusões. 
Tem o vôzinho coreano com as sobrancelhas mais bizarras das novelas. 
O Sr. Cha, que é o secretário do Tae Moo, é lindão e a Young Seo fica apaixonada por ele (esse casal secundário é muito interessante).  (NETFLIX)

(vou fazer uma lista dos clichês de novela coreana)

29.4.22

Pachinko: Livro x Série

Ano passado li Pachinko que conta a saga de uma família coreana desde a ocupação japonesa da Coréia (de 1910 a 1945) até 1989. 

A ocupação japonesa da Coréia foi brutal e os coreanos que imigraram para o Japão foram tratados como cidadãos de segunda classe até muitos anos depois da guerra. Pachinko é um jogo que mistura fliperama com caça-niqueis e é um jogo que depende da sorte (e de alguns ajustes). Os japoneses adoram jogar pachinko, que foi proíbido no Japão durante a guerra mas voltou logo depois. Trabalhar no pachinko era uma das atividades que os coreanos (e descendentes) conseguiam exercer já que não podiam ser policiais, professores, enfermeiros, etc. O pachinko também serve de metáfora para a história dessa família que está sempre sujeita a elementos que não depende deles mas que estão sempre dispostos a jogar, sobreviver e prosperar.

Quando a Apple TV+ anunciou que estava filmando a série fiquei curiosa e achei o formato adequado. Poderia ser um filme? Sim, mas como a história é longa e passa por muitas décadas o formato série é melhor. 

A série é muito bem feita. Fotografia, direção, figurino (usaria todas as roupas dos coreanos de 1920), trilha sonora e até como escolheram contar a história. As três atrizes que fazem a Sunja são maravilhosas: Jeon Yu-Na (criança), Kim Minha (adulta) e a oscarizada Youn Yuh-yung (idosa). O Lee Minho é o Hansu que tinha imaginado lendo o livro e me apeguei ao Isak (Steve Sanghyun Noh) da série. O elenco é todo muito bom (e poliglota).

Uma coisa interessante da série é que as legendas são em 3 cores: branco para as partes faladas em inglês, amarelo para coreano e azul para japonês. Assim sabemos quem fala o que e também as falas que misturam as duas linguas. Afinal é sobre imigrantes e seus descendentes.

Antes da série estrear, no final de março, reli o livro para lembrar de vários detalhes que já tinha esquecido. 

Sei que cada meio é diferente para contar a história, cada um com suas vantagens, e não devem ser comparados, mas vou falar das diferenças e semelhanças. Sem spoilers (eu acho). 

A maior semelhança é que livro e série emocionam igualmente.

A maior diferença da série para o livro é que a história no livro acontece na ordem cronológica, de 1910 a 1989. Na série é como se fosse um paralelo entre a vida do Solomon, o neto da Sunja, em 1989 e a dela desde que nasceu, então, nos episódios, o passado e presente se alternam e as vezes a narração de um sobrepõe o outro. A imigrante que chega no Japão e seu neto, a segunda geração da família em solo japonês.

Isso, pra mim, foi bom porque no livro quando chega no Solomon a Sunja meio que ficou abandonada por alguns capítulos. Na série ela está sempre presente.

Tem personagens do livro que sumiram, alguns ficaram menores (por enquanto), outros aparecem mais e também tem os que são exclusivos da série.

A história do Solomon é um pouco diferente. Na série não existe a namorada americana-coreana do Solomon, que, para mim, abordava melhor o tema imigração e diferentes tipos (já que a família dela foi para os EUA) mas a série mostra bem como o Solomon não se sente pertencente a nenhum dos três lugares: no Japão ele é coreano (mesmo tendo nascido e vivido no Japão), nos EUA ele é um asiático, na Coréia ele é estrangeiro.

Solomon (Jin Ha) da série é mais ambicioso e tem espaço para seguir a história dele para além do livro, inclusive essa busca de identidade.

A série tem uma personagem maravilhosa (a senhora coreana que não quer vender a casa) que no livro não passa de duas frases. Na série essa senhora tem destaque e uma das melhores cenas.

Na série Solomon e Hana tem sua história reduzida mas o desfecho é parecido e importante para ele.

A história da Sunja idosa na série é um pouco diferente e ela é mais participativa na vida adulta do Solomon. 

A história da Sunja criança até a imigração para o Japão é quase igual ao livro. A série nos dá vários elementos a mais que não tem no livro e melhora a história. O episódio 4 é um exemplo disso e é maravilhoso.

Sunja e Isak em Osaka na série tem algumas diferenças para o livro mas deixa a história mais interessante. O irmão do Isak e a esposa seguem a história do livro.

A série introduz o Noa no último episódio da temporada, ainda criança (o garotinho que faz é sensacional). Não sei se vai seguir a história do livro mas precisamos saber! Também quero saber mais do Mozazu da série que até agora só vimos versão bebê e senhor de meia idade (o ótimo Soji Arai).

Uma coisa que a série fez lindamente foi toda a parte da Sunja com o Hansu. E faz melhor do que o livro quando consegue mostrar como o Hansu é uma espécie de sombra pairando sobre a vida da Sunja. Na série vemos os vários lados do Hansu que ganhou um episódio próprio contando a história dele jovem durante o terremoto de 1923 em Yokohama, que não tem no livro, e é ótimo! Vamos combinar que o Lee Minho é bonito e carismático.

Ainda não sei se terá uma segunda temporada (dedinhos cruzados) mas essa primeira temporada deixou de fora o que considero a melhor parte da história: dos anos da segunda guerra até 1965. Acho que quem não leu o livro ficou curioso para saber o que acontece com alguns personagens, e até quem leu também porque tem algumas mudanças.

Espero que tenham feito essa série como uma novela coreana de 16 episódios que dividiram em 2 temporadas de 8 episódios.

UPDATE: foi só eu publicar esse post que a Apple TV+ anunciou que vai ter a segunda temporada. Ainda bem.

Enquanto isso vou deixar a abertura da série aqui. No último episódio da temporada a música foi cantada em coreano.


28.3.22

Oscar 2022

Se eu fosse definir esse Oscar em uma palavra: BAGUNÇA.

Começou com 3 apresentadoras, Amy Schummer, Wanda Sykes e Regina Hall. Depois cada uma fez um sketch individual. 

A melhor piada das 3 foi quando falaram que no "In Memorian" estaria o Globo de Ouro, PAH!

Só verdades na Amy Schummer dizendo que "Depois de anos ignorando mulheres finalmente temos um filme sobre o pai as irmãs Williams.". Outra verdade "Leo di Caprio fez tanto para combater as mudanças climáticas para deixar o planeta verde e limpo para suas namoradas.".

Regina Hall chamou alguns atores para fazer um "teste extra de covid", entre eles Bradley Cooper, Timothee Chalamet e o Simu Liu. Boba ela não é.

Wanda Sykes deu uma volta sem graça no novo Museu do Cinema.

A bagunça foi generalizada. As categorias premiadas antes da transmissão foram repetidas, então por que fazer antes? O DJ era preguiçoso repetindo a mesma música quando subiam no palco para receber o prêmio mas também tinha uma banda e uma orquestra. Os filmes indicados a melhor filme que sempre tinham alguem apresentando e dizendo porque o filme era bom dessa vez apenas eram jogados na tela.

Apresentações musicais chatérrimas. Beyoncé até se fantasiou de bola de tênis e levou a filha mas a música não ajudou. Saudades de Shallow.

Teve uma homenagem aos 60 anos dos filmes do James Bond mas nem levaram o Daniel Craig, nem Pierce Brosnan, nem Timothy Dalton. Teve Tony Hawk, Kelly Slater e Shawn White, nunca fizeram filmes mas sabem usar pranchas de esportes radicais muito bem. E eu tinha achado a homenagem dos 50 anos (em 2013) fraca mas teve Shirley Bassey cantando Goldfinger.

Teve homenagem ao Poderoso Chefão com Al Pacino, Bob DeNiro e Francis Ford Coppola.

Teve dois Oscars de voto popular que foi para A Liga da Justiça.

Até o In Memorian foi meio bagunçado com várias músicas, gente dançando.

A Youn Yuh-jung (a vó de Minari) foi a melhor pessoa nessa apresentação. Começou pedindo desculpas se por acaso errasse a pronuncia dos nomes, depois segurou o Oscar do Troy Kotsur para ele fazer seu discurso emocionado.

E teve torta de climão. O Chris Rock fez uma piada de mau gosto com a esposa do Will Smith e ele reagiu subindo no palco, deu um tapão na cara do Chris Rock e depois ficou gritando da platéia. Os japoneses de Drive My Car devem ter ficados chocados com a baixaria, ou não.

Categorias antes da transmissão:

Documentário Curta - The Queen of Basketball (não vi)

Melhor Curta - The Long Goodbye - Riz Ahmed ganhou um Oscar e não foi por atuação, esse curta é forte e está no Youtube.

Melhor Som - Duna

Melhor Trilha Sonora - Duna (maravilhosa do Hans Zimmer)

Melhor Direção de Arte - Duna

Melhor Edição - Duna

Melhor Curta Animação - The Windshield Wiper (não vi)

Melhor Maquiagem e Penteado - Os Olhos de Tammy Faye (não vi)

Duna começou ganhando os prêmios técnicos antes da premiação e continuou ganhando durante. É um filme muito bom, e muito bem feito.

Durante a transmissão:

Melhor Atriz Coadjuvante - Ariana DeBose por West Side Story. Ela é a energia do filme.

Melhor Fotografia - Duna

Melhor Efeitos Visuais - Duna

Melhor Animação - Encanto (único indicado que não vi. Raya e o Último Dragão e Família Mitchell eram os meus favoritos.)

Melhor Ator Coadjuvante - Troy Kotsur (CODA)

Melhor Filme Internacional - Drive My Car (o meu filme preferido de 2021). Ryusuke Hamaguchi levou a tradutora mas ela não fez um rabisco no caderninho porque ele fez o discurso em inglês.

Melhor Figurino - Cruella (justíssimo!)

Melhor Roteiro Original - Belfast (Worst Person In The World e Licorice Pizza eram os meus favoritos)

Melhor Roteiro Original - CODA (acho que os outros 4 indicados eram melhores, até fiz um livro x filme de Drive My Car)

Melhor Documentário - Summer of Soul (Muito bom.)

Melhor Música - No Time To Die da Billie EilishZzzzzzzzz. 007 com mais um Oscar de música.

Melhor Diretora - Jane Campion por Power of The Dog. Merecidíssimo.

Melhor Ator - Will Smith por King Richard. Tenho preguiça do Will Smith e nesse filme achei tudo muito caricato. Para mim, esse Oscar era ou do Denzel Washington ou do Benedict Cumberbatch. O Will Smith pediu desculpas para a Academia num discurso longo e apelativo.

Melhor Atriz - Jessica Chastain por Os Olhos de Tammy Faye. Não vi esse filme. O Sir Anthony Hopkins saiu de casa para apresentar esse prêmio. O discurso dela foi bom.

Melhor Filme - CODA (No Ritmo do Coração), o filme coração quentinho que foi lançado em janeiro de 2021 no festival de Sundance e conseguiu chegar no Oscar. Pelo esquema de votação do Oscar era previsível. Foi apresentado por Lady Gaga e Liza Minelli.

E assim terminou o Oscar desse ano. Devem todos estar comendo pizza.


26.3.22

+Filmes e Séries (e Documentários)

Séries

Severance - E se o seu eu do trabalho fosse separado do seu eu fora do trabalho? É o que acontece com as pessoas que trabalham na Lumen, assim que entram no elevador esquecem sua vida fora da empresa e vice versa. Acontece que um dos funcionários foi despedido e ele consegue reverter o processo que separa as personalidades e vai atrás de seu melhor amigo do trabalho (que fora da empresa não sabe quem ele é). Ainda não acabou a temporada mas é essa série é muito boa. Apple Tv+

We Crashed - série com Jared Leto fazendo o israelense Adam Neumann que criou a We Work. Eu achava que a We Work fosse apenas espaço de escritório para uso coletivo mas pelo jeito era quase uma seita. A Anne Hathaway faz a esposa dele, Rebekah. É mais uma série de gente enganando gente, dessa vez com papo de coach. Já tem 4 episódios e fiquei curiosa para ver o resto. Apple Tv+

Euphoria - A segunda temporada dos adolescentes que me fazem ficar aliviada de não ter filhos adolescentes. Não foram todos os episódios bons, mas tem 4 que valem muito a pena ver a temporada. HBO Max.

Our Flag Means Death - Série comédia escrachada sobre piratas. Sim, piratas. O Stede Bonnet realmente existiu e era conhecido como o Gentelman Pirate porque ele era muito educado, veio de família rica e decidiu viver a vida perigosa dos mares do caribe. A série fica boa mesmo (e mais engraçada) quando ele conhece o Barba Negra, depois do episódio 3. E é com o Taika Watiti. HBO Max

The Tourist - Jamie Dornan sofre um acidente no meio do outback australiano e quando ele acorda no hospital não lembra de nada, nada mesmo, não sabe seu nome, de onde vem nem para onde estava indo. Ele conta com a ajuda da policial Helen para descobrir quem ele é. Gostei, Mr. Grey é divertido e um colírio par aos olhos. HBO Max

mr. grey com leitinho australiano

Filmes

Lucky Chan-sil - filme coreano sobre uma produtora de filmes que fica desempregada quando o diretor com quem ela fazia filmes morre de repente. Chan-sil passa a trabalhar de faxineira para uma das atrizes e faz amizade com um professor de francês. Ela mora com uma senhora (a vó de Minari) e conversa com um fantasma de só anda de cueca. MUBI

Right Now, Wrong Then e On The Beach at Night Alone  - Dois filmes do diretor coreano Hong Sang-soo com a Kim Min-hee. A fofoca coreana é que eles tiveram um caso na vida real. Right now, Wrong Then é sobre um diretor de cinema (casado) que vai para uma cidade apresentar seu filme e lá ele conhece uma artista. O interessante desse filme é que quando você acha que acabou vem a mesma história em outro ponto de vista, e bem mais interessante o que faz o filme valer a pena. On The Beach At Night é sobre uma atriz que está em Hamburgo passando um tempo longe das fofocas que ela teve um caso com o diretor. Ela volta para Coreia mas todo mundo sabe do babado. Achei esse filme muito, muito chato. MUBI

Marry Me - comédia romântica com J.Lo e Owen Wilson. J.Lo é uma cantora famosa que está noiva do Maluma e os dois vão casar durante um show, mas ela descobre que ele a estava traindo. Aí no meio do show ela acaba casando com o Owen Wilson que estava lá só acompanhando a filha adolescente. É tipo Notting Hill. Divertido.

American Girl - filme taiwanês sobre uma adolescente que morou quase a vida toda nos EUA e sua mãe decide voltar para Tawain para se tratar de uma doença e porque o pai delas ainda está lá. Fen é adolescente revolts, ela quer voltar para os EUA de qualquer jeito, não consegue se adaptar na escola, briga com a mãe, com a irmã menor. Ela se sente estrangeira. NETFLIX

The Weekend Away - Blair Waldorf vai passar um findi com sua amiga na Croácia e a amiga some. Blair fica desesperada e tenta descobrir sozinha o que aconteceu já que a polícia não ajuda. NETFLIX

Turning Red - Animação da Pixar sobre a Meilin, uma garota de 13 anos chinesa-canadense, com uma mãe controladora, que um dia vira um enorme panda vermelho. A mãe de Meilin acha que é a menstruação dela que chegou mas depois descobre que é o panda que vem a ser uma espécie de "maldição na família". Acontece que Meilin curte seu panda e não quer fazer o ritual para mantê-lo domado e escondido. O desenho é bem dinâmico, quase mangá, a Meilin me lembrou a Mônica com seu temperamento e a amiga dela Abby me fez rir. Disney+

Fresh - Filme que começa como uma comédia romântica mas com 30 min já te diz que não é bem assim. Noa vai num date péssimo e fica traumatizada com o Tinder. Um dia no supermercado ela conhece o Steve, cara bonito, bacana, que não tem redes sociais, e eles começam a sair. Tudo está ótimo e Steve a convida para um fim de semana na cachoeira. Parei para não dar spoiler. Sebastian Stan e Daisy Edgar Jones tem química. STAR+

The Adam Project - um filme família fofis sobre um cara que vem de 2050 e junto com seu eu de 12 anos tem que resolver uns problemas que afetam o futuro. NETFLIX

Deep Water - Ben Affleck e Ana de Armas fazem um casal que dorme separado na mesma casa, tem uma filha, e frequentam as festas dos amigos. Ela tem alguns "amigos" e ele sabe. Alias, todo mundo sabe desse arranjo dos dois. Um dia ele resolve ter ciúmes. Poderia ser bom mas é RUIM. Nem Ana de Armas salva esse filme. Amazon Prime Video

Ride The Eagle - Um filme simpático sobre um cara que a mãe morreu e deixou uma casa na montanha mas ele tem que fazer algumas coisas numa lista que ela deixou. A mãe dele o largou adolescente para fazer parte de um culto. HBO Max

The Dead Don't Die - Filme de zumbis pretencioso. Bill Murray e Adam Driver fazem a linha "ai, zumbis, estamos entediados". Achei tudo bobo, os zumbis, a mensagem. A Tilda Swinton merecia zumbis coreanos. Ninguém faz zumbis como os coreanos. Se é para ver zumbi na NETFLIX melhor assistir All Of Us Are Dead ou Train To Busan.


Documentários

Lucy and Desi - Sobre Lucille Ball e Desi Arnaz que fizeram a série de maior sucesso dos anos 1950/1960. É MUITO melhor do que ver o filme ruim com a Nicole Kidman e Javier Bardem. Amazon Prime Video

The Andy Warhol Diaries - série de 6 episódios sobre Andy Warhol a partir de 1976 quando ele começou a escrever um diário contando tudo sobre sua vida e todos em volta. Para mim poderiam ter expandido a série para os anos antes dele levar um tiro (antes de 1968) que foram os anos áureos da Factory. NETFLIX

3 Toneladas: O Assalto ao Banco Central - Série de 3 episódios sobre o roubo do Banco Central em Fortaleza, onde os criminosos cavaram um túnel de uma casa perto do banco até o cofre e roubraram 164 milhões de reais. Está bem feita, e é quase inacreditável como conseguiram. NETFLIX

Summer of Soul - Documentário que foi indicado ao Oscar desse ano. É sobre um festival de música que aconteceu em 20 de julho de 1969 no Harlem. Foi tudo filmado mas colocaram numa gaveta e só agora, mais de 50 anos depois, estamos vendo esse show num parque. As músicas são ótimas e tem também várias entrevistas.


10.3.22

The Battinson

O homem morcego está de volta as telas do cinema. Dessa vez pelas mãos de Matt Reeves (Planeta dos Macacos: Confronto e A Guerra) com o Robert Pattinson como Batman. 

(aqui no blog Robert Pattinson é conhecido como Vampirinho, sim, o do Crepúsculo)

O Batman desse filme é mais jovem, está no seu segundo ano como o vingador mascarado de Gotham (segundo os caderninhos de anotações dele), é meio emo, mora num apartamento gótico com o Alfred que não o ajuda, é revoltado mas ainda está aprendendo algumas coisas e descobrindo verdades. Esse Batman vem ao som de Nirvana.

Felizmente esse filme não mostrou origem do herói, The Batman já chegou chegando porque a essa altura todo mundo já sabe o que aconteceu e como ele virou vigilante.

O prefeito de Gotham é assassinado dias antes da eleição e o vilão da vez é o Charada que gosta de deixar enigmas para o Batman decifrar. O Charada desse filme está mais para o serial killer do Zodiaco do que para o fanfarrão do Jim Carrey. 

O Batman tem os melhores vilões.

O Charada quer mostrar para Batman que a podridão de Gotham é muito maior do que os criminosos da cidade que roubam lojas, picham paredes, fazem bullying com os cidadãos ou matam pessoas e distribuem drogas. O buraco é bem mais fundo do que a caverna do Batman (que nesse filme está mais para garagem subterrânea do prédio).

O Bruce Wayne quase não aparece, e ele não está nem aí para os negócios da família (nem para a filantropia). Bruce Wayne está mergulhado na sua missão de vingança, ele não tem um plano, ele vai na oportunidade.

O Batman desse filme é um detetive e dos bons. Ele se mete no trabalho da polícia e goza de privilégios junto ao tenente Gordon (o que lembra mais a série dos anos 1960 do que os filmes do Tim Burton e do Nolan).

A Mulher Gato é uma ladra mas ela também quer fazer uma limpa na cidade e se junta ao Batman. Zoe Kravitz arrasa.

Além do Charada (o excelente Paul Dano que poderia ter aparecido mais) tem o Pinguim mas nesse filme ele é só um mafioso coadjuvante. Aguardo a volta do Pinguim porque Colin Farrell está irreconhecível e ótimo.

O filme é do Vampirinho, que fez muitos filmes bons depois da "saga" Crepusculo e já provou que é um ótimo ator (Good Time, O Farol, Cosmópolis, The Devil All The Time). O Batman está em quase todas as cenas desse filme, que, inclusive, é narrado por ele. O vilão é muito bom mas aqui o foco é no morcegão e como ele ainda precisa aprender um bocado. Robert Pattinson (em forma) acerta na angústia do Batman que é difícil de fazer só com os olhos já que ele passa o filme quase todo mascarado.

Depois desse filme, o Vampirinho, aqui no blog, passa a ser conhecido como Battinson.

O filme tem violência, é escuro (mas bem fotografado), muita chuva, tem cenas de ação boas e a trilha sonora, do Michael Giacchino, tem um quê da marcha imperial do Darth Vader (já existe um mash up no Spotify). Vale a pena ficar vendo as letrinhas dos créditos para escutar Sonata in Darkness no piano. 

Gostei muito desse filme, entra no meu top 3 filmes do Batman, junto com O Cavaleiro das Trevas (2008) e Batman, O Retorno (1992).

A Tia Helô ia achar um exagero menino Bruce sair dando porrada pela cidade. 417 "Ai, Jesus!" para o cinto de utilidades do Battinson.

26.2.22

+Filmes e Séries (e novelas coreanas)

Filmes

Nightmare Alley - filme do Guillermo Del Toro com Bradley Cooper e Cate Blanchett que concorre ao Oscar de melhor filme, figurino e design de produção. É sobre um homem que vai trabalhar numa espécie de circo itinerante (nos anos 1940) e aprende os truques com um casal de adivinhos. Achei ok, poderia ter meia hora a menos e o plot twist não foi surpresa, mas é bem feito. 

The Fallout - filme sobre uma garota que sobrevive a um tiroteio na escola e como ela vive a síndrome pós-traumática. É bem feito, tem os altos e baixos da garota, a mudança de comportamento, a relação com a família e amigos e como cada um reage aos acontecimentos. (HBO MAX)

Asako I&II - filme de 2018 dirigido pelo Ryusuke Hamaguchi (Drive My Car). Asako se apaixona por Baku, um cara livre, leve e solto, e eles vivem um romance intenso mas Baku um dia sai para comprar cigarros e não volta. Asako larga tudo em Osaka (inclusive as amigas) e vai para Tokyo trabalhar num café. Em Tokyo ela conhece Ryohei que é a cara do Baku (é o mesmo ator) mas trabalha numa empresa de sakê e é uma pessoa estável. Ryohei se apaixona por Asako, ela resiste mas depois eles acabam namorando e morando juntos. Cinco anos depois Baku aparece. Achei esse filme muito bom. (MUBI)

Kimi - O Steven Soderbergh diz que vai se aposentar mas continua fazendo filmes. Esse é sobre uma mulher que trabalha corrigindo erros de uma inteligencia artificial tipo Alexa que se chama Kimi. Um dia ela escuta o que parece uma agressão e ela denuncia a empresa. Acontece que a empresa está em vias de financiamento e isso pode dar errado. É tenso e o apartamento da Zoe Kravitz nesse filme é maravilhoso. (HBO MAX)

Audible - documentário curta metragem que foi indicado ao Oscar desse ano. É sobre um grupo de jovens surdos que fazem parte de um time de futebol americano numa escola de surdos e que compete com times de atletas que escutam. (NETFLIX)

The Long Goodbye - ficção curta metragem que também foi indicado ao Oscar desse ano. Tem Riz Ahmed fazendo um rapaz que está tranquilo numa festinha com a família em casa quando a policia faz uma batida na rua. É forte. (No Youtube)

The Tinder Swindler - um documentário sobre um golpista que enganava mulheres e as convencia a dar dinheiro para ele. Ele se dizia um milionário filho de um dono de um empresa de diamantes, levava as mulheres para andar de jatinho mas depois dizia que estava sendo perseguido e ameaçado e pedia dinheiro. E ele chegava nelas via Tinder. (NETFLIX)


Séries

All Of Us Are Dead - Série coreana de zumbis. Não gosto de coisas com zumbis (abandonei Walking Dead na primeira temporada) mas ninguém faz zumbis como os coreanos, vide o ótimo Train to Busan (Netflix). Os zumbis coreanos são acrobáticos e ágeis, e fica tudo mais tenso porque na Coréia do Sul, ao contrário dos USA, ninguém tem armas de fogo então as pessoas tem que ser mais criativas para fugir dos zumbis. É sobre um grupo de estudantes que fica preso na escola enquanto tem um ataque zumbi. Os zumbis são resultado de um vírus criado por um professor de biologia na esperança que desse coragem para seu filho enfrentar os bullies da escola (e bully asiático é outro nível) mas o transforma no zumbi inicial. Essa série poderia ter 2 episódios a menos mas é muito boa. A cena na biblioteca do episódio 5 é incrível de bem feita. (NETFLIX)

The Book of Boba Fett - É Star Wars mas não ia ver essa série porque não me importo com o Boba Fett. Pra mim ele é apenas um coadjuvante do coadjuvante que os fãs se apegaram. Nos filmes originais ele aparece 3 minutos e morre (bem, cai na boca da minhoca do deserto). Mas o ressuscitaram em The Mandalorian e deram uma série para ele. O que me fez ver essa série foi o episódio 5 (e acho os 4 primeiros dispensáveis). Por que? Bem, o episódio 5 é um episódio só com o Mandalorian, no 6 tem Baby Yoda treinando com Luke Skywalker e no último episódio Mando e Baby Yoda (me recuso a chamar de Grogu) se juntam para ajudar o Boba Fett na trama mais sem importância das galaxias (além de chupada de Duna). Achei sacanagem colocarem esses episódios do Mandalorian no meio da série sem graça do Boba Fett. (Disney +)

The Gilded Age - Série do Julian Fellows (Downton Abbey) que passa em NYC em 1880. Uma familia de novos ricos se instala do outro lado da rua de uma familia quatrocentona que veio no Mayflower. Fofocas, intrigas e muita frescura, tudo muito bem produzido. (HBO MAX)

The After Party - Série sobre a investigação da morte de um cantor pop famoso que aconteceu na festa da reunião dos amigos do high school. É uma comédia e cada episódio é uma das pessoas na festa contando seu lado. O episódio musical é muito bom. (Apple TV+)

Inventing Anna -Série da Shonda Rhimes sobre a golpista Anna Delvy/Sorokin que enganou os ricos de NYC usando roupa de marca e sendo grosseira. (NETFLIX)

Pam and Tommy - Pamela Anderson e Tommy Lee fizeram uma sex tape que foi roubada e o ladrão se aproveitou da terra sem lei que era a internet para vender os VHS. Pamela Anderson na época era famosa porque fazia Baywatch e Tommy Lee foi o baterista da Mötley Crue.  (STAR+)

Casamento as Cegas Japão - o reality que os casais primeiro conversam muito e para se ver tem que pedir em casamento. O interessante é ver as diferenças culturais, ainda mais quando também estreou a segunda temporada do Casamento as Cegas USA. (NETFLIX)

Jonathan Van Ness Quer Saber - o cabeleireiro preferido da NETFLIX agora tem uma série onde ele vai matar a sua (e nossa) curiosidade sobre vários assuntos, de insetos e besouros a arranha-céus.


Novelas Coreanas

Our Beloved Summer - No último episódio foi que me dei conta que vi a versão novela coreana de Normal People. Mas como é novela tem muitos elementos a mais (inclusive camera lenta e momentos fofos). Ung e Yeon Soon estão no último ano da escola e são escolhidos para fazer um documentário sobre o pior e melhor alunos da turma. Ele é o pior (mas adora ler e desenhar) e ela é a melhor. Depois de filmar o documentário eles começam a namorar e ficam juntos por 5 anos mas Yeon Soon dá um fora no Ung (mesmo gostando dele). Cinco anos depois que acabaram e nunca mais se viram, o documentário faz sucesso na internet e os dois são abordados para fazer um follow up 10 anos depois. E aí eles se reencontram e tentam resolver as diferenças. As semelhanças com Normal People são muitas: Yeon Soon é a esquisita da escola (e a mais inteligente), tem uma certa diferença financeira entre os dois e Ung tem depressão (mas como é novela coreana é mais light) e no final o que a Yeon Soon diz é quase palavra por palavra da boca da Marianne. E em vez de cenas de sexo temos muitas cenas de Ung e Yeon Soon sendo fofos. Pulei a trama do amigo que faz o documentário porque achei nada a ver tentar enfiar um triangulo amoroso nessa história e ele era muito chato. O ator que faz o Ung, Choi Woo-sik, é o rapaz de Parasita. (NETFLIX)

Snowdrop - Romeu e Julieta nos anos 1980, onde o pai dele é alto escalão da Coréia do Norte e o pai dela quer ser candidato a presidente na Coréia do Sul. Essa novela usa todos os elementos da peça e acho que Shakespeare aprovaria. Young-ro é uma universitária e mora num dormitório feminino com 3 amigas. Um dia as 4 vão num blind date coletivo e Yong-ro conhece o Soo ho. Os dois se encontram numa loja de discos e rola um clima mas ela nota que ele meio que se esconde da polícia. Depois do encontro ele some mas seis meses depois aparece baleado dentro do quarto dela (entrou pela janela) e ela o esconde no dormitório achando que ele é apenas um estudante sendo perseguido por protestar (mas ele é espião mesmo). Ele passa semanas escondido no dormitório e depois consegue sair. Soo ho está voltando para Coréia do Norte mas antes dá uma passadinha no dormitório, a policia descobre e ele acaba fazendo as alunas reféns. A novela é quase toda essa situação de reféns dentro do dormitório com negociações entre Soo ho e seus 2 colegas espiões com a policia da Coreia do Sul, os políticos e a Coréia do Norte. Tem plot twists bons. O Jung Hae-In faz o Soo ho, ele é muito bom (e fofo), malhou para fazer essa novela e o shirtless é super digno. (STAR+)

24.2.22

Outras Tias (19)

Fazia tempo que não aparecia uma história de tia aqui, mas hoje me contaram essa.

A Tia Reine casou muito nova e quando ficou viúva, aos 60 anos, decidiu que seu momento chegou, a vida é para ser aproveitada.

Ela foi fazer aula de canto, fez plásticas, fez muita ginástica e fez teatro. Foi para a vida boêmia da cidade.

Aos 85 anos ela arranjou um namorado de 65 anos que ela chamava de cangaceiro (ninguém sabe o motivo mas podemos imaginar).

Tia Reine pediu para ser colocada no caixão usando roupas de ginástica (inclusive o tênis), depois ser cremada e ter as cinzas jogadas na avenida onde morou. 

Quando morreu seu pedido foi atendido. Suas sobrinhas só acharam difícil colocar o top e a calça colada, mas deu certo.

Life goals: Tia Reine.

22.2.22

Licorice Pizza

Paul Thomas Anderson está de volta com um filme novo e indicado a 3 Oscars (Filme, Diretor e Roteiro Orginal). Gosto muito dos filmes dele, de Punch Drunk Love a Trama Fantasma passando por Magnólia, Boogie Nights e Sangue Negro. Os temas são variados e as trilhas sonoras sempre muito boas (resultado da parceria com Johnny Greenwood do Radiohead).

Posso considerar Licorice Pizza o filme teen do PTA, mas teen com pedigree.

É a história de Gary e Alana. Gary é um ator juvenil (de 15 anos) que sabe que precisa investir em outras coisas porque a carreira de ator pode não ser duradoura. Alana tem 25 anos, ainda mora com os pais, trabalha com um fotógrafo que faz fotos em colégios e não sabe bem o que quer da vida.

O ano é 1973, nos arredores de Los Angeles, Gary e Alana se conhecem no dia da foto na escola. Gary tem um crush instantâneo na Alana, ela resiste mas acha o garoto (cheio de confiança) fofo. Eles ficam amigos e depois sócios em um negócio de colchões de água (coisas dos anos 1970).

É uma amizade cheia de nuances porque tem a diferença de idade mas eles tem muita afinidade. Gary é maduro para idade, mas tem 15 anos e Alana se pergunta (e para a amiga) algumas vezes o que está fazendo andando com Gary e seus amigos.

Os outros homens no filme que passam pela vida da Alana ou querem mandar nela (o pai) ou querem a sua juventude (o personagem do Sean Penn) ou se aproveitar (o personagem do Bradley Cooper) ou usá-la para outro propósito (o político). Gary é o único que olha para ela como igual e a ajuda.

Alana e Gary passam o filme correndo (literalmente) um em direção ao outro e, as vezes, juntos. A pressa da juventude.

Não importa se eles tem futuro. 

A trilha sonora desse filme é muito boa, de David Bowie a Paul McCartney e The Doors (escutei a trilha do filme enquanto escrevia esse post). A reconstituição de época também é ótima: no design de produção, nos figurinos e nos comportamentos.

A Tia Helo diria para Gary deixar as calças brancas de lado. 356 "Ai, Jesus!" para o dono do restaurante japonês.

O filme é tão bom quanto o trailer promete. 


Cooper Hoffman corre muito bem, entrou na minha lista de melhores corredores do cinema, junto com Tom Cruise e Daniel Craig.

Poderia ter comparado esse filme com Eduardo e Mônica, mas são épocas, países, cidades e pessoas com personalidades diferentes. E são dois ótimos filmes.

20.2.22

Beijing 2022 (2)


Na segunda semana das Olimpiadas em Beijing teve:

A brasileira Nicole Silveira conseguiu ir até a final no skeleton e ficou em 13. No bobsled de duas pessoas o Brasil ficou em 29, na frente da Jamaica e atrás de Trinidad Tobago. No bobsled de 4 o Brasil chegou na final e ficou em 20.

Teve uma competição mista de snowboard cross que achei ótima. Primeiro era a bateria dos homens e depois as mulheres saiam de acordo com os tempos de chegada dos homens. Tinha umas ultrapassagens emocionantes e estava nevando muito. O USA ficou com ouro, Italia com a prata e Canada com o bronze.

Shaun White se despediu das Olimpiadas (foi sua quinta) com o quarto lugar no Snowboard Halfpipe e foi aplaudido. O japonês Ayumu Hirano foi medalha de ouro, na última volta ele acertou uma manobra dificílima e arrancou o primeiro lugar do australiano Scotty James. Em terceiro ficou o suíço Jan Scherrer.

Não vi nada do hóquei porque passava no meio da madrugada mas a Eslováquia ganhou dos USA nos penaltis e os americanos ficaram fora da competição. Na semifinal a Eslováquia perdeu para Finlandia, a final foi Finlandia x ROC e os finlandeses ficaram com o ouro.

E as canadenses venceram as americanas na final do hóquei feminino.

No Esqui Combinado Nordico (que é salto com cross country) de 10km os atletas estavam esquiando com temperaturas de 20 abaixo de zero. O japonês estava na frente o tempo todo mas no fim os dois noruegueses passaram dele. A Noruega domina essa modalidade. Aliás, a Noruega domina as olímpiadas de inverno, foi primeira no quadro de medalhas.

No esqui alpino combinado (downhill e slalom) a suíça Michele Gisin foi a campeã. Essa modalidade me dá muita aflição de ver porque a velocidade no downhill é impressionante, vai a mais de 100km/h e depois tem o slalom que vão desviando das bandeirinhas.


Na patinação de velocidade teve o Speed Skating Mass Start que é uma modalidade que iniciou em PeyongChang 2018. Geralmente a patinação de velocidade é feita em com duas ou 4 ou 6 pessoas no gelo e os tempos são comparados. Na Mass Start 24 atletas largam juntas para 16 voltas e ganha quem chega primeiro. É emoção até o fim e tem muitas quedas (que é perigoso, imagina aquela lâmina afiadíssima). Vi a prova feminina e a holandesa Irene Schouten ficou com o ouro depois que ultrapassou a canadense Ivanie Blondin no último passo. A italiana Francesca Lollobrigida ficou com o bronze. A Irene Schouten foi medalha de ouro em 3 provas nessa olímpiada: 3000 metros, 5000 metros e Mass Start e ainda foi bronze por equipes. A Holanda domina esse esporte.

Vamos a patinação artística.

Teve a dança no gelo, que acho meio sem graça porque não tem saltos, nem piruetas radicais, nem aqueles arremessos de patinadora, mas tem as melhores músicas e alguns levantamentos interessantes. A dupla francesa foi campeã, seguida da dupla do ROC (risos) e dos americanos.

Na patinação de duplas, que tem saltos, arremessos e piruetas da morte, os chineses foram impecáveis e levaram a medalha de ouro. Prata e bronze para os atletas do ROC (risos).

A Kamila Valieva foi autorizada a patinar depois de toda a treta com o doping. Terminou o programa curto em primeiro lugar e chorou no fim da apresentação. 

A treta do doping continuou, se a Kamila Valieva tivesse ficado no pódio não ia ter cerimônia da medalha e as atletas só iriam receber as medalhas depois do julgamento. A medalha da competição por equipes ainda não foi entregue, também aguardando o fim desse imbróglio. 

No programa livre a Kamila Valieva (de apenas 15 anos, vamos lembrar disso) foi a última a patinar e sentiu a pressão. Ela terminou a competição em quarto lugar. Em primeiro ficou Anna Shcherbakova (ROC) que patinou lindamente, não errou uma pirueta nem salto. Em segundo outra atleta do ROC, Alexandra Trusova que fez 5 saltos quadruplos (errando a finalização de alguns) e bateu recorde de pontos técnicos. Em terceiro a fofa da Kaori Sakamoto.

Antes do pódio teve a maior torta de climão, a Alexandra Trusova se revoltou com o segundo lugar, chorou, reclamou, achou que seus saltos quádruplos valiam mais, disse que odiava o esporte. (Segundo a comentarista da Sportv foi "um chilique olímpico") Essas são meninas de 17 anos e a pressão é grande porque, segundo a comentarista da Sportv, o ROC (risos) não leva atletas com mais de 19 anos para as olimpíadas na patinação artística. De acordo com os padrões russos, a Kamila Valieva ainda pode ter outra olimpíada mas Trusova e Shcherbakova não.

Não é patinação artística olímpica sem uma treta.

anna shcherbakova

A apresentação de gala da patinação foi bem animada. Os atletas patinam mais soltos e as coreografias são bem mais criativas.

Para quem fica perguntando porque coloco (risos) depois de ROC:


(Post do que aconteceu na primeira semana)

Acabou. 

Até (Milão) Cortina D'Ampezzo 2026.

Acabou não, ainda tem as Paralimpiadas de Inverno em março.

17.2.22

Drive My Car: Filme x Livro

O filme japonês Drive My Car (Doraibu Mai Kâ) dirigido pelo Ryûsuke Hamaguchi e estrelado por Hidetoshi Nishijima e Tokô Miura, está indicado em 4 categorias do Oscar: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Filme Internacional e Melhor Roteiro Adaptado.


Esse filme fez sucesso em todos os festivais que foi exibido em 2021 e acho muito justo. Está no meu top 5 filmes que vi em 2021.

É um filme longo, são 3 horas, e que usa bem esse tempo para contar a história. Os créditos iniciais vem depois de 40 minutos de filme.

O filme é baseado em um conto do Haruki Murakami que tem o mesmo título do filme. Esse conto está num livro chamado Homens sem Mulheres. Depois de ver o filme fiquei curiosa com a história original e comprei o livro. São 7 contos sobre homens e como se relacionam com o abandono, a paixão, o desejo, a descoberta e a perda.  

Descobri que o filme é, na verdade, a adaptação de dois contos desse livro: Drive My Car e Sherazade. E acho que foi uma adaptação muito bem feita e que ficou até melhor do que os dois contos.

O conto de Drive My Car é sobre um ator, Kafuko, que descobre ter glaucoma e precisa de um motorista. Depois de um teste, ele contrata a Misaki para levá-lo de ida e volta ao teatro, onde ele faz Tio Vanya. Ele aproveita para decorar as falas e os dois acabam conversando. Ele conta que sua esposa morreu (de uma doença) e que ela tinha amantes. Ele ficou amigo do último amante que ela teve e os dois sempre iam beber e falar da esposa porque Kafuko queria entender o motivo dela procurar outros homens. Misaki conta de suas origens em Hokkaido e talvez dê um insight sobre a esposa do Kafuko.

Sherazade é um conto sobre um homem que escuta histórias que sua amante conta depois do sexo e ele anota num caderninho. Uma das histórias é sobre uma garota invadindo a casa de um crush na época da escola. Ele é viciado nas histórias dela e estremece só de pensar que ela pode não aparecer um dia.

Sobre o que é o filme? Eu conto (sem spoilers).

O filme começa com Kafuku e sua esposa Oto, na cama, e ela está contando uma história. Depois descobrimos que ela é roteirista e que logo após o sexo ela tem idéias para roteiros e conta para Kafuko. Mas ela esquece o que contou e ele é encarregado de lembrar e anotar. E a história que ela conta é a mesma do livro mas tem algumas mudanças e desenvolve para melhor.

Kafuko é um ator de teatro conhecido e Oto trabalha na TV. Kafuko descobre que tem glaucoma e precisa tomar cuidados.

Um dia Kafuko tem que fazer uma viagem a trabalho mas o voo atrasa e ele decide voltar para casa. Do mesmo jeito silencioso que ele entra em casa, ele sai depois de ver a esposa com outro homem no sofá da sala. 

Descobrimos que há mais de 15 anos Oto e Kafuko tiveram uma filha que morreu criança, Oto decidiu que não queria mais filhos.

Outro dia Kafuko chega em casa e Oto está morta no chão, foi uma morte repentina. Tem o velório e o homem do sofá (que é um ator mais jovem) vai dar os pêsames.

Dois anos depois Kafuko vai para Hiroshima dirigir uma adaptação de Tio Vanya com um elenco internacional (cada ator diz as falas em sua língua). O homem do sofá faz um teste para a peça e é escalado no papel principal.

Por questões de segurança, a companhia de teatro diz que Kafuko tem que ter um motorista. Ele resiste porque adora dirigir, ele fica passando as falas de Tio Vanya (com uma fita gravada pela esposa) enquanto faz o caminho e seu carro é quase uma relíquia. Mas ele aceita fazer um teste com a jovem Misaki Watari e acaba a aceitando como motorista.

Kafuko de vez em quando se encontra com o homem do sofá para falar da peça e de sua esposa e eles bebem um bocado.

E com Misaki ele desenvolve uma relação de amizade e talvez pai e filha.

Do filme é isso que posso contar, vale muito a pena ver. É sobre muitas coisas mas principalmente como entender o outro, seja por escutar, por falar, por gestos, por olhares ou até por histórias contadas por terceiros.

Achei que juntar os dois contos foi uma ótima idéia e a forma como as relações foram desenvolvidas para além do que tem nos contos foi muito bem feito.

Claro que tem muitas referências a peça do Tchekhov mas não conheço o texto e nunca vi a peça. Quando vi o filme pela segunda vez reparei mais nas falas da peça que ele passa dentro do carro sempre tem alguma relação com o que aconteceu com o Kafuko.

Não posso avaliar se ganha ou não o Oscar de Roteiro Adaptado porque não li os livros dos outros filmes indicados (Power of The Dog, A Filha Perdida e Duna. CODA foi adaptado de um filme francês) para poder comparar, mas essa indicação foi mais do que justa. Inclusive esse roteiro ganhou o prêmio em Cannes.

Quanto as outras indicações, acho que leva Melhor Filme Internacional. Não tem o apelo popular que teve Parasita (os coreanos fazem plot twist e trabalham fotografia muito bem) para ganhar Melhor Filme.

O Murakami é muito fã dos Beatles, nesse mesmo livro tem um conto chamado Yesterday (e menciona a música de Paul McCartney) e ele tem um outro livro chamado Norwegian Wood. Nem o conto nem o filme Drive My Car tem a ver com a música, mas sendo Murakami o título não é a toa, tanto que o título do conto nem foi traduzido para o português.

Os outros 5 contos do livro são:

Yesterday - Kitaro pede a seu amigo Tanimura para sair com sua namorada Erica porque teme que ela se interesse por outro já que ela está na universidade e ele ainda faz cursinho. No encontro Erica diz para Tanimura (depois de irem ver um filme) que gosta muito do Kitaro mas que não o entende e que está saindo com outro rapaz. (achei esse bom)

Orgão Independente - sobre um cirurgião plástico que só sai com mulheres comprometidas, mas tudo de forma que as partes estão cientes do tipo de relacionamento, tanto ele como elas. Acontece que um dia ele se apaixona pra valer e não consegue lidar com esse sentimento. (esse conto é melancólico)

Kino - Um homem descobre que a esposa o trai, se divorcia e abre um bar. (não me importei muito com o Kino mas consigo entender quem fica entediado com a tv e vai ler um livro e vice versa)

Samsa Apaixonado - Gregor Samsa acorda e descobre que agora é um ser humano. Ele não sabe como tem essa memória mas sabe que é. Ele vai descobrindo seu corpo e sensações enquanto tenta se locomover pela casa. Uma moça corcunda chega para ajeitar a fechadura e Samsa aproveita para tirar algumas de suas dúvidas sobre o que está acontecendo.

Homens sem Mulheres - um homem recebe a ligação do marido de sua ex-namorada dizendo que ela morreu. Ele passa a lembrar da ex-namorada e filosofar sobre homens que ficam sem as mulheres.


12.2.22

Get Back (no cinema)

Em dezembro do ano passado a Disney+ colocou The Betales: Get Back no streaming. É um documentário em 3 partes, cada uma com 2 horas e meia.

Em janeiro 1969 os John, Paul, George e Ringo decidiram que queriam fazer uma apresentação pública. Eles tinham deixado se se apresentar em 1966 e só lançavam discos (cada vez mais sofisticados). E já que iam fazer uma apresentação, por que não umas músicas novas?

A fase da banda era meio conturbada, o Brian Epstein, que era o manager da banda, morreu e os rapazes (que ainda nem tinham 30 anos) estavam tentando se organizar ao mesmo tempo que queriam seguir caminhos diferentes. A banda separou oficialmente em 1970, depois do lançamento do Let it Be, o disco com as músicas que nasceram nesses 30 dias de 1969.

Os Beatles começaram a ensaiar num galpão usado para fazer filmes e onde eles tinham gravado o video de Hey Jude. Depois eles foram para os seus estúdios na Savile Row em Londres e foi no telhado desse prédio que fizeram o show.

O diretor Michael Lindsay-Hogg deixou as cameras rolando, coisa que ninguém fazia na época, e resultou em muitas e muitas horas e video e audio. Na época ele fez o documentário Let it Be mas foi lançado depois que a banda acabou não é um filme feliz.

Já Peter Jackson (Senhor dos Anéis) pegou todo o material e viu que tinha mais potencial, e muita coisa que foi deixada de lado no filme do Let it Be.

A série documentário é um BBBeatles de primeira. É uma delícia de ver. Tem tudo: fofoca, intriga, família, palhaçadas, momentos geniais, tensão e muita música. A quimica entre John Lennon e Paul McCartney é excepcional, as vezes com um olhar eles resolvem tudo. Ringo é aquele cara que sabia exatamente onde estava, o que significava e queria aproveitar cada minuto. George Harrison estava numa fase difícil, ele se sentia preterido, suas músicas ficavam em segundo plano e é dele o momento de tensão no documentário. Nos momentos geniais temos Paul McCartney criando os primeiros acordes de Get Back do nada enquando George bocejava e Ringo apenas olhava. Tem o momento que George compõe a linda Something (que acabou em outro disco, o Abbey Road). A dinâmica deles era divertida, eles tocavam muitos covers enquanto a inspiração não chegava. Tem Sir George Martin sendo elegante, Billy Preston (melhor pessoa) nos teclados, Linda Eastman aparece com sua filha Heather para o momento mais fofo do documentário, e Yoko está lá o tempo todo.

Aí Peter Jackson resolveu fazer uma versão bem resumida, que é basicamente só o show do telhado, para ser lançada nos cinemas IMAX. E foi isso que vi ontem.

Não preciso nem dizer que a qualidade do som é espetacular, parecia que estava no telhado com o ouvido colado nos amplificadores. E ver tudo numa tela gigantesca é muito melhor. Esse filme mostra uma breve história da banda e vai direto para o show no telhado. O show é curto, 5 músicas, três foram tocadas mais de uma vez. Foi tudo gravado e alguns desses takes foram direto para o disco. Tem algumas (poucas) cenas que não tem no documentário mas é quase tudo igual. É para ficar até o fim das letrinhas.

A única coisa ruim é que foram apenas 65 minutos. Muito pouco. Terminou e eu queria pelo menos mais uma hora. Teria visto todo o documentário no IMAX. 

10.2.22

Beijing 2022

Estamos de volta ao modo Olimpiadas, dessa vez as de inverno. E repetindo o que postei em 2018:

Adoro as Olimpíadas, de verão e inverno. Confesso que conheço pouco dos esportes de inverno, por motivo de: moro no nordeste do Brasil e, vamos combinar, o máximo de esporte de inverno que vejo por aqui é arremesso de cubos de gelo.
Mesmo assim acompanho quase tudo pela TV. Adoro as roupas tecnológicas coloridas (e coladas), bochechas rosadas e de ver a neve branquinha enquanto suo de calor. Como disse antes: gosto de todos os esportes. Da velocidade do esqui, das manobras do snowboard, das coreografias da patinação, da testosterona do hockey e até da precisão do curling.

A abertura das Olimpiadas de inverno em Beijing foi bem minimalista se comparada a das Olimpiadas de verão em 2008. Dessa vez nada de tambores e milhares de pessoas no centro do Ninho do Pássaro. Tinha público, mas bem reduzido. Usaram bem os efeitos visuais com as telas e projeções no campo. As delegações também foram reduzidas mas o besuntado de Samoa apareceu.

Teve bastante fogos de artifício mas senti falta de drones (que os japoneses usaram lindamente em Tóquio 2021)

o tema era floco de neve

esse óleo deve ser melhor que qualquer casaco

Já tem uma semana que começou e muita coisa aconteceu.

No Snowboard Slope Style a kiwi Zoi Sadowski Synnott ganhou a primeira medalha de ouro em jogos olímpicos de inverno para a Nova Zelândia. Essa modalidade é um skate park gigante com obstáculos e rampas numa descida ingreme. É lindo de ver.



No Snowbard Halfpipe a americana Chloe Kim, aos 21 anos, foi BI-campeã olímpica. Ela foi a sensação em Pyeongchang 2018 com 17 anos e voltou para mostrar que faz aquelas rotações como poucos.



O tri-campeão olímpico Shaun White está lá em sua quinta olimpiada (ele foi ouro em 2006, 2010 e 2018). 

Vi menos curling mas consegui ver a competição com duplas mistas. Continua divertido ver as varridas no gelo.

A patinação de velocidade teve uma competição mista que foi muito interessante.

O Brasil tem uma delegação com 10 atletas nos seguintes esportes: esqui alpino, cross country e freestyle, bobsleigh e skeleton (os trenós). Até agora só vi a Sabrina Cass no esqui freestyle, que foi bem mas não se classificou para a final.

A Russia continua competindo disfarçada (pero no mucho) de ROC (o comitê olímpico russo).

Mas vamos a patinação artística.

Na competição por equipes o ROC (risos) ganhou medalha de ouro, em segundo ficaram os americanos e em terceiro os japoneses. Nessa competição as equipes tem que apresentar atletas em todas as categorias: programa curto (masculino e feminino), programa livre (masculino e feminino), duplas (curto e livre) e dança em pares no gelo (ritmo e livre).

A russa Kamila Valieva, de 15 anos, fez toda a diferença para a equipe do ROC. É uma patinadora leve, ágil, com força para os saltos. 


Ainda vai ter a competição feminina.

A entrega das medalhas da competição por equipes foi adiada e tem uma treta aí, mas como não saiu nada oficialmente vamos aguardar. (Não seria patinação artística olímpica sem uma treta, sou da época da Tonya Harding x Nancy Kerrigan)

Na patinação artística masculina, o Japão trouxe um dream team liderado pelo Yuzuru Hanyu que foi campeão em Pyeongchang 2018 e Shoma Uno que foi prata.

Mas o americano Nathan Chen veio com sangue nos olhos, ou melhor, com as lâminas afiadas para vencer e foi perfeito tanto no programa curto (ao som de La Boheme) quanto no programa livre (ao som de Elton John). Ele inclusive bateu o recorde de pontos no programa curto (que era do Yuzuru Hanyu). A única critica que tenho é a roupa dele, que camisa era aquela? E foi design da Vera Wang (inserir emoji cringe).

A apresentação do programa livre do Nathan Chen é uma coisa linda. Ele é muito elegante, fez sei lá quantos saltos quádruplos, e acertou na sincronia da coreografia com a música de um jeito que foi aplaudido de pé por quem estava na arena. Gostei que, além de um mix de Goodbye Yellow Brick Road com Rocket Man (versões do filme), ele inseriu um mash up de Benny and The Jets com hip hop que deixou a apresentação animada e jovem.

O outro patinador que achei que trouxe criatividade para o gelo foi o francês Adam Siao Him Fa que fez o programa curto com a música de Star Wars (com efeitos sonoros de sabre de luz) e o programa livre com um mix de músicas do Daft Punk. Ele ficou em 14, até as roupas dele eram mais modernas.

O patinador mexicano Donovan Carrillo foi sucesso nas redes sociais. Ele chegou nas Olimpiadas com muita força de vontade e é muito simpático. 

O Yuzuru Hanyu é um patinador muito sofisticado, leve e expressivo. Tentou um salto quadruplo dificílimo mas não acertou e caiu. Ele liderou o programa livre até a apresentação do outros dois japoneses.

No fim: Nathan Chen ficou com a medalha de ouro, e dois japoneses, Yuma Kagiyama com a medalha de prata e Shoma Uno com a medalha de bronze. O Yuzuru Hanyu ficou em 4.

Ainda tem esqui, snowboard, hóquei, curling e patinação.


(A segunda semana de Beijing 2022)