15.6.24

Curiosidades: Japão

Comunicação

Os japoneses falam mais inglês do que eu esperava. Talvez por causa da Olimpíada de Tokyo 2020 (que aconteceu em 2021) eles se prepararam para o evento e muitos japoneses falam pelo menos o básico do inglês e outros muitos falam fluente.

Os japoneses são muito solicitos, cordiais e sempre dispostos a ajudar.

O meu japonês se resume a: oi (konichiwa), muito obrigada (arigato gozaimasu), onde fica o banheiro? (toire wa doko desu ka?), onde fica tal lugar? (tal lugar wa doko desu ka?) quero isso por favor (kore o onegaishimasu), tudo bem (daijoubu desu), delicioso (oishii), e outras coisas básicas. A palavra mágica é SUMIMASEN que pode ser: desculpa, com liçença por favor, ou para chamar atenção de alguém.

Mas toda vez que eu tentava algo mais em japonês recebia uma resposta em inglês.

Outra coisa curiosa sobre a comunicação é que os japoneses usam muitos gestos então mesmo que tudo seja dito em japonês dá para saber o que eles querem dizer.

O Japão é muito preparado para o turista. Nos trens, metrô, ônibus, estações, tem placas em inglês, coreano e chinês. Os nomes dos lugares estão em letras romanas embaixo do que está escrito em japonês.

Nos templos, palácios e museus tem folhetos em várias línguas, inclusive português.



Nos museus se tiver alguma sala especial que precise tirar sapatos ou ter algum cuidado vai ter uma pessoa na porta com um cartaz escrito em inglês com as regras.

Ler japonês é muito mais difícil do que falar porque tem 3 alfabetos (hiragana, katakana e kanji) e misturam os 3 numa frase que não tem espaço entre as palavras. Fiz dois meses no Duolingo e consegui aprender um pouco do hiragana e do katakana mas lá não consegui ler nada.

Muitos restaurantes tem o cardápio em inglês, ou com fotos, ou tem aquelas esculturas de comida que você escolhe pelo número, ou pede por um tablet que tem tudo em inglês, e as vezes pega o QR code que leva a um site e lá faz tudo, inclusive pagar a conta.

ramen +4 gyosas por 800Y (5 USD)
queria saber quem pede a montanha 
de macarrão

Em alguns lugares como sushi de esteira ou no Ichiran (ramen) você não precisa falar com ninguém. 

Alguns japoneses vieram falar comigo quando estava sentada nos bancos dos parques, só por curiosidade mesmo, perguntavam de onde eu era e onde tinha estado no Japão. De um jeito ou de outro saia uma conversa. Quando cruzava com algum japonês numa rua mais vazia ou numa trilha sempre cumprimentavam com um konichiwa. Teve o senhorzinho em Hiroshima que trouxe mirtilos da horta para o bar e conversou (traduzido pelo DJ). Teve as senhorinhas em Yanagawa que falamos por mimica e o menino tenista que falava inglês. A minha experiência foi muito positiva.

E o tradutor do google está aí pra isso. Tem também uma app chamada Papago que para conversas achei melhor.


Takkyubin ou Ta-Q-Bin ou Takuhaibin

É o serviço de enviar as malas de um lugar para o outro. Pode ser de um hotel para outro ou do aeroporto para o hotel e vice versa. Pode ser da loja de conveniencia para um depósito. Viajei com mala de mão mas usei esse serviço duas vezes. 

Tem algumas empresas, a mais conhecida é a Yamato (do gato carregando outro gatinho).

Na primeira vez mandei a mala de Osaka para Hiroshima porque não queria carrega-la no trem/onibus/balsa até a ilha de Naoshima.  

Pedi direto no hotel de Osaka e a recepcionista me disse que tinha dois formularios: um para pagar antes e outro para pagar depois na chegada da mala. Como eu queria pagar antes ela preencheu o formulario para mim e levei a mala na loja de conveniencia vizinha onde entreguei formulario e mala, mediram a mala e fiz o pagamento (o valor é pelo tamanho). Foi 2000 yens (13 dolares). Passei dois dias só com a mochila e quando cheguei em Hiroshima a mala estava lá no hotel me esperando. Mandei numa sexta e no domingo estava lá.

minha mala em hiroshima
com o tag da takkyubin

Na segunda vez mandei a mala de Fukuoka para Tokyo porque não queria ter o trabalho de procurar um locker grande para mala em Himeji (onde eu parei no meio do caminho), além de ter que carregar nas escadas. Dessa vez o recepcionista do hotel preencheu o formulário, mediu a mala, paguei e de lá mesmo enviaram a mala. Foi o mesmo preço. Quando cheguei em Tokyo a mala ainda não tinha chegado mas chegou no dia seguinte.

Nem sempre a entrega é no mesmo dia (no caso do aeroporto) ou no dia seguinte mas chega. Na hora de preencher o formulário pode escolher o dia de entrega. É bom ter isso em mente quando for usar o serviço.

Lockers

Toda estação de trem e metrô tem os coin lockers, os armários que paga com moedas. Tem também em lugares como no parque da Universal, alguns templos e castelos, no shopping e lugares onde as pessoas podem querer deixar volumes. Em alguns lugares pode pagar usando o SUICA (IC card).

As áreas de compras sempre tem. Assim as pessoas vão deixando as sacolas e pegam no fim do dia.

Tem lockers de vários tamanhos, inclusive os que cabem malas maiores. Cada tamanho tem um valor e paga pelo dia (até meia noite). Por exemplo: se eu colocar minha mochila no locker de 400 as 10:00 da manha mas só pegar as 10:00 do dia seguinte vou pagar mais 400 quando for tirar a mochila. Na placa diz que pode deixar coisas nos lockers até 3 dias mas não arriscaria.


Lojas de Conveniencia - Konbinis

Estão em todos os lugares. Muitas no mesmo quarteirão.

Eu já estava chamando a 7 Eleven de Querida Konbini. Tem também a Family Mart e a Lawson. São parecidas e vendem quase as mesmas coisas. Todas tem onigiris e sanduiche de salada de ovo (todos bons), tem bananas embaladas no plástico uma a uma, maçãs cortadas no saquinho, ovo cozido, band ainds, adesivos gelados para as pernas e pés e tudo mais que você precisar. A Lawson tinha uns biscoitos gostosos da Muji. Mas só a 7 Eleven tinha a máquina de fazer smoothie de frutas, todo dia eu pegava as frutas congeladas no copo enfiava na máquina e saia de lá com uma vitamina gostosa.

Inclusive para sacar dinheiro a 7Eleven é o melhor lugar.

da konbini direto para minhas pernas
depois de andar quilometros


Cafeterias

O japonês leva o café a sério, então tem muitas cafeterias mas não são instagramáveis como as da Coréia do Sul. Geralmente são lugares pequenos com os baristas se dedicando a cada copo/xicara servida, mas não tem comida. Vi várias com fila mas como não bebo café não posso dizer se são realmente boas.

A Starbucks está em TODOS os lugares, sério, só vi mais Starbucks na Coréia do Sul. 

a starbucks no gion em kyoto

As marcas locais tipo Starbucks são: Doutor (assim mesmo em português) e a Tully's. Essas duas tem sanduiches bons e mais japoneses porque tem uma coisa que a Starbucks não tem: área de fumantes que é um tipo um quartinho com porta de vidro.

No Japão não pode fumar na rua mas existe lugares específicos para os fumantes. As vezes são salas, as vezes lugares que parecem pontos de ônibus e as vezes pode fumar dentro de bares e restaurantes.


Pagar com dinheiro em espécie

Antes de ir para o Japão vi vários videos de pessoas dizendo que é sempre bom ter dinheiro em espécie porque muitos lugares no Japão não aceitam cartão. 

Não levei yenes, assim que cheguei no aeroporto em Tokyo saquei dinheiro na máquina da 7 Eleven (que tem as melhores taxas) MAS usei muito mais o cartão de débito global. 

Usei o cartão físico e a aproximação funcionou bem (até certo valor, depois tinha que inserir e assinar um papel - nunca pede a senha. A senha só para sacar dinheiro).

E usei o SUICA (IC card) digital/virtual onde aceitava (konbinis, máquinas de bebidas e alguns lugares).

O cartão Global Santander funcionou em todos os lugares. O Wise eu já sabia que não ia funcionar em quase nada porque tive a experiência na Coreia do Sul, mas para sacar dinheiro é ótimo e também funcionou para carregar o SUICA pelo Apple Wallet.

Como peguei o SUICA virtual e não precisei carregar na máquina na estação, não usei dinheiro espécie para isso. Mas quem pega o cartão físico precisa do dinheiro espécie para carregar. Se for comprar passagem única no metrô ou ônibus também só em dinheiro.

Tem alguns lugares que são cashless, poucos mas tem.

As vezes que usei dinheiro espécie foi: nas cidade menores (Shirakawa-go, Monte Fuji), no mercado de comida, alguns templos, alguns bares e restaurantes menores, e algumas lojas menores. (os castelos e museus aceitavam cartão nas máquinas) 

E claro que muitas moedas nas maquinas de jogos e nas de bebida quando não aceitava o SUICA. 

Aliás, um porta moedas é necessário no Japão. Só tem 3 notas: 10000, 5000 e 1000, o resto é moeda de 500, 100, 50, 10, 5 e 1.

A melhor coisa para ter no bolso é nota de 1000 yens e moedas de 100 yens. (máquina de lavar roupa e as de jogos só aceitam moedas de 100)

Tinha lugares que eu tinha certeza que só aceitava dinheiro e quando chegava no caixa sacavam a maquininha do cartão.

Na konbini tem uma máquina que na hora de pagar você joga as moedas e ela conta, aí ou dá o troco ou tem que colocar mais moeda ou notas.

Usei bem menos dinheiro em espécie do que achava que ia usar mas sempre tinha comigo just in case.


Frutas

Sim, as frutas são caras comparadas com o Brasil e a variedade bem menor também. Tem frutas que são mais caras do que outras. As bananas na konbini eram razoáveis, as maças no mercado menos razoáveis.

Os smoothies da konbini não achei caros.

Paguei num suco natural de laranja em Hiroshima o mesmo que paguei num bowl de ramen com 4 gyosas em Tokyo.

valeu cada centavo

Paguei 3 dolares num copo com 5 morangos cheio de gelatina (que é como conservam algumas frutas).

Então se você, como eu, gosta de comer frutas todos os dias vai com um orçamento fruta.


Comidas

Já falei que os restaurantes tem cardápios em inglês e que tem alguns automatizados que você nem fala com pessoas.

Os restaurantes que tem as esculturas de comidas na vitrine me deixavam hipnotizada. O que você vê na vitrine é exatamente o que vem no prato. Eu fui até o bairro das coisas de cozinha em Tokyo na esperança de achar um lugar que mostrava como as esculturas eram feitas, não achei mas sei que existem. Tem até aula de como fazer.

A comida japonesa é muito boa e o padrão de qualidade é alto.

As frutas são caras mas a comida não.

O que mais comi no Japão foi ramen seguido do sushi de esteira. 


Ramen é fácil, tem várias biroscas familiares que servem e todos muito bons e nem precisa de muito esforço para pedir, o básico já é ótimo. E tem a Ichiran.

O sushi de esteira bom porque você vê a comida passando e pode pegar mas eu nunca pegava, apenas olhava e pedia pelo tablet porque aí vem mais fresquinho.

Comi soba gelado (adorei), yakisoba (macarrão com tudo), tempura de legumes, muitos yakitoris (espetinho de frango), takoyakis (bolinhas de polvo), tonkatsu (carne a milanesa), omerice (omelete recheado) e alguns sashimis.

soba gelado
takoyaki

O que gostei mesmo foi do okonomiyaki de Hiroshima. E descobri que gosto de sakê.

okonomiyaki

Não comi mais sashimi porque geralmente os restaurantes que servem são omakase e nesses restaurantes você não escolhe, tem que comer o que o chef faz. Como tenho muitas alergias a frutos do mar, para não passar perrengue desnecessário não comi nesses restaurantes.

Pelo menos uma vez por dia eu fazia uma refeição "ocidental" e geralmente era no café da manhã porque no café da manhã asiático servem a mesma comida do almoço e jantar, então de manhã prefiro o tradicional pão, queijo, ovo, frutas, etc.

Quanto aos doces não achei nenhum que amei e nada é muito doce (o que acho bom). Comi alguns bolinhos e experimentei um doce que é uma massa com pasta de feijão e um morango, achei bom mas não sou fã da pasta de feijão doce. Tomei muito sorvete, o de matcha não curti e o de lavanda achei ok mas gostei muito do de batata doce. 

esse sorvete de batara doce estava
uma delícia

O biscoito que mais comi foi o Pocky de cacau, comi muitos e não tirei uma foto. O Tokyo Banana, doce de banana que vendem como souvenir (não me perguntem por que) é bom.

tokyo banana do pikachu
para a 5a série
kit kat de matchá - nada demais
esse kit kat de bolacha salgada
achei melhor

Uma observação sobre os restaurantes: sempre tem onde pendurar a bolsa, ou vai ter um cesto para colocar. 


Não pode comer andando

Sim, é falta de educação comer andando. Tem placas em vários lugares alertando (principalmente nos mercados).

Eu acho que está ligado ao fato de não ter lixeiras pelas ruas. Então se você compra a comida na barraquinha, lá mesmo você devolve recipiente e o guardanapo e eles jogam no lixo.

Se você sai andando e comendo vai ter que carregar o lixo até o hotel. E para evitar que joguem no chão acho que criaram essa regra. Posso estar errada e pode ser só porque o japonês acha que você deve se dedicar a comida com mais atenção.

Mas tira toda a graça de tomar sorvete andando na rua.

Nessa categoria vou incluir: pode comer no Shinkansen mas não pode comer no trem local (nem no metrô). Inclusive na estação do shinkansen tem lojas dedicadas aos ekiben - as caixas bento específicas para o trem.


Não tem lata de lixo na rua (nem bancos para sentar)

É uma raridade ver latas de lixo na cidade. Nem dentro dos banheiros tem.

Nos banheiros femininos tem uma lata de lixo mas é só para absorventes e as vezes é tão pequena que não cabe 3 absorventes. As mulheres japonesas todas carregam uma toalhinha para secar as mãos já que os banheiros nem sempre tem o secador de mãos e muito menos papel para enxugar.

Nas estações de trem só tem lata de lixo nas plataformas. No shikansen tem lata de lixo e as vezes um funcionário (comissário de bordo?) passa com um saco de lixo. 

No metrô não tem lata de lixo.

As ruas são muito limpas mas em alguns lugares tem sim lixo na rua (Shinjuku e Shibuya), especialmente depois de uma sexta ou sábado a noite tem lugares com lixo acumulado.

Banco para sentar é outra raridade. As vezes dentro dos parques é difícil de achar. Tem lugares que colocam uns tubos de alumínio e aquilo é para ser um banco, mas não muito confortável para ninguém ficar muito tempo. Fazer people watching de pé ou andando não é tão agradável.

Em Tokyo vi bancos nos parquinhos infantis, em algumas esquinas em Harajuku, no beira rio Sumida, na ponte Sakurabashi e na estação de trem e nas plataformas de metrô. Em Osaka só vi bancos no parque do castelo. Em Kyoto só vi um banco para sentar e fazer people watching e foi no templo dos toris vermelhos. Em Hiroshima vi vários no Parque da Paz, no castelo e em parquinhos infantis. Em Fukuoka tinha muitos bancos nos parques, na praia e no beira canal.

As vezes eu ia no banheiro só para sentar um pouco. Pronto, confessei.

Sobre os banheiros falei no post Tokyo (3) - o Tour de Perfect Days.


Tirar os sapatos nos lugares

Alguns hotéis tem o espaço para deixar os sapatos na entrada do quarto. Nas lojas tipo Muji ou Uniqlo tem que tirar o sapato no provador.

Facilita usar um sapato fácil de tirar e colocar.

Em alguns museus tem que tirar o sapato para entrar em certas salas. E o único castelo que tirei os sapatos foi no de Himeji.

No green car do Shinkansen tem um apoio para os pés e aí tem que tirar os sapatos para usar.


Hotéis

Tem todo tipo de hotel no Japão. Não experimentei o Ryokan (o hotel tradicional japonês onde dorme no tatame e geralmente tem banhos termais) porque tive a experiencia de dormir no chão na Coréia do Sul e não precisei repetir.

Gostei de todos os hotéis e pousada que fiquei. Com exceção de 3 hotéis que tinham quartos de tamanhos razoáveis para duas pessoas, os quartos eram bem pequenos. Para uma pessoa com mala pequena eram perfeitos, mas teoricamente eram quartos para duas pessoas. Não sei se seria saudável (mentalmente) para duas pessoas ficar em 13 metros quadrados com duas malas.

Todos os quartos eram muito limpos, camas ótimas, em 4 deles tinha banheira pequena. Todos os hotéis colocam um pijama ou kimono (yukata) para usar. Os pijamas não cabiam em mim mas usei alguns kimonos.

O que me incomodou em quase todos os hotéis era que as janelas não abriam. É péssimo não poder sentir o tempo do lado de fora antes de sair do quarto e nem respirar um ar fresco. Mas notei que isso é tendencia mundial na rede hoteleira. Só em dois hotéis as janelas abriam e respirei ar fresco durante a noite. Dizem que é para as pessoas não se jogarem mas aí é só não deixar a janela abrir muito. Eu acho que é para não fumarem dentro dos quartos. (Tem alguns hotéis no Japão que tem quartos para fumantes)

O que mais gosto nos hotéis da Asia é que tem máquina de lavar roupas. De todos que fiquei no Japão só o de Kyoto não tinha mas tinha uma lavanderia do lado. Facilita viajar com mala de mão e pouca roupa.


Tax-Free

Muitas lojas no Japão tem tax-free, dependendo do valor, e já é tudo feito na loja. No passaporte tem o adesivo de entrada no país que vem com um QR code então é só apresentar o passaporte que o desconto é dado na hora. 

(Aproveito para dizer que no Japão o passaporte sempre deve estar com você.)

Geralmente os produtos são colocados numa embalagem especial que não pode abrir até sair do Japão, nesse caso se for usar o produto no Japão tem que pagar os impostos. 

Mas em algumas lojas (Uniqlo, Asics, Onitsuga Tiger, Muji) o produto não veio na embalagem fechada mesmo com tax-free e pude usar enquanto estava lá.


Máquinas por todos os cantos

As máquinas que vendem bebidas estão por todos os cantos. E tem desde café gelado ou quente a energéticos e água.

Jogo de azar é ilegal no Japão mas tem casa de pachinko para todo lado. E muitas gachapons e as máquinas de garra.

muitos gachapons pela cidade

Pachinko é um jogo que parece um caça-níquel com uma bolinhas que podem ser trocadas por produtos (porque não podem jogar por dinheiro).

Gachapon é uma máquina que tem umas bolinhas que vem algum tipo de brinquedo ou outras coisas. Tem gachapon de tudo. Na frente da máquina mostra o que tem dentro e você pode ganhar uma de 5 ou 6 variedades que tem da mesma coisa. Eu peguei um que era um gatinho com uma banana na cabeça que também é um relógio digital. Poderia ter sido o gatinho com morango na cabeça, ou com abacaxi, ou outra fruta. Tem gachapon nas esquinas, dentro das lojas, e as vezes tem andares de prédios só disso.

A máquina de garra também tem em muitos lugares mas geralmente ficam dentro de lugares de jogos, que as vezes são prédios inteiros, especialmente em Akihabara. E  não só de bichos de pelúcia, tem máquina para pegar biscoitos, sabão em pó, e outras coisas.

Tem máquina na estação de trem para comprar passagem, na entrada e saída dos restaurantes, na recepção dos hotéis, na konbini para fazer suco ou café, máquina para comprar entradas de lugares e até robô para dar informação.


Carimbos

Japonês adora um carimbo, nas papelarias tem te todos os tipos e tamanhos (e sim, comprei um carimbo na Itoya). Muitos lugares (templos, castelos, museus) e estações de trem tem um carimbo. Lá vendem caderninhos específicos para colecionar os carimbos. 

Não procurei carimbos mas achei alguns nos castelos.



Terra do sol nascente

Fui no fim da primavera, entre maio e junho, e 4:30 da manhã já era dia. Acordo muito cedo e geralmente com o sol nascendo, então no Japão eu acordava cedo demais. O por do sol era as 18:30, o sol vem cedo mas não fica até tarde.

O sol nasce cedo mas as coisas não funcionam tão cedo. As lojas de conveniência e a Donki funcionam 24 horas mas poucas coisas abrem antes das 10:00. Algumas cafeterias e restaurantes abrem as 7:00, mas tem  lojas que só abrem as 11:00 e outras meio dia.

O Memorial da Paz em Hiroshima abre as 7:30. E fiquei surpresa com as sessões de cinema que começam cedo, 8:30 já dá para ver um filme.

Mas também não ficam abertos até mais tarde. As lojas fecham entre 18:00 e 21:00, os museus as 17:00-18:00, os restaurantes e bares vão até mais tarde (mas não muito).


E aqui termino a série de posts sobre a viagem ao Japão. :)

Quem quiser ver os stories deixei nos destaques do instagram @karinemarselle



Tem muita informação sobre o Japão por aí e vou deixar aqui uma lista de alguns dos muitos sites e canais do Youtube vi antes de fazer essa viagem. 

Tokyo CheapoCakes with FacesAbroad in JapanOskar and DanLisa And JoshMundo Sem FimEstevam Pelo MundoMarina GuaragnaKensho Quest (melhores explicações dos trens), Fumiko e Kenji (o e-book deles de Tokyo é muito bom), Japan with NaoRion IshidaKing KogiMeglog Trip From TokyoOnly In Japan*Go, HarbLifeJapan Guide Viagem na Viagem.


14.6.24

Himeji

Himeji não estava no meu roteiro, mas no ônibus a caminho Naoshima conheci um casal holandês que me disse que eu não podia deixar de visitar o Castelo de Himeji. E, logo depois, terminei um livro japonês de contos de fantasmas e dois contos passavam no Castelo de Himeji. Aí, já em Fukuoka, decidi que iria parar em Himeji no caminho de volta a Tokyo (Himeji fica entre Hiroshima e Osaka na linha Tokaido-Sanyo do trem bala). E assim peguei um shinkansen para Himeji.

A estação de trem de Himeji fica numa ponta da avenida e o castelo na outra. É 1,5 km entre os dois, 20 minutos a pé até a entrada do castelo. Eu tinha uma parada de 5 horas até pegar o shinkansen para Tokyo e deu para ver o castelo, o jardim ao lado, um pouco da cidade, e almoçar com muita calma.

sai da estação e já vê o
castelo

Quando chega no castelo tem logo o fosso, e dá para fazer um passeio de barco. Passando o portão de entrada ainda anda um bocado até a bilheteria. Comprei o ingresso que dava direito a entrar no castelo e depois no jardim Koko-En que fica ao lado do castelo.

Muitos dos castelos japoneses foram construídos no perído Sengoku (1467-1603) e geralmente no topo de montanhas (defesas naturais) como fortalezas e quartel general dos governos feudais. Os castelos Tenshu (como do de Himeji) começaram a ser construídos no século 16 e alguns construídos em terras planas ou pequenos morros já com defesas artificiais como pedras para erguer os castelos e fossos.

Os castelos também eram cidades e a aristocracia da área morava dentro da área do castelo perto do lorde. Os samurais alto escalão moravam dentro do castelo perto do prédio principal e os outros samurais e comerciantes e artesões moravam ou na parte mais exterior ou do lado de fora do castelo.

O Castelo de Himeji era uma fortaleza básica até umas reformas a mando do Hideyoshi (o mesmo do Castelo de Osaka) em 1581, mas depois que o Tokugawa tomou conta de tudo ele transformou seu genro no Lorde de Himeji e foi o genro que começou a construção do atual Castelo de Himeji em 1601.

Os muros do castelo tem paredes curvas, especialmente nos cantos que chamam de folding fan wall porque parece a aba de um leque, são resistentes a terremotos e dificultam as invasões.

A torre principal do Castelo de Himeji começou a ser construída em 1601 e ficou pronta em 1609. É uma das torres que sobreviveu guerras e terremotos. Como esse castelo nunca foi bombardeado (ficou camuflado durante a segunda guerra), queimado ou sitiado, muitas das construções ficaram de pé até hoje.

A estrutura do Castelo é de madeira, pedra (na base), terra e reboco. A torre principal tem 7 andares, sendo um o porão e outro o piso térreo e sua estrutura tem 2 pilares de madeira de sustentação, treliças e muitas vigas de madeira. Tem até reforço na estrutura entre o segundo e terceiro andar para o prédio não cair em caso de terremotos.

reforço estrutural
um dos dois pilares

Dentro da torre principal do castelo tem uma placa que diz que é um prédio com duas fachadas: uma de beleza e outra de batalha. 

A torre principal é cheia de elementos de defesa, mas dificilmente alguém deve ter conseguido chegar até lá porque os caminhos parecem um labirinto.

Quando vamos subindo os andares dá para ver pequenas plataformas onde os soldados ficavam para jogar pedras, vãos estratégicos, porta alçapão para não deixar o inimigo subir as escadas, quartos para emboscadas e estantes para guardar as lanças.

escadas ingremes
tem que andar sem sapatos dentro da torre

Por fora tem detalhes em madeira que cobrem os pregos, as telhas desenhadas e sempre o peixe para espantar os maus espíritos.

No início do período Meiji vários castelos foram destruídos mas o de Himeji foi um dos poucos a ser preservado.

Desde 1900 o castelo é restaurado. Antes da segunda guerra estava sendo resturado e pararam. Depois da guerra a restauração começou em 1956 e terminou em 1964. Depois disso a próxima restaiuração começou em 2009 e terminou em 2015.

maquete feita para a restauração de
1956

É patrimônio da UNESCO e uma obra prima da arquitetura medieval japonesa. É conhecido como White Heron - Garça Branca.

O Castelo de Himeji aparece no filme Só Se Vive Duas Vezes do 007 como escola de ninjas.

Um dos contos do livro que li fala da fantasma que mora em um dos poços do castelo. O poço está lá e tem a história da fantasma numa placa. Okiku servia uma família rica e um homem se apaixonou por ela. Ela o recusou e ele escondeu um de dez pratos da família e acusou Okiku do roubo. Ainda assim ela o recusou e ela a matou jogando seu corpo no poço. Dizem que a fantasma de Okiku fica contando os pratos e nunca chega a 10.

poço da okiku

Saí do Castelo de Himeji e fui para o Koko-En que fica ao lado. Jardins japoneses são sempre lindos e esse não é diferente. É dividido em partes muradas, na principal tem uma casa com um lago cheio de carpas. Dentro da casa tinha uma exposição de bonsais com flores que nem pareciam de verdade de tão floridas.

Saindo da parte principal tem o jardim dos pinheiros, dos bambus, jardim das flores, e outros. Vale muito a pena a visita do jardim.


Caminhei de volta para estação vendo um pouco do que tinha em volta da avenida. Claro que tem a tradicional rua de compras coberta com restaurantes e lojas e muitos karaokês. Foi o lugar do Japão que vi mais karaokês por metro quadrado, o pessoal de Himeji deve gostar de cantar.

Quero agradecer o casal holandês pela dica, essa visita ao Castelo de Himeji valeu muito.